247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente do Banco Nacionalm casadeapostasDesenvolvimento Econômico e Social, Aloizio Mercadante, inauguraram nesta sexta-feira (23),m casadeapostasHortolândia (SP), a primeira fábrica no Brasil, do laboratório farmacêutico EMS. Serão vendidos para todo o mundo as moléculasm casadeapostasliraglutida e semaglutida, entre outras, destinadas ao tratamento da diabetes e obesidade. Com área estimadam casadeapostascercam casadeapostas2,5 mil metros quadrados (m²), a fábrica teve investimentom casadeapostasR$ 70 milhões. Para o projeto, o valor contratado,m casadeapostas2020, com o BNDES foim casadeapostasR$ 48 milhões. A planta vai produzir até 20 milhõesm casadeapostasunidadesm casadeapostascanetas por ano e deve gerar 150 empregos e cercam casadeapostasoutros milm casadeapostasforma indireta.
“A expansãom casadeapostasuma empresa farmacêutica brasileira como a EMS é mais uma demonstração daquilo que sempre reafirmo: a capacidade realizadoram casadeapostasnossos empresários e a qualidade da mãom casadeapostasobra brasileira, sempre elogiadam casadeapostastodo o mundo”, observou o presidente Lulam casadeapostasseu discurso.
O presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, destacou o apoiom casadeapostasuma linham casadeapostasR$ 500 milhões para as empresas que fornecem ao SUS e outram casadeapostasR$ 250 milhões para startups, pequenas empresasm casadeapostasbase tecnológica, “porque assim nasce a inovação e, com esses investimentos, o Brasil está mudandom casadeapostaspatamar”.
Carlos Sanchez, presidente do Grupo NC, controlador da EMS, enfatizou a importância do apoio do Governo à empresa, bem como importância dele para a indústria. “Fabricamos desde a matéria prima até o produto terminado e foi graças aos esforçosm casadeapostaspesquisadores brasileirosm casadeapostasHortolândia, com recursos brasileiros, com o apoiom casadeapostasvárias áreas do Governo, já há longa data, que a gente conseguiu atingir esse patamar”, declarou.
O complexo industrialm casadeapostasHortolândia (SP) abriga a sede administrativa e é parte relevante das atividades operacionais da EMS. Nele está localizado o centrom casadeapostasPesquisa &amp; Desenvolvimento (P&amp;D) da empresa, com maism casadeapostas650 funcionários dedicados e maism casadeapostas100 patentes registradas no mundo. Com 6,7 mil empregados, a farmacêutiuca responde pela maior parte da receita líquida do Grupo NC. No Brasil, ela é líderm casadeapostasmedicamentos genéricos desde 2013.
<h2>Potencialm casadeapostasexportação e o BNDES</h2>
A EMS atua nos segmentosm casadeapostasprescrição médica, genéricos, medicamentosm casadeapostasmarca, OTC e hospitalar e exporta para 56 países. Entre os medicamentos que serão produzidos na fábrica recém-inaugurada estão a liraglutida e, também, a semaglutida, princípio ativo do medicamento Ozempic, cuja patente dinamarquesa vencem casadeapostasmarçom casadeapostas2026. A EMS está na corrida para registro do 1° genérico desse produto nos EUA.
Os investimentos no desenvolvimento dos novos produtos fazem parte do planom casadeapostasinvestimentosm casadeapostaspesquisa, desenvolvimento e inovação da empresa, que conta com financiamento do BNDESm casadeapostasR$ 500 milhões, por meio do programa BNDES m casadeapostas Mais Inovação. O projeto foi anunciado no último dia 14,m casadeapostasBrasília e compõe os investimentos do Governo Federal no Complexo Econômico da Saúde, alinhados com os desafios listados pelo Ministério da Saúde.
De janeirom casadeapostas2023 até o mês passado, as aprovaçõesm casadeapostascrédito do BNDES para o complexo industrial da saúde somaram R$ 4,5 bilhões, valor recorde da série histórica, iniciadam casadeapostas1995. De janeiro a julho deste ano, as aprovações para o setor inteiro somaram R$ 2,28 bilhões, montante que excedem casadeapostas34% o total apuradom casadeapostas2023.
Somente no segmento da indústria farmacêutica, o total aprovado nos primeiros sete mesesm casadeapostas2023 já alcançou R$ 2,1 bilhões, valor 33% superior ao registradom casadeapostastodo o anom casadeapostas2023 (R$ 1,51 bilhão).
Com o apoio do Banco, as indústrias estão desenvolvendo novos medicamentos, novas associações farmacêuticas (que facilitam a absorção e a administração), vacinas, montagemm casadeapostascentrosm casadeapostaspesquisa e desenvolvimento e adquirindo máquinas e equipamentos.

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Saúde

Fábricam casadeapostasmedicamentos para diabetes e obesidade da EMS é inauguradam casadeapostasSP com apoio do BNDES

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa, nesta sexta-feira (23), da inauguraçãom casadeapostasuma nova fábrica da EMS,m casadeapostasHortolândia (SP). A planta, com 6.000 m², será responsável pela produção dos compostos liraglutida e semaglutida, amplamente utilizados no tratamentom casadeapostasdiabetes e obesidade. Esses medicamentos ganharam notoriedade pelo uso associado à perdam casadeapostaspeso.
Embora o complexo estivesse pronto há um ano, a produção aguardava a aprovação da Anvisa (Agência Nacionalm casadeapostasVigilância Sanitária). O registro da liraglutida deve ser liberadom casadeapostasaté 60 dias, enquanto a semaglutida só poderá ser produzida após 2026, quando expira a patente da empresa dinamarquesa Novo Nordisk.
“A presença do presidente Lula na inauguração da fábrica mostra que o governo tem mais clarezam casadeapostasque a indústria farmacêutica nacional consegue ter inovação e pode ajudar a equilibrar a balança comercial do país”, disse Marcus Sanchez, vice-presidente da EMS,m casadeapostasentrevista ao <a href="https://www.poder360.com.br/poder-saude/lula-inaugura-fabrica-de-insumos-para-remedios-que-ajudam-a-emagrecer/">Poder360</a>.
A empresa projeta um faturamentom casadeapostasUS$ 1 bilhãom casadeapostascinco anos, com vendas no mercado nacional e internacional, especialmente nos Estados Unidos. Lula já havia anunciado,m casadeapostas14m casadeapostasagosto, investimentosm casadeapostasR$ 42,7 bilhões no setorm casadeapostassaúde até 2026, com o BNDES (Banco Nacionalm casadeapostasDesenvolvimento Econômico e Social) financiando R$ 500 milhões para a produçãom casadeapostasmedicamentos genéricos e compostos inovadores.
Medicamentos como Ozempic, Saxenda e Mounjaro se tornaram populares recentemente, sendo utilizados “off label” para emagrecimento, impulsionando as vendas da Novo Nordisk, que alcançou um valorm casadeapostasmercadom casadeapostasUS$ 446 bilhões, superando o PIB da Dinamarca, estimadom casadeapostasUS$ 395 bilhões.
Segundo o BNDES, o laboratório EMS investirá os recursos do financiamento na produçãom casadeapostasoito medicamentos genéricos para diabetes e câncer, em casadeapostas17 inovaçõesm casadeapostasanti-inflamatórios, antialérgicos, analgésicos e outros fármacos para ansiedade, insônia e náusea. Os investimentos fazem parte do planom casadeapostasinvestimentosm casadeapostaspesquisa, desenvolvimento e inovação da empresa, projeto alinhado com os desafios listados pelo Ministério da Saúde.
Dos oito medicamentos genéricos a serem fabricados, cinco visam ao controlem casadeapostasdiabetes e três destinam-se ao tratamento da leucemia mieloide crônica, câncerm casadeapostaspróstata e carcinomam casadeapostascélulas renais. Seis desses produtos são inéditos no Brasil.
Ao todo, o BNDES aprovou R$ 1,39 bilhãom casadeapostastrês operaçõesm casadeapostasfinanciamento destinadas a impulsionar a pesquisa, desenvolvimento e inovação na indústria farmacêutica brasileira. O montante aprovado será dividido entre as empresas EMS, Aché e Eurofarma, que investirão os recursosm casadeapostasprojetos estratégicos para a produçãom casadeapostasnovos medicamentos e tecnologias.
Desde o iníciom casadeapostas2023 até julho, o BNDES já aprovou R$ 2,28 bilhõesm casadeapostasfinanciamentos para o setorm casadeapostassaúde, um aumentom casadeapostas34%m casadeapostasrelação ao totalm casadeapostas2023. Somente na indústria farmacêutica, o valor aprovado nos primeiros sete mesesm casadeapostas2023 já ultrapassam casadeapostas33% o totalm casadeapostastodo o ano anterior.
O BNDES projeta adicionar mais R$ 1,5 bilhãom casadeapostasnovas operações no Complexo da Saúde até o final do ano, alcançando um totalm casadeapostasR$ 5,5 bilhõesm casadeapostasinvestimentosm casadeapostasdois anos. Além disso, o bancom casadeapostasfomento está estruturando um Fundom casadeapostasInvestimentom casadeapostasBiotecnologia, com valor previstom casadeapostasR$ 250 milhões, que será voltado para startupsm casadeapostassaúde com soluções baseadasm casadeapostasciência e tecnologiam casadeapostasalta complexidade.

Lula inaugura fábrica para produçãom casadeapostasmedicamentos contra diabetes e obesidadem casadeapostasSP

Por Regina Célia Pereira, da Agência Einstein - A população brasileira tem consumido menos feijão, segundo pesquisas como a Vigitel (Sistemam casadeapostasVigilânciam casadeapostasFatoresm casadeapostasRisco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), realizada pelo Ministério da Saúde. Além da faltam casadeapostastempo para cozinhar, um dos motivos para a queda é o mitom casadeapostasque o alimento engorda.&nbsp;
Mas um trabalho recente, publicado no periódico científico <a href="https://nutritionj.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12937-024-00937-1">Nutrition Journal</a>, aponta o contrário: o elo entre a ingestão da leguminosa e um menor Índicem casadeapostasMassa Corporal (IMC). “Nosso estudo mostra que indivíduos que consomem feijão têm melhores resultados relacionados ao peso se comparados aos que não comem”, comentam casadeapostasentrevista à Agência Einstein o pesquisador e nutricionista Yanni Papanikolaou, autor do trabalho.Para chegar a essa conclusão, Papanikolaou e uma equipem casadeapostascientistasm casadeapostasuniversidades nos Estados Unidos avaliaram informaçõesm casadeapostasmaism casadeapostas44 mil adultos vindas da National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES), uma grande pesquisa que monitora o estado nutricional da população estadunidense.
“Os maiores consumidoresm casadeapostasfeijão pesavam 2,5 quilos a menos e apresentavam uma cintura 2,3 cm menor do que os que o evitavam”, conta o pesquisador. A circunferência abdominal dá pistas sobre a síndrome metabólica — distúrbio que engloba hipertensão, taxas elevadasm casadeapostasglicose e colesterol, além do acúmulom casadeapostasgordura na barriga.
A nutricionista Mariana Staut Zukeran, do Hospital Israelita Albert Einstein, ressalta que, assim como um único ingrediente não pode ser responsabilizado pelo ganhom casadeapostaspeso, tampouco deve carregar sozinho a famam casadeapostasaliado contra a obesidade. “É preciso olhar todo o contexto, o padrão alimentar e o estilom casadeapostasvida”, observa.
O estudo ainda revela que os consumidoresm casadeapostasfeijão tinham uma dieta mais equilibrada e com maiores teoresm casadeapostasdiversos nutrientes e substâncias benéficas, com destaque para sais minerais como potássio, ferro e magnésio, alémm casadeapostasvitaminas do complexo B, especialmente o ácido fólico.&nbsp;
Também se sobressaíam as fibras. “Evidências sugerem que uma maior ingestãom casadeapostasfibra alimentar está associada à redução do riscom casadeapostasdoenças cardíacas, diabetes e certos tiposm casadeapostascâncer”, comenta Yanni Papanikolaou. Há ainda ganhos para a microbiota intestinal, com o incremento da populaçãom casadeapostasbactérias do bem, num mecanismo que repercute na imunidade e até no humor.
Sem contar que as fibras prolongam a saciedade, favorecendo o controle do apetite. “Essa nova pesquisa reforça algumas das qualidades nutricionais das leguminosas”, avalia a nutricionista do Einstein. Ela se refere ao grupo que, além dos feijões, contempla grão-de-bico, ervilha, lentilha, entre outros. “Esses grãos contribuem para o aporte proteico diário, equilibrando o consumo entre proteínas animais e vegetais”, afirma.
<h2>Para tirar proveito</h2>
Um macete que ajuda a garantir toda a riqueza vinda dos feijões é a técnica chamadam casadeapostasremolho. Eles devem ficarm casadeapostasmolho por 12 horas e a água precisa ser trocada várias vezes. Com essa estratégia, alémm casadeapostasremover substâncias por trásm casadeapostasdesconfortos como gases, há reduçãom casadeapostascompostos antinutricionais, que interferem com a absorçãom casadeapostassais minerais e outros nutrientes.
Aos que reclamam da faltam casadeapostastempo, uma sugestão é fazer o preparom casadeapostasuma quantia maior e congelarm casadeapostaspequenas porções. O ideal é planejar um dia mais tranquilo para cozinhar, geralmente no fimm casadeapostassemana, dividirm casadeapostasporções e levar ao freezer. Uma orientação valiosa aqui é deixar os grãos al dente. Isso ajuda a evitar que, ao descongelar, a casca se rompa, o amido escape e interfira com a consistência.
A panelam casadeapostaspressão é sempre uma grande aliada. “Otimiza o tempom casadeapostascocção”, avisa Mariana Zukeran. O que também se traduzm casadeapostaseconomiam casadeapostasgás. Mas muita gente teme explosões na cozinha. É fundamental que a manutenção do utensílio estejam casadeapostasdia, assim como o zelo com a limpeza.
Por fim, que tal apostar na variedadem casadeapostastipos e preparações? Feijão branco fica ótimom casadeapostassaladas, já o carioca é perfeito para a junção com o arroz; o preto casa bem também e reina na feijoada; e o vermelho, porm casadeapostasvez, aparecem casadeapostassopas.&nbsp;
E ainda há espaço para os demais integrantes da família das leguminosas. Tudo sempre dentro do equilíbrio. Afinal, mesmo para ingredientes cheiosm casadeapostasbenefícios, o excesso nunca é bem-vindo.&nbsp;

Feijão engorda ou ajuda a combater a obesidade? Saiba o que diz a ciência

Por Victória Ribeiro, da Agência Einstein - A obesidade é uma doença crônica que afeta maism casadeapostas1 bilhãom casadeapostaspessoas, segundo <a href="https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(23)02750-2/fulltext">levantamento global</a> divulgadom casadeapostasfevereiro na revista The Lancet. Mas ainda é senso comum a ideiam casadeapostasque a condição está relacionada simplesmente aos hábitosm casadeapostascomer muito e se exercitar pouco.
Esse pensamento simplista — presentem casadeapostasdiversos setores da sociedade, inclusive na saúde — tem sido apontado por especialistas como prejudicial para a compreensão da complexidade metabólica da doença. Além disso, influencia negativamente as decisões das autoridadesm casadeapostassaúde, dificulta a busca por ajuda médica e perpetua estigmas e preconceitos.
No Brasil, a obesidade afeta um a cada quatro adultos, segundo o Ministério da Saúde. Com a atual taxam casadeapostascrescimento, estima-se que quase metade (48%) da população brasileira será diagnosticada com a doença até 2044,m casadeapostasacordo análise da Fiocruz Brasília apresentadam casadeapostasjunho.&nbsp;
Apesar dos números alarmantes, o estudo aprofundado da obesidade é recente — começou há menosm casadeapostasuma década. Contudo, mesmo diantem casadeapostasevidências cada vez maioresm casadeapostasque essa é uma condição multifatorial, ainda impera a visãom casadeapostasque é algo fácilm casadeapostasser tratado ou evitado.&nbsp;
“Rebranding” da obesidade - Daí porque profissionais da saúde têm defendido um rebranding da obesidade. O termo, emprestado do marketing, significa pensarm casadeapostasuma nova “cara” para uma marca — alterando elementos visuaism casadeapostascasadeapostasposicionamento, por exemplo. 
“Discutir o rebranding da obesidade é,m casadeapostasúltima análise, discutir sobre pessoas. Muitos veem a doença como simples faltam casadeapostasforçam casadeapostasvontade, excessom casadeapostasalimentação e faltam casadeapostasexercício. Isso não apenas é incorreto, como também é um discurso ultrapassado”, afirmou o médico nutrólogo Guilherme Giorelli, professor da pós-graduaçãom casadeapostasnutrologia do Hospital Israelita Albert Einstein, durante apresentação no 9º Fórum Latino-Americanom casadeapostasQualidade e Segurança na Saúde, realizadom casadeapostasSão Paulom casadeapostas9 a 11m casadeapostasjulho.
Para Giorelli, o fatom casadeapostasessas discussões serem recentes,m casadeapostascerta forma, contribui para a faltam casadeapostasuma identidade clara e definida para a obesidade ainda hoje. Isso significa que, mesmo tendo critérios para ser considerada uma doença, como patofisiologia e mecanismos etiológicos bem definidos, na maioria das vezes, ela é reconhecida apenas como um “fatorm casadeapostasrisco” devido am casadeapostaspossibilidadem casadeapostasdesencadear outros tiposm casadeapostasdoenças, como hipertensão e diabetes.&nbsp;
A contradição mora no fatom casadeapostasque o mesmo não acontece com outros problemasm casadeapostassaúde, como o próprio diabetes e a depressão, que recebem a definiçãom casadeapostas“doença” a partir dos mesmos critérios estabelecidos. De acordo com uma pesquisam casadeapostas2019 do National Institutes of Health (NIH), dos Estados Unidos, 32% das pessoas não consideram a obesidade como uma doença crônica. Entre os profissionaism casadeapostassaúde, essa porcentagem ém casadeapostas12%.
Em entrevista à Agência Einstein, Giorelli destaca que essa ausênciam casadeapostasuma identidade bem definida, alémm casadeapostasressaltar a necessidadem casadeapostasestratégias eficazesm casadeapostascomunicação, colabora para que as complexidades biológicas da doença sejam facilmente ignoradas e que conceitos equivocados se perpetuem. “Aquela frase ‘você é o que você come’ é um grande erro científico, porque se duas pessoas comerem a mesma coisa ou fizerem o mesmo exercício o resultado nunca vai ser idêntico", diz o nutrólogo do Einstein.
Para o endocrinologista Bruno Halpern, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso), é essencial compreender que as causas da obesidade são diversas. Embora o excessom casadeapostascalorias aumente o risco populacionalm casadeapostasobesidade, estima-se que 70% da doença corresponda a uma carga genética, o que torna estratégias que se baseiam apenasm casadeapostas“coma menos, mova-se mais” — embora importantes para qualquer pessoa — ineficazes para alguns diagnosticados com a condição.&nbsp;
Isso significa que, assim como a doença se manifestam casadeapostasmaneiras variadas, o tratamento também precisa levarm casadeapostasconsideração as individualidadesm casadeapostascada um. Isso pode incluir, alémm casadeapostasuma boa dieta e exercícios, intervenções como medicamentos e até mesmo cirurgias.
Outro ponto é que muitos mecanismos relacionados à obesidade acontecem no cérebro, influenciando o consumo alimentar. Por exemplo: o hipotálamo, região cerebral que controla a fome, a sede, a temperatura corporal e a respiração, regula o peso corporalm casadeapostasforma a defender o peso máximo alcançado. “Ou seja, quando uma pessoa come menos calorias ou aumenta a atividade física, o gasto metabólico diminui e a fome aumentam casadeapostasuma tentativa do corpo para retornar ao peso ‘original’”, explica Halpern.&nbsp;
Além disso, fatores externos, como medicamentos, disruptores endócrinos, poluição atmosférica e sono ruim, também podem contribuir para o desbalanço energético que leva à obesidade.
Da culpabilização à ausênciam casadeapostaspolíticas públicas - Um dos grandes riscos da visão simplistam casadeapostasque a obesidade é resultado apenasm casadeapostas“comer muito e se exercitar pouco” é que as pessoas com essa condição se culpam, como se nunca estivessem fazendo o suficiente, e podem demorar a buscar ajuda. “As pessoas geralmente pensam que é simples: 'basta querer, comer menos e se exercitar mais'. Isso as faz acreditar que não precisamm casadeapostasajuda profissional e que podem resolver tudo sozinhas”, observa Halpern. “Se procuram um profissional que reforça essa ideia, acabam acreditando que é fácil. Quando não conseguem alcançar o que pretendiam, sentem que há algo errado com elas.”
Hoje, hám casadeapostasse considerar também a forte influênciam casadeapostasredes sociais e influenciadores que, ao basear seus discursosm casadeapostasum conhecimento raso sobre a doença, contribuem para que os pacientes se coloquem nesse lugarm casadeapostasculpados. “A pessoa se vê como incapaz, se questionando ‘por que todo mundo consegue e eu não?’. Isso acaba, inclusive, sendo um fatorm casadeapostasrisco para transtornos mentais, como a depressão”, alerta o presidente da Abeso.
A endocrinologista Maria Ednam casadeapostasMelo, chefe da Ligam casadeapostasObesidade Infantil do Hospital das Clínicas da Universidadem casadeapostasSão Paulo (USP), destaca que a perpetuaçãom casadeapostasdiscursos equivocados sobre a obesidade pode até colaborar para que a doença progrida. Isso porque as pessoas ficam mais suscetíveis a estresse, depressão e, consequentemente, a quadrosm casadeapostascompulsão alimentar. “Quando estamos estressados, nossa biologia nos induz ao consumom casadeapostasalimentos mais palatáveis, que geralmente têm mais açúcar, gordura e/ou sal, resultando no hiperconsumom casadeapostascalorias, o que agrava o quadrom casadeapostasobesidade”, destaca Melo.&nbsp;
Outro ponto importante é que esses indivíduos também podem se sentir desencorajados a buscar ajuda profissional, acreditando que resolver o problema é uma questão simples e individual e dispensando tratamentos como medicação, cirurgia ou suporte nutricional. “Isso é especialmente prejudicial para aqueles mais gravemente afetados pela obesidade, que enfrentam maior estigma e preconceito, situações ainda mais prejudiciais durante a infância e adolescência”, ressalta a endocrinologista.
As consequências também se refletem na formulaçãom casadeapostaspolíticasm casadeapostassaúde, já que há um desconhecimento sobre a condição entre profissionais e gestores da área. “Isso mostra que nós temos, antesm casadeapostastudo, que melhorar a capacitação. Antesm casadeapostasfalarmos sobre epidemiologia, como controle e prevenção, precisamos discutir sobre os aspectos biológicos da doença e como eles exigem que cada paciente possua um tratamento personalizado”, recomenda a médica da USP.&nbsp;
Na visãom casadeapostasHalpern, associar a obesidade apenas a escolhas individuais também funciona como uma desculpa conveniente para a faltam casadeapostasformulaçãom casadeapostaspolíticas públicas eficazes. "Ao atribuir a doença exclusivamente às decisões pessoais, fica subentendido, tanto para o sistema quanto para a sociedade e as indústrias, que não é necessário estabelecer políticasm casadeapostasprevenção e tratamento; afinal, basta que cada um faça am casadeapostasparte”, avalia. “Justamente por isso, inverter essa conversa é importante, porque do jeito que está, é conveniente para a inação.”

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Entenda por que a obesidade vai alémm casadeapostas“comer muito e se exercitar pouco”

<a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2024-07/obesidade-adulta-e-anemia-entre-mulheres-sao-preocupantes-aponta-fao">Agência Brasil </a>- Tendências crescentesm casadeapostasobesidadem casadeapostasadultos e tambémm casadeapostasanemia entre mulheresm casadeapostas15 a 49 anos são consideradas preocupantes, segundo relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), divulgado na manhã desta quarta-feira (24).
O documento mostra que a prevalênciam casadeapostasobesidade entre adultos teve um aumento constante ao longo das últimas décadas,m casadeapostas12,1% (591 milhõesm casadeapostaspessoas,m casadeapostas2012) para 15,8% (881 milhõesm casadeapostaspessoas,m casadeapostas2022). “A previsão é do número aumentar para maism casadeapostas1,2 bilhão até 2030. Sobre a anemiam casadeapostasmulheresm casadeapostas15 a 49 anos, aumentoum casadeapostas28,5%,m casadeapostas2012, para 29,9%,m casadeapostas2019 e há uma projeção para atingir 32,3% até 2030.
Por outro lado, o documento identificou que haveria menos crianças afetadas pelo atraso no crescimento. Aliás, o relatório aponta que o atraso no crescimento infantil pode ter diminuídom casadeapostasum terço nas últimas duas décadas, o que mostraria uma mudança positiva global. Na avaliação da FAO, são mudanças positivas, como o “direito à alimentação adequada e um padrãom casadeapostasvida que garanta a dignidade, saúde e bem-estarm casadeapostastodas as pessoas, especialmente para gerações futuras”.
<h2>Longe da meta&nbsp;</h2>
Conforme mostra o relatório, o mundo estaria longem casadeapostasalcançar o objetivom casadeapostasdesenvolvimento sustentável (ODS-2)m casadeapostaserradicar a fome até 2030 e haveria uma prevalência globalm casadeapostassubnutriçãom casadeapostasnível semelhante por três anos consecutivos depoism casadeapostaster aumentado acentuadamente após a pandemiam casadeapostascovid-19.&nbsp;
“Entre 713 e 757 milhõesm casadeapostaspessoas podem ter enfrentado a fomem casadeapostas2023 – umam casadeapostascada 11 pessoas no mundo, e umam casadeapostascada cincom casadeapostasÁfrica”. São diferentes motivos que impactam os povosm casadeapostasmaior vulnerabilidade, como conflitos, mudanças climáticas, desacelerações econômicas e as recessões.&nbsp;
No ano passado, a estimativa era que 28,9% da população mundial (ou 2,33 bilhõesm casadeapostaspessoas) estavam casadeapostasmoderada ou grave insegurança alimentar.
“O aumento da fome é maior nos países pobres afetados por mais do que um grande impulsionador. Isso porque o sistema agroalimentar nestes países não são resilientes a essas forças externas”. Um alerta é que a fome, a insegurança alimentar e a desnutrição continuam a aumentar “e afetam desproporcionalmente as crianças”. Outros públicos mais vulneráveis têm sido as mulheres, os jovens e os povos indígenas,m casadeapostasacordo com o documento.
<h2>Financiamento</h2>
A FAO avalia que um problema grave é a faltam casadeapostasuma solução comumm casadeapostasrelação ao financiamento para a segurança alimentar e nutricional. "No casom casadeapostasfinanciamento para a segurança alimentar e nutricional, não é possível avaliar adequadamente os níveis existentes, muito menos monitorar progressos ou retrocessos (para cumprir as metas)”.
A entidade explica que existe uma necessidade urgentem casadeapostasavançar para uma ação comum para o financiamento da segurança alimentar. Uma análisem casadeapostas10 paísesm casadeapostasbaixa e média renda (que inclui o Brasil) mostra que os gastos públicos com segurança alimentar e nutrição estavam crescendo antes da pandemiam casadeapostascovid-19.&nbsp;
Na avaliação da FAO, governosm casadeapostasalguns paísesm casadeapostasrenda média também parecem estar gastando relativamente mais parte do seu orçamento para resolver as principais causas da insegurança alimentar e da desnutriçãom casadeapostascomparação com paísesm casadeapostasbaixa renda. A FAO argumenta que o relatório é um apelo “forte e urgente” à ajuda global e também às ações nacionais para resolver este problema como parte da agenda globalm casadeapostasação dos objetivosm casadeapostasdesenvolvimento sustentável. “Há desigualdades no acesso ao financiamento para segurança alimentar e nutrição entre países e dentro dos países”.&nbsp;
O estudo identifica que cercam casadeapostas63% dos países com alta ou crescente fome, insegurança alimentar e desnutrição lutam para obter financiamento para a segurança alimentar e nutrição. “A maioria destes países (82%) são afetados por um ou mais dos principais impulsionadores da fome (...). E, por isso, é importante aumentar o financiamento para países com níveis mais elevadosm casadeapostasfome".&nbsp;
<h2>Parcerias</h2>
O relatório argumenta que somente fontes oficiais e públicasm casadeapostasfinanciamento não serão suficientes para preencher a lacunam casadeapostasfinanciamento para acabar com a fome. “Aumentar o financiamento privado, atravésm casadeapostasparcerias público-privadas, também será essencial para complementar os esforços”. A FAO argumenta que não atender à agendam casadeapostas2030 acarreta custos sociais, econômicos e ambientais incomensuráveis. “Não há tempo a perder, já que o custo da inação excedem casadeapostasmuito o custo da ação”.
Os dados do relatório servirãom casadeapostasbase para discussões, segundo a FAO, na Cúpula do Futuro,m casadeapostassetembro deste ano, e na Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, no ano que vem.&nbsp;

Obesidade adulta e anemia entre mulheres são preocupantes, aponta FAO

Por Regina Célia Pereira, da Agência Einstein - Com uma prevalência crescentem casadeapostastodo o mundo, a obesidade é associada a uma extensa listam casadeapostasprejuízos à saúde. Entre eles está anemia, segundo aponta um estudo publicadom casadeapostasjunho no periódico científico <a href="https://jamanetwork.com/journals/jamapediatrics/fullarticle/2819322">BMJ Global Health</a>.
Cientistas da Universidadem casadeapostasLeeds, no Reino Unido, esmiuçaram pesquisas médicasm casadeapostas44 países,m casadeapostasuma meta-análise (método que analisa resultadosm casadeapostasdiversos trabalhos científicos). Dentre os achados, observaram o elo entre a deficiênciam casadeapostasferro e o excessom casadeapostaspesom casadeapostascrianças e adolescentes. 
“Embora o trabalho tenha alguns pontos críticos, porque reúne artigos muito heterogêneos, ele chega para reforçar que a chamada superalimentação, ou exagero na quantidadem casadeapostascomida, nem sempre fornece os nutrientes adequados”, comenta a pediatra e endocrinologista Lindiane Gomes Crisóstomo, do Hospital Israelita Albert Einstein. Esse tipom casadeapostascarênciam casadeapostasvitaminas e sais minerais, independentemente do peso, é o que especialistas definem como “fome oculta”.
Na faltam casadeapostasferro, a anemia pode dar as caras e desencadear prejuízos. Fadiga, irritabilidade e dorm casadeapostascabeça são alguns dos sinaism casadeapostasinsuficiência do mineral, responsável pelo transportem casadeapostasoxigênio para o organismo. “Ele é essencial para as funções cognitivas e a memória”, ressalta a médica, que completa: “Também tem papel crucial na imunidade e no desenvolvimento, entre outros.” 
No trabalho britânico, uma das hipóteses levantadas para a deficiência associada à obesidade teria relação com menores níveism casadeapostasabsorção e aproveitamento do ferro, devido ao processo inflamatório decorrente do excessom casadeapostasgordura corporal. Mas não só: os cientistas enfatizam ainda os deslizes na dieta.
O risco dos ultraprocessados
Um cardápio recheado com ultraprocessados — produtosm casadeapostasalta densidade calórica, que concentram açúcares e gorduras, alémm casadeapostasfavorecerem o ganhom casadeapostaspeso — tende a ser pobrem casadeapostasnutrientes e outras substâncias preciosas à saúde. Isso porque não apresenta boa ofertam casadeapostashortaliças, frutas e grãos integrais. O ferro, por exemplo, aparece nas carnes, nos feijões e nas verduras verde-escuras.
Oferecer um prato equilibrado, com espaço para todos esses itens, desde a introdução alimentar – aos 6 mesesm casadeapostasvida –, é uma das estratégias para reduzir o riscom casadeapostasobesidade. “É necessário que toda a família esteja envolvida e os pais são o principal exemplo”, afirma a pediatra do Einstein. “Deve-se ensinar os pequenos a comer salada e jamais fazer as refeiçõesm casadeapostasfrente à TV."
O estímulo à atividade física, segundo a especialista, precisa começar cedo também. “O ideal seria ter quadras disponíveis nas escolas, praças e parques seguros, mas tudo isso dependem casadeapostaspolíticas públicas”, pondera Lindiane Crisóstomo. 
Outro ponto é demarcar o tempom casadeapostastelas, seja o computador, seja o celular. Joguinhos e afins têm tudo a ver com sedentarismo. As diretrizes médicas orientam que, entre 6 e 10 anosm casadeapostasidade, o limite sejam casadeapostasduas horas diárias; já os adolescentes não devem ultrapassar três horas por dia.
Combater a obesidade precocemente ajuda a afastar doenças associadas, caso do diabetes, das doenças cardiovasculares,m casadeapostasrefluxo gastroesofágico,m casadeapostasproblemas nos ossos, articulações e postura, da esteatose hepática (gordura no fígado), da apneia do sono, entre outras.

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