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    Cerveja x cachaça: na reforma tributária, o imposto variacarro jogoacordo com teor alcóolicocarro jogobebida

    Uma cerveja terá uma carga tributária mais baixa do que uma vodca ou uma cachaça, por exemplo

    Cerveja (Foto: Divulgação)

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    Lucas Weber, Brasilcarro jogoFato - O texto que regulamenta a reforma tributária, aprovado na Câmara dos Deputados na semana passada, manteve a proposta do governocarro jogopôr um imposto extra para bebidas alcóolicas.

    Esta taxa vai ser proporcional ao teorcarro jogoálcool do produto, ou seja, uma cerveja terá uma carga tributária mais baixa do que uma vodca ou uma cachaça, por exemplo.

    A versão aprovada pelos deputados ainda vai para o Senado e, depois, passa pela sanção do presidente. Mesmo que o conteúdo integral da proposta seja aprovado, as medidas serão aplicadascarro jogoforma gradual, efetivando-se completamente apenascarro jogo2032.

    "O objetivo da reforma não é aumentocarro jogocarga tributária, é uma reorganização do sistema tributário", explica Paula Johns, diretora-executiva da ACT Promoçãocarro jogoSaúde, ao programa Bem Viver desta quarta-feira (17).

    "Quando você falacarro jogoimposto seletivo para produtos nocivos à saúde é isso que se tenta corrigir, porque não é justo que você lá na frente esteja dividindo a contacarro jogohospitalcarro jogotodo mundo que adoeceu pelo consumo daquele produto."

    Tabaco e ultraprocessados também entraram na lista do chamado imposto seletivo, que adiciona a carga extra. No entanto, agrotóxicos e armas ficaramcarro jogofora, o que foi criticado por Johns e outros especialistas que acompanham os debates.

    Confira a entrevista na íntegra

    O que ficou definido por ora a respeito das bebidas alcoólicas?

    Obviamente você não vai comparar o volumecarro jogouma dosecarro jogodestilado e dizer que uma dosecarro jogocerveja do mesmo tamanho é a mesma coisa.

    Você compara por unidadecarro jogorelação ao que as pessoas consomem. Então assim, uma latacarro jogocerveja equivalente a uma dosecarro jogodestilado. É isso, quando a gente falacarro jogofazer uma tributação que seja equivalente ao volume daquela bebida que você está tomando.

    O que a cerveja conseguiu foi ter esse elemento também por dose nas duas partes do imposto.

    Mas, na realidade, o que vai definir se isso vai ser bom ou não vai ser bom para a saúde pública vai ser o que vai acontecer daqui para frente, que vai ser justamente a definição da alíquota.

    No final das contas, se você paga muito pouco imposto para um produto que tem enormes custos à saúde pública, à saúde das pessoas, custos ambientais, lá na frente todos nós estamos pagando essa conta consumindo ou não aquele produto.

    Não é justo que você lá na frente esteja dividindo a contacarro jogohospitalcarro jogotodo mundo que adoeceu pelo consumo daquele produto.

    O imposto seletivo nada mais é do que isso. Ele tenta corrigir problemas que a gente tem com o custo daquele produto que é artificialcarro jogorelação ao que ele custa para a sociedade.

    Você sente que a sociedade está entendendo essa mensagem?

    A gente não pode mentir para a população. É importante falar que o objetivo final é que aumente o preço desses produtos.

    Mas aí a gente precisa esclarecer também que está falandocarro jogouma categoriacarro jogoprodutos que não são essenciais à nossa vida, produtos que são supérfluos, que não são necessários.

    Ninguém está dizendo que é proibido nem nada, mas eles têm que pagar o preço do que custam.

    O que a gente defende é que o imposto seletivo esteja para álcool, para tabaco, para alimentos ultraprocessados, para armas e para agrotóxicos - que ficaramcarro jogofora do imposto seletivo.

    A gente justamente quer que os produtos que são bons pra saúde fiquem mais acessíveis, então,carro jogonovo, você tem que dosar esse custo do quanto que cada produto pagacarro jogoimposto.

    E sobre a carne, devemos comemorar a isenção?

    Importante dizer que carne a gente precisa separar a in natura da ultraprocessada. A carne ultraprocessada não tem que ter isençãocarro jogomaneira alguma.

    Agora, para a gente conseguir dar exceção para a carne, sem encarecer todos os demais produtos que você compra, é preciso onerar maiscarro jogoalgum lugar.

    Porque, se a gente só botar isenção para a carne, a gente vai aumentar aquilo que chamamcarro jogoalíquotacarro jogoreferência, que hoje estácarro jogo26,5%.

    O ideal seria incluir alimentos ultraprocessados e altocarro jogoaçúcar, por exemplo.

    Se você colocar só coisas bem supérfluas, como biscoito recheado, guloseimas, balas, caramelos e bebidas açucaradas, você consegue [incluir na isenção] as carnes in natura, tanto bovina, suína, aves, e ainda diminuir a alíquotacarro jogoreferência.

    Se você só colocar as carnes todas do jeito que colocaram agora, vai aumentar a alíquotacarro jogoreferência.

    Outra parte da discussão que a gente considera importante é que a carne não é só o elemento da saúde oucarro jogoquanto que isso vai impactar na alíquotacarro jogoreferência.

    Tem toda a questão ambiental, a gente não deveria estar estimulando o consumo diáriocarro jogocarne, né?

    É importante a gente debater e problematizar um pouco também, né? Não ficar só achando maravilhoso, porque,carro jogolinhas gerais, todo mundo acha maravilhoso porque zerou um imposto, mas isso tem um custo, custocarro jogodesmatamento e outros custos associados que precisam ser considerados também.

    E como vocês viram a questão das armas que passaram ilesas?

    A gente lamenta profundamente. Inclusive a gente está aí na parceria junto com todas as organizações que estão na linhacarro jogofrente nessa discussão sobre o impostocarro jogoarma, que, na verdade, está tendo uma redução absurda.

    É completamente absurdo, é uma narrativa que vai na linha daquelacarro jogoquem está defendendo da Bancada da Bala dentro do Congresso.

    Aquele discurso absurdo achando que com uma pessoa com arma para se defender, a gente vai ter mais segurança pública. A gente sabe que isso é uma grande falácia,

    É exatamente o contrário disso. Na verdade, quanto mais armacarro jogocirculação, mais vítimas morrendo por contacarro jogoarmascarro jogofogo e piora a situação da segurança pública.

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