247 - A carta enviada pela Marinha à Câmara dos Deputados para rechaçar a inclusãoonabet redefinir senhaJoão Cândido, o Almirante Ngegro, no Livro dos Heróis da Pátria foi baseada no livro “Revolta dos Marinheiros, 1910”, escrito por Hélio Leôncio Martins e publicado pela própria Força. A obra relativiza a tortura, minimizando chibatadas, e traz ofensas contra o marinheiro líder da Revolta da Chibata.
O <a href="https://www.metropoles.com/colunas/guilherme-amado/marinha-criticou-joao-candido-baseada-em-obra-que-relativiza-tortura">jornal Metrópoles</a> teve acesso a quais documentos basearam a carta,onabet redefinir senhaque Marcos Sampaio Olsen, comandante da Marinha, chama o motimonabet redefinir senha“deplorável” e classifica a condutaonabet redefinir senhaCândido como “reprovável”.O livroonabet redefinir senhaHélio Martins omite a menção à chibata, que nomeou a revolta dos marinheirosonabet redefinir senha1910, e diz que as torturas aplicadas eram reação a “maus instintos” dos marujos.
“Os crimes cometidos a bordo eramonabet redefinir senhatal monta, o pessoal,onabet redefinir senhagrande parte, primitivoonabet redefinir senhasuas manifestaçõesonabet redefinir senhaselvageria, com agressões, roubos, mortes, que a argumentação do partido da chibata acabava vencedora”, diz a obra. O livro também critica a politização &nbsp;e culpa a esquerda por dar notoriedade à Revolta da Chibata. “Escritoresonabet redefinir senhaesquerda utilizaram a sublevação, puramente militar que foi, para transformá-laonabet redefinir senhaum movimento popular”
O autor também apresenta, na íntegra, uma carta anônima que desqualifica João Cândido. “João Cândido era odiado por quase todos os companheiros, pois era um tipo adulador, chaleira dos oficiais, capazonabet redefinir senhalimpar-lhes com a língua a sola dos sapatos. Era um dos timoneirosonabet redefinir senhabordo, cousa que qualquer analfabeto podia ser”.
A historiografia brasileira, no entanto, vai na contramão da obra citada pelo comandante da Marinha. Segundo o livro “Brasil: uma biografia”,onabet redefinir senhaLilia Schwarcz, a torturaonabet redefinir senhamarinheiros era resquício da escravidão, abolidaonabet redefinir senha1888. “Se o sistema [escravidão] acabaraonabet redefinir senha1888, a sevícia continuava firme na Marinha, e amparada no corpo da lei, que arrogava a ela o poderonabet redefinir senha‘quebrar o mau gênio dos rebeldes”, afirmou o livro, que também descreve Cândido como um herói popular.
A propostaonabet redefinir senhainclusãoonabet redefinir senhaJoão Cândido no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria foi apresentada na Câmara pelo deputado Lindbergh Farias e está sendo relatada por Benedita da Silva, ambos do PT do Rioonabet redefinir senhaJaneiro.&nbsp;

Marcos Sampaio Olsen | João Cândido Felisberto

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Brasil

Marinha usou livro que relativiza tortura para criticar João Cândido no Livro dos Heróis da Pátria

247 - O comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, reafirmou nesta segunda-feira (29)onabet redefinir senhaposiçãoonabet redefinir senharelação à não inclusãoonabet redefinir senhaJoão Cândido, o Almirante Negro, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Em declarações à imprensa durante um evento sobre transição energética no mar, segundo o jornal <a href="https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2024/04/30/comandante-da-marinha-nega-racismo-e-vies-ideologico-em-critica-por-homenagem-a-joao-candido-o-almirante-negro.ghtml">O Globo</a>, Olsen afirmou queonabet redefinir senhadecisão não foi motivada por questões ideológicas ou racistas.
De acordo com Olsen, a posição contrária à homenagem a João Cândido está fundamentadaonabet redefinir senhauma análise dos fatos históricos relacionados à Revolta da Chibata, na qual João Cândido foi uma figura central. Ele destacou que a Marinha se posiciona com base no "mérito" e citou o exemploonabet redefinir senhaoutro herói naval, Marcílio Dias, como um exemploonabet redefinir senhareconhecimento.
O comandante também alegou queonabet redefinir senhaposição não é uma questãoonabet redefinir senhadiscriminação racial, mas sim uma avaliação dos eventos históricos e dos valores da instituição. Ele enfatizou que a Marinha reconhece os erros do passado, como os castigos físicos praticados nos navios, mas que isso não implica automaticamente no reconhecimentoonabet redefinir senhaum "heroísmo infundado".
A declaração Olsen gerou revolta na Comissãoonabet redefinir senhaCultura da Câmara dos Deputados, com críticas vindas principalmente da base governista. Deputados que apoiam a inclusãoonabet redefinir senhaJoão Cândido na listaonabet redefinir senhaheróis nacionais se reuniram com seu filho, Adalberto Cândido, que reiterou a importância do pai como um herói para o país, independentementeonabet redefinir senhareconhecimento oficial da Marinha.
A propostaonabet redefinir senhainclusãoonabet redefinir senhaJoão Cândido no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria foi apresentada na Câmara pelo deputado Lindbergh Farias e está sendo relatada por Benedita da Silva, ambos do PT do Rioonabet redefinir senhaJaneiro.&nbsp;

Criticado, comandante da Marinha volta a se posicionar contra a inclusãoonabet redefinir senhaJoão Cândido no Livroonabet redefinir senhaHeróis da Pátria

Por Leo Rodrigues, repórter da Agência Brasil - Após a Marinha se manifestar contra o reconhecimentoonabet redefinir senhaJoão Cândido como herói da pátria, o único filho vivo do líder da Revolta da Chibata criticou o posicionamento, mas diz que não se surpreende. Adalberto Cândido, conhecido como seu Candinho, avalia que há uma aversão à figuraonabet redefinir senhaJoão Cândido e conta que os familiares nunca foram procurados pela Marinha.&nbsp;
"Ela não se envolveonabet redefinir senhanenhum evento relacionado com meu pai. Quando houve a cerimôniaonabet redefinir senhainstalação da estátua do meu pai na Praça XV, no Rioonabet redefinir senhaJaneiro, não tinha ninguém da Marinha presente. Parece que nutrem um ódio. Eles deviam agradecer aos marinheiros por terem feito a Marinha evoluir. Mas não quero que meu pai seja herói da Marinha, quero que seja um herói do povo. Meu pai é um herói popular. A verdade é que a Marinha não se atualizou como deveria", disse seu Candinho,onabet redefinir senhaentrevista à Agência Brasil nesta sexta-feira (26).
A inclusãoonabet redefinir senhaJoão Cândido no Livroonabet redefinir senhaHeróis e Heroínas da Pátria depende da aprovação do Projetoonabet redefinir senhaLei 4046/2021, atualmente tramitando na Comissãoonabet redefinir senhaCultura da Câmara dos Deputados. Na segunda-feira (22), a Marinha enviou uma carta oficial endereçada ao deputado federal Aliel Machado (PV), que preside a comissão. Deflagrada no Rioonabet redefinir senhaJaneiroonabet redefinir senha1910 como reação aos castigos corporais aplicados aos marinheiros, a Revolta da Chibata foi descrita pela Marinha como uma "deplorável página da história nacional" que se deu pela "ação violentaonabet redefinir senhaabjetos marinheiros".
A carta foi assinada pelo comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen. "A Força Naval não vislumbra aderência da atuaçãoonabet redefinir senhaJoão Cândido Felisberto na Revolta dos Marinheiros com os valoresonabet redefinir senhaheroísmo e patriotismo; e sim, flagrante que qualifica reprovável exemploonabet redefinir senhaconduta para o povo brasileiro", registra o texto.
O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria é um livroonabet redefinir senhaaço voltado para perpetuar, através do registro do nome, a memória dos brasileiros que se destacaram na história do país. Desde que foi criado,onabet redefinir senha1992, já foram homenageados 64 pessoas, entre eles Tiradentes, Anita Garibaldi, Chico Mendes, Zumbi dos Palmares, Machadoonabet redefinir senhaAssis e Santos Dumont. Ele fica depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, monumento localizadoonabet redefinir senhaBrasília. A inclusãoonabet redefinir senhanovos nomes só ocorre mediante aprovaçãoonabet redefinir senhalei pelo Congresso Nacional.
Na carta enviada à Comissãoonabet redefinir senhaCultura da Câmara dos Deputados, o comandante Olsen classifica a revolta como "subversão" e "rupturaonabet redefinir senhapreceitos constitucionais organizadores das Forças Armadas". Ele sustenta que houve desrespeito à hierarquia e à disciplina e menciona ainda que inocentes morreram no episódio.
Seu Candinho contesta. Segundo ele, a Marinha naquela época desrespeitava suas próprias regras internas, prática que mudou graças ao movimento dos marinheiros. "Não havia essa disciplina. Pelo código disciplinar, o limite eram 25 chibatadas. Deram 250onabet redefinir senhaum marinheiro".
Embora reconheça o "justo pleito pela revogação da prática repulsiva do açoite", Olsen alega que os marinheiros estavam interessadosonabet redefinir senha"vantagens corporativistas e ilegítimas". Também consta no texto que o reconhecimentoonabet redefinir senhaJoão Cândido como herói passaria a "mensagemonabet redefinir senhaque é lícito recorrer às armas que lhe foram confiadas para reivindicar suposto direito individual ouonabet redefinir senhaclasse".
Em postagens nas suas redes sociais, o deputado federal Lindbergh Farias (PT), autor do Projetoonabet redefinir senhaLei 4046/2021, manifestou indignação com a posição da Marinha. "A nossa luta para ver João Cândido herói nacional não vai parar", escreveu o deputado, compartilhando também imagensonabet redefinir senhauma visita feita a seu Candinho nesta sexta-feira (26).
Rioonabet redefinir senhaJaneiro (RJ), 08/11/2023 - Entrevista com Adalberto Cândido, o Candinho, filhoonabet redefinir senhaJoão Cândido Felisberto, o marinheiro líder da Revolta da Chibata, conhecido como Almirante Negro. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Rioonabet redefinir senhaJaneiro (RJ), 08/11/2023 - Adalberto Cândido, o Candinho, filhoonabet redefinir senhaJoão Cândido Felisberto, o marinheiro líder da Revolta da Chibata, conhecido como Almirante Negro. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Tramitação - O Projetoonabet redefinir senhaLei 4046/2021 já foi aprovado no Senado Federal. Na Câmara dos Deputados, embora tramitando há maisonabet redefinir senhadois anos, ele ainda encontra-se nas primeiras etapas. A Comissãoonabet redefinir senhaCultura deve ser a primeira a analisá-lo. A deputada Benedita da Silva (PT) foi designada relatora e apresentou seu pareceronabet redefinir senhajulhoonabet redefinir senha2022, mas até hoje ele não foi votado. A parlamentar se manifestouonabet redefinir senhaforma favorável e considera que a inclusãoonabet redefinir senhaJoão Cândido no Livroonabet redefinir senhaHeróis e Heroínas da Pátria seria uma "reparação histórica".
"Somenteonabet redefinir senha2008, no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi sancionada anistia póstuma ao marinheiro João Cândido e colocada na Praça XV, na cidade do Rioonabet redefinir senhaJaneiro, uma estátuaonabet redefinir senhahomenagem àonabet redefinir senhabravura e heroísmo, depoisonabet redefinir senhamuita resistência da Marinha", registra o relatório da parlamentar. A estátua que ela menciona foi revitalizadaonabet redefinir senha2022 e transferida para a Praça Marechal Âncora, localizadaonabet redefinir senhafrente para o mar.
O Ministério Público Federal (MPF) também encaminhou um posicionamento favorável ao projetoonabet redefinir senhanovembro do ano passado. No documento, cita-se uma tentativaonabet redefinir senhasilenciamento da históriaonabet redefinir senhaJoão Cândido. Há também críticas diretas à posição que vem sendo adotada pela Marinha, acusadaonabet redefinir senhapromover "esquecimentos das chibatadas, dos castigos corporais e da resistência contra o tratamento desumano sofrido por aqueles marinheiros".
Há um inquérito do MPFonabet redefinir senhaandamento voltado para para fortalecer a memóriaonabet redefinir senhatorno do legadoonabet redefinir senhaJoão Cândido, o que inclui, por exemplo, a criaçãoonabet redefinir senhamuseus. Além disso, há uma cobrança para que a anistia concedidaonabet redefinir senha2008 produza efeitos e gere compensação financeira àonabet redefinir senhafamília. Para o MPF, é preciso levaronabet redefinir senhaconta o direito às promoções que João Cândido teria se não tivesse sido expulso da Marinha e a pensão por morte.
Nesta quarta-feira (24), durante uma audiência na Câmara dos Deputados, o MPF voltou a reforçaronabet redefinir senhaposição. O procurador da República, Julio Araujo, destacou na ocasião que a atuaçãoonabet redefinir senhaJoão Cândido e seus companheiros foi fundamental para promover mudanças na Marinha, abolindo práticas abomináveis e contribuindo para uma instituição mais justa e deixando para trás práticas do período da escravidão.
Amor pela Marinha - "Meu pai dizia que amava a Marinha, independenteonabet redefinir senhatudo o que ele passou", conta seu Candinho. Seu relato coincide com a conclusãoonabet redefinir senhapesquisas realizadas pelo historiador e professor da Universidade Federal do Rioonabet redefinir senhaJaneiro (UFRJ), José Muriloonabet redefinir senhaCarvalho. Na décadaonabet redefinir senha1980, ele publicou um artigo traçando o perfilonabet redefinir senhaJoão Cândido. Emonabet redefinir senhaanálise, ele levouonabet redefinir senhaconta bordados que o marinheiro produziu durante horas vagas a bordoonabet redefinir senhaum navio. Em um deles, foi grafado as palavras "liberdade" e "ordem", conceitos que bem poderiam ser considerados antagônicos.
"João Cândido cresceu numa instituição militar onde prevalece a disciplina. Além disso, o lema republicano 'ordem e progresso' tinha forte influência entre os marinheiros. Mesmo apósonabet redefinir senhaexpulsão, João Cândido manteve um relacionamento sentimental com a instituição. Ele foi visto idoso se despedindo quando o navio Minas Geraes foi desligado. A liberdade, para ele, significava o direito a um tratamento que não fosse assemelhado aos escravos, como os próprios marinheiros diziam. Mas sem perderonabet redefinir senhavista a importância da disciplina", explicou José Muriloonabet redefinir senhaCarvalho alguns anos atrásonabet redefinir senhaentrevista à EBC.
Na ocasião, o historiador também destacou que a reputaçãoonabet redefinir senhaJoão Cândido se tornou alvoonabet redefinir senhadisputa após o fim da revolta. "De um lado, ele era vilipendiado pelo discurso oficial e,onabet redefinir senhaoutro, passou a ser exaltado e transformado num mito, sobretudo pelo movimento negro. Sua reputação ficou entre a calúnia e a mitificação".
Revolta da Chibata - Filhoonabet redefinir senhaex-escravos, João Cândido nasceu no anoonabet redefinir senha1880onabet redefinir senhauma fazenda cuja localização situa-se dentro dos atuais limites do municípioonabet redefinir senhaEncruzilhada do Sul (RS). Ele ingressou na Marinha aos 15 anosonabet redefinir senhaidade. Poronabet redefinir senhaatuação à frente da Revolta da Chibata, foi apelidadoonabet redefinir senhaalmirante negro. A mobilização que ele liderou entre os dias 22 e 27onabet redefinir senhanovembroonabet redefinir senha1910 contestava os baixos salários, a ausênciaonabet redefinir senhaum planoonabet redefinir senhacarreira e, sobretudo, as chicotadas aplicadas como punições.
A revolta envolveu a tomadaonabet redefinir senhaembarcações atracadas na Baíaonabet redefinir senhaGuanabara. A primeira delas foi o navio Minas Geraes e logo se expandiu. Posteriormente, eles assumiram o controle das embarcações São Paulo, Bahia e Deodoro, direcionaram canhões para o Rioonabet redefinir senhaJaneiro e fizeram alguns disparos. João Cândido seria posteriormente homenageado poronabet redefinir senhaliderança, na letra da música “Mestre Sala dos Mares”, composta por Aldir Blanc na décadaonabet redefinir senha1970.
Diante das ameaças, foi anunciado o fim dos castigos corporais e a anistia aos revoltosos, o que levou os marinheiros a encerrarem a mobilização. Apesar da promessa, diversos participantes foram presos ou expulsosonabet redefinir senhaMarinha. João Cândido e outros líderes chegaram a ser enviados para a solitária no Batalhão Naval na Ilha das Cobras, no Rioonabet redefinir senhaJaneiro. Posteriormente, foram excluídos da Marinha. Quando morreuonabet redefinir senha1969, ele moravaonabet redefinir senhauma casaonabet redefinir senhauma rua sem saneamento básico ou luz elétrica. Com 89 anos, ele faleceuonabet redefinir senhadecorrênciaonabet redefinir senhaum cânceronabet redefinir senhaintestino e passou seus últimos dias no Hospital Getúlio Vargas, no Rioonabet redefinir senhaJaneiro.

Filhoonabet redefinir senhaJoão Cândido rebate Marinha: “meu pai é um herói popular”

247 - O jurista Lênio Streck usou as redes sociais para lançar uma campanhaonabet redefinir senhadefesa do marinheiro João Cândido Felisberto, queonabet redefinir senha1910 , liderou um grupoonabet redefinir senhacercaonabet redefinir senha2 mil marinheiros insurretos contra as precárias condiçõesonabet redefinir senhatrabalho e os castigos físicos, especialmente o uso do açoite como formaonabet redefinir senhapunição, no que ficou conhecido como a “revolta da chibata”.
“Minha campanha: “SOMOS TODOS JOÃO CANDIDO”! Temosonabet redefinir senhamostrar indignação contra a fala do Almirante Olsen, para quem o marinheiro que se revoltou contra o uso da chibata não deve ser considerado herói. Viva João Cândido!! Espalhem”, escreveu Streck na rede social X, antigo Twitter.&nbsp;
A postagem foi feita na esteira da polêmica geradaonabet redefinir senhadecorrência das críticas feitas por meioonabet redefinir senhanota pelo comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, ao projetoonabet redefinir senhalei que propõe a inclusãoonabet redefinir senhaJoão Cândido no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Segundo Olsen, homenagear o militar representaria a celebraçãoonabet redefinir senhaum exemploonabet redefinir senhaconduta "reprovável”.&nbsp;
O almirante também descreveu os marinheiros que participaram da revolta, incluindo Cândido, como abjetos e afirmou que homenageá-los seria equivalente a exaltar características que não favorecem "o pleno estabelecimento e manutenção do verdadeiro Estado democráticoonabet redefinir senhaDireito".&nbsp;
ENTENDA - A Revolta da Chibata foi um movimentoonabet redefinir senhainsurreição ocorridoonabet redefinir senha1910, protagonizado por marinheiros da Marinha do Brasil. O evento teve lugar no Rioonabet redefinir senhaJaneiro, então capital do Brasil, entre os dias 22 e 26onabet redefinir senhanovembro. O líder mais conhecido dessa revolta foi João Cândido Felisberto, apelidadoonabet redefinir senha"Almirante Negro".
Os marinheiros rebelaram-se contra as condições desumanas a que estavam submetidos, especialmente o usoonabet redefinir senhacastigos corporais, como a chibata, que ainda eram práticas comuns e sancionadas pela legislação naval da época. Naquele período, a Marinha brasileira estava passando por um processoonabet redefinir senhamodernização, adquirindo novos navios e equipamentos, porém, as condiçõesonabet redefinir senhavida e a disciplina nas embarcações mantinham-se arcaicas e severas.
Durante a revolta, os marinheiros tomaram controleonabet redefinir senhaquatro naviosonabet redefinir senhaguerra: Minas Geraes, São Paulo, Bahia e Deodoro, e ameaçaram bombardear a cidade do Rioonabet redefinir senhaJaneiro se suas demandas por melhores condiçõesonabet redefinir senhatrabalho e a abolição dos castigos físicos não fossem atendidas.
O governo brasileiro, presidido por Hermes da Fonseca, inicialmente tentou negociar, prometendo anistia e a suspensão dos castigos. Os marinheiros desocuparam os navios após o governo se comprometer com essas reformas. No entanto, embora a revolta tenha resultado na proibição do uso da chibata, muitos dos líderes e participantes sofreram perseguições e represálias nos anos subsequentes. João Cândido, por exemplo, foi preso e internadoonabet redefinir senhaum hospital psiquiátrico, sofrendo por muitos anos as consequênciasonabet redefinir senhasua liderança na revolta.
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">Minha campanha: “SOMOS TODOS JOÃO CANDIDO”! Temosonabet redefinir senhamostrar indignação contra a fala do Almirante Olsen, para quem o marinheiro q se revoltou contra o uso da chibata não deve ser considerado herói. Viva João Cândido!! Espalhem.&mdash; Lenio Luiz Streck (@LenioStreck) <a href="https://twitter.com/LenioStreck/status/1783872785929900428?ref_src=twsrc%5Etfw">April 26, 2024</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
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Lenio Streck lança campanhaonabet redefinir senhadefesaonabet redefinir senhaJoão Cândido após nota do comandante da Marinha

247 - O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) publicou nesta quinta-feira (25) uma notaonabet redefinir senharepúdioonabet redefinir senharesposta a uma nota assinada pelo comandante da Marinha, o Almiranteonabet redefinir senhaEsquadra Marcos Sampaio Olsen, que poronabet redefinir senhavez se manifestou contra a inclusão do nomeonabet redefinir senhaJoão Cândido Felisberto, líder da Revolta da Chibata, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.
A nota do almirante foi enviada à presidência da Comissãoonabet redefinir senhaCultura da Câmara dos Deputados. A homenagem, proposta por Lindbergh, a João Cândido já foi aprovada no Senado e agora é debatida na Câmara.&nbsp;
Na nota, Olsen diz que homenagear João Cândido ou "qualquer outro participante daquela deplorável página da história nacional" passaria o recado aos militaresonabet redefinir senhaque é correto "recorrer às armas que lhes foram confiadas para reivindicar suposto direito individual ouonabet redefinir senhaclasse".
A Revolta da Chibata, liderada por João Cândido, conhecido como "Almirante Negro", consistiuonabet redefinir senhaum movimentoonabet redefinir senharebeliãoonabet redefinir senhamarinheiros contra as péssimas condiçõesonabet redefinir senhatrabalho e o usoonabet redefinir senhacastigos físicos, como chibatadas, pelos oficiais da Marinha. A revolta foi reprimida pelo governo, mas resultou na abolição dos castigos físicos na Marinha brasileira. Sobre as chibatadas, Olsen manifestou: "os castigos físicos levados a cabo nos navios, prática inaceitável, sob perspectiva alguma, e absolutamente incompatível com os caros preceitos morais observados pela sociedade contemporânea, foram reconhecidos, posteriormente, como equivocados e indignos, e os insurgentes, inclusive, anistiados. Porém, resta notável diferença entre reconhecer um erro e enaltecer um heroísmo infundado".
Lindbergh Farias disse ser preciso "repudiar com veemência a nota da Marinha do Brasil contra a inclusãoonabet redefinir senhaJoão Cândido no Panteão dos Heróis Nacionais”. “É um absurdo que o almirante Olsen defina João Cândido como um mero 'insurgente' e classifique a revolta legítima da Chibata como ‘deplorável página da história nacional’.&nbsp;
“A homenagem tem não só o objetivoonabet redefinir senhavalorizar nossas figuras negras históricas,onabet redefinir senhamodo a promover uma reparação pelo triste capítulo da escravidão, mas tambémonabet redefinir senhatrazer o legado do povo negro e o enfrentamento inadiável ao racismo institucional tão presente na sociedade. A inclusãoonabet redefinir senhaJoão Cândido no Panteão dos Heróis Nacionais é urgente e necessária e a nota da Marinha é inaceitável. Não vamos construir um país justo e verdadeiramente democrático fugindo das nossas trágicas injustiças e desigualdades. ‘Remoer o passado’ é necessário para corrigir o racismo estrutural ainda presente na nossa sociedade”, afirmou o deputado

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Marinha usou livro que relativiza tortura para criticar João Cândido no Livro dos Heróis da Pátria

Criticado, comandante da Marinha volta a se posicionar contra a inclusãoonabet redefinir senhaJoão Cândido no Livroonabet redefinir senhaHeróis da Pátria

Filhoonabet redefinir senhaJoão Cândido rebate Marinha: “meu pai é um herói popular”

Lenio Streck lança campanhaonabet redefinir senhadefesaonabet redefinir senhaJoão Cândido após nota do comandante da Marinha

Lindbergh repudia nota da Marinha contra inclusãoonabet redefinir senhaJoão Cândido no Livro dos Heróis da Pátria