247 - A carta enviada pela Marinha à Câmara dos Deputados para rechaçar a inclusãosportingbet emailJoão Cândido, o Almirante Ngegro, no Livro dos Heróis da Pátria foi baseada no livro “Revolta dos Marinheiros, 1910”, escrito por Hélio Leôncio Martins e publicado pela própria Força. A obra relativiza a tortura, minimizando chibatadas, e traz ofensas contra o marinheiro líder da Revolta da Chibata.
O <a href="https://www.metropoles.com/colunas/guilherme-amado/marinha-criticou-joao-candido-baseada-em-obra-que-relativiza-tortura">jornal Metrópoles</a> teve acesso a quais documentos basearam a carta,sportingbet emailque Marcos Sampaio Olsen, comandante da Marinha, chama o motimsportingbet email“deplorável” e classifica a condutasportingbet emailCândido como “reprovável”.O livrosportingbet emailHélio Martins omite a menção à chibata, que nomeou a revolta dos marinheirossportingbet email1910, e diz que as torturas aplicadas eram reação a “maus instintos” dos marujos.
“Os crimes cometidos a bordo eramsportingbet emailtal monta, o pessoal,sportingbet emailgrande parte, primitivosportingbet emailsuas manifestaçõessportingbet emailselvageria, com agressões, roubos, mortes, que a argumentação do partido da chibata acabava vencedora”, diz a obra. O livro também critica a politização &nbsp;e culpa a esquerda por dar notoriedade à Revolta da Chibata. “Escritoressportingbet emailesquerda utilizaram a sublevação, puramente militar que foi, para transformá-lasportingbet emailum movimento popular”
O autor também apresenta, na íntegra, uma carta anônima que desqualifica João Cândido. “João Cândido era odiado por quase todos os companheiros, pois era um tipo adulador, chaleira dos oficiais, capazsportingbet emaillimpar-lhes com a língua a sola dos sapatos. Era um dos timoneirossportingbet emailbordo, cousa que qualquer analfabeto podia ser”.
A historiografia brasileira, no entanto, vai na contramão da obra citada pelo comandante da Marinha. Segundo o livro “Brasil: uma biografia”,sportingbet emailLilia Schwarcz, a torturasportingbet emailmarinheiros era resquício da escravidão, abolidasportingbet email1888. “Se o sistema [escravidão] acabarasportingbet email1888, a sevícia continuava firme na Marinha, e amparada no corpo da lei, que arrogava a ela o podersportingbet email‘quebrar o mau gênio dos rebeldes”, afirmou o livro, que também descreve Cândido como um herói popular.
A propostasportingbet emailinclusãosportingbet emailJoão Cândido no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria foi apresentada na Câmara pelo deputado Lindbergh Farias e está sendo relatada por Benedita da Silva, ambos do PT do Riosportingbet emailJaneiro.&nbsp;

Marcos Sampaio Olsen | João Cândido Felisberto

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Brasil

Marinha usou livro que relativiza tortura para criticar João Cândido no Livro dos Heróis da Pátria

247 - O comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, reafirmou nesta segunda-feira (29)sportingbet emailposiçãosportingbet emailrelação à não inclusãosportingbet emailJoão Cândido, o Almirante Negro, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Em declarações à imprensa durante um evento sobre transição energética no mar, segundo o jornal <a href="https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2024/04/30/comandante-da-marinha-nega-racismo-e-vies-ideologico-em-critica-por-homenagem-a-joao-candido-o-almirante-negro.ghtml">O Globo</a>, Olsen afirmou quesportingbet emaildecisão não foi motivada por questões ideológicas ou racistas.
De acordo com Olsen, a posição contrária à homenagem a João Cândido está fundamentadasportingbet emailuma análise dos fatos históricos relacionados à Revolta da Chibata, na qual João Cândido foi uma figura central. Ele destacou que a Marinha se posiciona com base no "mérito" e citou o exemplosportingbet emailoutro herói naval, Marcílio Dias, como um exemplosportingbet emailreconhecimento.
O comandante também alegou quesportingbet emailposição não é uma questãosportingbet emaildiscriminação racial, mas sim uma avaliação dos eventos históricos e dos valores da instituição. Ele enfatizou que a Marinha reconhece os erros do passado, como os castigos físicos praticados nos navios, mas que isso não implica automaticamente no reconhecimentosportingbet emailum "heroísmo infundado".
A declaração Olsen gerou revolta na Comissãosportingbet emailCultura da Câmara dos Deputados, com críticas vindas principalmente da base governista. Deputados que apoiam a inclusãosportingbet emailJoão Cândido na listasportingbet emailheróis nacionais se reuniram com seu filho, Adalberto Cândido, que reiterou a importância do pai como um herói para o país, independentementesportingbet emailreconhecimento oficial da Marinha.
A propostasportingbet emailinclusãosportingbet emailJoão Cândido no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria foi apresentada na Câmara pelo deputado Lindbergh Farias e está sendo relatada por Benedita da Silva, ambos do PT do Riosportingbet emailJaneiro.&nbsp;

Criticado, comandante da Marinha volta a se posicionar contra a inclusãosportingbet emailJoão Cândido no Livrosportingbet emailHeróis da Pátria

Por Leo Rodrigues, repórter da Agência Brasil - Após a Marinha se manifestar contra o reconhecimentosportingbet emailJoão Cândido como herói da pátria, o único filho vivo do líder da Revolta da Chibata criticou o posicionamento, mas diz que não se surpreende. Adalberto Cândido, conhecido como seu Candinho, avalia que há uma aversão à figurasportingbet emailJoão Cândido e conta que os familiares nunca foram procurados pela Marinha.&nbsp;
"Ela não se envolvesportingbet emailnenhum evento relacionado com meu pai. Quando houve a cerimôniasportingbet emailinstalação da estátua do meu pai na Praça XV, no Riosportingbet emailJaneiro, não tinha ninguém da Marinha presente. Parece que nutrem um ódio. Eles deviam agradecer aos marinheiros por terem feito a Marinha evoluir. Mas não quero que meu pai seja herói da Marinha, quero que seja um herói do povo. Meu pai é um herói popular. A verdade é que a Marinha não se atualizou como deveria", disse seu Candinho,sportingbet emailentrevista à Agência Brasil nesta sexta-feira (26).
A inclusãosportingbet emailJoão Cândido no Livrosportingbet emailHeróis e Heroínas da Pátria depende da aprovação do Projetosportingbet emailLei 4046/2021, atualmente tramitando na Comissãosportingbet emailCultura da Câmara dos Deputados. Na segunda-feira (22), a Marinha enviou uma carta oficial endereçada ao deputado federal Aliel Machado (PV), que preside a comissão. Deflagrada no Riosportingbet emailJaneirosportingbet email1910 como reação aos castigos corporais aplicados aos marinheiros, a Revolta da Chibata foi descrita pela Marinha como uma "deplorável página da história nacional" que se deu pela "ação violentasportingbet emailabjetos marinheiros".
A carta foi assinada pelo comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen. "A Força Naval não vislumbra aderência da atuaçãosportingbet emailJoão Cândido Felisberto na Revolta dos Marinheiros com os valoressportingbet emailheroísmo e patriotismo; e sim, flagrante que qualifica reprovável exemplosportingbet emailconduta para o povo brasileiro", registra o texto.
O Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria é um livrosportingbet emailaço voltado para perpetuar, através do registro do nome, a memória dos brasileiros que se destacaram na história do país. Desde que foi criado,sportingbet email1992, já foram homenageados 64 pessoas, entre eles Tiradentes, Anita Garibaldi, Chico Mendes, Zumbi dos Palmares, Machadosportingbet emailAssis e Santos Dumont. Ele fica depositado no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, monumento localizadosportingbet emailBrasília. A inclusãosportingbet emailnovos nomes só ocorre mediante aprovaçãosportingbet emaillei pelo Congresso Nacional.
Na carta enviada à Comissãosportingbet emailCultura da Câmara dos Deputados, o comandante Olsen classifica a revolta como "subversão" e "rupturasportingbet emailpreceitos constitucionais organizadores das Forças Armadas". Ele sustenta que houve desrespeito à hierarquia e à disciplina e menciona ainda que inocentes morreram no episódio.
Seu Candinho contesta. Segundo ele, a Marinha naquela época desrespeitava suas próprias regras internas, prática que mudou graças ao movimento dos marinheiros. "Não havia essa disciplina. Pelo código disciplinar, o limite eram 25 chibatadas. Deram 250sportingbet emailum marinheiro".
Embora reconheça o "justo pleito pela revogação da prática repulsiva do açoite", Olsen alega que os marinheiros estavam interessadossportingbet email"vantagens corporativistas e ilegítimas". Também consta no texto que o reconhecimentosportingbet emailJoão Cândido como herói passaria a "mensagemsportingbet emailque é lícito recorrer às armas que lhe foram confiadas para reivindicar suposto direito individual ousportingbet emailclasse".
Em postagens nas suas redes sociais, o deputado federal Lindbergh Farias (PT), autor do Projetosportingbet emailLei 4046/2021, manifestou indignação com a posição da Marinha. "A nossa luta para ver João Cândido herói nacional não vai parar", escreveu o deputado, compartilhando também imagenssportingbet emailuma visita feita a seu Candinho nesta sexta-feira (26).
Riosportingbet emailJaneiro (RJ), 08/11/2023 - Entrevista com Adalberto Cândido, o Candinho, filhosportingbet emailJoão Cândido Felisberto, o marinheiro líder da Revolta da Chibata, conhecido como Almirante Negro. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Riosportingbet emailJaneiro (RJ), 08/11/2023 - Adalberto Cândido, o Candinho, filhosportingbet emailJoão Cândido Felisberto, o marinheiro líder da Revolta da Chibata, conhecido como Almirante Negro. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Tramitação - O Projetosportingbet emailLei 4046/2021 já foi aprovado no Senado Federal. Na Câmara dos Deputados, embora tramitando há maissportingbet emaildois anos, ele ainda encontra-se nas primeiras etapas. A Comissãosportingbet emailCultura deve ser a primeira a analisá-lo. A deputada Benedita da Silva (PT) foi designada relatora e apresentou seu parecersportingbet emailjulhosportingbet email2022, mas até hoje ele não foi votado. A parlamentar se manifestousportingbet emailforma favorável e considera que a inclusãosportingbet emailJoão Cândido no Livrosportingbet emailHeróis e Heroínas da Pátria seria uma "reparação histórica".
"Somentesportingbet email2008, no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi sancionada anistia póstuma ao marinheiro João Cândido e colocada na Praça XV, na cidade do Riosportingbet emailJaneiro, uma estátuasportingbet emailhomenagem àsportingbet emailbravura e heroísmo, depoissportingbet emailmuita resistência da Marinha", registra o relatório da parlamentar. A estátua que ela menciona foi revitalizadasportingbet email2022 e transferida para a Praça Marechal Âncora, localizadasportingbet emailfrente para o mar.
O Ministério Público Federal (MPF) também encaminhou um posicionamento favorável ao projetosportingbet emailnovembro do ano passado. No documento, cita-se uma tentativasportingbet emailsilenciamento da históriasportingbet emailJoão Cândido. Há também críticas diretas à posição que vem sendo adotada pela Marinha, acusadasportingbet emailpromover "esquecimentos das chibatadas, dos castigos corporais e da resistência contra o tratamento desumano sofrido por aqueles marinheiros".
Há um inquérito do MPFsportingbet emailandamento voltado para para fortalecer a memóriasportingbet emailtorno do legadosportingbet emailJoão Cândido, o que inclui, por exemplo, a criaçãosportingbet emailmuseus. Além disso, há uma cobrança para que a anistia concedidasportingbet email2008 produza efeitos e gere compensação financeira àsportingbet emailfamília. Para o MPF, é preciso levarsportingbet emailconta o direito às promoções que João Cândido teria se não tivesse sido expulso da Marinha e a pensão por morte.
Nesta quarta-feira (24), durante uma audiência na Câmara dos Deputados, o MPF voltou a reforçarsportingbet emailposição. O procurador da República, Julio Araujo, destacou na ocasião que a atuaçãosportingbet emailJoão Cândido e seus companheiros foi fundamental para promover mudanças na Marinha, abolindo práticas abomináveis e contribuindo para uma instituição mais justa e deixando para trás práticas do período da escravidão.
Amor pela Marinha - "Meu pai dizia que amava a Marinha, independentesportingbet emailtudo o que ele passou", conta seu Candinho. Seu relato coincide com a conclusãosportingbet emailpesquisas realizadas pelo historiador e professor da Universidade Federal do Riosportingbet emailJaneiro (UFRJ), José Murilosportingbet emailCarvalho. Na décadasportingbet email1980, ele publicou um artigo traçando o perfilsportingbet emailJoão Cândido. Emsportingbet emailanálise, ele levousportingbet emailconta bordados que o marinheiro produziu durante horas vagas a bordosportingbet emailum navio. Em um deles, foi grafado as palavras "liberdade" e "ordem", conceitos que bem poderiam ser considerados antagônicos.
"João Cândido cresceu numa instituição militar onde prevalece a disciplina. Além disso, o lema republicano 'ordem e progresso' tinha forte influência entre os marinheiros. Mesmo apóssportingbet emailexpulsão, João Cândido manteve um relacionamento sentimental com a instituição. Ele foi visto idoso se despedindo quando o navio Minas Geraes foi desligado. A liberdade, para ele, significava o direito a um tratamento que não fosse assemelhado aos escravos, como os próprios marinheiros diziam. Mas sem perdersportingbet emailvista a importância da disciplina", explicou José Murilosportingbet emailCarvalho alguns anos atrássportingbet emailentrevista à EBC.
Na ocasião, o historiador também destacou que a reputaçãosportingbet emailJoão Cândido se tornou alvosportingbet emaildisputa após o fim da revolta. "De um lado, ele era vilipendiado pelo discurso oficial e,sportingbet emailoutro, passou a ser exaltado e transformado num mito, sobretudo pelo movimento negro. Sua reputação ficou entre a calúnia e a mitificação".
Revolta da Chibata - Filhosportingbet emailex-escravos, João Cândido nasceu no anosportingbet email1880sportingbet emailuma fazenda cuja localização situa-se dentro dos atuais limites do municípiosportingbet emailEncruzilhada do Sul (RS). Ele ingressou na Marinha aos 15 anossportingbet emailidade. Porsportingbet emailatuação à frente da Revolta da Chibata, foi apelidadosportingbet emailalmirante negro. A mobilização que ele liderou entre os dias 22 e 27sportingbet emailnovembrosportingbet email1910 contestava os baixos salários, a ausênciasportingbet emailum planosportingbet emailcarreira e, sobretudo, as chicotadas aplicadas como punições.
A revolta envolveu a tomadasportingbet emailembarcações atracadas na Baíasportingbet emailGuanabara. A primeira delas foi o navio Minas Geraes e logo se expandiu. Posteriormente, eles assumiram o controle das embarcações São Paulo, Bahia e Deodoro, direcionaram canhões para o Riosportingbet emailJaneiro e fizeram alguns disparos. João Cândido seria posteriormente homenageado porsportingbet emailliderança, na letra da música “Mestre Sala dos Mares”, composta por Aldir Blanc na décadasportingbet email1970.
Diante das ameaças, foi anunciado o fim dos castigos corporais e a anistia aos revoltosos, o que levou os marinheiros a encerrarem a mobilização. Apesar da promessa, diversos participantes foram presos ou expulsossportingbet emailMarinha. João Cândido e outros líderes chegaram a ser enviados para a solitária no Batalhão Naval na Ilha das Cobras, no Riosportingbet emailJaneiro. Posteriormente, foram excluídos da Marinha. Quando morreusportingbet email1969, ele moravasportingbet emailuma casasportingbet emailuma rua sem saneamento básico ou luz elétrica. Com 89 anos, ele faleceusportingbet emaildecorrênciasportingbet emailum câncersportingbet emailintestino e passou seus últimos dias no Hospital Getúlio Vargas, no Riosportingbet emailJaneiro.

Filhosportingbet emailJoão Cândido rebate Marinha: “meu pai é um herói popular”

247 - O jurista Lênio Streck usou as redes sociais para lançar uma campanhasportingbet emaildefesa do marinheiro João Cândido Felisberto, quesportingbet email1910 , liderou um gruposportingbet emailcercasportingbet email2 mil marinheiros insurretos contra as precárias condiçõessportingbet emailtrabalho e os castigos físicos, especialmente o uso do açoite como formasportingbet emailpunição, no que ficou conhecido como a “revolta da chibata”.
“Minha campanha: “SOMOS TODOS JOÃO CANDIDO”! Temossportingbet emailmostrar indignação contra a fala do Almirante Olsen, para quem o marinheiro que se revoltou contra o uso da chibata não deve ser considerado herói. Viva João Cândido!! Espalhem”, escreveu Streck na rede social X, antigo Twitter.&nbsp;
A postagem foi feita na esteira da polêmica geradasportingbet emaildecorrência das críticas feitas por meiosportingbet emailnota pelo comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, ao projetosportingbet emaillei que propõe a inclusãosportingbet emailJoão Cândido no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Segundo Olsen, homenagear o militar representaria a celebraçãosportingbet emailum exemplosportingbet emailconduta "reprovável”.&nbsp;
O almirante também descreveu os marinheiros que participaram da revolta, incluindo Cândido, como abjetos e afirmou que homenageá-los seria equivalente a exaltar características que não favorecem "o pleno estabelecimento e manutenção do verdadeiro Estado democráticosportingbet emailDireito".&nbsp;
ENTENDA - A Revolta da Chibata foi um movimentosportingbet emailinsurreição ocorridosportingbet email1910, protagonizado por marinheiros da Marinha do Brasil. O evento teve lugar no Riosportingbet emailJaneiro, então capital do Brasil, entre os dias 22 e 26sportingbet emailnovembro. O líder mais conhecido dessa revolta foi João Cândido Felisberto, apelidadosportingbet email"Almirante Negro".
Os marinheiros rebelaram-se contra as condições desumanas a que estavam submetidos, especialmente o usosportingbet emailcastigos corporais, como a chibata, que ainda eram práticas comuns e sancionadas pela legislação naval da época. Naquele período, a Marinha brasileira estava passando por um processosportingbet emailmodernização, adquirindo novos navios e equipamentos, porém, as condiçõessportingbet emailvida e a disciplina nas embarcações mantinham-se arcaicas e severas.
Durante a revolta, os marinheiros tomaram controlesportingbet emailquatro naviossportingbet emailguerra: Minas Geraes, São Paulo, Bahia e Deodoro, e ameaçaram bombardear a cidade do Riosportingbet emailJaneiro se suas demandas por melhores condiçõessportingbet emailtrabalho e a abolição dos castigos físicos não fossem atendidas.
O governo brasileiro, presidido por Hermes da Fonseca, inicialmente tentou negociar, prometendo anistia e a suspensão dos castigos. Os marinheiros desocuparam os navios após o governo se comprometer com essas reformas. No entanto, embora a revolta tenha resultado na proibição do uso da chibata, muitos dos líderes e participantes sofreram perseguições e represálias nos anos subsequentes. João Cândido, por exemplo, foi preso e internadosportingbet emailum hospital psiquiátrico, sofrendo por muitos anos as consequênciassportingbet emailsua liderança na revolta.
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">Minha campanha: “SOMOS TODOS JOÃO CANDIDO”! Temossportingbet emailmostrar indignação contra a fala do Almirante Olsen, para quem o marinheiro q se revoltou contra o uso da chibata não deve ser considerado herói. Viva João Cândido!! Espalhem.&mdash; Lenio Luiz Streck (@LenioStreck) <a href="https://twitter.com/LenioStreck/status/1783872785929900428?ref_src=twsrc%5Etfw">April 26, 2024</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
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Lenio Streck lança campanhasportingbet emaildefesasportingbet emailJoão Cândido após nota do comandante da Marinha

247 - O comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, expressou críticas ao projetosportingbet emaillei que propõe a inclusãosportingbet emailJoão Cândido Felisberto, líder da Revolta da Chibatasportingbet email1910, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. Olsen argumentou que homenagear o militar representaria a celebraçãosportingbet emailum exemplosportingbet emailconduta "reprovável" para os brasileiros, informa a <a href="https://www1.folha.uol.com.br/poder/2024/04/chefe-da-marinha-critica-titulo-de-heroi-a-joao-candido-e-fala-em-reprovavel-exemplo.shtml">Folhasportingbet emailS. Paulo</a>.&nbsp;
Ele descreveu os marinheiros que participaram da revolta, incluindo Cândido, como abjetos e afirmou que homenageá-los seria equivalente a exaltar características que não favorecem "o pleno estabelecimento e manutenção do verdadeiro Estado democráticosportingbet emailDireito". Ele classificou o evento como vergonhoso e deplorável.
"Aponto, por conseguinte, que incluir, no Livrosportingbet emailHeróis da Pátria, João Cândido Felisberto ou qualquer outro participante daquela deplorável página da história nacional [...] seria o mesmo que transmitir à sociedade,sportingbet emailparticular, aos militaressportingbet emailhoje, que é lícito recorrer às armas que lhes foram confiadas para reivindicar suposto direito individual ousportingbet emailclasse".&nbsp;
ENTENDA - A Revolta da Chibata foi um movimentosportingbet emailinsurreição ocorridosportingbet email1910, protagonizado por marinheiros da Marinha do Brasil. O evento teve lugar no Riosportingbet emailJaneiro, então capital do Brasil, entre os dias 22 e 26sportingbet emailnovembro. O líder mais conhecido dessa revolta foi João Cândido Felisberto, apelidadosportingbet email"Almirante Negro".
Os marinheiros rebelaram-se contra as condições desumanas a que estavam submetidos, especialmente o usosportingbet emailcastigos corporais, como a chibata, que ainda eram práticas comuns e sancionadas pela legislação naval da época. Naquele período, a Marinha brasileira estava passando por um processosportingbet emailmodernização, adquirindo novos navios e equipamentos, porém, as condiçõessportingbet emailvida e a disciplina nas embarcações mantinham-se arcaicas e severas.
Durante a revolta, os marinheiros tomaram controlesportingbet emailquatro naviossportingbet emailguerra: Minas Geraes, São Paulo, Bahia e Deodoro, e ameaçaram bombardear a cidade do Riosportingbet emailJaneiro se suas demandas por melhores condiçõessportingbet emailtrabalho e a abolição dos castigos físicos não fossem atendidas.
O governo brasileiro, presidido por Hermes da Fonseca, inicialmente tentou negociar, prometendo anistia e a suspensão dos castigos. Os marinheiros desocuparam os navios após o governo se comprometer com essas reformas. No entanto, embora a revolta tenha resultado na proibição do uso da chibata, muitos dos líderes e participantes sofreram perseguições e represálias nos anos subsequentes. João Cândido, por exemplo, foi preso e internadosportingbet emailum hospital psiquiátrico, sofrendo por muitos anos as consequênciassportingbet emailsua liderança na revolta.

Comandante da Marinha se revolta contra inclusãosportingbet emailJoão Cândido no Livro dos Heróis da Pátria

247 - O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) publicou nesta quinta-feira (25) uma notasportingbet emailrepúdiosportingbet emailresposta a uma nota assinada pelo comandante da Marinha, o Almirantesportingbet emailEsquadra Marcos Sampaio Olsen, que porsportingbet emailvez se manifestou contra a inclusão do nomesportingbet emailJoão Cândido Felisberto, líder da Revolta da Chibata, no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria.
A nota do almirante foi enviada à presidência da Comissãosportingbet emailCultura da Câmara dos Deputados. A homenagem, proposta por Lindbergh, a João Cândido já foi aprovada no Senado e agora é debatida na Câmara.&nbsp;
Na nota, Olsen diz que homenagear João Cândido ou "qualquer outro participante daquela deplorável página da história nacional" passaria o recado aos militaressportingbet emailque é correto "recorrer às armas que lhes foram confiadas para reivindicar suposto direito individual ousportingbet emailclasse".
A Revolta da Chibata, liderada por João Cândido, conhecido como "Almirante Negro", consistiusportingbet emailum movimentosportingbet emailrebeliãosportingbet emailmarinheiros contra as péssimas condiçõessportingbet emailtrabalho e o usosportingbet emailcastigos físicos, como chibatadas, pelos oficiais da Marinha. A revolta foi reprimida pelo governo, mas resultou na abolição dos castigos físicos na Marinha brasileira. Sobre as chibatadas, Olsen manifestou: "os castigos físicos levados a cabo nos navios, prática inaceitável, sob perspectiva alguma, e absolutamente incompatível com os caros preceitos morais observados pela sociedade contemporânea, foram reconhecidos, posteriormente, como equivocados e indignos, e os insurgentes, inclusive, anistiados. Porém, resta notável diferença entre reconhecer um erro e enaltecer um heroísmo infundado".
Lindbergh Farias disse ser preciso "repudiar com veemência a nota da Marinha do Brasil contra a inclusãosportingbet emailJoão Cândido no Panteão dos Heróis Nacionais”. “É um absurdo que o almirante Olsen defina João Cândido como um mero 'insurgente' e classifique a revolta legítima da Chibata como ‘deplorável página da história nacional’.&nbsp;
“A homenagem tem não só o objetivosportingbet emailvalorizar nossas figuras negras históricas,sportingbet emailmodo a promover uma reparação pelo triste capítulo da escravidão, mas tambémsportingbet emailtrazer o legado do povo negro e o enfrentamento inadiável ao racismo institucional tão presente na sociedade. A inclusãosportingbet emailJoão Cândido no Panteão dos Heróis Nacionais é urgente e necessária e a nota da Marinha é inaceitável. Não vamos construir um país justo e verdadeiramente democrático fugindo das nossas trágicas injustiças e desigualdades. ‘Remoer o passado’ é necessário para corrigir o racismo estrutural ainda presente na nossa sociedade”, afirmou o deputado

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