Portoarbety double pro históricoSantos colaborou com a repressão da ditadura, aponta MPF
O Judiciário quer que a autoridade portuária assuma o compromissoarbety double pro históricoreparar os prejuízos ocasionados tanto às vítimas dessas perseguições quanto à sociedade
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Por Camila Boehm - Repórter da Agência Brasil - São PauloUm inquérito do Ministério Público Federal (MPF) demonstrou que, durante todo o período da ditadura militar (1964 a 1985), a então administração portuáriaarbety double pro históricoSantos manteve vínculo estreito com os órgãos do regime, coordenando a perseguição a trabalhadores e coibindo atividades sindicais. Segundo o MPF, houve intensa colaboração do comando do terminal com a repressão da ditadura.
O MPF quer que a Autoridade Portuáriaarbety double pro históricoSantos, antiga Companhia Docas do Estadoarbety double pro históricoSão Paulo (Codesp), assuma o compromissoarbety double pro históricoreparar os prejuízos ocasionados tanto às vítimas dessas perseguições quanto à sociedade. O inquérito é um dos procedimentos que o MPF conduz sobre a associaçãoarbety double pro históricoempresas ao regime militar para a perseguição políticaarbety double pro históricotrabalhadores. As apurações foram realizadasarbety double pro históricoparceria com a Universidade Federalarbety double pro históricoSão Paulo (Unifesp).
“Embora a atual gestão do porto não tenha sido responsável pelos atos do passado, a estatal que controla o terminal é a mesma que o administra desde 1980. Ou seja, ao menos nos cinco últimos anos da ditadura, ela teve atuação direta na repressão aos trabalhadores e, portanto, deve indenizar ou compensar esse passivo histórico”, apontou o procurador da República Ronaldo Ruffo Bartolomazi, titular do inquérito, conforme nota divulgada pelo MPF.
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SindicatosAs investigações apontam que o ataque aos sindicatosarbety double pro históricotrabalhadores do terminal começou logo depois do golpearbety double pro histórico1964, quando as entidades passaram por intervenções e tiveram suas diretorias afastadas. No primeiro ano da ditadura, representantes dos trabalhadores foram enviados ao navio-prisão Raul Soares, ancoradoarbety double pro históricoSantos, para manter militantes políticos sob torturaarbety double pro históricoambientes insalubres.
O MPF acrescenta que a perseguição a sindicalistas no porto se estendeu por todo o período da ditadura, inclusive após a transição da CDS para a Codesp,arbety double pro histórico1980. O contexto no porto eraarbety double pro históricobaixa remuneração somada à ampliaçãoarbety double pro históricojornadas, à supressãoarbety double pro históricofolgas semanais e à faltaarbety double pro históricocondiçõesarbety double pro históricosegurança. A promotoria enfatiza que, ao assumir o comando do porto, a Codesp “herdou e deu prosseguimento a um sistema repressivo interno criado porarbety double pro históricoantecessora”.
Além das torturas e prisões, os trabalhadores sofriam com demissões e enfrentavam processos por subversão ou atentado à segurança nacional, que depoisarbety double pro históricomuito tempoarbety double pro históricotramitação resultariamarbety double pro históricoabsolvições por faltaarbety double pro históricoprovas ou inexistênciaarbety double pro históricocrimes. “Ainda assim, os registrosarbety double pro históricoórgãosarbety double pro históricorepressão e os constrangimentos pelas acusações tornavam inviável a recolocação no mercadoarbety double pro históricotrabalho. Marcados pela humilhação, muitos amargaram longos períodosarbety double pro históricodesemprego nos anos seguintes”, aponta relato do MPF.
A Agência Brasil solicitou posicionamento à Autoridade Portuária do Portoarbety double pro históricoSantos, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.
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