Juros do cartãocrédito sobem e atingem 429,5% ao anojunho
Em 12 meses, entretanto, os juros da modalidade caíram 6,3 pontos percentuais
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Por Andreia Verdélio, repórter da Agência Brasil - A taxa médiajuros do cartãocrédito rotativo teve alta7,1 pontos percentuais para as famílias, passando422,4% ao ano,maio, para 429,5% ao anojunho deste ano. Em 12 meses, entretanto, os juros da modalidade caíram 6,3 pontos percentuais. Os dados estão nas Estatísticas Monetárias eCrédito divulgadas nesta sexta-feira (26) pelo Banco Central (BC).O crédito rotativo dura 30 dias e é aquele tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. Ou seja, contrai um empréstimo e começa a pagar juros sobre o valor que não conseguiu quitar.
A modalidade tem as taxas mais altas do mercado. Em janeiro deste ano, entrouvigor a lei que limita os juros do rotativo a 100% do valor da dívida, mas a medida não afeta a taxajuros pactuada no momento da concessão do crédito. Como ela só se aplica a novos financiamentos, não houve impacto na apuração estatísticajunho.
Após os 30 dias, as instituições financeiras parcelam a dívida do cartãocrédito. No caso do cartão parcelado, os juros caíram 5,4 pontos percentuais no mês e 15,6 pontos percentuais12 meses para 180,5% ao ano.
No crédito livre, os bancos têm autonomia para emprestar o dinheiro captado no mercado e definir as taxasjuros cobradas dos clientes. Já no crédito direcionado, as regras são definidas pelo governo, e se destinam, basicamente, aos setores habitacional, rural,infraestrutura e ao microcrédito.
No caso do crédito direcionado, a taxa média para pessoas físicas ficou10,1% ao anojunho, aumento0,2 ponto percentual no mês e recuo1,6 ponto percentual12 meses. Para as empresas, a taxa subiu 0,6 ponto percentual no mês e 0,5 ponto percentual12 meses, para 12,4% ao ano. No total, a taxa média do crédito direcionado ficou10,6% ao ano no mês passado, acréscimo0,2 ponto percentual no mês e queda1,1 ponto percentual12 meses.
Com isso, a taxa médiajuros das concessõescrédito, considerando todos os segmentos, segue desacelerando e alcançou 27,86% ao anojunho, redução0,42 ponto percentual no mês e3,8 pontos percentuais12 meses. O pico dos juros aconteceumaio do ano passado, quando chegou a 32,2% ao ano.
O comportamento dos juros bancários médios ocorreum momentoque a taxa básicajuros da economia, a Selic, vinha sendo reduzida. A Selic é o principal instrumento do BC para controlar a inflação e, com o controle dos preços, desde agosto do ano passado, o BC cortou a Selic por sete vezes consecutivas.
O estoquetodos os empréstimos concedidos pelos bancos ficouR$ 6,018 trilhões, um crescimento1,2%relação maio e9,9%12 meses. O desempenho resultou da alta2,2% no estoquecrédito às empresas, que totalizou R$ 2,327 trilhões, e do aumento0,6% no crédito destinado às famílias, R$ 3,691 trilhões.
Já o saldo do crédito ampliado ao setor não financeiro, que é o crédito disponível para empresas, famílias e governos, independentemente da fonte (bancário, mercadotítulo ou dívida externa), alcançou R$ 17,410 trilhões, com alta2,2% no mês.
Os principais fatores do aumento mensal foram a elevação5% do saldoempréstimos externos,1,7%títulos públicosdívida e1,1% nos empréstimos do SFN. Na comparação interanual, o crédito ampliado cresceu 13,6%, destacando-se elevações dos mesmos componentes16,6%, 12,8% e 9,5%, respectivamente.
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