Fernando Morais: documentárioOliver Stone sobre Lula supera 'visão colonial'
A estreia mundial do novo documentário do cineasta estadunidense aconteceu no FestivalCannescinema e recebeu amplo apoio do público presente que aplaudiupé o longa
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Por Lucas Weber, BrasilFato - A estreia mundial do novo documentário do cineasta estadunidense Oliver Stone aconteceu na edição deste ano do FestivalCannescinema e recebeu amplo apoio do público presente que aplaudiupé o longa.Lula retrata a vida do presidente brasileiro desde a infância até a vitória2022. Stone veio ao Brasil para fazer entrevistas com Lula e, após a exibiçãoCannes, conversou por telefone com o presidente e prometeu voltar ao país para a estreiaterritório nacional, que ainda não tem data.
O filme também foi aprovado pelo principal biógrafo do presidente, Fernando Morais. O jornalista e escritor esteveCannes e presenciou a primeira exibição do documentário, que avaliou como "muito emocionante".
Mais do que isso, Morais defende que o filmeStone "mostra muitoum Brasil que o estrangeiro não está habituado a ver".
"Estes dois são, eu diria que, as duas mãos esquerdas do Stone", brinca Morais.
"Esse filme mostra o Lula dizendo o seguinte, 'os presidentes norte-americanos, inclusive os democratas, detestam o Brasil, a Hillary Clinton odeia o Brasil', ele diz com todas essas palavras: 'a Hillary Clinton odeia o Brasil'", conta o escritor.
Outro ponto alto do documentário para Morais foi a capacidadeStone ter contado sobre a história política do continente usando Lula como "narrador".
"A história do Lula passou a ser uma história referencialvários presidentes da América Latina dos últimos anos. É muito, muito interessante. Tem trechosdepoimentos do [Hugo] Chaves, do [Fernando] Lugo, do Paraguai, dos Kirchner, o Néstor e a Cristina, do Rafael Correia", conta.
Então eu fiquei até o dia da estreia, me obrigaram a me fantasiarpinguim, usar a gravata borboleta e tal e eu fiquei muito emocionado. Teve cenas muito bonitas no final do filme que o público se levantou e começou a aplaudir o Oliver.
Ele, que é um cara tímido, agradeceu e foi saindo do palco. E mesmo assim, o público continuou aplaudindo sem sentar, continuavapé. O que obriga a abrirem a cortinanovo e ele voltou. Então isso dá uma medidacomo o público reagiu.
Mas ainda assim eu tinha certo receio por saber do preconceito que Lula desperta no mundo inteiro e, sobretudo,países que têm uma visão colonial do Brasil.
Eu fiquei pensando, "bom, esse povo que veio aqui ou é cinéfilo ou é lulista, pode ser que seja uma coisa e outra". Mas a minha preocupação era a imprensa, a imprensa da Europa Ocidental que está cada dia mais reacionária.