<a href="https://apublica.org/2024/04/elon-musk-esta-engajado-com-extrema-direita-diz-advogada-e-ativista-de-direitos-digitais/?goal=0_069298921c-a2b07fc341-288864420&amp;mc_cid=a2b07fc341&amp;mc_eid=82232801e5">Agência Pública </a>- (Por Andrea DiP, Clarissa Levy, Ricardo Terto) - No domingo, dia 21majorsportabril, Bolsonaro mobilizou milharesmajorsporteleitores na praiamajorsportCopacabana. Em cimamajorsportum carromajorsportsom, o ex-presidente exaltou o dono da rede social X (antigo Twitter), o bilionário Elon Musk, que vem usando suas redes sociais para atacar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) AlexandremajorsportMoraes. De acordo com a advogada e ativistamajorsportdireitos digitais Estela Aranha, Bolsonaro aproveita o tema para engajar a base bolsonarista contra a corte.
A presidente da ComissãomajorsportProteçãomajorsportDados do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Estela Aranha, falou ao podcast Pauta Pública sobre a extrema direita nas redes. Na conversa, ela discute sobre a atitudemajorsportMusk e seus objetivos políticos por trás dos ataques. A ex-titular da SecretariamajorsportDireitos Digitais no Ministério da Justiça também compara a postura do Twittermajorsportsituaçõesmajorsportcrise e outras plataformas e afirma: Twitter e Telegram não colaboram com nenhuma autoridade.
Sobre o Twitter Files Brazil – conjuntomajorsporte-mails internosmajorsportfuncionários do Twitter sobre decisões judiciais entre 2020 e 2022, revelados pelo jornalista Michael Shellenberger –, Aranha afirma que os documentos misturam várias decisões judiciais para criar uma narrativamajorsportcensura. A estratégia, segundo ela, seria uma cópia do que foi feito nos EUA.
[Clarissa Levy] Na quarta-feira [17majorsportabril], a imprensa anunciou que Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, declarou querer fazer uma sessão no plenário para discutir a situação do X (antigo Twitter) e a liberdade dos parlamentares nas redes sociais. Lira disse querer ouvir o jornalista Michael Shellenberger, responsável por divulgar as informações do Twitter Files. Estela, você poderia explicar, desde o começo, o que foi os Twitter Files?&nbsp;
Segundo o jornalista Michael Shellenberger, duas semanas atrás, após pedidos, ele resolve divulgar o conjuntomajorsporte-mails que seriam chamados Twitter Files Brasil.
Exatamente o que aconteceu nos Estados Unidos, acontece aqui no Brasil. Nos EUA, a intenção era atacar o governo Biden, depois eles fizeram o mesmomajorsportoutros países. Esse grupo foi para o Reino Unido, Irlanda e fizeram exatamente o mesmo, como no Brasil, eles expõem correspondências do próprio time jurídico, comentam casos judiciais e, obviamente, reclamam das decisões desfavoráveis ao Twitter, uma vez que eles são advogados da empresa e querem recorrer.&nbsp;
Porém eles misturam um montemajorsportcoisas para compor uma narrativa.
Um exemplo é dizer que estãomajorsportum “complexo industrialmajorsportcensura”. Criar essa história sempre atribuindo ao ministro do Supremo Tribunal Federal AlexandremajorsportMoraes, como se ele fosse um líder desse “complexo”, e dizer que as decisões são contra a liberdademajorsportexpressão. Nos documentos, o jornalista sempre usa a palavra “decisões” para confundir, como se fossem decisões do governo contra a liberdademajorsportexpressão.&nbsp;
Shellenberger mistura casosmajorsportprimeira instância, casos que só comprovam que a Justiça estava funcionando. Por exemplo: um caso que o próprio jornalista admite que não tem nada a ver com Alexandre Moraes e a liberdademajorsportexpressão, que era sobre um procurador do Gaeco que estava fazendo uma investigação sobre tráficomajorsportdrogas e pediu acesso aos dados sem decisão judicial para o Twitter. A rede negou ceder os dados duas vezes, então ele tentou fazer um procedimento administrativo criminal contra esse advogado e a Justiça, que, pormajorsportvez, negou.
Os e-mails também misturam assuntos da Justiça Eleitoral com o Supremo Tribunal Federal. Shellenberger confunde tudo para criar essa narrativamajorsportum grande complexomajorsportcensura no Brasil. Faz parecer que a liberdademajorsportexpressão e a democracia no país estãomajorsportrisco para atacar as instituições e o ministro AlexandremajorsportMoraes. Juntam um montemajorsportcoisa que não tem nada a ver para fazer um ataque para desestabilizar o ministro AlexandremajorsportMoraes, o Supremo Tribunal Federal.
Justo agoramajorsportque estamos caminhando para a responsabilização da tentativamajorsportgolpemajorsportEstado no Brasilmajorsport8majorsportjaneiro e do ex-presidente Jair Bolsonaro. Eles estavam enfraquecidos nesses ataques contra a corte.
[Clarissa Levy] A partir das suas pesquisas e do seu trabalho na SecretariamajorsportDireitos Digitais, como você avalia a postura do Twitter no Brasil? E a postura do Elon Muskmajorsportdesafiar as autoridades estatais? Lembrando do contexto europeu, o Musk fez a empresa sairmajorsportum tratado que visava combater a desinformação digital. Você vê uma diferença significativa da postura do Twittermajorsportrelação às outras plataformas?&nbsp;
Há bastante diferença entre a postura do Twitter emajorsportoutras plataformas. Quando eu estava participando do governo, tinha muitas reuniões com secretários e órgãos internacionais, e esse assunto era uma unanimidade: as plataformas Telegram e Twitter não colaboram com nenhuma autoridade, no sentidomajorsportnão colaborarmajorsportrelação a crimes gravíssimos cometidos por meio das plataformas.&nbsp;
Tivemos um problema com o Twitter no Brasil com relação à Escola Segura. Um jornalista pediu um vídeo por meio da LeimajorsportAcesso à Informação (LAI) e divulgou uma reunião que tivemos na qual o Twitter considerava não retirar perfis do ar. Esse é um exemplo muito claro do que estavamajorsportjogo naquela reunião: era a persona do atacadormajorsportescola.
No perfil da rede social havia foto e nome dele, esse perfil publicava clipes audiovisuais glorificando um atiradormajorsportescola, com músicas que incentivam a atirarmajorsportcrianças. Nós pedimos para tirar o perfil do ar, pois estava tendo uma ondamajorsportataques às escolas, esses estimulados por postagensmajorsportredes sociais que causavam pânico e terror. Mães não queriam levar seus filhos para suas escolas, havia um problema gravemajorsportordem pública, emajorsportapologia ao crime, o menormajorsportidade não pode ser exposto pela lei, estava tudo errado.
Eles [o Twitter] diziam que aquilo não feria os termosmajorsportuso do site e por isso não iriam retirar os conteúdos do ar. Obviamente, houve uma reação grandiosamajorsporttodos os envolvidos, imprensa, sociedade e Ministério da Justiça. Foi a partir daí que eles passaram a colaborar nesse caso.
O Twitter e o Telegram sempre tiveram uma postura muito diferente comparados às outras redes sociaismajorsportrelação a colaborar para um ambiente mais seguro na internet, relacionado à proteção da criança e adolescente e ao cometimentomajorsportcrimes.&nbsp;
A moderação é muito pequena no Twitter, não se compara a outras redes sociais. Quando monitoramos por palavras-chave ou hashtags, é possível achar conteúdos que não são legais como: auto mutilaçãomajorsportcrianças, com as próprias crianças expondo e incentivando; exploração sexual infantil, conteúdo facilmente encontrado porque as outras redes têm moderação alta contra esse tipomajorsportmaterial; também é possível encontrar conteúdos relacionados a ataques terroristas, e isso tem relação com a saída da rede da iniciativa Christ Church Call – a iniciativa fala sobre não veicular imagensmajorsportataques massivos e terroristas, porque isso incentiva outros ataques e subcomunidadesmajorsportrelação ao cometimentomajorsportcrimes,majorsportespecial envolvendo crianças e adolescentes.&nbsp;
São coisas realmente chocantes, que não têm nenhum tipomajorsportmoderação e sãomajorsportfácil acesso. Toda vez que vou olhar isso, quando pesquiso para ver se está fácilmajorsportencontrar, a rede começa a me recomendar esse tipomajorsportconteúdo. Esses dias fui olhar e voltaram a me recomendar perfis relacionados. Ou seja, não é só fácilmajorsportencontrar na plataforma, não há moderaçãomajorsportmodo geral, mas também é recomendado pela plataforma.&nbsp;
No Brasil, quando denunciávamos, o Twitter tirava o conteúdo do ar, porém,majorsportoutros países, me diziam que a rede não tiravamajorsportmodo geral. Isso ocorreu porque, depois que fizemos a Escola Segura, houve uma pressão pública muito grande. A rede social não fazia uma moderação ativa, então, se a gente falava que aquele era um perfil terrorista, eles realmente tiravam do ar. Os outros países diziam que não tinham essa relação, mas nós conquistamos com muita negociação e debate, com engajamento da sociedade. Porém a moderação tem que ser feita antes, porque esse processo é como enxugar gelo.&nbsp;
[Clarissa Levy] Pensando nesse momento do Twitter com o Elon Musk e os ataques diretos contra o STF, e também na campanha que o Google e outras big techs fizeram na época da votação do PL das Fake News, que está por enquanto foramajorsportpauta. De que maneira você acha que essas campanhas tentam minar a confiança das pessoas nas instituições? Que tipomajorsportconsequências você acredita que isso pode trazer?&nbsp;
A discussão chamada PL das Fake News, que era no modo geral uma regulamentação das redes sociais, não trazia nenhum tipomajorsportcensura nem tinha nenhum órgãomajorsportgoverno que queria regulamentar o que cada um dizia na internet. Foi muito complicado porque eu acho que houve um abuso. Obviamente, todas as empresas podem fazer seus lobbies, no bom sentido, e mostrar seu pontomajorsportvista, mas nessa situação passou da boa-fé.&nbsp;
Algumas empresas, por meiomajorsportassociações, disseminaram fake news dizendo que teriam problemasmajorsportrelação à postagemmajorsportsalmos, porque a Bíblia supostamente teria trechos vedados por falar do papel da mulher. Foram mentiras que mobilizaram, por exemplo, o setor evangélico, com esse conteúdo bíblico nas redes sociais, o que é algo gravíssimo.&nbsp;
Cada empresa fez uma coisa, não podemos misturar todo mundo e tudo, mas tiveram casos muito gravesmajorsportmuita deslealdademajorsportrelação ao debate emajorsportmá-fé. É abusomajorsportpoder econômico, quando uma empresa que tem o monopólio coloca lá embaixo, no seu próprio buscador, um editorial defendendo seu pontomajorsportvista. &nbsp;
Foi tão complicado e ficou tão ruimmajorsportrelação a todos os órgãos oficiais. O próprio Legislativo, a Câmara e o Senado ficaram irritados com o que foi feito e recuaram. Já estamos com o problema desse clima institucional ruim, seria bom ter tido um debate justo e leal e que todos ouvissem um pontomajorsportvistamajorsportrelação ao outro, sem esses abusos.
Agora vem o Elon Musk atacando as instituições, mas acho que ele tem objetivos políticos atrás disso. Musk estava engajado no movimentomajorsportextrema direita com outros atores organizados. O Shellenberger já vem nesse movimento há muito tempo, com parlamentares e outros membros da extrema direita internacional e nacional.&nbsp;
Shellenberger veio para o Brasil fazer um evento com parlamentares da extrema direita, está viajando pelo país e faz lives com estes parlamentares. É tudo muito organizado, mas acho que não é só essa questão do debate da regulação das redes sociais (claro que esse é o carro-chefe da argumentação), mas também há objetivos políticos porque ele não tem problemamajorsportrelação à liberdademajorsportexpressãomajorsportoutros países onde é alinhado politicamente. Shellenberger não faz esse escândalo todo quando pedem para retirar conteúdos na Índia, Paquistão; ele teve problemas gravíssimosmajorsportrelação à China, e é completamente diferentemajorsportrelação ao Brasil. Ele acha que o Brasil é um player importante nesse debate global da extrema direita.
Colaboração: Ana AlicemajorsportLima
Ouça o podcast:
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Dafne Ashton

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Entrevistas

"Elon Musk está engajado com extrema direita", diz advogada e ativistamajorsportdireitos digitais

Por André Richter, repórter da Agência Brasil - A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu nesta terça-feira (23) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a aberturamajorsportinvestigação sobre a divulgaçãomajorsportdecisões judiciais determinadas pelo ministro AlexandremajorsportMoraes para retirar conteúdos ilegais postados por usuários da rede social X, antigo Twitter. Para o órgão, há suspeitamajorsportocorrênciamajorsportcrimes contra o Estado DemocráticomajorsportDireito e contra as instituições.&nbsp;
Na semana passada, parte das decisões foi divulgada pelo jornalista Michael Shellenberger na rede social. O caso é conhecido como "Twitter Files". &nbsp;Nas postagens, foram reproduzidas partesmajorsportdecisões sigilosas proferidas por Moraes entre 2020 e 2022.&nbsp;
No entendimento do advogado-geral da União, Jorge Messias, a divulgação dos documentos causa interferência no andamento dos processos e viola o devermajorsportsigilo na guarda dos documentos.
"Os fatos ora delineados indicam que foram divulgadas,majorsportdetrimento do Poder Judiciário da União, e sem as respectivas autorizações judiciais, uma enorme quantidademajorsportinformações aos quais foi atribuído segredomajorsportJustiça, comprometendo investigaçõesmajorsportcurso tanto nessa Suprema Corte como no TSE a respeitomajorsportcondutas antidemocráticas ocorridas no Brasil e que culminaram nos atosmajorsportvandalismomajorsport8majorsportjaneiromajorsport2023", afirmou Messias.
Com a medida, a AGU pede que AlexandremajorsportMoraes envie a notícia-crime apresentada pelo órgão ao Ministério Público Federal (STF) para apuração. "É necessário não apenas identificar e punir os possíveis culpados, como também deixar clara a absoluta aversão à natureza dos fatos, cuja reiteração não será,majorsporthipótese alguma, admitida pelos poderes constituído", concluiu o AGU.
MUSK - Na semana passada, o empresário norte-americano Elon Musk foi incluído pelo ministro AlexandremajorsportMoraes no inquérito que investiga a atuaçãomajorsportmilícias digitais para disseminaçãomajorsportnotícias falsas no país.
A medida foi tomada após Musk insinuar que não vai cumprir determinações do Supremo para retiradamajorsportpostagens que forem consideradas ilegais.
Nas postagens publicadas no início deste mês, Musk prometeu “levantar” (desobedecer) todas as restrições judiciais, alegando que Moraes ameaçou prender funcionários do X no Brasil ao determinar a remoçãomajorsportconteúdos ilegais. O empresário também acusou Moraesmajorsporttrair “descarada e repetidamente a Constituição e o povo brasileiro”.

Michael Schellenberger, AlexandremajorsportMoraes e Elon Musk

Brasil

Twitter Files: AGU pede ao STF apuraçãomajorsportposts com divulgaçãomajorsportdecisõesmajorsportMoraes

Por Brian Mier,majorsport - A maioria dos brasileiros nunca tinha ouvido falarmajorsportMichael Shellenberger até a semana passada, quando ele manipulou comunicações internas que Elon Musk lhe havia fornecido para falsamente afirmar que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) AlexandremajorsportMoraes havia ameaçado apresentar acusações criminais contra o Twitter Brasil por não fornecer informações pessoais sobre usuários por motivos políticos. Na verdade, as únicas acusações feitas contra o Twitter Brasil durante o período dos chamados "Arquivos do Twitter-Brasil" foram feitas pelo GAECO, a unidademajorsportcombate ao crime organizado do Ministério PúblicomajorsportSão Paulo, depois que a empresa não forneceu dadosmajorsportusuáriosmajorsportum membro do PCC. Para saber mais sobre Michael Shellenberger e como ele trabalha, entreimajorsportcontato com uma líder sindicalmajorsportsua cidade natal, San Francisco, Califórnia, que tem acompanhadomajorsportcarreira há anos. Maya Morris é ex-vice-presidente do SEIU United Healthcare Workers West, o segundo maior sindicatomajorsporttrabalhadores da saúde nos Estados Unidos - um sindicato que teve que combater uma das campanhasmajorsportdesinformaçãomajorsportShellenberger sobre saúde pública.
Brian Mier: Quando você começou a se preocupar com Michael Shellenberger pela primeira vez?
Maya Morris: Um dos meus antigos representantes sindicais e amigo, um cara chamado Leighton Woodhouse, foi trabalhar na segunda campanha para o cargomajorsportgovernador do estado da Califórnia fracassadamajorsportShellenberger, e então eles começaram um blog conjunto na Substack. Então, comecei a segui-lo, observando o que acontecia com meu amigo e tentando entender o que estava acontecendo com a virada reacionária que temos vistomajorsportSão Francisco.
Brian: Imagine que você está falando para uma audiência no Brasil que nunca tinha ouvido falarmajorsportMichael Shellenberger até alguns dias atrás. O que você diria sobre ele?
Maya: Para nós que vivemosmajorsportSão Francisco, Michael Shellenberger é um conhecido disseminadormajorsportdesinformação. Ele veio da esquerda. Ele saiu do movimento ambiental e começou o que é basicamente uma empresamajorsportrelações públicas e agora dirige um think tank chamado Environmental Progress, que realiza várias campanhas simultâneasmajorsportdesinformação.
Brian: Então, essencialmente, ele é uma pessoa que se dedica à desinformação atravésmajorsportrelações públicas?
Maya: Ele se apresenta como jornalista. Seu financiamento é opaco, mas acredita-se que seja financiado por bilionários. Ele trabalha com gruposmajorsportextrema direita como a Texas Public Policy Foundation, que tem muitas conexões com bilionários do setormajorsportcombustíveis fósseis. Ele trabalha com o Discovery Institute, que é um think tank cristão e criacionista que se opõe à teoria da evoluçãomajorsportDarwin. Ele trabalha com um think tank de direita libertário aquimajorsportSão Francisco chamado Independent Institute. Então, parte do problema que temos é que se ele estivesse apresentando isso como relações públicas, acho que teríamos menos objeção, mas ele o apresenta como jornalismo.
Brian: Você pode dar um exemplomajorsportuma campanhamajorsportdesinformação que ele realizou nos últimos anos?
Maya: Claro. Ele começou com uma campanha pró-energia nuclear onde atacou o movimento ambientalista e fez lobby por mais energia nuclear nos Estados Unidos. Ele fez lobby por mais financiamento para energia nuclear aqui na Califórnia e especificamente trabalhou para salvar um reator nuclear chamado Diablo Canyon, que foi construídomajorsportuma falha sísmica. Em seguida, ele se envolveumajorsportuma campanha anti-sem-teto onde trabalha para criminalizar a populaçãomajorsportsituaçãomajorsportrua, especialmentemajorsportSão Francisco, mas essa é uma campanha que está ocorrendo atualmentemajorsporttodo os EUA e Canadá para criminalizar a populaçãomajorsportsituaçãomajorsportrua e ter penalidadesmajorsportdrogas mais severas - para intensificar a guerra às drogas. Eles se opõem à reduçãomajorsportdanos enquanto enfrentamos uma crise maciçamajorsportfentanil e muitas pessoas estão sofrendo overdose dele.
Brian: Que tiposmajorsporttáticas ele usa, por exemplo, emmajorsportcampanha para criminalizar pessoasmajorsportsituaçãomajorsportrua?
Maya: Boas pesquisas nos mostraram que a reduçãomajorsportdanos funciona como estratégiamajorsportsaúde pública para salvar vidas e que a questão da populaçãomajorsportsituaçãomajorsportrua é um problema habitacional aqui na Califórnia. E o que ele fez foi confundir os dois problemasmajorsportsem-teto e usomajorsportdrogas. Não é incrivelmente preciso. O grupo da populaçãomajorsportsituaçãomajorsportruamajorsportcrescimento mais rápido que temos na Califórnia são na verdade os idosos, que estão sendo expulsosmajorsportsuas residências e acabam vivendo nas ruas. Mas ele é um selecionadormajorsportdados. Ele vai passar por eles, vai escolher e vai criar uma narrativamajorsporttorno dos dados selecionados. Seu livro, ‘San Fransicko’, tem sido muito criticado por isso. E ele também financia. Ele deu subsídios, aqui emajorsportalguns outros lugares, atravésmajorsportsua organização Environmental Progress, para pessoas locais que eu descreveria como influenciadoresmajorsportmídia social anti-sem-teto e pessoas que dizem que são ex-viciadosmajorsportdrogas e pró-recuperação mas estão realmente promovendo uma linha muito específica que é anti-moradia e anti-reduçãomajorsportdanos.
Brian: Você tem acompanhado o que ele tem dito sobre o Brasil esta semana. O que as coisas que ele tem feito aqui esta semana têmmajorsportcomum com outras coisas que ele tem feitomajorsportoutras questões no passado?
Maya: Então, ele tem a campanha anti-sem-teto, anti-drogas, ele tem a campanha pró-nuclear, ele tem uma campanha anti-energia eólica offshore, ele tem uma nova campanha que começou que émajorsportoposição aos cuidadosmajorsportafirmaçãomajorsportgênero para jovens transgêneros. Eu diria que esta campanha no Brasil faz partemajorsportsua maior teoria da conspiração do chamado "Complexo IndustrialmajorsportCensura". Ele acredita que há um obscuro Estado profundo, um complexo industrialmajorsportcensura que está censurando as postagensmajorsporttodos nas redes sociais se foremmajorsportdireita ou se desviaremmajorsportuma linha padrão, emajorsportvezmajorsportver isso como moderaçãomajorsportconteúdo ou remoçãomajorsportdiscursomajorsportódio ou expulsãomajorsportnazistas da plataforma, ele vê isso como algum tipomajorsportconspiração para censurar as pessoas. E ele continua tentando inflar o envolvimento do governo onde realmente não está tão presente. Então eu vejo o que está acontecendo no Brasil como um desdobramento dessa campanha. Ele também esteve ativo na Irlanda, opondo-se à legislação contra discursomajorsportódio lá. Então, ele tem feito isso internacionalmente, mas também vimos isso através dos (originais) Arquivos do Twitter, onde houve alegaçõesmajorsportalgum tipomajorsportconspiração do Estado profundo para censurar pessoas.
Brian: Shellenberger foi convidado por legisladoresmajorsportdireita para falar recentemente no Senado do Brasil e ele disse algo sobre se orgulharmajorsportvivermajorsportum país onde os nazistas tinham o direitomajorsportmarcharmajorsportfrente às casas das vítimas do Holocausto. O nazismo é um crime no Brasil, assim como é na Alemanha. E ele fez esse argumentomajorsportque, se o nazismo fosse legalizado, então as pessoas poderiam simplesmente conversar com os nazistas e talvez convencê-los a mudarmajorsportideia. Isso te lembramajorsportcoisas que ele tem dito nos Estados Unidos?
Maya: Absolutamente. Ele gostamajorsportfalar sobre a marcha nazistamajorsport1977majorsportSkokie, Illinois. E eu não acho que isso esteja alinhado com os valores da maioriamajorsportnós aquimajorsportSão Francisco. Queremos apenas estar online e ter uma moderaçãomajorsportconteúdo normal, e não ter um montemajorsportnazistas na plataforma, ter desinformação sobre vacinas e Covid e todas as insanidades.
É um truque que vemos com os reacionários, onde passamos do bem comum e justiça social e direitos sociais para apenas um direito civil individual muito estreito. Apenas um direito civil legal para mim como indivíduo fazer o que quiser, mas, para outras pessoas, a justiça social desaparece - o coletivo desaparece.
E, com Shellenberger, com as pesquisadorasmajorsportdesinformação que ele atacou na UniversidademajorsportStanford e na UniversidademajorsportWashington... As pessoas sabem que quando Michael Shellenberger escreve teorias da conspiração sobre você, você receberá ameaçasmajorsportmorte. As pessoas recebem ameaçasmajorsportmorte online quando Michael Shellenberger escreve essas teorias da conspiração sobre elas. Vários pesquisadoresmajorsportdesinformação receberam ameaças e algumas das pessoas que se manifestaram contra o impulso reacionário na política e a tentativamajorsportgrandes interesses da tecnologiamajorsportdominar a política da cidademajorsportSão Francisco também receberam ameaças.
Brian: Você sabe algo sobre o tempo dele no Brasil e na Nicarágua durante os anos 1990?
Maya: Temos muitas perguntas sobre o que ele estava fazendo lá. Sabemos que ele trabalhou para uma organização sem fins lucrativos chamada Global Exchange que patrocinaria pessoas ricas americanas para ir à América do Sul e ficarmajorsportEco Hotéis, e eles venderiam cafémajorsportcomércio justo e patrocinariam esse movimentomajorsportida e volta durante os diasmajorsportque todos estávamos protestando contra a OMC e a Globalização. E naquela época, Michael marchou na OMCmajorsportSeattlemajorsport1999...
Brian: Você tem mais alguma coisa que gostariamajorsportdizer sobre ele?
Maya: Apenas que ele é um conhecido disseminadormajorsportdesinformação aquimajorsportSão Francisco e globalmente. O EU Disinfo Lab &amp; The Institute for Strategic Dialogue fez um estudo e análisemajorsportseu site como um dos 30 que espalham desinformação sobre mudança climática na Europa. Estamos lidando com ele há muito tempo e estamos gratos e felizesmajorsportver o povo brasileiro realmente o criticando fortemente porque acho que muitas pessoas aqui na esquerda e nos progressistas tiveram essa atitudemajorsportque se o ignorarmos, ele irá embora. Mas ele não vai embora se você o ignorar. Realmente precisa haver uma forte reação e crítica porque ele não tem o direitomajorsportmentir sem consequências. Ele não tem esse direito aqui nos Estados Unidos e não deveria tê-lo no Brasil.

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"Michael Shellenberger não tem o direitomajorsportmentir sem consequências", diz sindicalista americana

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