247 - Durante o Mês do Orgulho LGBTQIAP+, museus ao redor do mundo estão utilizando seus acervos para celebrar a diversidade, relata o jornal <a href="https://oglobo.globo.com/cultura/noticia/2024/06/05/como-museus-estao-utilizando-seus-acervos-nas-redes-para-celebrar-o-mes-do-orgulho-lgbtqiap.ghtml">O Globo</a>. Instituições renomadas como o British Museum, o Museu da Diáspora Africana, o New Museum e o Smithsonian têm promovido exposições e eventos que dão visibilidade a artistas e narrativas LGBTQIAP+, anteriormente marginalizadas.
No British Museum,grupo telegram corrida de cavalos bet365Londres, uma das atrações é parte do Afresco dos Amantes da Tumba das Carruagens, uma representação etruscagrupo telegram corrida de cavalos bet365dois homens deitados, oriundagrupo telegram corrida de cavalos bet365Tarquinia, no Noroeste da Itália. Em uma postagem, o museu enfatiza: "De artefatos antigos a artistas contemporâneos, o Museu revela a rica história dos indivíduos LGBTQIA+ através do tempo e das culturas - embora estas histórias tenham sido muitas vezes escondidas das narrativas principais".
O Museu da Diáspora Africana,grupo telegram corrida de cavalos bet365São Francisco, Califórnia, destaca obrasgrupo telegram corrida de cavalos bet365dez artistas contemporâneos negros queer. A instituição sublinha a importância dessas obras no contexto atual: "Hoje,grupo telegram corrida de cavalos bet365meio à ascensão das leis anti-LGBTQ+, tanto nacional como globalmente, juntamente com a continuação do apagamento e marginalização das histórias negras e queer, estes artistas estão esculpindo espaço para novas visões e narrativas. Eles enriquecem a paisagem artística contemporânea com perspectivas diversificadas e dinâmicas que refletem a plenitude e a multiplicidade da experiência negra".
O New Museum,grupo telegram corrida de cavalos bet365Nova York, também participa das comemorações, destacandogrupo telegram corrida de cavalos bet365suas redes sociais as obrasgrupo telegram corrida de cavalos bet365artistas queer que integram a programaçãogrupo telegram corrida de cavalos bet365junho. A instituição reforça seu compromisso com a diversidade: "Defender perspectivas diversas é um princípio central do New Museum, e fornecer um espaço para perspectivas LGBTQ+ sempre fez partegrupo telegram corrida de cavalos bet365como damos vida à nossa missão - nova arte, novas ideias".
O Smithsonian, complexogrupo telegram corrida de cavalos bet365museusgrupo telegram corrida de cavalos bet365Washington, preparou uma seleção especialgrupo telegram corrida de cavalos bet365itens dos Arquivos da Arte Americana, incluindo telas, desenhos, trabalhosgrupo telegram corrida de cavalos bet365design e fotos. A instituição convida o público a explorar essa rica coleção: "Junte-se a nós para uma diversão cheiagrupo telegram corrida de cavalos bet365cores atravésgrupo telegram corrida de cavalos bet365objetos, documentos e histórias orais que dão testemunho da história queer".
No Brasil, o Museugrupo telegram corrida de cavalos bet365Artegrupo telegram corrida de cavalos bet365São Paulo (Masp) também se une às celebrações com a obra "Trava na beleza-safira" (2021), do artista paraense Rafael Matheus Moreira, utilizada para promover suas exposições focadas nas Histórias da Diversidade LGBTQIAP+.

O MASP (Museugrupo telegram corrida de cavalos bet365Artegrupo telegram corrida de cavalos bet365São Paulo).

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Brasil Sustentável

Museus pelo mundo - e no Brasil - celebram a diversidade LGBTQIAP+ durante o Mês do Orgulho

Por Elaine Patrícia Cruz, da Agência Brasil - Fofoca, canjica, moleque, marimbondo e caçula. Algumas pessoas podem não saber, mas todas essas palavras – que já estão absolutamente incorporadas ao português escrito, falado e vivido no Brasil – são,em realidade,grupo telegram corrida de cavalos bet365origem africana. E é isso o que apresenta a nova exposiçãogrupo telegram corrida de cavalos bet365cartaz no Museu da Língua Portuguesa, que será inaugurada nesta sexta-feira (24) na capital paulista. A curadoria é do músico e filósofo Tiganá Santana.Chamadagrupo telegram corrida de cavalos bet365Línguas Africanas que Fazem o Brasil, a mostra confirma a presença africana no dia a dia do povo brasileirogrupo telegram corrida de cavalos bet365diversas formas como nos expressamos: seja pela palavra escrita ou falada, seja pela entonação, pelo vocabulário ou até mesmo pela forma como construímos nossos pensamentos.
Durante o percurso, o visitante vai se deparar não só com experiências verbais, mas também com experiências não verbais que serão apresentadas por meiogrupo telegram corrida de cavalos bet365vídeos, sons e instalações imersivas. A ideia é que o público não só conheça mais sobre as línguas africanas, mas também possa senti-las, “sorvendo o que se ouve e o que se vê”.
“É impossível falargrupo telegram corrida de cavalos bet365línguas africanas no Brasil sem considerar essas outras dimensõesgrupo telegram corrida de cavalos bet365linguagem e sem considerar as implicações do corpo nisso. Essa é uma oportunidade para a gente falar como a língua se faz presente nos tambores, nos gradis, na dimensão arquitetônica, nas estampas e no jogogrupo telegram corrida de cavalos bet365búzios”, disse o curador,grupo telegram corrida de cavalos bet365entrevista à Agência Brasil.
Essa presença poderá ser sentida tambémgrupo telegram corrida de cavalos bet365outras manifestações culturais como a arquitetura, as festas populares e os rituais religiosos. E atégrupo telegram corrida de cavalos bet365canções bastante populares como Escravosgrupo telegram corrida de cavalos bet365Jó, jogavam caxangá. O trecho dessa canção, que aparecegrupo telegram corrida de cavalos bet365uma parte da exposição, mostra que o “jó” advém das línguas quimbundo e umbundo e quer dizer “casa”, “escravosgrupo telegram corrida de cavalos bet365casa”.
“Escravizados ladinos, crioulos e mulheres negras, que realizavam trabalho doméstico e falavam tanto o portuguêsgrupo telegram corrida de cavalos bet365seus senhores quanto a língua dos que realizavam trabalhos externos, foram a ponte para a africanização do português e para o aportuguesamento dos africanos no sentido linguístico e cultural”, disse Tiganá Santana, com base nas pesquisas da professora Yeda Pessoagrupo telegram corrida de cavalos bet365Castro.
<h2>Legado</h2>
As línguas dos habitantesgrupo telegram corrida de cavalos bet365terras da África Subsaariana - como o iorubá, eve-fom e as do grupo bantu - têm participação decisiva na configuração do português falado no Brasil egrupo telegram corrida de cavalos bet365nossa culturagrupo telegram corrida de cavalos bet365forma geral. De acordo com o Museu da Língua Portuguesa, essa é uma história e uma realidade que nos foram legadas por cercagrupo telegram corrida de cavalos bet3654,8 milhõesgrupo telegram corrida de cavalos bet365pessoas africanas que foram trazidasgrupo telegram corrida de cavalos bet365forma violenta para o Brasil entre os séculos 16 e 19, durante o períodogrupo telegram corrida de cavalos bet365regime escravocrata.
“Essa exposição é focada na presença das línguas africanas no português escrito, pensado e vivido no Brasil. Muito mais do que influências, essas línguas são constituiçãogrupo telegram corrida de cavalos bet365como a gente pensa, do que a gente fala, como a gente escreve. Enfim, essa é uma oportunidade para que possamos falargrupo telegram corrida de cavalos bet365língua a partirgrupo telegram corrida de cavalos bet365outro lugar, trazer à tona essas presenças que a colonialidade e o racismo trataramgrupo telegram corrida de cavalos bet365dissociar da nossa consciência e é um acontecimento que chega pela necessidade”, disse o curador. Ele lembrou que essa é , provavelmente, a primeira vezgrupo telegram corrida de cavalos bet365que há uma mostra dedicada às línguas africanas no país. “Isso já deveria ter chegado há muito tempo egrupo telegram corrida de cavalos bet365vários lugares do Brasil”, acrescentou.
A mostra também discute a ausência do ensinogrupo telegram corrida de cavalos bet365línguas africanas nos currículos brasileiros. “Essas línguas africanas não são uma abstração. As pessoas pensam com base nelas. Antesgrupo telegram corrida de cavalos bet365a gente ter uma língua-cultura luso-brasileira, essa língua se africanizou. Ela se africanizou para ser brasileira. É por isso que a gente fala caçula e não benjamim; é por isso que a gente fala cochilar, não fala dormitar; é por isso que a gente tem fofoca, que vemgrupo telegram corrida de cavalos bet365òfófó do Yorubá. E é por isso que temos as duplas negações e a queda do ‘r’ dos verbos no infinitivo, que são uma presença do tronco linguístico bantu. A língua brasileira e os corpos que falam essa língua fundamentalmente são constituídos por presenças africanas”, disse o curador.
<h2>Percurso</h2>
Entre espelhos e búzios suspensos, conectando o mundo físico e o espiritual, a mostra tem início com a apresentaçãogrupo telegram corrida de cavalos bet365palavras oriundasgrupo telegram corrida de cavalos bet365línguas africanas e que fazem parte do nosso cotidiano. O público será recebido com 15 palavras que foram impressasgrupo telegram corrida de cavalos bet365estruturas ovaisgrupo telegram corrida de cavalos bet365madeira e que estão penduradas pela sala. Caminhando entre essas estruturas, o visitante poderá ouvir essas mesmas palavras gravadas pelas vozesgrupo telegram corrida de cavalos bet365pessoas que residem no território da Estação da Luz, onde o museu está localizado.
Seguindo pelo espaço expositivo, os adinkras aparecem espalhados pelas paredes. Os adinkras são símbolos utilizados como sistemagrupo telegram corrida de cavalos bet365escrita pelo povo Ashanti, que habita países como Costa do Marfim, Gana e Togo, na África. Eles podem representar desde diferentes elementos da cultura até sentenças proverbiais inteirasgrupo telegram corrida de cavalos bet365um único ideograma.
À paredegrupo telegram corrida de cavalos bet365adinkras seguem-se duas videoinstalações da artista visual Aline Motta, que fazem com que o público passe entre um corredorgrupo telegram corrida de cavalos bet365projeções e se sinta parte da obra. A primeira videoinstalação é projetada no chão. Nela a artista destaca formas milenaresgrupo telegram corrida de cavalos bet365grafias centro-africanas, especificamente as do povo bakongo, presentegrupo telegram corrida de cavalos bet365territórios como o angolano. Já a segunda obra é projetadagrupo telegram corrida de cavalos bet365duas paredes e foi criada exclusivamente para o museu. Nela são apresentados quatro provérbiosgrupo telegram corrida de cavalos bet365quicongo, umbundo, iorubá e quimbundo, que são traduzidos para o português. Entre eles está o provérbio Luar Claro não é Sol.
Além disso, a exposição apresenta um mapa dos fluxos linguísticos, esculturasgrupo telegram corrida de cavalos bet365Rebeca Carapiá, tecidos da designer Goya Lopes e uma obra do multiartista J. Cunha, alémgrupo telegram corrida de cavalos bet365fotografias. Há ainda uma cenografia constituída por tambores e uma projeção criada pela artista Aline Motta, que explora trechos do texto Racismo e Sexismo na Cultura Brasileira, da intelectual Lélia Gonzales, que cunhou a expressão pretuguês.
A exposição se encerra com televisores exibindo registrosgrupo telegram corrida de cavalos bet365manifestações culturais afro-brasileiras e uma sala imersiva e interativa, que surpreenderá o público com projeções artísticas quando forem enunciadas palavras como axé, afoxé e zumbi.
<h2>Programação especial</h2>
Além do espaço expositivo, a mostra se completa com uma programação paralela. Entre elas estão um clube literário e um sarau, informou Roberta Saraiva, diretora técnica do museu.
A exposição Línguas Africanas que Fazem o Brasil ficarágrupo telegram corrida de cavalos bet365cartaz até janeiro do próximo ano, com entrada gratuita aos sábados.

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