Por Brunocasa campeão apostasFreitas Moura - Repórter da Agência Brasil
O Ministério Público Federal (MPF) no Riocasa campeão apostasJaneiro reforçou nesta semana a cobrança para que o Banco do Brasil (BB) apresente açõescasa campeão apostasreparação à população brasileira afrodescendente. A medida funcionaria como uma indenização pelo apoio da instituição financeira à escravidão no Brasil, no século 19.
A cobrança se deucasa campeão apostasaudiência pública realizada na última terça-feira (22), comandada pelo procurador regional dos Direitos dos Direitos do Cidadão Julio José Araujo Junior, com representantes do Banco do Brasil, do Ministério da Igualdade Racial (MIR) e do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.
A atuação do MPF faz partecasa campeão apostasum inquérito aberto contra o BBcasa campeão apostassetembrocasa campeão apostas2023. A investigação é baseada no <a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2023-11/banco-do-brasil-recebe-estudo-que-mostra-apoio-do-banco-escravidao" target="_blank">estudo</a>casa campeão apostas14 pesquisadorescasa campeão apostasuniversidades brasileiras e americanas. Eles revelaram ligações do BB com o comérciocasa campeão apostasafricanos escravizados.
Os pesquisadores apontam que havia “vínculos diretos entre traficantes e o capital diretamente investidocasa campeão apostasações do Banco do Brasil”. Além disso, acrescenta que “a instituição também se favoreceu da dinâmicacasa campeão apostascirculaçãocasa campeão apostascrédito lastreada na propriedade escrava que imperou ao longocasa campeão apostastoda a primeira metade do século XIX”.
O Banco do Brasil reconhece que a instituição teve ligação com a escravidão e,casa campeão apostasnovembro, emitiu um pedido públicocasa campeão apostasdesculpas à população negra.
Apesar do reconhecimento do BB, o MPF emitiu ao banco estatal e ao Ministério da Igualdade Racial (MIR) recomendações para que fossem indicados recursos específicos para as açõescasa campeão apostasreparação, assim como a definiçãocasa campeão apostasmedidas prioritárias,casa campeão apostasmodo que o pacto pela igualdade racial não se tornasse “mera cartacasa campeão apostasintenções”.
“As respostas apresentadas pelas autoridades nada trouxeramcasa campeão apostasacréscimo. A gente ainda não teve indicações concretas dessas medidas", criticou o procurador Julio Araujo no início da audiência pública.
O também procurador dos Direitos do Cidadão Jaime Mitropoulos acrescentou que o pedido formalcasa campeão apostasdesculpas do BB não é uma ação suficiente.
“Medidas simbólicas não nos bastam. O pedidocasa campeão apostasperdão, por si só, não é suficiente. A política pública que já vem sendo levada adiante pelo próprio Banco do Brasil também não é suficiente”, declarou.
“É necessário que a gente comece a delinear quais são, efetivamente, as reparações que o Banco do Brasil vai propor, quais são aquelas que,casa campeão apostasconjunto com a sociedade, nós poderemos concretizar”, completou.
Sociedade civil organizada - Em dezembrocasa campeão apostas2023, o MPF abriu uma consulta pública para receber da sociedade civil sugestõescasa campeão apostasreparação que possam ser realizadas pelo banco estatal.
Foram obtidas maiscasa campeão apostas500 propostas, apresentadas por 37 entidades, entre elas o Movimento Negro Unificado (MNU), a Coordenação Nacionalcasa campeão apostasArticulaçãocasa campeão apostasQuilombos (Conaq), a Uniãocasa campeão apostasNúcleoscasa campeão apostasEducação Popular para Negras/os e Classe Trabalhadora (Uneafro Brasil), universidade e grupos culturais e religiosos.
Algumas das instituições que contribuíram com propostas participaram da audiência pública desta semana.
A ativista e estudantecasa campeão apostasciências sociais Brenna Vilanova representou o MNU do Distrito Federal e Entorno.
“A gente precisa garantir que todas as sugestões que os movimentos negros enviaram sejam implementadas e acompanhadas, que esse planocasa campeão apostasação tenha prazos definidos”, pediu.
Júlia Mota, que participou representando o Fundo Agbara, que reúne mulheres negras, fez uma ligação entre as desigualdades sociais atuais e a histórica desigualdade racial.
“As desigualdades sociais do Brasil têm as suas gênese na desigualdade racial e no capitalismo racial. Écasa campeão apostasresponsabilidadecasa campeão apostasum banco, como o Banco do Brasil, atuar pelo fimcasa campeão apostasviolências econômicas, oferecendo renda básica para as populações negras, bem como um fundocasa campeão apostasreparação para investimentoscasa campeão apostasterritórios, empreendimentos, organizações, açõescasa campeão apostaspessoas negras, alémcasa campeão apostasinvestimento para o desenvolvimentocasa campeão apostasterritórios quilombolas e tradicionais”, elencou.
Banco do Brasil - O Banco do Brasil foi representado na audiência pelo consultor jurídico João Alves e pela gerentecasa campeão apostasRelações Institucionais Nivia Silveira da Mota. Eles lembraram que o banco já realiza uma sériecasa campeão apostasações para busca da equidade racial ecasa campeão apostasoutras minorias representativas, como pessoas com deficiência.
Pela primeira vez na história, o BB é presidido por uma mulher negra, a administradora e funcionáriacasa campeão apostascarreira Tarciana Medeiros.
Eles informaram que o banco lançará no dia 4casa campeão apostasdezembrocasa campeão apostas2024 uma sériecasa campeão apostasações relacionadas com a reparação à população negra. No entanto, acrescentarem que parte das propostas sugeridas pela sociedade civil não pode ser realizada pelo banco, por estarem fora da alçadacasa campeão apostasatuação. Um exemplo, citou Alves, é o pagamentocasa campeão apostasrenda básica, que dependecasa campeão apostasiniciativas e orçamento autorizado pelo Congresso Nacional.
Nivia Mota destacou que a instituição levacasa campeão apostasconsideração as demandas propostas, e que dez diretorias do banco participam da elaboração do planocasa campeão apostasação.
"Estamos tentando traduzir e levar para o nosso planocasa campeão apostasação, com o máximocasa campeão apostasaproximação que pudermos fazer, considerando o orçamento que for disponibilizado", afirmou ela, acrescentando que foram realizadas oficinas, escutas e consultas a pesquisadores e estudantes da temática racial.
O consultor jurídico do BB avalia que acreditar que apenas uma única instituição, por maior que seja, vai resolver o problemacasa campeão apostasexclusãocasa campeão apostasafrodescendentes ou outras populações excluídas é "fora da realidade".
"A avaliação que a gente tem é que precisamos unir forças", disse. "O banco não é o melhor, é uma das instituições que têm tecnologia, tradição e intervenção suficiente para ajudar outras instituições", completou, enfatizando a entonação da expressão “uma das”.
Ministérios - O Ministério da Igualdade Racial foi representado pela coordenadoracasa campeão apostasAções Governamentais, Isadoracasa campeão apostasOliveira Silva. Ela informou que o MIR ainda não tem pronto um planocasa campeão apostasação e que está comprometidocasa campeão apostasouvir a sociedade para elaborar as medidas.
"O pacto teve momentoscasa campeão apostasescuta da sociedade civil, comocasa campeão apostasoutros órgãos públicos e diferentes parceiros para coletar subsídios, sugestões para esse conteúdo do pacto. É isso que está passando por sistematização", disse.
A coordenadora-geralcasa campeão apostasErradicação do Trabalho Escravo, Andreia Figueira Minduca, representou o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Ela explicou que, na pasta, as contribuições para o pacto pela igualdade racial são tratadascasa campeão apostasconjunto pela Coordenação-Geralcasa campeão apostasMemória e Verdade da Escravidão e do Tráfico Transatlânticocasa campeão apostasPessoas Escravizadas.
Ela afirmou que o tema reparação é transversal a outros problemas atuais do país, como a existência do trabalho escravo doméstico, que tem as mulheres negras como 92% das vítimas.
"Que esses processos venham, a cada dia, somar e tentar garantir o mínimocasa campeão apostasdignidade para trabalhadoras e trabalhadores", disse.

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Brasil

MPF cobra do Banco do Brasil reparação por apoio à escravidão no século 19

247 - A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) estão investigando o senador Romário (PL-RJ) e o vereador Marcos Braz (PL), vice-presidentecasa campeão apostasfutebol do Flamengo, por suposto envolvimentocasa campeão apostasum esquemacasa campeão apostasdesviocasa campeão apostasdinheirocasa campeão apostasprojetos esportivos da Prefeitura do Riocasa campeão apostasJaneiro. Segundo a <a href="https://www1.folha.uol.com.br/poder/2024/05/delator-aponta-romario-e-marcos-braz-em-esquema-de-corrupcao-pf-investiga.shtml">Folhacasa campeão apostasS. Paulo</a>, a investigação, iniciada com basecasa campeão apostasuma delação premiada do empresário Marcus Vinícius Azevedo da Silva, apura indícioscasa campeão apostascorrupção passiva e lavagemcasa campeão apostasdinheiro. O inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) foi aberto este mês e está sob sigilo. A relatoria é do ministro Kassio Nunes Marques. 
Marcus Vinícius, presocasa campeão apostas2019 na Operação Catarata, é acusadocasa campeão apostasdesviar recursoscasa campeão apostasprojetos sociais e firmou um acordocasa campeão apostasdelação premiadacasa campeão apostas2020 com a Procuradoria-Geral da República (PGR). De acordo com Marcus Vinícius, “o vereador era o responsável pelo recolhimentocasa campeão apostasvalores desviados no esquema que envolveu uma ONG para ‘favorecimento ilícitocasa campeão apostasRomário’”. Os pagamentos teriam ocorrido entre janeirocasa campeão apostas2015 e marçocasa campeão apostas2016, períodocasa campeão apostasque Braz esteve à frente da Secretaria Municipalcasa campeão apostasEsportes, indicado por Romário.
O MPF solicitou informações à Prefeitura do Rio sobre os contratos assinados por Braz com o Centro Brasileirocasa campeão apostasAções Sociais para Cidadania (Cebrac), totalizando R$ 13 milhões. Esses contratos envolviam a gestãocasa campeão apostasvilas olímpicas, onde os valores pagos teriam sido superiores aos serviços prestados. O delator apontou um direcionamento nos processoscasa campeão apostasseleção da entidade, resultandocasa campeão apostascontratos que beneficiavam o Cebrac
Romário, por meiocasa campeão apostassua assessoria, afirmou que a delaçãocasa campeão apostasMarcus Vinícius é “possui narrativa vaga e imprecisa” e que ele “não responde pelas ações do secretário [Braz] no exercíciocasa campeão apostassuas funções. Ele reafirmacasa campeão apostasconfiança na Justiça e no inquestionável arquivamento da investigação”. “Trata-secasa campeão apostasum criminoso tentando se safar usando o nome do senador mais votado da história do seu estado", destaca um trecho da nota. 
Ainda segundo a reportagem, o Tribunalcasa campeão apostasContas do Município (TCM) analisou os contratos e questionou os valores, mas arquivou o processocasa campeão apostas2018 devido à faltacasa campeão apostasmaterialidade. Contudo, a análise continuacasa campeão apostasrelação à Vila Olímpica Nilton Santos.

Esporte

Romário é citado por delatorcasa campeão apostasesquemacasa campeão apostasdesviocasa campeão apostasrecursoscasa campeão apostasprojetos esportivos

247 - A Polícia Rodoviária Federal (PRF) iniciou uma investigação administrativa para apurar a divulgaçãocasa campeão apostasdados pessoaiscasa campeão apostasuma mulher transexualcasa campeão apostasum grupo não oficialcasa campeão apostasservidores da corporação no Telegram, que conta com cercacasa campeão apostas870 membros. O episódio transfóbico envolveu a cabeleireira Daniela Rodrigo,casa campeão apostas38 anos, e foi desencadeado pela ação do servidor Victor Hugocasa campeão apostasOliveira Castro. O Ministério Público Federal (MPF)casa campeão apostasBragança Paulista (SP) também determinou a aberturacasa campeão apostasum inquérito policial para investigar a situação.
O caso veio à tona quando Victor Hugo, utilizando o grupo "Firma Curva do Rio", compartilhou informações pessoaiscasa campeão apostasDaniela sem seu consentimento. Em entrevista ao <a href="https://g1.globo.com/politica/noticia/2024/05/21/prf-investiga-vazamento-de-dados-pessoais-de-mulher-trans-em-grupo-de-policiais-no-telegram-servidor-fala-em-brincadeira.ghtml">g1</a>, Victor Hugo admitiu ter obtido os dados durante seu trabalho na PRF e afirmou quecasa campeão apostasintenção era apenas fazer uma "brincadeira" com um amigo.
De acordo com a reportagem, o caso ocorreu no dia 19casa campeão apostasabril, quando um usuário identificado como "Kermit The Frog" compartilhou um printcasa campeão apostasWhatsApp no grupo do Telegram, solicitando ajuda para identificar o proprietáriocasa campeão apostasum veículo que teria estacionadocasa campeão apostasforma irregularcasa campeão apostasuma vaga residencial. O print continha a foto da placa do veículo e uma mensagem pedindo a identificação do dono.
Em menoscasa campeão apostasdez minutos, Victor Hugo respondeu ao pedido, enviando uma foto com os dados pessoaiscasa campeão apostasDaniela Rodrigo, incluindo nomecasa campeão apostasregistro, nome completo da mãe, CPF e númerocasa campeão apostasregistro da CNH. Daniela, que trabalhacasa campeão apostasCerquilho, no interiorcasa campeão apostasSão Paulo, afirmou ao g1 que não tinha qualquer relação com o veículo mencionado e que seus dados foram usados sem autorização. Ela registrou um boletimcasa campeão apostasocorrência sobre o caso no dia 6casa campeão apostasmaio.
Daniela expressou preocupação com as possíveis consequências da divulgação dos seus dados, temendo quecasa campeão apostasimagem pudesse ser usada indevidamente ou que pudesse ser falsamente acusadacasa campeão apostaspossíveis crimes.&nbsp;
Victor Hugo, que trabalhacasa campeão apostasAtibaia (SP), confirmou que os dados compartilhados eram da cabeleireira e explicou que tinha essas informações salvas devido ao seu trabalho, que inclui a busca por fraudes na emissãocasa campeão apostascarteiras. Ele alegou que a divulgação foi uma "brincadeira" e que não tinha intençãocasa campeão apostascausar danos a Daniela. “Há cercacasa campeão apostasseis anos, ela emitiu uma nova CNH, quando passou a se identificar como uma pessoa trans”, destaca um trecho da reportagem..
A PRF confirmou a aberturacasa campeão apostasuma investigação administrativa, mas não detalhou os investigados. O procurador da Repúblicacasa campeão apostasBragança Paulista, Ricardo Nakahira, emitiu um ofício declarando a aberturacasa campeão apostasuma investigação para apurar se Victor Hugo cometeu o crimecasa campeão apostasviolaçãocasa campeão apostassigilo profissional, previsto no artigo 325 do Código Penal, com penacasa campeão apostasdetençãocasa campeão apostasseis meses a dois anos, ou multa.
Após a repercussão do caso, Victor Hugo enviou uma mensagem ao grupo, mencionando que outras mensagens xenofóbicas, racistas e homofóbicas do grupo também estavam sendo levantadas e que outros membros poderiam ser chamados a dar explicações.&nbsp;

Sudeste

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