Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein - O câncerbet plus 2024mama é um dos tiposbet plus 2024câncer que mais matam mulheres todos os anos. No Brasil, o Instituto Nacionalbet plus 2024Câncer (Inca) projeta quase 74 mil novos casos da doença por ano entre 2023 e 2025. Só no ano passado, segundo o Ministério da Saúde, a rede pública registrou 60.866 casos desse câncerbet plus 2024mulheres – 11% delas com menosbet plus 202440 anosbet plus 2024idade.
A mamografia é o principal examebet plus 2024rastreio. Por meio dela, é possível identificar microcalcificações precocemente e, quanto mais cedo o câncer for descoberto, maiores são as chancesbet plus 2024cura. O Ministério da Saúde recomenda que a mamografia ocorra a cada dois anos,bet plus 2024mulheresbet plus 202450 a 69 anos, mas a Sociedade Brasileirabet plus 2024Mastologia, o Colégio Brasileirobet plus 2024Radiologia e a Federação Brasileira das Associaçõesbet plus 2024Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) seguem o protocolo da Sociedade Americanabet plus 2024Câncer e orientam o exame anual a partir dos 40 anos.
Diantebet plus 2024dúvidas e mitos que podem surgir sobre o tema, a Agência Einstein responde a algumas das principais perguntas sobre o procedimento.
1. Por ser um exame com radiação, a mamografia pode causar câncerbet plus 2024mama?&nbsp;
A mamografia utiliza raios Xbet plus 2024baixa energia para formar a imagem da mama e é a forma mais eficaz para o rastreamento e diagnóstico precoce desse câncer. Segundo a mastologista Danielle Martin Matsumoto, do Hospital Israelita Albert Einstein, a radiação ionizante está presentebet plus 2024vários outros examesbet plus 2024imagem, como raio-X e tomografia computadorizada.&nbsp;
Além disso, também estábet plus 2024fontes naturais, como raios cósmicos, que fazem com que as pessoas estejam expostas continuamente no meio ambiente ebet plus 2024viagens aéreas, por exemplo. &nbsp;
“A exposição à radiação tem o potencialbet plus 2024causar neoplasias malignas. Ainda assim, a dosebet plus 2024radiação emitida nos examesbet plus 2024mamografia é muito pequena e teria baixíssimo impacto como possível causabet plus 2024câncerbet plus 2024mama, frente ao grande benefício que este exame traz, com um númerobet plus 2024vidas salvas que superabet plus 2024cercabet plus 202450 vezes qualquer risco trazido pela radiação”, afirma Matsumoto.
2. Mamografia causa inflamação crônica nas mamas?
Não. A compressão causada pela mamografia causa um desconforto momentâneo,bet plus 2024poucos segundos. Apesarbet plus 2024pouco comum, pacientes que fazem o exame quando as mamas estão mais sensíveis, como no período pré-menstrual, podem ficar com um incômodo por um pouco maisbet plus 2024tempo. “Nesse caso, a sugestão é conversar com seu médico para avaliar a prescriçãobet plus 2024um analgésico”, orienta a mastologista.
3. Fazer mamografia dói?&nbsp;
A mamografia é um exame muito rápido, mas pode ser momentaneamente desconfortável para algumas mulheres, porque a tolerância à dor é algo muito individual. “O equipamento é rígido e seu contato com a parte óssea da paciente, além da compressão causada nas mamas, pode causar dor e desconforto durante os poucos segundosbet plus 2024que a mama fica comprimida para a captação das imagens. Pacientes com mamas mais sensíveis podem sentir um desconforto um pouco maior”, avisa a médica.
Mas há formasbet plus 2024minimizar esse incômodo. Entre elas, evitar fazer o exame durante os períodos do ciclo menstrualbet plus 2024que as mamas estão mais doloridas e falar com seu médico sobre a possibilidadebet plus 2024tomar algum analgésico antes do exame.&nbsp;
4. Prótesebet plus 2024silicone atrapalha a mamografia?
As prótesesbet plus 2024silicone têm uma densidade que impede a visualizaçãobet plus 2024lesões localizadas atrás delas. Portanto,bet plus 2024mulheres que usam próteses mamárias, além das duas imagens convencionais realizadasbet plus 2024cada mama, são realizadas mais duas com uma manobrabet plus 2024deslocamento da prótese para melhor visualização.
Ainda assim, pequenas porções mais periféricas dos seios podem não ser adequadamente contempladasbet plus 2024alguns casos, interferindo na qualidade da imagem. “Apesar disso, a mamografia deve ser realizada anualmente, mesmo pelas mulheres que usem implantesbet plus 2024silicone”, alerta Danielle Matsumoto.
5. A mamografia pode romper as prótesesbet plus 2024silicone?
Não. O silicone que compõe os implantes mamários é extremamente flexível e o riscobet plus 2024ruptura é praticamente desprezível. “Os benefícios do diagnóstico precoce do câncerbet plus 2024mama que a mamografia pode trazer superam largamente qualquer possível riscobet plus 2024rotura”, assegura a médica.
6. Mulheres que estão amamentando podem fazer mamografia?
Sim. A mamografia não causa qualquer prejuízo ou risco à amamentação. No entanto, a eficáciabet plus 2024detectar alguma alteração inicial quando as mamas estão estimuladas pela amamentação fica prejudicada.
“Mulheres que estão amamentando e não apresentam sintomas suspeitos podem adiar a mamografia para o momentobet plus 2024que as mamadas estiverem menos frequentes, por exemplo, quando o bebê já estiver se alimentando com sólidos”, indica a médica. Se o exame tiver que ser feito concomitante à amamentação, o ideal é que a mama seja ordenhada antes para permitir melhor visualização do tecido glandular e reduzir o desconforto.
7. Mamografia é eficiente para mulheres com mamas densas?&nbsp;
Em geral, mulheres mais jovens têm as mamas densas. Daí porque a mamografia é recomendada após os 40 anos, quando a mama começa a ter mais gordura e o exame passa a ter melhor sensibilidade.
“Mulheres com menosbet plus 202440 anos devem seguir a recomendação médica individual, e podem realizar ultrassom e/ou ressonância,bet plus 2024acordo com indicação e história familiar”, orienta a oncologista Marina Sahade, diretora científica do Instituto Oncoguia. “Além disso, todas as mulheres,bet plus 2024qualquer idade, também devem realizar o autoexame das mamas como rotina, para se conhecerem e notarem mudançasbet plus 2024seu corpo.”
8. A mulher pode fazer mamografia se estiver menstruada?
De acordo com Sahade, o melhor momento para fazer os examesbet plus 2024mama é sempre na semana seguinte após o final da menstruação. Mas a mamografia pode, sim, ser feita no período menstrual, embora possa causar mais incômodo nessa fase do ciclo.&nbsp;
9. Fazer o autoexame das mamas substitui a mamografia?&nbsp;
Não. Segundo Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia, o autoexame é uma estratégia para que a mulher conheça suas mamas por meio do toque e da visualização, e possa perceber caso apareça qualquer alteração.&nbsp;
A mamografia, porbet plus 2024vez, consegue captar microcalcificações, pequenas assimetrias e nódulos que podem passar despercebidos apenas com o toque. “Hojebet plus 2024dia, preferimos chamar o autoexamebet plus 2024autoconhecimento das mamas. Diantebet plus 2024quaisquer alterações, vale ir ao seu médico e conversar com ele. A mamografia é o único exame que permite encontrar um câncer bem pequenininho e garantir 95%bet plus 2024chancesbet plus 2024cura”, diz Holtz.
10. Mamografia causa efeitos colaterais?
Mamografia não causa efeitos colaterais e deve ser realizada anualmente por todas as mulheres a partir dos 40 anos.

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Saúde

Mamografia causa inflamação das mamas? 10 respostas sobre o exame

Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein - Mulheres que fazem mamografia anualmente têm menor probabilidadebet plus 2024descobrir um câncerbet plus 2024mamabet plus 2024estágio avançado do que aquelas que fazem o rastreamento a cada dois anos ou com menor frequência. A constatação ébet plus 2024uma pesquisa da Universidadebet plus 2024Pittsburgh, nos Estados Unidos, publicadabet plus 2024agosto no <a href="https://ascopubs.org/doi/10.1200/JCO.24.00285">Journal of Clinical Oncology</a>.
Para chegar à conclusão, os pesquisadores avaliaram as informaçõesbet plus 20248.145 pacientes diagnosticadas com câncerbet plus 2024mama entre 2004 e 2019. O intervalobet plus 2024rastreamento foi considerado anual quando o exame aconteceubet plus 2024um período menor do que 15 meses; bienal se ocorreu entre 15 e 27 meses; ou intermitente se foi feito após 27 meses.&nbsp;
Entre as que faziam o exame anualmente, 9% descobriram a doençabet plus 2024estágio avançado; nas que passavam pelo teste a cada dois anos, esse índice foibet plus 202414%; e no grupo das intermitentes, 19%. A tendência se manteve independentementebet plus 2024idade, raça e da menopausa.
Segundo os autores comentam no artigo, esses resultados mostram a vantagem do rastreamento anual para o diagnóstico precoce e aumento da sobrevida. O câncerbet plus 2024mama é o segundo tipo mais comum entre as mulheres, ficando atrás apenas do câncerbet plus 2024pele não melanoma. No Brasil, o Instituto Nacionalbet plus 2024Câncer (Inca) projeta quase 74 mil novos casos por ano entre 2023 e 2025.&nbsp;
Quando descobertobet plus 2024estágio inicial, as chancesbet plus 2024cura do câncerbet plus 2024mama podem chegar a 95%. E a mamografia e o ultrassom desempenham um papel essencial nisso. Para se ter ideia, estudos indicam que a mamografia pode contribuir para a redução da mortalidade por câncerbet plus 2024mamabet plus 2024até 40%.
“Comobet plus 2024qualquer câncer, quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chancebet plus 2024cura. Muitas vezes, a mamografia permite fazer o diagnóstico antesbet plus 2024o tumor se tornar invasivo, por exemplo. Nesses casos, as chancesbet plus 2024cura chegam a 99,5%. Isso certamente contrasta muito com a sobrevidabet plus 2024cercabet plus 202460% a 70% dos casosbet plus 2024diagnósticosbet plus 2024estágios mais avançados”, afirma a mastologista Danielle Martin Matsumoto, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Divergências para início do rastreio
No entanto, embora existam mais estudos demonstrando os benefícios do rastreamento mamográfico para câncerbet plus 2024mama, as diretrizes recomendando com que idade e com qual frequência as mulheres devem fazer esse exame são conflitantes.&nbsp;
Nos Estados Unidos, o American College of Radiology, a American Cancer Society e outras organizações recomendam a realizaçãobet plus 2024mamografias anuais após os 40 anos. Já a U.S. Preventive Services Task Force — grupobet plus 2024especialistas que analisa evidências científicasbet plus 2024medicina preventiva e discute novas recomendações — orienta que os exames sejam bianuais a partir dos 40 anos.
No Brasil, a situação é ainda mais divergente: o Inca, vinculado ao Ministério da Saúde, preconiza que o rastreamento do câncerbet plus 2024mama por meio da mamografia ocorra somente a cada dois anos,bet plus 2024mulheresbet plus 202450 a 69 anos. Porém, a Sociedade Brasileirabet plus 2024Mastologia, o Colégio Brasileirobet plus 2024Radiologia e a Federação Brasileira das Associaçõesbet plus 2024Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) seguem o protocolo da American Cancer Society e recomendam mamografia anual a partir dos 40 anos.
Os autores do novo estudo apontam que cercabet plus 202465% das mulheres com maisbet plus 202440 anos são rastreadas para câncerbet plus 2024mama nos EUA, e apenas cercabet plus 2024metade delas faz o exame uma vez ao ano. Isso se deve,bet plus 2024parte, às diretrizes conflitantes sobre os intervalosbet plus 2024rastreamento recomendados.&nbsp;
Segundo Matsumoto, no Brasil os números devem ser ainda menores, especialmente considerando mulheres que usam a rede públicabet plus 2024saúde. “No sistema público raramente vemos mulheres na faixa dos 40 anos com diagnóstico feito por examebet plus 2024rastreamento. Na maioria das vezes, ele acontece por queixa da paciente, que consegue palpar o próprio tumor e vai buscar ajuda. Na saúde suplementar isso é um pouco mais tranquilo e a faltabet plus 2024realização do exame nessa idade está mais associada à ausência da rotina da paciente”, pondera.
Em geral, o câncerbet plus 2024mama tem crescimentobet plus 2024lento a moderado, por isso a mamografia é capazbet plus 2024identificá-lo no início. “Ainda assim, dentro dos cânceresbet plus 2024mama, existem alguns tiposbet plus 2024crescimento mais acelerado, são mais agressivos e, muitas vezes, vão acontecer no intervalo entre os rastreamentos. Por isso é tão importante que a mamografia seja realizada anualmente”, comenta a mastologista do Einstein.
bet plus 2024 Mais jovem, mais agressivo
Pacientes mais jovens, com idade abaixobet plus 202449 anos, têm mais riscobet plus 2024desenvolver tumores agressivos. Um <a href="https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-20012023-172143/publico/KarinaBelickasCarreiro.pdf">estudo da Universidadebet plus 2024São Paulo</a> (USP) analisou os casosbet plus 2024quase 500 pacientes com 40 anos ou menos atendidas pelo Instituto do Câncer do Estadobet plus 2024São Paulo (Icesp) e constatou que 71% delas estavam com o tumor jábet plus 2024estado avançado quando diagnosticadas, e 85,6% chegaram ao diagnóstico devido a queixas clínicas.
Essa pesquisa mostrou também que a incidênciabet plus 2024câncerbet plus 2024mamabet plus 2024mulheres jovens é maior no Brasil do que a registradabet plus 2024outros países. Nos Estados Unidos, apenas 5% das pacientes têm menosbet plus 202440 anos; por aqui, são 15%. “Nos países desenvolvidos, com população predominantemente branca,bet plus 2024geral, a idade média do câncerbet plus 2024mama é 63 anos. Menosbet plus 202420% das pacientes têm câncer antes dos 50 anos e com menosbet plus 202440 anos é mais raro ainda, cercabet plus 20245%”, relata Matsumoto.&nbsp;
Segundo o Inca,bet plus 20242023 a rede públicabet plus 2024saúde registrou 60.866 diagnósticosbet plus 2024câncerbet plus 2024mamabet plus 2024mulheres. Dessas, 6.927 (11%) tinham menosbet plus 202440 anos; 13.576 (22%) entre 40 e 49 anos; 15.684 (26%) entre 50 e 59 anos; e 24.679 (41%), acimabet plus 202459 anos.&nbsp;
Com relação às diretrizes para início da recomendação do rastreio mamográfico, o Inca declarou à Agência Einstein que reafirma as diretrizesbet plus 2024vigor no Brasil, com a recomendaçãobet plus 2024rastreamento para mulheresbet plus 202450 a 69 anos, a cada dois anos. O órgão publicou uma <a href="https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/nota_tecnica_inca_deteccao_precoce_cancer_de_mama_-_2023_0.pdf">nota técnica</a>bet plus 2024dezembrobet plus 20242023bet plus 2024que cita um parecer técnico-científico que aponta como injustificada a ampliação do uso da mamografia para mulheres assintomáticas abaixobet plus 202450 anos e acimabet plus 202469 anos no Sistema Únicobet plus 2024Saúde (SUS).
No documento, o Inca informa que “apesarbet plus 2024algumas meta-análises demonstrarem potencial redução nas taxasbet plus 2024mortalidade por câncerbet plus 2024mamabet plus 2024mulheres com idade inferior a 50 anos que passam pelo rastreamento mamográfico (variando entre 15 e 20%), outras avaliações publicadas recentemente ebet plus 2024moderada-alta qualidade metodológica enfatizam não haver diferenças estatisticamente significativas nessas taxas.”&nbsp;
Possíveis gargalos
Na visãobet plus 2024Danielle Matsumoto, ao recomendar um examebet plus 2024rastreamento, é preciso levarbet plus 2024consideração que existe a chancebet plus 2024um resultado falso positivo. Isso acontece quando a pessoa faz o exame, o médico vê um achado suspeito e precisa investigar se é câncer ou não, por meiobet plus 2024uma biópsia. Quando esse achado não se confirma como um câncer, ele é chamadobet plus 2024falso positivo.
“Quanto mais jovem a paciente, mais densas são as mamas e maior o riscobet plus 2024ter achados que precisarão ser investigados”, diz Matsumoto. A biópsia envolve equipamentos caros e exames complexos, que provavelmente estão menos disponíveis quando se falabet plus 2024saúde pública. “Se a rede pública oferece a mamografia, tem que oferecer também os exames para investigar os achados alterados. É preciso dar seguimento”, avalia a mastologista.&nbsp;

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