Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein - O câncerbetboo reklammama é um dos tiposbetboo reklamcâncer que mais matam mulheres todos os anos. No Brasil, o Instituto Nacionalbetboo reklamCâncer (Inca) projeta quase 74 mil novos casos da doença por ano entre 2023 e 2025. Só no ano passado, segundo o Ministério da Saúde, a rede pública registrou 60.866 casos desse câncerbetboo reklammulheres – 11% delas com menosbetboo reklam40 anosbetboo reklamidade.
A mamografia é o principal examebetboo reklamrastreio. Por meio dela, é possível identificar microcalcificações precocemente e, quanto mais cedo o câncer for descoberto, maiores são as chancesbetboo reklamcura. O Ministério da Saúde recomenda que a mamografia ocorra a cada dois anos,betboo reklammulheresbetboo reklam50 a 69 anos, mas a Sociedade Brasileirabetboo reklamMastologia, o Colégio Brasileirobetboo reklamRadiologia e a Federação Brasileira das Associaçõesbetboo reklamGinecologia e Obstetrícia (Febrasgo) seguem o protocolo da Sociedade Americanabetboo reklamCâncer e orientam o exame anual a partir dos 40 anos.
Diantebetboo reklamdúvidas e mitos que podem surgir sobre o tema, a Agência Einstein responde a algumas das principais perguntas sobre o procedimento.
1. Por ser um exame com radiação, a mamografia pode causar câncerbetboo reklammama?&nbsp;
A mamografia utiliza raios Xbetboo reklambaixa energia para formar a imagem da mama e é a forma mais eficaz para o rastreamento e diagnóstico precoce desse câncer. Segundo a mastologista Danielle Martin Matsumoto, do Hospital Israelita Albert Einstein, a radiação ionizante está presentebetboo reklamvários outros examesbetboo reklamimagem, como raio-X e tomografia computadorizada.&nbsp;
Além disso, também estábetboo reklamfontes naturais, como raios cósmicos, que fazem com que as pessoas estejam expostas continuamente no meio ambiente ebetboo reklamviagens aéreas, por exemplo. &nbsp;
“A exposição à radiação tem o potencialbetboo reklamcausar neoplasias malignas. Ainda assim, a dosebetboo reklamradiação emitida nos examesbetboo reklammamografia é muito pequena e teria baixíssimo impacto como possível causabetboo reklamcâncerbetboo reklammama, frente ao grande benefício que este exame traz, com um númerobetboo reklamvidas salvas que superabetboo reklamcercabetboo reklam50 vezes qualquer risco trazido pela radiação”, afirma Matsumoto.
2. Mamografia causa inflamação crônica nas mamas?
Não. A compressão causada pela mamografia causa um desconforto momentâneo,betboo reklampoucos segundos. Apesarbetboo reklampouco comum, pacientes que fazem o exame quando as mamas estão mais sensíveis, como no período pré-menstrual, podem ficar com um incômodo por um pouco maisbetboo reklamtempo. “Nesse caso, a sugestão é conversar com seu médico para avaliar a prescriçãobetboo reklamum analgésico”, orienta a mastologista.
3. Fazer mamografia dói?&nbsp;
A mamografia é um exame muito rápido, mas pode ser momentaneamente desconfortável para algumas mulheres, porque a tolerância à dor é algo muito individual. “O equipamento é rígido e seu contato com a parte óssea da paciente, além da compressão causada nas mamas, pode causar dor e desconforto durante os poucos segundosbetboo reklamque a mama fica comprimida para a captação das imagens. Pacientes com mamas mais sensíveis podem sentir um desconforto um pouco maior”, avisa a médica.
Mas há formasbetboo reklamminimizar esse incômodo. Entre elas, evitar fazer o exame durante os períodos do ciclo menstrualbetboo reklamque as mamas estão mais doloridas e falar com seu médico sobre a possibilidadebetboo reklamtomar algum analgésico antes do exame.&nbsp;
4. Prótesebetboo reklamsilicone atrapalha a mamografia?
As prótesesbetboo reklamsilicone têm uma densidade que impede a visualizaçãobetboo reklamlesões localizadas atrás delas. Portanto,betboo reklammulheres que usam próteses mamárias, além das duas imagens convencionais realizadasbetboo reklamcada mama, são realizadas mais duas com uma manobrabetboo reklamdeslocamento da prótese para melhor visualização.
Ainda assim, pequenas porções mais periféricas dos seios podem não ser adequadamente contempladasbetboo reklamalguns casos, interferindo na qualidade da imagem. “Apesar disso, a mamografia deve ser realizada anualmente, mesmo pelas mulheres que usem implantesbetboo reklamsilicone”, alerta Danielle Matsumoto.
5. A mamografia pode romper as prótesesbetboo reklamsilicone?
Não. O silicone que compõe os implantes mamários é extremamente flexível e o riscobetboo reklamruptura é praticamente desprezível. “Os benefícios do diagnóstico precoce do câncerbetboo reklammama que a mamografia pode trazer superam largamente qualquer possível riscobetboo reklamrotura”, assegura a médica.
6. Mulheres que estão amamentando podem fazer mamografia?
Sim. A mamografia não causa qualquer prejuízo ou risco à amamentação. No entanto, a eficáciabetboo reklamdetectar alguma alteração inicial quando as mamas estão estimuladas pela amamentação fica prejudicada.
“Mulheres que estão amamentando e não apresentam sintomas suspeitos podem adiar a mamografia para o momentobetboo reklamque as mamadas estiverem menos frequentes, por exemplo, quando o bebê já estiver se alimentando com sólidos”, indica a médica. Se o exame tiver que ser feito concomitante à amamentação, o ideal é que a mama seja ordenhada antes para permitir melhor visualização do tecido glandular e reduzir o desconforto.
7. Mamografia é eficiente para mulheres com mamas densas?&nbsp;
Em geral, mulheres mais jovens têm as mamas densas. Daí porque a mamografia é recomendada após os 40 anos, quando a mama começa a ter mais gordura e o exame passa a ter melhor sensibilidade.
“Mulheres com menosbetboo reklam40 anos devem seguir a recomendação médica individual, e podem realizar ultrassom e/ou ressonância,betboo reklamacordo com indicação e história familiar”, orienta a oncologista Marina Sahade, diretora científica do Instituto Oncoguia. “Além disso, todas as mulheres,betboo reklamqualquer idade, também devem realizar o autoexame das mamas como rotina, para se conhecerem e notarem mudançasbetboo reklamseu corpo.”
8. A mulher pode fazer mamografia se estiver menstruada?
De acordo com Sahade, o melhor momento para fazer os examesbetboo reklammama é sempre na semana seguinte após o final da menstruação. Mas a mamografia pode, sim, ser feita no período menstrual, embora possa causar mais incômodo nessa fase do ciclo.&nbsp;
9. Fazer o autoexame das mamas substitui a mamografia?&nbsp;
Não. Segundo Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia, o autoexame é uma estratégia para que a mulher conheça suas mamas por meio do toque e da visualização, e possa perceber caso apareça qualquer alteração.&nbsp;
A mamografia, porbetboo reklamvez, consegue captar microcalcificações, pequenas assimetrias e nódulos que podem passar despercebidos apenas com o toque. “Hojebetboo reklamdia, preferimos chamar o autoexamebetboo reklamautoconhecimento das mamas. Diantebetboo reklamquaisquer alterações, vale ir ao seu médico e conversar com ele. A mamografia é o único exame que permite encontrar um câncer bem pequenininho e garantir 95%betboo reklamchancesbetboo reklamcura”, diz Holtz.
10. Mamografia causa efeitos colaterais?
Mamografia não causa efeitos colaterais e deve ser realizada anualmente por todas as mulheres a partir dos 40 anos.

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Saúde

Mamografia causa inflamação das mamas? 10 respostas sobre o exame

Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein - Mulheres que fazem mamografia anualmente têm menor probabilidadebetboo reklamdescobrir um câncerbetboo reklammamabetboo reklamestágio avançado do que aquelas que fazem o rastreamento a cada dois anos ou com menor frequência. A constatação ébetboo reklamuma pesquisa da Universidadebetboo reklamPittsburgh, nos Estados Unidos, publicadabetboo reklamagosto no <a href="https://ascopubs.org/doi/10.1200/JCO.24.00285">Journal of Clinical Oncology</a>.
Para chegar à conclusão, os pesquisadores avaliaram as informaçõesbetboo reklam8.145 pacientes diagnosticadas com câncerbetboo reklammama entre 2004 e 2019. O intervalobetboo reklamrastreamento foi considerado anual quando o exame aconteceubetboo reklamum período menor do que 15 meses; bienal se ocorreu entre 15 e 27 meses; ou intermitente se foi feito após 27 meses.&nbsp;
Entre as que faziam o exame anualmente, 9% descobriram a doençabetboo reklamestágio avançado; nas que passavam pelo teste a cada dois anos, esse índice foibetboo reklam14%; e no grupo das intermitentes, 19%. A tendência se manteve independentementebetboo reklamidade, raça e da menopausa.
Segundo os autores comentam no artigo, esses resultados mostram a vantagem do rastreamento anual para o diagnóstico precoce e aumento da sobrevida. O câncerbetboo reklammama é o segundo tipo mais comum entre as mulheres, ficando atrás apenas do câncerbetboo reklampele não melanoma. No Brasil, o Instituto Nacionalbetboo reklamCâncer (Inca) projeta quase 74 mil novos casos por ano entre 2023 e 2025.&nbsp;
Quando descobertobetboo reklamestágio inicial, as chancesbetboo reklamcura do câncerbetboo reklammama podem chegar a 95%. E a mamografia e o ultrassom desempenham um papel essencial nisso. Para se ter ideia, estudos indicam que a mamografia pode contribuir para a redução da mortalidade por câncerbetboo reklammamabetboo reklamaté 40%.
“Comobetboo reklamqualquer câncer, quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chancebetboo reklamcura. Muitas vezes, a mamografia permite fazer o diagnóstico antesbetboo reklamo tumor se tornar invasivo, por exemplo. Nesses casos, as chancesbetboo reklamcura chegam a 99,5%. Isso certamente contrasta muito com a sobrevidabetboo reklamcercabetboo reklam60% a 70% dos casosbetboo reklamdiagnósticosbetboo reklamestágios mais avançados”, afirma a mastologista Danielle Martin Matsumoto, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Divergências para início do rastreio
No entanto, embora existam mais estudos demonstrando os benefícios do rastreamento mamográfico para câncerbetboo reklammama, as diretrizes recomendando com que idade e com qual frequência as mulheres devem fazer esse exame são conflitantes.&nbsp;
Nos Estados Unidos, o American College of Radiology, a American Cancer Society e outras organizações recomendam a realizaçãobetboo reklammamografias anuais após os 40 anos. Já a U.S. Preventive Services Task Force — grupobetboo reklamespecialistas que analisa evidências científicasbetboo reklammedicina preventiva e discute novas recomendações — orienta que os exames sejam bianuais a partir dos 40 anos.
No Brasil, a situação é ainda mais divergente: o Inca, vinculado ao Ministério da Saúde, preconiza que o rastreamento do câncerbetboo reklammama por meio da mamografia ocorra somente a cada dois anos,betboo reklammulheresbetboo reklam50 a 69 anos. Porém, a Sociedade Brasileirabetboo reklamMastologia, o Colégio Brasileirobetboo reklamRadiologia e a Federação Brasileira das Associaçõesbetboo reklamGinecologia e Obstetrícia (Febrasgo) seguem o protocolo da American Cancer Society e recomendam mamografia anual a partir dos 40 anos.
Os autores do novo estudo apontam que cercabetboo reklam65% das mulheres com maisbetboo reklam40 anos são rastreadas para câncerbetboo reklammama nos EUA, e apenas cercabetboo reklammetade delas faz o exame uma vez ao ano. Isso se deve,betboo reklamparte, às diretrizes conflitantes sobre os intervalosbetboo reklamrastreamento recomendados.&nbsp;
Segundo Matsumoto, no Brasil os números devem ser ainda menores, especialmente considerando mulheres que usam a rede públicabetboo reklamsaúde. “No sistema público raramente vemos mulheres na faixa dos 40 anos com diagnóstico feito por examebetboo reklamrastreamento. Na maioria das vezes, ele acontece por queixa da paciente, que consegue palpar o próprio tumor e vai buscar ajuda. Na saúde suplementar isso é um pouco mais tranquilo e a faltabetboo reklamrealização do exame nessa idade está mais associada à ausência da rotina da paciente”, pondera.
Em geral, o câncerbetboo reklammama tem crescimentobetboo reklamlento a moderado, por isso a mamografia é capazbetboo reklamidentificá-lo no início. “Ainda assim, dentro dos cânceresbetboo reklammama, existem alguns tiposbetboo reklamcrescimento mais acelerado, são mais agressivos e, muitas vezes, vão acontecer no intervalo entre os rastreamentos. Por isso é tão importante que a mamografia seja realizada anualmente”, comenta a mastologista do Einstein.
betboo reklam Mais jovem, mais agressivo
Pacientes mais jovens, com idade abaixobetboo reklam49 anos, têm mais riscobetboo reklamdesenvolver tumores agressivos. Um <a href="https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-20012023-172143/publico/KarinaBelickasCarreiro.pdf">estudo da Universidadebetboo reklamSão Paulo</a> (USP) analisou os casosbetboo reklamquase 500 pacientes com 40 anos ou menos atendidas pelo Instituto do Câncer do Estadobetboo reklamSão Paulo (Icesp) e constatou que 71% delas estavam com o tumor jábetboo reklamestado avançado quando diagnosticadas, e 85,6% chegaram ao diagnóstico devido a queixas clínicas.
Essa pesquisa mostrou também que a incidênciabetboo reklamcâncerbetboo reklammamabetboo reklammulheres jovens é maior no Brasil do que a registradabetboo reklamoutros países. Nos Estados Unidos, apenas 5% das pacientes têm menosbetboo reklam40 anos; por aqui, são 15%. “Nos países desenvolvidos, com população predominantemente branca,betboo reklamgeral, a idade média do câncerbetboo reklammama é 63 anos. Menosbetboo reklam20% das pacientes têm câncer antes dos 50 anos e com menosbetboo reklam40 anos é mais raro ainda, cercabetboo reklam5%”, relata Matsumoto.&nbsp;
Segundo o Inca,betboo reklam2023 a rede públicabetboo reklamsaúde registrou 60.866 diagnósticosbetboo reklamcâncerbetboo reklammamabetboo reklammulheres. Dessas, 6.927 (11%) tinham menosbetboo reklam40 anos; 13.576 (22%) entre 40 e 49 anos; 15.684 (26%) entre 50 e 59 anos; e 24.679 (41%), acimabetboo reklam59 anos.&nbsp;
Com relação às diretrizes para início da recomendação do rastreio mamográfico, o Inca declarou à Agência Einstein que reafirma as diretrizesbetboo reklamvigor no Brasil, com a recomendaçãobetboo reklamrastreamento para mulheresbetboo reklam50 a 69 anos, a cada dois anos. O órgão publicou uma <a href="https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/nota_tecnica_inca_deteccao_precoce_cancer_de_mama_-_2023_0.pdf">nota técnica</a>betboo reklamdezembrobetboo reklam2023betboo reklamque cita um parecer técnico-científico que aponta como injustificada a ampliação do uso da mamografia para mulheres assintomáticas abaixobetboo reklam50 anos e acimabetboo reklam69 anos no Sistema Únicobetboo reklamSaúde (SUS).
No documento, o Inca informa que “apesarbetboo reklamalgumas meta-análises demonstrarem potencial redução nas taxasbetboo reklammortalidade por câncerbetboo reklammamabetboo reklammulheres com idade inferior a 50 anos que passam pelo rastreamento mamográfico (variando entre 15 e 20%), outras avaliações publicadas recentemente ebetboo reklammoderada-alta qualidade metodológica enfatizam não haver diferenças estatisticamente significativas nessas taxas.”&nbsp;
Possíveis gargalos
Na visãobetboo reklamDanielle Matsumoto, ao recomendar um examebetboo reklamrastreamento, é preciso levarbetboo reklamconsideração que existe a chancebetboo reklamum resultado falso positivo. Isso acontece quando a pessoa faz o exame, o médico vê um achado suspeito e precisa investigar se é câncer ou não, por meiobetboo reklamuma biópsia. Quando esse achado não se confirma como um câncer, ele é chamadobetboo reklamfalso positivo.
“Quanto mais jovem a paciente, mais densas são as mamas e maior o riscobetboo reklamter achados que precisarão ser investigados”, diz Matsumoto. A biópsia envolve equipamentos caros e exames complexos, que provavelmente estão menos disponíveis quando se falabetboo reklamsaúde pública. “Se a rede pública oferece a mamografia, tem que oferecer também os exames para investigar os achados alterados. É preciso dar seguimento”, avalia a mastologista.&nbsp;

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