Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein - Não tem para onde fugir. Toda mulher enfrentará o climatério e, logo depois, a menopausa. O processo faz parte do relógio biológico feminino, e a transição da fase reprodutiva para a não reprodutiva costuma acontecer a partir dos 45 anos. No caso das brasileiras, isso acontece por volta dos 48 anos,erro 500 betnacionalmédia, segundo um <a href="https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/13697137.2022.2088276">estudo</a> publicadoerro 500 betnacional2022 no periódico Climacteric.
Os desconfortos são bem conhecidos: ondaserro 500 betnacionalcalor (os famosos fogachos), alteraçõeserro 500 betnacionalhumor, diminuição da libido, aumentoerro 500 betnacionalpeso, ansiedade e até depressão. A intensidade dos sintomas varia, mas eles atingem cercaerro 500 betnacional70% das mulheres e costumam durar alguns anos. 
Mas nem por isso é preciso sofrer. Essas manifestações podem ser amenizadas com acompanhamento médico e tratamento adequado: a terapiaerro 500 betnacionalreposição hormonal (TH). Segundo o estudo brasileiro, apesar dos efeitos indesejados da menopausa afetarem a maioria das mulheres por aqui, somente 52% delas fazem algum tratamento; entre as que tratam, apenas 22% recorreram à TH. 
Dentre os motivos para não se tratarem estão a faltaerro 500 betnacionalinformação e receios sobre os impactos da reposição hormonal na saúde. “A terapia hormonal melhora muito a qualidadeerro 500 betnacionalvida das mulheres no climatério, mas o acompanhamento deve ser feitoerro 500 betnacionalforma individualizada por um ginecologista. É esse médico que vai avaliar a saúde da mulher como um todo e fazer a prescrição da via e da dose hormonal mais segura para cada paciente,erro 500 betnacionalacordo com suas individualidades”, explica a ginecologista e obstetra Vanessa Parejo Clara, do Setor Materno Infantil do Hospital Israelita Albert Einstein. 
A seguir, confira as respostas da médica para 20 perguntas sobre a terapiaerro 500 betnacionalreposição hormonal na menopausa:
1. O que é a terapiaerro 500 betnacionalreposição hormonal feminina?
É o tratamento mais efetivo para alívio dos sintomas da peri e da pós-menopausa, períodoerro 500 betnacionalque há uma queda considerável dos níveis hormonais femininos, levando a uma sérieerro 500 betnacionalsintomas que podem prejudicar a qualidadeerro 500 betnacionalvida da mulher eerro 500 betnacionalsaúde. 
A queda do estrogênio (ou hipoestrogenismo) é a principal causa desses sintomas, por issoerro 500 betnacionalreposição é indispensável para a melhora dos incômodos e da qualidadeerro 500 betnacionalvida nessa fase. 
Essa terapia envolve a administraçãoerro 500 betnacionalestrogênio isolado ou associado a um progestagênioerro 500 betnacionaldiferentes doses e regimes terapêuticos, que devem ser individualizadoserro 500 betnacionalacordo com o histórico e os riscos individuaiserro 500 betnacionalcada mulher.
2. Para que é indicada? 
A terapiaerro 500 betnacionalreposição hormonal (TH) é indicada para alívio dos sintomas causados pelo hipoestrogenismo, entre eles os vasomotores (fogachos ou “ondaserro 500 betnacionalcalor”); genito-urinários (atrofia ou ressecamento vaginal, ardência, incontinência urinária, infecção urináriaerro 500 betnacionalrepetição na menopausa); diminuiçãoerro 500 betnacionallibido; indisposição; oscilação do humor e da qualidade do sono e na prevençãoerro 500 betnacionalosteoporose.
3. Todas as mulheres precisam fazer a reposição hormonal quando entrarem na menopausa? 
Não. Em geral, não havendo contraindicação, o que vai determinar a indicação da reposição hormonal, bem como qual a melhor viaerro 500 betnacionaluso dela, serão o conjuntoerro 500 betnacionalsintomas e a intensidade deles.
4. Qual médico é indicado para avaliar a necessidadeerro 500 betnacionalreposição?
Ginecologistas. São esses especialistas que acompanham a saúde da mulhererro 500 betnacionalforma geral e lidam com questões hormonais femininas ao longoerro 500 betnacionaltodas as fases da vida.
5. Quais os tiposerro 500 betnacionalreposição hormonal?
O estrogênio pode ser administrado por via oral ou transdérmica sob a formaerro 500 betnacionalgel ou adesivo cutâneo. A escolha da via é baseada na preferência e nos riscos individuaiserro 500 betnacionalcada mulher.
6. Doenças preexistentes, como câncer ou diabetes, impedem a reposição hormonal?
Depende do caso. Cânceres que são hormônio dependentes (como oerro 500 betnacionalmama e oerro 500 betnacionalendométrio) contraindicam o usoerro 500 betnacionalhormônio caso a mulher tenha tido a doença. Já para mulheres que apresentam patologias como hipertensão arterial, obesidade, hipertrigliceridemia, riscos tromboembólicos, metabólicos ou cardiovasculares, não existe contraindicação no uso, mas há interferência na viaerro 500 betnacionalescolha. Nesses casos, a transdérmica (aplicada na pele,erro 500 betnacionalformaerro 500 betnacionalgel) é a escolhida por apresentar menor interferência no metabolismo.
7. É verdade que a reposição hormonal aumenta o riscoerro 500 betnacionalcâncererro 500 betnacionalmama?
O riscoerro 500 betnacionalcâncererro 500 betnacionalmama associado ao uso da TH existe, mas é pequeno — a incidência anual éerro 500 betnacionalmenoserro 500 betnacional1 caso por 1.000 mulheres. Mas alguns fatores podem aumentar esse risco, como mutações genéticas, antecedentes familiares, estiloerro 500 betnacionalvida, tipoerro 500 betnacionalterapia hormonal e tempoerro 500 betnacionaluso. Daí a importânciaerro 500 betnacionalcada caso ser analisado junto a um ginecologista.
8. O tratamento hormonal ajuda a aumentar a libido?
A libido dependeerro 500 betnacionalvários fatores e a variação hormonal é um deles. Nesse caso, a testosterona transdérmicaerro 500 betnacionaldoses baixas pode ser adicionada à TH, trazendo considerável melhora na resposta sexual.
9. É verdade que podem ocorrer sangramentos durante o tratamento?
Sim. O endométrio (camada interna do útero) responde à ação hormonal, podendo levar a sangramentos, que sempre devem ser avaliados e acompanhados pelo médico. Existem também esquemaserro 500 betnacionalreposição hormonalerro 500 betnacionalque os hormônios (estrogênio e progesterona) são usadoserro 500 betnacionalforma cíclica para melhor previsibilidade desse sangramento.
10. Existe algum risco ou contraindicação?
Sim, por isso cada caso deve ser discutido individualmente Entre as contraindicações estão: sangramento vaginal inexplicável, doença hepática, históricoerro 500 betnacionalcâncer sensível ao estrogênio (incluindo câncereserro 500 betnacionalmama eerro 500 betnacionalendométrio), cardiopatias (como doença coronariana e infarto do miocárdio), acidente vascular cerebral (AVC), tromboembolismo venoso (TEV) prévio; história pessoal ou alto riscoerro 500 betnacionaldoença tromboembólica hereditária.
11. É verdade que a reposição hormonal causa dor nas mamas?
A depender da dose e da terapia utilizada, a dor na mama pode ser um efeito comum devido a uma possível retençãoerro 500 betnacionallíquido e ao aumentoerro 500 betnacionaldensidade mamária. Existem várias formaserro 500 betnacionalaliviar esse sintoma, entre eles ajusteerro 500 betnacionaldose, usoerro 500 betnacionalsutiãserro 500 betnacionalsuporte, melhoraerro 500 betnacionalhábitos e analgésicos.
12. Quais os principais efeitos colaterais?
Os efeitos colaterais podem ser ausentes ou variarerro 500 betnacionalintensidade a depender da dose e da viaerro 500 betnacionaladministração, sendo os mais comuns: dor nas mamas, dorerro 500 betnacionalcabeça, inchaço e retençãoerro 500 betnacionallíquido, náusea e sangramento vaginal irregular. 
O tratamento desses desconfortos dependeerro 500 betnacionalqual efeito colateral a mulher teve. Na maioria das vezes, porém, o problema é resolvido fazendo o ajuste da dose ou da viaerro 500 betnacionaluso da reposição hormonal.
13. O tratamento via oral tem o mesmo efeito e eficácia que as injeções ou adesivos? 
Cada viaerro 500 betnacionaladministração tem suas vantagens e desvantagens. De forma geral, a via oral tem maior facilidadeerro 500 betnacionaluso, menor custo e mais estudos. Porém, por tererro 500 betnacionalabsorção no intestino e metabolização no fígado, pode causar mais efeitos colaterais. 
Maserro 500 betnacionalrelação ao controleerro 500 betnacionalsintomas sistêmicos da menopausa, as outras vias também têm sucesso semelhante, com exceção da via vaginal, que atua apenas nos sintomas genito-urinários, sem efeito sistêmico.
14. A partirerro 500 betnacionalque idade a mulher pode fazer a reposição?
A reposição está indicada quando iniciarem os sintomas do climatério, que podem acontecer anos antes da chegada da menopausa,erro 500 betnacionalfato. Ou então,erro 500 betnacionaloutras condições que levem à queda antecipada dos níveis fisiológicos hormonais, como a falência ovariana precoce (quando a menopausa ocorre antes dos 40 anos) ou aindaerro 500 betnacionalcasoserro 500 betnacionalque há a necessidade da realizaçãoerro 500 betnacionalooforectomia bilateral, cirurgia para retirada dos ovários.
15. Existe algum momento ideal para começar a reposição ou ela pode ser feita a qualquer momento pós-menopausa?
Em mulheres saudáveis, sem contraindicação, o ideal seria iniciar a TH na transição menopáusica ou nos primeiros anoserro 500 betnacionalpós-menopausa, no período denominado “janelaerro 500 betnacionaloportunidade”. Esse intervaloerro 500 betnacionaltempo começa quando se iniciam os sintomas e eles são mais intensos, mas pode se estender até 10 anos após a menopausa (que é o limite para o início do tratamento). Quanto antes começar a terapia, maiores os benefícios e menores os riscos.
16. Por quanto tempo a reposição hormonal deve ser feita?
Dependeerro 500 betnacionalcada pessoa. A dose, a via, a duração e o regimeerro 500 betnacionaladministração da TH para o tratamento dos sintomas devem ser individualizados, e as decisões terapêuticas devem ser compartilhadas com a paciente. 
Vale pontuar que o risco cardiovascular pode aumentar se a reposição for iniciadaerro 500 betnacionalmulheres com maiserro 500 betnacional60 anos, com maiserro 500 betnacionaldez anos da menopausa ou que apresentem elevado risco cardiovascular prévio.
17. Reposição hormonal melhora ou rejuvenesce a pele?
A reposição hormonal pode atenuar o envelhecimento e as alterações cutâneas da pós-menopausa. Estudos mostram que a reposição estrogênica estimula a renovação das células da pele e leva ao aumento do colágeno dérmico e da espessura cutânea.
18. Essa terapia emagrece ou engorda?
Com o passar dos anos, é esperado que haja um aumentoerro 500 betnacionalpeso eerro 500 betnacionaldeposiçãoerro 500 betnacionalgordura abdominal, independentemente da fase hormonal da mulher. A reposição hormonal não contribui para o ganhoerro 500 betnacionalpeso, inclusive pode atenuá-lo, especialmente se acompanhada por um estiloerro 500 betnacionalvida saudável. 
19. A reposição hormonal ajuda a ganhar massa muscular?
A TH exerce efeitos benéficos tanto no tecido muscular quanto no tecido ósseo e cartilagens, alémerro 500 betnacionalmelhorar a disposição para práticaerro 500 betnacionalatividade física. Associada aos exercícios musculares, ela pode diminuir a perdaerro 500 betnacionalmassa e força muscular, alémerro 500 betnacionalmelhorar o desempenho físico.
20. Existe algum tipoerro 500 betnacionalreposição hormonal que seja “natural”, sem usoerro 500 betnacionalhormônios?
Uma formaerro 500 betnacionalalívio dos sintomas do climatério sem a utilizaçãoerro 500 betnacionalhormônios é com usoerro 500 betnacionalfitoterápicos (composições naturais a partirerro 500 betnacionalplantas e ervas), entre eles óleoerro 500 betnacionalprímula, isoflavonaserro 500 betnacionalsoja, cimifuga racemosa, entre outros. 
Entretanto, apesarerro 500 betnacionalauxiliar no alívioerro 500 betnacionalalguns sintomas, a evidência científica e a segurança desses métodos são menores do que a reposição hormonal convencional.

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Terapiaerro 500 betnacionalreposição hormonal: 20 respostas sobre o tratamento na menopausa

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