Agência Brasil - O programa Sentinela LGBT+, criado pela Organização não governamental (ONG) VoteLGBT, já pode ser acessado pelas pessoas candidatas LGBT+ que sofram algum tipobetsson spacemanviolência nas eleições municipaisbetsson spaceman2024, que acontecembetsson spacemanoutubro. Apesarbetsson spacemanter sido desenvolvido visando o pleito deste ano, a Sentinela &nbsp;monitorará permanentemente denúnciasbetsson spacemanviolência política ebetsson spacemangênero contra parlamentares LGBT+ no Brasil.
Quando a candidatura recebe uma ameaça ou violência online, deve-se fazer um print da tela e mandar essa imagem para um númerobetsson spacemanWhatsapp. A Sentinela, usando recursosbetsson spacemaninteligência artificial, analisará os materiais e fará categorizações da violência - como ameaçasbetsson spacemanmorte, estupro corretivo, LGBTFobia e discursobetsson spacemanódio - para organizar as informações e fornecer dados agrupados.
Os dados sobre os ataques sofridos durante estas eleições vão alimentar um relatório sobre violência política LGBTfóbica, que analisará tanto o perfil das vítimas quanto das agressões. O programa também conta com profissionaisbetsson spacemansaúde mental que fornecerão atendimento gratuito às vítimasbetsson spacemanviolência política. Com uma equipe composta por profissionais da Clínica LGBT+ com Local, estão previstos 600 atendimentos gratuitos e sigilosos.
“Nossa proposta é usar essa nova tecnologia a favor do fortalecimento da democracia, do Estado democrático e da participação políticabetsson spacemanqualquer pessoa. A partirbetsson spacemandados concretos, poderemos avaliar a necessidadebetsson spacemanpolíticas públicasbetsson spacemanproteção a essas lideranças que vêm ocupando cada vez mais os espaçosbetsson spacemantomadabetsson spacemandecisão. Este ano maisbetsson spaceman3000 candidaturas se declararam publicamente como LGBT+, &nbsp;é um momento histórico", destaca Gui Mohallem, da direção do VoteLGBT.
<h2>Violência política e eleitoral no Brasil</h2>
Ainda que a ausênciabetsson spacemandados seja o maior entrave para monitorar a violência política e eleitoral contra as lideranças LGBT+, a segunda edição da pesquisa Violência Política e Eleitoral no Brasil revela que nos dois meses que antecederam o primeiro turno das eleiçõesbetsson spaceman2022 (de 2betsson spacemansetembrobetsson spaceman2020 a 31betsson spacemanoutubro), o númerobetsson spacemanepisódiosbetsson spacemanviolência política quase se igualou à quantidadebetsson spacemancasos registrados nos primeiros sete meses do ano. A pesquisa foi feita pelas organizações Terrabetsson spacemanDireitos e Justiça Global.
O monitoramento encontrou 542 episódios ilustrativos desse tipobetsson spacemanviolência, que tiveram como vítimas 497 pessoas –betsson spacemanalgumas situações, uma mesma pessoa foi vítimabetsson spacemanmaisbetsson spacemanum episódio.
“É importante chamar atenção para o fatobetsson spacemanque a LGBTfobia foi equiparada aos crimesbetsson spacemanracismo previstos na Lei nº 7.716betsson spaceman2012 pelo Supremo Tribunal Federal &nbsp;(STF)betsson spacemanjulgamento conjunto da ADO nº 26 e MI nº 4733. &nbsp;Além disso, o Brasil é signatáriobetsson spacemanuma sériebetsson spacemantratados internacionais que são contrários a qualquer tipobetsson spacemandiscriminação pautada na orientação sexual, identidadebetsson spacemangênero e expressãobetsson spacemangênero”, diz a VotelGBT.
Informações da VoteLGBT, reunindo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e da própria organização, apontam para maisbetsson spaceman3 mil candidaturas declaradamente LGBT+, sendo 20,3%betsson spacemanpessoas trans.
Há 10 anos o VoteLGBT desenvolve uma ampla gamabetsson spacemanações, desde pesquisa, geraçãobetsson spacemandados, apoio a lideranças e mobilização do eleitorado, até a criaçãobetsson spacemanferramentas digitais, campanhasbetsson spacemansensibilização e incidência.

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Brasil Sustentável

Programa Sentinela monitorará violência contra candidaturas LGBT+

Por Mariana Tokarnia e Rafael Cardoso - Repórteres da Agência Brasil - Riobetsson spacemanJaneiro
“Visibilidade” é a palavra-chave que atravessa a históriabetsson spacemanluta LGBTQIA+ no Brasil. Nem nos momentos mais violentos e autoritários, como a ditadura militar, houve silêncio, covardia, inércia. Nas tentativasbetsson spacemanformar encontros nacionais entre 1959 e 1972; na criação do Grupo Somos e dos jornais Lampião da Esquina e ChanacomChana,betsson spaceman1978; no levantebetsson spacemanlésbicas do Ferro’s Barbetsson spaceman1983 e na pressãobetsson spacemananos para retirar a homossexualidade do rolbetsson spacemandoenças, concretizadabetsson spaceman1985, houve protagonismo, mobilização e luta.
Com esse histórico, chama a atenção que a principal databetsson spacemancelebração da população LGBTQIA+ no país seja o 28betsson spacemanjunho, que faz referência a uma revolta ocorridabetsson spaceman1969 na cidadebetsson spacemanNova York. Na ocasião, frequentadores do Stonewall Inn, um dos bares gays popularesbetsson spacemanManhattan, reagiram a uma operação policial violenta, prática habitual do período. A resistência virou um marco do movimento LGBTQIA+ por direitos nos Estados Unidos (EUA) e passou a ser comemoradabetsson spacemanmuitos outros países, incluindo o Brasil, como o Dia Internacional do Orgulho LGBT+.
Pesquisadores e ativistas ouvidos pela reportagem da Agência Brasil entendem que a revoltabetsson spacemanNova York virou um símbolo internacional muito mais pela força geopolítica e cultural dos Estados Unidos, do que pelo fatobetsson spacemanter sido o principal evento do tipo no mundo.
“As datas podem e devem ser celebradas. Mas nem tudo começabetsson spacemanStonewall e nem tudo se resolveu lá. São muitos outros episódios que precisam ser lembrados para que a gente tenha uma memória mais coletiva, plural, democrática e diversa sobre as lutas da comunidade LGBTQIA+”, explica Renan Quinalha, professorbetsson spacemanDireito da Universidade Federalbetsson spacemanSão Paulo (Unifesp) e presidente do Grupo Memória e Verdade LGBTQIA+, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). “A gente acaba tendo aí uma força do imperialismo norte-americano cultural. Isso invisibiliza alguns marcos domésticos, nacionais, que a gente precisa celebrar também como avanços, conquistas e referênciasbetsson spacemanmemória nessa construção política da comunidade”.
Para a historiadora Rita Colaço, ativista LGBTQIA+ e diretora-presidente do Museu Bajubá, é preciso olhar menos para os EUA como referência e valorizar elementos próprios do movimento brasileiro.
“O mitobetsson spacemanStonewall vai sendo construído a posteriori. Se você pega a imprensa brasileira, faz uma pesquisa na hemeroteca da Biblioteca Nacional, não tem nada, não se fala disso. Até nos anos 70, no final dos 70, quando chega o Lampião, você não vê Stonewall com essa referência toda, com esse peso todo que ele vai adquirindo nos anos seguintes”, diz Rita. “Para ser fiel à história, não se pode dizer que Stonewall foi a primeira revolta, nem que deu início à luta pelos direitos LGBT. Isso é uma inverdade nos Estados Unidos e no mundo”.
“Então, a gente precisa se apropriar do nosso passado, do nosso patrimônio, dos nossos registros, dos nossos vestígios, dos nossos acervos, reverenciá-los, se orgulhar deles e lutar para que eles sejam salvaguardados, restaurados, preservados, para que as nossas datas, as datas das nossas lutas sejam rememoradas, sejam dadas a conhecer. É esse trabalho que eu, junto com vários outros pesquisadores pelo Brasil adentro, venho fazendo, procurando sensibilizar as pessoas para a importância da nossa história”, complementa Rita.
<h2>Stonewall brasileiro?</h2>
E se voltássemos nossa atenção exclusivamente para a história nacional? Seria possível identificar um marcobetsson spacemanluta LGBTQIA+, um episódio principal que tenha impulsionado o movimento? Um “Stonewall brasileiro”?
“Não há uma revolta ou uma rebelião semelhante a Stonewall no Brasil. O que a gente pode falar ébetsson spacemanacontecimentos marcantes, momentos específicos e isolados. Numa perspectivabetsson spacemansérie, reconhecemos a importânciabetsson spacemanmovimentos ou ações mais particulares e isolados. Nos Estados Unidos mesmo, Stonewall não surge da noite para o dia. Dez anos antes,betsson spaceman1959, já havia ocorridobetsson spacemanLos Angeles um movimento que ficou conhecido como Revoltabetsson spacemanCooper Do-nuts”, analisa Luiz Morando, pesquisadorbetsson spacemanBelo Horizonte sobre a memória LGBTI+.
O raciocínio é o mesmobetsson spacemanMarco Aurélio Máximo Prado, professor e coordenador do Núcleobetsson spacemanDireitos Humanos e Cidadania LGBT+ (NUH) da Universidade Federalbetsson spacemanMinas Gerais (UFMG). Para ele, faz mais sentido pensar na história a partir da noçãobetsson spacemanprocesso e nãobetsson spacemanum episódio isolado.
“Eu prefiro falarbetsson spacemanacontecimentos, que seguem um movimentobetsson spacemanrede, do que identificar ou outro marcobetsson spacemanorigem. Porque são milharesbetsson spacemanprotagonismosbetsson spacemandiversos lugares e contextos”, defende Marco Aurélio. “É muito mais produtivo pensarbetsson spacemanuma série,betsson spacemanum processo histórico,betsson spacemanque a gente possa observar que esse orgulho foi sendo construído, com as demandas e reivindicações, ao longobetsson spacemanum tempo. Nada brota espontaneamentebetsson spacemanum momento para o outro. Há uma série que vai levar à geraçãobetsson spacemandeterminado procedimento, revolta ou rebelião, que detona daíbetsson spacemandiante uma sériebetsson spacemanconquistas para determinada população”.
<h2>Mobilização nacional</h2>
Mesmo pensada a partir da ideiabetsson spacemanprocesso histórico, a construção do movimento LGBTQIA+ brasileiro é fenômeno complexo, que envolve um conjunto grandebetsson spacemanacontecimentos e realizações. Alguns se destacam pela repercussão e capacidadebetsson spacemaninspirar outros grupos.
“O processobetsson spacemanconstrução da consciência política, do segmento que a gente chamava há pouco tempobetsson spaceman‘homossexualidades’, e agora cada vez aumenta mais o númerobetsson spacemanletras, é muito antigo. Esse movimentobetsson spacemanconstrução da identidade e da necessidadebetsson spacemanse organizar remonta ao final dos anos 1950. Depois, vai se consolidando com a imprensa artesanal, que eram aqueles boletins manuscritos. Os grupos se organizavambetsson spacemantornobetsson spacemanfestas, brincadeiras, e a partir desses boletins eles foram refletindo sobrebetsson spacemancondição, divulgando textosbetsson spacemanlivros, peças teatrais, filmes, acontecimentos no exterior, a luta na Suécia, a luta na Inglaterra contra a criminalização da homossexualidade. Então, essas notícias, eles replicavam para os grupos por meio desses boletins”, diz a historiadora Rita Colaço.
O pesquisador Luiz Morando destaca as tentativasbetsson spacemanorganizaçãobetsson spacemanencontros nacionaisbetsson spacemanhomossexuais e travestis entre 1959 e 1972. As principais ocorrerambetsson spacemanBelo Horizonte, Niterói, Petrópolis, João Pessoa, Caruaru e Fortaleza.
“Os organizadores daquelas tentativasbetsson spacemanencontros,betsson spacemancongressos, eram surpreendidos e presos pela polícia para serem fichados e impedidosbetsson spacemancontinuar os eventos. Dá muito mais orgulho pensar nesse processo histórico e na formaçãobetsson spacemanuma consciência política ao longo do tempo”, diz Luiz Morando.
Eventos que reuniram maisbetsson spacemanuma bandeirabetsson spacemanluta dos grupos marginalizados também foram importantes pela capacidadebetsson spacemandiálogo e transversalidade.
“Tivemos um episódio fundamental, que considero o primeirobetsson spacemanmobilização convocada e feita pela populaçãobetsson spacemanmaneira mais consciente e politizada, que é o 13betsson spacemanjunhobetsson spaceman1980. Ficou conhecido como Diabetsson spacemanPrazer e Luta Homossexual, uma manifestação contra a violência policial. Esse episódio aconteceubetsson spacemanSão Paulo, no Teatro Municipal, e reuniu várias entidades do movimento LGBT+ e outros movimentos, como o negro, feminista ebetsson spacemanprostitutas. Eles denunciavam a violência do delegado José Wilson Richetti, que fazia operações policiaisbetsson spacemanrepressão no centro da cidade. Por noite,betsson spacemanum fimbetsson spacemansemana, entre 300 e 500 pessoas chegavam a ser presas arbitrariamente”, diz o professor Renan Quinalha.
<h2>Luta trans&nbsp;</h2>
Em 2004, a ativista, ex-presidenta e atual secretária da Associação Nacionalbetsson spacemanTravestis e Transexuais (Antra), Keila Simpson, desembarcavabetsson spacemanBrasília para participar do que viria a ser um dos momentos mais icônicos da luta das pessoas trans: o lançamento da campanha Travesti e Respeito, promovida pelo Programa Nacionalbetsson spacemanDST/Aids do Ministério da Saúde. A ação foi lançada no Congresso Nacional e acabou por marcar o Dia da Visibilidadebetsson spacemanTransexuais e Travestis,betsson spaceman29betsson spacemanjaneiro.
Um grupobetsson spacemanhomens e mulheres trans reuniu-se na capital antes mesmo do lançamento. Keila conta que eles participarambetsson spacemanoficinasbetsson spacemanmaquiagem,betsson spacemanvestuário,betsson spacemannoçõesbetsson spacemandireitos humanos ebetsson spacemanfotografia. Depois, foram produzidos os cartazes oficiais da campanha. Entre os dizeres estava: “Travesti e respeito. Já está na horabetsson spacemanos dois serem vistos juntos. Em casa. Na boate. Na escola. No trabalho. Na vida”.
“A gente fez o lançamento no Congresso Nacional, mas a campanha não foi recebida muito bem pela sociedade. O que prova que o estigma era grande e ainda está presente”, diz Keila. “O nosso objetivo era dialogar com a sociedade, mostrar que travestis também deveriam e poderiam ter direito ao respeito”.
Ainda nos diasbetsson spacemanhoje, 20 anos depois, a população trans continua sendo a maior vítimabetsson spacemanviolência entre os grupos que formam a comunidade LGBTI+. Segundo o Dossiêbetsson spacemanLGBTIfobia Letal, do Observatóriobetsson spacemanMortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil,betsson spaceman2023 ocorreram 230 mortes LGBTI+betsson spacemanforma violenta no país. Entre as vítimas, 142, o equivalente a 62%, eram travestis e mulheres trans.
“Em um país violento como o Brasil, é preciso que a gente demarque datas. Em toda a história da humanidade, se rememora a luta travada por pessoas que estavambetsson spacemanprocessobetsson spacemanexclusão e que reivindicavam direitosbetsson spacemanparticipação”, reflete Keila. “Mas a gente precisa compreender também que não é necessário falar desse problema somente nessas datas, masbetsson spacemantodos os momentos. Que elas sejam um marcobetsson spacemanluta, mas que continuemos escrevendo ou reescrevendo a históriabetsson spacemanuma forma muito mais tranquila”.
<h2>Primeiras marchas e paradas</h2>
A partir dos anos 1990, as “marchas” ou “paradas” passaram a ser manifestações públicas importantesbetsson spacemandemonstração do orgulho LGBTQIA+ ebetsson spacemanreivindicaçãobetsson spacemandireitos. As primeiras tentativas começaram ainda na décadabetsson spaceman1980, por não conseguirem reunir número significativobetsson spacemanpessoas.
No Riobetsson spacemanJaneiro, para que o evento pudesse ter apelo maior nas ruas, foi essencial o trabalho do Grupo Arco Íris, fundadobetsson spaceman1993. Líderes da organização, entre eles o ativista Cláudio Nascimento, persistiram na missãobetsson spacemanfortalecer o movimento e mobilizar número maiorbetsson spacemanpessoas.
“A gente entendia que precisava construir outros referenciais para suplantar a ideiabetsson spacemansermos só um movimento defensivo,betsson spacemanreclamar a vitimização da violência. Deveria se colocar também no lugarbetsson spacemanprotagonista,betsson spacemansujeitos históricos para a construção das nossas lutas e reivindicações”, diz Cláudio. “Conversamos com outros grupos, mostrando que era importante primeiro produzir algumas atividades dentro dos próprios movimentos para as pessoas criarem algum nível tambémbetsson spacemansegurança individual,betsson spacemanfortalecimento da própria sexualidade, para ter essa capacidadebetsson spacemanse colocarbetsson spacemanpúblico, se colocar no mundo”.
Em 1995, Cláudio coordenou, no Riobetsson spacemanJaneiro, a Conferência Mundialbetsson spacemanGays, Lésbicas e Travestis, que era a Conferência Mundial da ILGA - International Lesbian and Gay Association, a entidade da época mais importante internacionalmente. Foi uma oportunidadebetsson spacemanaproveitar o público presente no encontro para organizar a primeira Parada do Orgulho LGBTbetsson spaceman22betsson spacemanjunhobetsson spaceman1995. Os organizadores estimam o número totalbetsson spacemanparticipantesbetsson spaceman3 mil.
“É muito importante que a comunidade reconheça, valorize a nossa memória, a nossa história, porque são passos que foram construídos ao longo do tempo por muitas mãos e que não tem apenas um artífice. São várias pessoas produzindo essa aventura, essa luta, nessa trajetória que o movimento construiu até agora. A nossa luta é coletiva. Nunca será individual”, diz Cláudio.
<h2>Novos desafios</h2>
Se efemérides são importantes para celebrar e relembrar conquistas sociopolíticas, também se tornam momentosbetsson spacemanreflexão sobre as próximas etapasbetsson spacemanluta. Por mais que se tenha avançado na ampliaçãobetsson spacemandireitos e respeito à diversidadebetsson spacemangênero ebetsson spacemansexo no país, ainda há uma sériebetsson spacemandesafios pela frente. Para os pesquisadores e ativistas, o avanço dos grupos conservadores e do fundamentalismo religiosos são hoje as principais fontebetsson spacemanameaças aos direitos já conquistados.
“Temos visto lutas no Judiciário para garantir o reconhecimento dos nossos direitos. É uma batalha complicada, porque hoje percebemos que estamos com os próprios valores civilizatórios ameaçados. Estamosbetsson spacemanum momento da história muito perigoso, porque não é só o direito desse ou daquele segmento que está sendo ameaçado, é a própria estrutura da República, da democracia, os valores éticos, os valores civilizatórios mesmo. Tudo está sendo postobetsson spacemanxeque por esse avanço fundamentalista”, diz a historiadora Rita Colaço.
“A história dos direitos LGBT+ no Brasil não pode ser olhada como uma linha retabetsson spacemandesenvolvimento e progresso. Muito pelo contrário, ela ébetsson spacemancontradições, paradoxos, luta com ganhos e perdas. E, neste momentobetsson spacemanenorme ofensiva contra os direitos LGBT+ e contra a diversidadebetsson spacemangênero, sem dúvida teremos que nos reinventarbetsson spacemannovas lutas políticas no campo dos direitos”, avalia o professor da UFMG, Marco Aurélio.

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Dia do Orgulho LGBTQIA+: país tem longa históriabetsson spacemanluta por direitos

247 - Seis das mulheres que assinaram originalmente o Projetobetsson spacemanLei 1904, que equipara o abortobetsson spacemangestação acimabetsson spaceman22 semanas ao homicídio. A proposta,betsson spacemanautoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), foi assinada por 32 deputados, dos quais 12 são mulheres.
De acordo com informações publicadas nesta sexta-feira (14) pelo <a href="https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2024/06/metade-das-deputadas-favoraveis-ao-pl-antiaborto-sao-da-comissao-de-defesa-dos-direitos-da-mulher.shtml">jornal Folhabetsson spacemanS.Paulo</a>, Ely Santos (Republicanos-SP), Julia Zanatta (PL-SC) e Coronel Fernanda (PL-MT) foram listadas como titulares da comissão pela Câmara.&nbsp;
Dayany Bittencourt (União-CE) e Franciane Bayer (Republicanos-RS) apareceram como membros suplentes, assim como Renilce Nicodemos (MDB-PA), que anunciou a retirada do seu nome do projeto após repercussão negativa.
As outras seis mulheres que assinaram foram Simone Marquetto (MDB-SP), Cristiane Lopes (União-RO), Carla Zambelli (PL-SP), Greyce Elias (Avante-MG), Bia Kicis (PL-DF) e Lêda Borges (PSDB-GO).

Brasília

Metade das deputadas favoráveis ao PL antiaborto são da Comissão da Mulher

Por <a href="https://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/trabalho-domestico-luiz-marinho/">Rede Brasil Atual</a> - O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, defendeu a efetivação dos direitos no trabalho doméstico, setorbetsson spacemanque ainda são comuns práticas análagas à escravidão. Em participação no Juca Kfouri Entrevista, transmitido pela TVT nesta quinta-feira (2), ele falou sobre entraves e avanços.
“O trabalho doméstico no Brasil, até este momento, não é considerado para efeitobetsson spacemannegociação coletiva, não tem um sindicatobetsson spacemanempregadores. Mas vamos autorizar. O presidente (Luiz Inácio Lula da Silva) já assinou a Convenção 89 (da OIT) para regular e criar autorizaçãobetsson spacemanconstruir sindicatos que passarão a ter negociação coletiva e contrato coletivobetsson spacemannegociação no trabalho doméstico”, disse o ministro.
Marinho destacou o projeto “Mulheres Mil: Trabalho Doméstico e Cuidados”. Lançado esta semana, prevê 900 vagas para qualificação profissional e formação cidadãbetsson spacemantrabalhadoras domésticas. E mais: segundo o governo, também vai avançar na proteção e nos direitos trabalhistas da categoria. Iniciativa interministerialbetsson spacemanparceria com os sindicatos das trabalhadoras domésticas, visa atualizar a legislação conforme orientação da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
<h2>Informalidade no trabalho doméstico</h2>
Aindabetsson spacemanfase piloto, o projeto vai oferecer as vagasbetsson spacemanformação nos institutos federaisbetsson spacemancursos sobre direitos trabalhistas e sociais, enfrentamento a violências e às desigualdadesbetsson spacemangênero e raça, economia do cuidado, recomposiçãobetsson spacemanconteúdos e inclusão digital. O objetivo é certificar e qualificar profissionalmente essas trabalhadorasbetsson spacemanáreas complementares.
Marinho destacou que o governo pretende “acimabetsson spacemantudo, colocar luz na proteção ao trabalho doméstico”. Ou seja, proteger direitos. “Porque nos incomoda muito quando encontramos trabalho análogo à escravidão no trabalho doméstico. (Queremos) chamar a atenção da sociedade para observar um condomínio. Se sente que alguma trabalhadora está proibidabetsson spacemansair na calçada, frequentar restaurante do bairro, manicure, pedicure… isso, infelizmente, ainda acontece no Brasil”, disse.
Uma das maiores categorias profissionais do Brasil, as empregadas domésticas somam maisbetsson spaceman6 milhõesbetsson spacemantrabalhadoras. Quase a maioria delas (92%) são mulheres e 66% negras. Um <a href="https://www.youtube.com/watch?v=z07bqrzQIZ8">estudo do Dieese</a> identificou que, apesar dos avanços legislativos conquistadosbetsson spaceman2015, no governo da presidente Dilma Rousseff (PT), com a Propostabetsson spacemanEmenda à Constituição (PEC das Domésticas), 75% delas ainda não têm carteirabetsson spacemantrabalho assinada. Além da informalidade, a renda média mensal ébetsson spacemanapenas R$ 1.122. Ou seja, quase R$ 200 a menos do salário mínimo vigentebetsson spaceman2023.
<h2>‘Situação dos motoristasbetsson spacemanaplicativo é inaceitável’</h2>
O ministro do Trabalho também classificou como inaceitável a situação dos trabalhadores por aplicativos. E defendeu a propostabetsson spacemanregulamentação da categoria. Para ele, o projetobetsson spacemanlei que tramita na Comissãobetsson spacemanIndústria e Comércio da Câmara dos Deputados deve seguir para votaçãobetsson spacemanplenário no dia 12betsson spacemanjunho, é resultadobetsson spacemanuma negociação coletiva.
Marinho avaliou, contudo, que a iniciativa alvobetsson spacemanfake news deve ser aprimorada conforme o interesse dos trabalhadores. E por isso rebateu o argumentobetsson spacemanque a legislação pode implicar num aumento dos preços para os consumidores. “A lei não pode impactar no custo? Pode acontecer. Mas eu me pego como cidadão. Um diabetsson spacemanchuva estou la no meu sofá confortável e resolvo fazer um pedidobetsson spacemanalimento porque estou com preguiçabetsson spacemancozinhar. Eu peço num diabetsson spacemanchuva e vem um rapaz, uma moça numa moto, (passando pela) estripulia do trânsito, correndo risco para trazer minha alimentação. E eu não vou me preocuparbetsson spacemanqual é a remuneração dele?”, questionou.
“Para mim, como cidadão, é inaceitável, abominável, essa abordagembetsson spacemanque isso pode incorrer no custo do consumidor. O trabalho tem que ser respeitado, valorizado. O custo do trabalho tem que ser considerado. Não posso aceitar a lógicabetsson spacemanque o IFood vai ganhar horrores e o trabalhador será explorado numa lógicabetsson spacemantrabalho análogo à escravidão”.

Tag: direitos

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Luiz Marinho defende efetivação dos direitos no trabalho doméstico