Agência Brasil - O programa Sentinela LGBT+, criado pela Organização não governamental (ONG) VoteLGBT, já pode ser acessado pelas pessoas candidatas LGBT+ que sofram algum tiposlot of bingoviolência nas eleições municipaisslot of bingo2024, que acontecemslot of bingooutubro. Apesarslot of bingoter sido desenvolvido visando o pleito deste ano, a Sentinela &nbsp;monitorará permanentemente denúnciasslot of bingoviolência política eslot of bingogênero contra parlamentares LGBT+ no Brasil.
Quando a candidatura recebe uma ameaça ou violência online, deve-se fazer um print da tela e mandar essa imagem para um númeroslot of bingoWhatsapp. A Sentinela, usando recursosslot of bingointeligência artificial, analisará os materiais e fará categorizações da violência - como ameaçasslot of bingomorte, estupro corretivo, LGBTFobia e discursoslot of bingoódio - para organizar as informações e fornecer dados agrupados.
Os dados sobre os ataques sofridos durante estas eleições vão alimentar um relatório sobre violência política LGBTfóbica, que analisará tanto o perfil das vítimas quanto das agressões. O programa também conta com profissionaisslot of bingosaúde mental que fornecerão atendimento gratuito às vítimasslot of bingoviolência política. Com uma equipe composta por profissionais da Clínica LGBT+ com Local, estão previstos 600 atendimentos gratuitos e sigilosos.
“Nossa proposta é usar essa nova tecnologia a favor do fortalecimento da democracia, do Estado democrático e da participação políticaslot of bingoqualquer pessoa. A partirslot of bingodados concretos, poderemos avaliar a necessidadeslot of bingopolíticas públicasslot of bingoproteção a essas lideranças que vêm ocupando cada vez mais os espaçosslot of bingotomadaslot of bingodecisão. Este ano maisslot of bingo3000 candidaturas se declararam publicamente como LGBT+, &nbsp;é um momento histórico", destaca Gui Mohallem, da direção do VoteLGBT.
<h2>Violência política e eleitoral no Brasil</h2>
Ainda que a ausênciaslot of bingodados seja o maior entrave para monitorar a violência política e eleitoral contra as lideranças LGBT+, a segunda edição da pesquisa Violência Política e Eleitoral no Brasil revela que nos dois meses que antecederam o primeiro turno das eleiçõesslot of bingo2022 (de 2slot of bingosetembroslot of bingo2020 a 31slot of bingooutubro), o númeroslot of bingoepisódiosslot of bingoviolência política quase se igualou à quantidadeslot of bingocasos registrados nos primeiros sete meses do ano. A pesquisa foi feita pelas organizações Terraslot of bingoDireitos e Justiça Global.
O monitoramento encontrou 542 episódios ilustrativos desse tiposlot of bingoviolência, que tiveram como vítimas 497 pessoas –slot of bingoalgumas situações, uma mesma pessoa foi vítimaslot of bingomaisslot of bingoum episódio.
“É importante chamar atenção para o fatoslot of bingoque a LGBTfobia foi equiparada aos crimesslot of bingoracismo previstos na Lei nº 7.716slot of bingo2012 pelo Supremo Tribunal Federal &nbsp;(STF)slot of bingojulgamento conjunto da ADO nº 26 e MI nº 4733. &nbsp;Além disso, o Brasil é signatárioslot of bingouma sérieslot of bingotratados internacionais que são contrários a qualquer tiposlot of bingodiscriminação pautada na orientação sexual, identidadeslot of bingogênero e expressãoslot of bingogênero”, diz a VotelGBT.
Informações da VoteLGBT, reunindo informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e da própria organização, apontam para maisslot of bingo3 mil candidaturas declaradamente LGBT+, sendo 20,3%slot of bingopessoas trans.
Há 10 anos o VoteLGBT desenvolve uma ampla gamaslot of bingoações, desde pesquisa, geraçãoslot of bingodados, apoio a lideranças e mobilização do eleitorado, até a criaçãoslot of bingoferramentas digitais, campanhasslot of bingosensibilização e incidência.

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Brasil Sustentável

Programa Sentinela monitorará violência contra candidaturas LGBT+

Por Mariana Tokarnia e Rafael Cardoso - Repórteres da Agência Brasil - Rioslot of bingoJaneiro
“Visibilidade” é a palavra-chave que atravessa a históriaslot of bingoluta LGBTQIA+ no Brasil. Nem nos momentos mais violentos e autoritários, como a ditadura militar, houve silêncio, covardia, inércia. Nas tentativasslot of bingoformar encontros nacionais entre 1959 e 1972; na criação do Grupo Somos e dos jornais Lampião da Esquina e ChanacomChana,slot of bingo1978; no levanteslot of bingolésbicas do Ferro’s Barslot of bingo1983 e na pressãoslot of bingoanos para retirar a homossexualidade do rolslot of bingodoenças, concretizadaslot of bingo1985, houve protagonismo, mobilização e luta.
Com esse histórico, chama a atenção que a principal dataslot of bingocelebração da população LGBTQIA+ no país seja o 28slot of bingojunho, que faz referência a uma revolta ocorridaslot of bingo1969 na cidadeslot of bingoNova York. Na ocasião, frequentadores do Stonewall Inn, um dos bares gays popularesslot of bingoManhattan, reagiram a uma operação policial violenta, prática habitual do período. A resistência virou um marco do movimento LGBTQIA+ por direitos nos Estados Unidos (EUA) e passou a ser comemoradaslot of bingomuitos outros países, incluindo o Brasil, como o Dia Internacional do Orgulho LGBT+.
Pesquisadores e ativistas ouvidos pela reportagem da Agência Brasil entendem que a revoltaslot of bingoNova York virou um símbolo internacional muito mais pela força geopolítica e cultural dos Estados Unidos, do que pelo fatoslot of bingoter sido o principal evento do tipo no mundo.
“As datas podem e devem ser celebradas. Mas nem tudo começaslot of bingoStonewall e nem tudo se resolveu lá. São muitos outros episódios que precisam ser lembrados para que a gente tenha uma memória mais coletiva, plural, democrática e diversa sobre as lutas da comunidade LGBTQIA+”, explica Renan Quinalha, professorslot of bingoDireito da Universidade Federalslot of bingoSão Paulo (Unifesp) e presidente do Grupo Memória e Verdade LGBTQIA+, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). “A gente acaba tendo aí uma força do imperialismo norte-americano cultural. Isso invisibiliza alguns marcos domésticos, nacionais, que a gente precisa celebrar também como avanços, conquistas e referênciasslot of bingomemória nessa construção política da comunidade”.
Para a historiadora Rita Colaço, ativista LGBTQIA+ e diretora-presidente do Museu Bajubá, é preciso olhar menos para os EUA como referência e valorizar elementos próprios do movimento brasileiro.
“O mitoslot of bingoStonewall vai sendo construído a posteriori. Se você pega a imprensa brasileira, faz uma pesquisa na hemeroteca da Biblioteca Nacional, não tem nada, não se fala disso. Até nos anos 70, no final dos 70, quando chega o Lampião, você não vê Stonewall com essa referência toda, com esse peso todo que ele vai adquirindo nos anos seguintes”, diz Rita. “Para ser fiel à história, não se pode dizer que Stonewall foi a primeira revolta, nem que deu início à luta pelos direitos LGBT. Isso é uma inverdade nos Estados Unidos e no mundo”.
“Então, a gente precisa se apropriar do nosso passado, do nosso patrimônio, dos nossos registros, dos nossos vestígios, dos nossos acervos, reverenciá-los, se orgulhar deles e lutar para que eles sejam salvaguardados, restaurados, preservados, para que as nossas datas, as datas das nossas lutas sejam rememoradas, sejam dadas a conhecer. É esse trabalho que eu, junto com vários outros pesquisadores pelo Brasil adentro, venho fazendo, procurando sensibilizar as pessoas para a importância da nossa história”, complementa Rita.
<h2>Stonewall brasileiro?</h2>
E se voltássemos nossa atenção exclusivamente para a história nacional? Seria possível identificar um marcoslot of bingoluta LGBTQIA+, um episódio principal que tenha impulsionado o movimento? Um “Stonewall brasileiro”?
“Não há uma revolta ou uma rebelião semelhante a Stonewall no Brasil. O que a gente pode falar éslot of bingoacontecimentos marcantes, momentos específicos e isolados. Numa perspectivaslot of bingosérie, reconhecemos a importânciaslot of bingomovimentos ou ações mais particulares e isolados. Nos Estados Unidos mesmo, Stonewall não surge da noite para o dia. Dez anos antes,slot of bingo1959, já havia ocorridoslot of bingoLos Angeles um movimento que ficou conhecido como Revoltaslot of bingoCooper Do-nuts”, analisa Luiz Morando, pesquisadorslot of bingoBelo Horizonte sobre a memória LGBTI+.
O raciocínio é o mesmoslot of bingoMarco Aurélio Máximo Prado, professor e coordenador do Núcleoslot of bingoDireitos Humanos e Cidadania LGBT+ (NUH) da Universidade Federalslot of bingoMinas Gerais (UFMG). Para ele, faz mais sentido pensar na história a partir da noçãoslot of bingoprocesso e nãoslot of bingoum episódio isolado.
“Eu prefiro falarslot of bingoacontecimentos, que seguem um movimentoslot of bingorede, do que identificar ou outro marcoslot of bingoorigem. Porque são milharesslot of bingoprotagonismosslot of bingodiversos lugares e contextos”, defende Marco Aurélio. “É muito mais produtivo pensarslot of bingouma série,slot of bingoum processo histórico,slot of bingoque a gente possa observar que esse orgulho foi sendo construído, com as demandas e reivindicações, ao longoslot of bingoum tempo. Nada brota espontaneamenteslot of bingoum momento para o outro. Há uma série que vai levar à geraçãoslot of bingodeterminado procedimento, revolta ou rebelião, que detona daíslot of bingodiante uma sérieslot of bingoconquistas para determinada população”.
<h2>Mobilização nacional</h2>
Mesmo pensada a partir da ideiaslot of bingoprocesso histórico, a construção do movimento LGBTQIA+ brasileiro é fenômeno complexo, que envolve um conjunto grandeslot of bingoacontecimentos e realizações. Alguns se destacam pela repercussão e capacidadeslot of bingoinspirar outros grupos.
“O processoslot of bingoconstrução da consciência política, do segmento que a gente chamava há pouco temposlot of bingo‘homossexualidades’, e agora cada vez aumenta mais o númeroslot of bingoletras, é muito antigo. Esse movimentoslot of bingoconstrução da identidade e da necessidadeslot of bingose organizar remonta ao final dos anos 1950. Depois, vai se consolidando com a imprensa artesanal, que eram aqueles boletins manuscritos. Os grupos se organizavamslot of bingotornoslot of bingofestas, brincadeiras, e a partir desses boletins eles foram refletindo sobreslot of bingocondição, divulgando textosslot of bingolivros, peças teatrais, filmes, acontecimentos no exterior, a luta na Suécia, a luta na Inglaterra contra a criminalização da homossexualidade. Então, essas notícias, eles replicavam para os grupos por meio desses boletins”, diz a historiadora Rita Colaço.
O pesquisador Luiz Morando destaca as tentativasslot of bingoorganizaçãoslot of bingoencontros nacionaisslot of bingohomossexuais e travestis entre 1959 e 1972. As principais ocorreramslot of bingoBelo Horizonte, Niterói, Petrópolis, João Pessoa, Caruaru e Fortaleza.
“Os organizadores daquelas tentativasslot of bingoencontros,slot of bingocongressos, eram surpreendidos e presos pela polícia para serem fichados e impedidosslot of bingocontinuar os eventos. Dá muito mais orgulho pensar nesse processo histórico e na formaçãoslot of bingouma consciência política ao longo do tempo”, diz Luiz Morando.
Eventos que reuniram maisslot of bingouma bandeiraslot of bingoluta dos grupos marginalizados também foram importantes pela capacidadeslot of bingodiálogo e transversalidade.
“Tivemos um episódio fundamental, que considero o primeiroslot of bingomobilização convocada e feita pela populaçãoslot of bingomaneira mais consciente e politizada, que é o 13slot of bingojunhoslot of bingo1980. Ficou conhecido como Diaslot of bingoPrazer e Luta Homossexual, uma manifestação contra a violência policial. Esse episódio aconteceuslot of bingoSão Paulo, no Teatro Municipal, e reuniu várias entidades do movimento LGBT+ e outros movimentos, como o negro, feminista eslot of bingoprostitutas. Eles denunciavam a violência do delegado José Wilson Richetti, que fazia operações policiaisslot of bingorepressão no centro da cidade. Por noite,slot of bingoum fimslot of bingosemana, entre 300 e 500 pessoas chegavam a ser presas arbitrariamente”, diz o professor Renan Quinalha.
<h2>Luta trans&nbsp;</h2>
Em 2004, a ativista, ex-presidenta e atual secretária da Associação Nacionalslot of bingoTravestis e Transexuais (Antra), Keila Simpson, desembarcavaslot of bingoBrasília para participar do que viria a ser um dos momentos mais icônicos da luta das pessoas trans: o lançamento da campanha Travesti e Respeito, promovida pelo Programa Nacionalslot of bingoDST/Aids do Ministério da Saúde. A ação foi lançada no Congresso Nacional e acabou por marcar o Dia da Visibilidadeslot of bingoTransexuais e Travestis,slot of bingo29slot of bingojaneiro.
Um gruposlot of bingohomens e mulheres trans reuniu-se na capital antes mesmo do lançamento. Keila conta que eles participaramslot of bingooficinasslot of bingomaquiagem,slot of bingovestuário,slot of bingonoçõesslot of bingodireitos humanos eslot of bingofotografia. Depois, foram produzidos os cartazes oficiais da campanha. Entre os dizeres estava: “Travesti e respeito. Já está na horaslot of bingoos dois serem vistos juntos. Em casa. Na boate. Na escola. No trabalho. Na vida”.
“A gente fez o lançamento no Congresso Nacional, mas a campanha não foi recebida muito bem pela sociedade. O que prova que o estigma era grande e ainda está presente”, diz Keila. “O nosso objetivo era dialogar com a sociedade, mostrar que travestis também deveriam e poderiam ter direito ao respeito”.
Ainda nos diasslot of bingohoje, 20 anos depois, a população trans continua sendo a maior vítimaslot of bingoviolência entre os grupos que formam a comunidade LGBTI+. Segundo o Dossiêslot of bingoLGBTIfobia Letal, do Observatórioslot of bingoMortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil,slot of bingo2023 ocorreram 230 mortes LGBTI+slot of bingoforma violenta no país. Entre as vítimas, 142, o equivalente a 62%, eram travestis e mulheres trans.
“Em um país violento como o Brasil, é preciso que a gente demarque datas. Em toda a história da humanidade, se rememora a luta travada por pessoas que estavamslot of bingoprocessoslot of bingoexclusão e que reivindicavam direitosslot of bingoparticipação”, reflete Keila. “Mas a gente precisa compreender também que não é necessário falar desse problema somente nessas datas, masslot of bingotodos os momentos. Que elas sejam um marcoslot of bingoluta, mas que continuemos escrevendo ou reescrevendo a históriaslot of bingouma forma muito mais tranquila”.
<h2>Primeiras marchas e paradas</h2>
A partir dos anos 1990, as “marchas” ou “paradas” passaram a ser manifestações públicas importantesslot of bingodemonstração do orgulho LGBTQIA+ eslot of bingoreivindicaçãoslot of bingodireitos. As primeiras tentativas começaram ainda na décadaslot of bingo1980, por não conseguirem reunir número significativoslot of bingopessoas.
No Rioslot of bingoJaneiro, para que o evento pudesse ter apelo maior nas ruas, foi essencial o trabalho do Grupo Arco Íris, fundadoslot of bingo1993. Líderes da organização, entre eles o ativista Cláudio Nascimento, persistiram na missãoslot of bingofortalecer o movimento e mobilizar número maiorslot of bingopessoas.
“A gente entendia que precisava construir outros referenciais para suplantar a ideiaslot of bingosermos só um movimento defensivo,slot of bingoreclamar a vitimização da violência. Deveria se colocar também no lugarslot of bingoprotagonista,slot of bingosujeitos históricos para a construção das nossas lutas e reivindicações”, diz Cláudio. “Conversamos com outros grupos, mostrando que era importante primeiro produzir algumas atividades dentro dos próprios movimentos para as pessoas criarem algum nível tambémslot of bingosegurança individual,slot of bingofortalecimento da própria sexualidade, para ter essa capacidadeslot of bingose colocarslot of bingopúblico, se colocar no mundo”.
Em 1995, Cláudio coordenou, no Rioslot of bingoJaneiro, a Conferência Mundialslot of bingoGays, Lésbicas e Travestis, que era a Conferência Mundial da ILGA - International Lesbian and Gay Association, a entidade da época mais importante internacionalmente. Foi uma oportunidadeslot of bingoaproveitar o público presente no encontro para organizar a primeira Parada do Orgulho LGBTslot of bingo22slot of bingojunhoslot of bingo1995. Os organizadores estimam o número totalslot of bingoparticipantesslot of bingo3 mil.
“É muito importante que a comunidade reconheça, valorize a nossa memória, a nossa história, porque são passos que foram construídos ao longo do tempo por muitas mãos e que não tem apenas um artífice. São várias pessoas produzindo essa aventura, essa luta, nessa trajetória que o movimento construiu até agora. A nossa luta é coletiva. Nunca será individual”, diz Cláudio.
<h2>Novos desafios</h2>
Se efemérides são importantes para celebrar e relembrar conquistas sociopolíticas, também se tornam momentosslot of bingoreflexão sobre as próximas etapasslot of bingoluta. Por mais que se tenha avançado na ampliaçãoslot of bingodireitos e respeito à diversidadeslot of bingogênero eslot of bingosexo no país, ainda há uma sérieslot of bingodesafios pela frente. Para os pesquisadores e ativistas, o avanço dos grupos conservadores e do fundamentalismo religiosos são hoje as principais fonteslot of bingoameaças aos direitos já conquistados.
“Temos visto lutas no Judiciário para garantir o reconhecimento dos nossos direitos. É uma batalha complicada, porque hoje percebemos que estamos com os próprios valores civilizatórios ameaçados. Estamosslot of bingoum momento da história muito perigoso, porque não é só o direito desse ou daquele segmento que está sendo ameaçado, é a própria estrutura da República, da democracia, os valores éticos, os valores civilizatórios mesmo. Tudo está sendo postoslot of bingoxeque por esse avanço fundamentalista”, diz a historiadora Rita Colaço.
“A história dos direitos LGBT+ no Brasil não pode ser olhada como uma linha retaslot of bingodesenvolvimento e progresso. Muito pelo contrário, ela éslot of bingocontradições, paradoxos, luta com ganhos e perdas. E, neste momentoslot of bingoenorme ofensiva contra os direitos LGBT+ e contra a diversidadeslot of bingogênero, sem dúvida teremos que nos reinventarslot of bingonovas lutas políticas no campo dos direitos”, avalia o professor da UFMG, Marco Aurélio.

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Geral

Dia do Orgulho LGBTQIA+: país tem longa históriaslot of bingoluta por direitos

247 - Seis das mulheres que assinaram originalmente o Projetoslot of bingoLei 1904, que equipara o abortoslot of bingogestação acimaslot of bingo22 semanas ao homicídio. A proposta,slot of bingoautoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), foi assinada por 32 deputados, dos quais 12 são mulheres.
De acordo com informações publicadas nesta sexta-feira (14) pelo <a href="https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2024/06/metade-das-deputadas-favoraveis-ao-pl-antiaborto-sao-da-comissao-de-defesa-dos-direitos-da-mulher.shtml">jornal Folhaslot of bingoS.Paulo</a>, Ely Santos (Republicanos-SP), Julia Zanatta (PL-SC) e Coronel Fernanda (PL-MT) foram listadas como titulares da comissão pela Câmara.&nbsp;
Dayany Bittencourt (União-CE) e Franciane Bayer (Republicanos-RS) apareceram como membros suplentes, assim como Renilce Nicodemos (MDB-PA), que anunciou a retirada do seu nome do projeto após repercussão negativa.
As outras seis mulheres que assinaram foram Simone Marquetto (MDB-SP), Cristiane Lopes (União-RO), Carla Zambelli (PL-SP), Greyce Elias (Avante-MG), Bia Kicis (PL-DF) e Lêda Borges (PSDB-GO).

Brasília

Metade das deputadas favoráveis ao PL antiaborto são da Comissão da Mulher

Por <a href="https://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/trabalho-domestico-luiz-marinho/">Rede Brasil Atual</a> - O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, defendeu a efetivação dos direitos no trabalho doméstico, setorslot of bingoque ainda são comuns práticas análagas à escravidão. Em participação no Juca Kfouri Entrevista, transmitido pela TVT nesta quinta-feira (2), ele falou sobre entraves e avanços.
“O trabalho doméstico no Brasil, até este momento, não é considerado para efeitoslot of bingonegociação coletiva, não tem um sindicatoslot of bingoempregadores. Mas vamos autorizar. O presidente (Luiz Inácio Lula da Silva) já assinou a Convenção 89 (da OIT) para regular e criar autorizaçãoslot of bingoconstruir sindicatos que passarão a ter negociação coletiva e contrato coletivoslot of bingonegociação no trabalho doméstico”, disse o ministro.
Marinho destacou o projeto “Mulheres Mil: Trabalho Doméstico e Cuidados”. Lançado esta semana, prevê 900 vagas para qualificação profissional e formação cidadãslot of bingotrabalhadoras domésticas. E mais: segundo o governo, também vai avançar na proteção e nos direitos trabalhistas da categoria. Iniciativa interministerialslot of bingoparceria com os sindicatos das trabalhadoras domésticas, visa atualizar a legislação conforme orientação da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
<h2>Informalidade no trabalho doméstico</h2>
Aindaslot of bingofase piloto, o projeto vai oferecer as vagasslot of bingoformação nos institutos federaisslot of bingocursos sobre direitos trabalhistas e sociais, enfrentamento a violências e às desigualdadesslot of bingogênero e raça, economia do cuidado, recomposiçãoslot of bingoconteúdos e inclusão digital. O objetivo é certificar e qualificar profissionalmente essas trabalhadorasslot of bingoáreas complementares.
Marinho destacou que o governo pretende “acimaslot of bingotudo, colocar luz na proteção ao trabalho doméstico”. Ou seja, proteger direitos. “Porque nos incomoda muito quando encontramos trabalho análogo à escravidão no trabalho doméstico. (Queremos) chamar a atenção da sociedade para observar um condomínio. Se sente que alguma trabalhadora está proibidaslot of bingosair na calçada, frequentar restaurante do bairro, manicure, pedicure… isso, infelizmente, ainda acontece no Brasil”, disse.
Uma das maiores categorias profissionais do Brasil, as empregadas domésticas somam maisslot of bingo6 milhõesslot of bingotrabalhadoras. Quase a maioria delas (92%) são mulheres e 66% negras. Um <a href="https://www.youtube.com/watch?v=z07bqrzQIZ8">estudo do Dieese</a> identificou que, apesar dos avanços legislativos conquistadosslot of bingo2015, no governo da presidente Dilma Rousseff (PT), com a Propostaslot of bingoEmenda à Constituição (PEC das Domésticas), 75% delas ainda não têm carteiraslot of bingotrabalho assinada. Além da informalidade, a renda média mensal éslot of bingoapenas R$ 1.122. Ou seja, quase R$ 200 a menos do salário mínimo vigenteslot of bingo2023.
<h2>‘Situação dos motoristasslot of bingoaplicativo é inaceitável’</h2>
O ministro do Trabalho também classificou como inaceitável a situação dos trabalhadores por aplicativos. E defendeu a propostaslot of bingoregulamentação da categoria. Para ele, o projetoslot of bingolei que tramita na Comissãoslot of bingoIndústria e Comércio da Câmara dos Deputados deve seguir para votaçãoslot of bingoplenário no dia 12slot of bingojunho, é resultadoslot of bingouma negociação coletiva.
Marinho avaliou, contudo, que a iniciativa alvoslot of bingofake news deve ser aprimorada conforme o interesse dos trabalhadores. E por isso rebateu o argumentoslot of bingoque a legislação pode implicar num aumento dos preços para os consumidores. “A lei não pode impactar no custo? Pode acontecer. Mas eu me pego como cidadão. Um diaslot of bingochuva estou la no meu sofá confortável e resolvo fazer um pedidoslot of bingoalimento porque estou com preguiçaslot of bingocozinhar. Eu peço num diaslot of bingochuva e vem um rapaz, uma moça numa moto, (passando pela) estripulia do trânsito, correndo risco para trazer minha alimentação. E eu não vou me preocuparslot of bingoqual é a remuneração dele?”, questionou.
“Para mim, como cidadão, é inaceitável, abominável, essa abordagemslot of bingoque isso pode incorrer no custo do consumidor. O trabalho tem que ser respeitado, valorizado. O custo do trabalho tem que ser considerado. Não posso aceitar a lógicaslot of bingoque o IFood vai ganhar horrores e o trabalhador será explorado numa lógicaslot of bingotrabalho análogo à escravidão”.

Tag: direitos

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Luiz Marinho defende efetivação dos direitos no trabalho doméstico