Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein - A maioria das mulheres jovens diagnosticadas com cânceraposta esportivasmamaaposta esportivasestágio inicial tem grandes chancesaposta esportivasengravidar após o tratamento da doença, sugere um <a href="https://meetings.asco.org/abstracts-presentations/233782">estudo apresentado</a> no último congresso da Sociedade Americanaaposta esportivasOncologia Clínica (Asco, na siglaaposta esportivasinglês), realizadoaposta esportivasjunho nos Estados Unidos. Das pacientes avaliadas, 73% conseguiram engravidar e 65% deram à luz um bebê vivo.
De acordo com especialistas, esse é o primeiro estudo com maisaposta esportivasdez anosaposta esportivasacompanhamento que avalia a fertilidadeaposta esportivaspacientes com menosaposta esportivas40 anos com doença não metastática. “A maioria dos estudos anteriores levavamaposta esportivasconsideração um follow up mais curto e não tinham foco tão específico para a parte gestacional”, analisa a oncologista Patrícia Taranto, do Hospital Israelita Albert Einstein. “A pesquisa traz um cenário esperançoso para essas pacientes jovens com cânceraposta esportivasmamaaposta esportivasestágio inicial, pois os achados sugerem que é possível conciliar o cuidado com a saúde e o desejoaposta esportivasgestar.”
O tratamento desse tumor impacta a fertilidade porque a quimioterapia pode levar a uma supressão da função ovariana, com induçãoaposta esportivasmenopausa precoce. Nos tumores chamados receptores hormonais positivos, a terapia para reduzir os níveis dos hormônios que “alimentam” a doença também é capazaposta esportivascausar a falência dos ovários. 
No entanto, há meiosaposta esportivasreduzir esse risco, conciliando o tratamento para cânceraposta esportivasmama com medicamentos para proteger a função ovariana. Outro importante aliado é o aconselhamentoaposta esportivasfertilidade, com congelamentoaposta esportivasóvulos ou embriões. 
O estudo avaliou dadosaposta esportivas1.213 mulheres diagnosticadas com tumoresaposta esportivasmama não metastáticos entre os anosaposta esportivas2006 e 2016. Nesse período, 197 tentaram engravidar, e a maioria conseguiu. Apenas 28% tinham feito tratamentos para preservar a fertilidade e as chancesaposta esportivasgestação foram maiores para esse grupo e aquelas mais jovens.
“É possível engravidar sem fazer a preservaçãoaposta esportivasfertilidade”, explica Taranto. “Mas com o congelamento prévioaposta esportivasóvulos ou embriões as chances aumentam caso haja problemasaposta esportivasinduçãoaposta esportivasmenopausa precoce por conta do tratamento.”
Por isso, os autores reforçam a importânciaaposta esportivasmaior acesso a essas informações e a serviços para preservação e orientação sobre a fertilidade. “É importante que essas pacientes tenham acesso tanto ao apoio emocional quanto às orientações logo no início do diagnóstico para poderem se prevenir antesaposta esportivascomeçar o tratamento e se programar sobre a possibilidadeaposta esportivascongelamentoaposta esportivasóvulos ou embriões, independentemente do tipoaposta esportivastumor, para uma possível gestação futura.”
Vale lembrar que os procedimentos para preservaçãoaposta esportivasfertilidade não aumentam o riscoaposta esportivasrecidiva do tumor nem impactam na agressividade da doença. Hoje, dá para fazê-losaposta esportivasforma mais rápida para não atrasar o tratamento da doença.

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Saúde

Maioria das mulheres jovens consegue engravidar após cânceraposta esportivasmama

Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein - Mulheres que fazem mamografia anualmente têm menor probabilidadeaposta esportivasdescobrir um cânceraposta esportivasmamaaposta esportivasestágio avançado do que aquelas que fazem o rastreamento a cada dois anos ou com menor frequência. A constatação éaposta esportivasuma pesquisa da Universidadeaposta esportivasPittsburgh, nos Estados Unidos, publicadaaposta esportivasagosto no <a href="https://ascopubs.org/doi/10.1200/JCO.24.00285">Journal of Clinical Oncology</a>.
Para chegar à conclusão, os pesquisadores avaliaram as informaçõesaposta esportivas8.145 pacientes diagnosticadas com cânceraposta esportivasmama entre 2004 e 2019. O intervaloaposta esportivasrastreamento foi considerado anual quando o exame aconteceuaposta esportivasum período menor do que 15 meses; bienal se ocorreu entre 15 e 27 meses; ou intermitente se foi feito após 27 meses.&nbsp;
Entre as que faziam o exame anualmente, 9% descobriram a doençaaposta esportivasestágio avançado; nas que passavam pelo teste a cada dois anos, esse índice foiaposta esportivas14%; e no grupo das intermitentes, 19%. A tendência se manteve independentementeaposta esportivasidade, raça e da menopausa.
Segundo os autores comentam no artigo, esses resultados mostram a vantagem do rastreamento anual para o diagnóstico precoce e aumento da sobrevida. O cânceraposta esportivasmama é o segundo tipo mais comum entre as mulheres, ficando atrás apenas do cânceraposta esportivaspele não melanoma. No Brasil, o Instituto Nacionalaposta esportivasCâncer (Inca) projeta quase 74 mil novos casos por ano entre 2023 e 2025.&nbsp;
Quando descobertoaposta esportivasestágio inicial, as chancesaposta esportivascura do cânceraposta esportivasmama podem chegar a 95%. E a mamografia e o ultrassom desempenham um papel essencial nisso. Para se ter ideia, estudos indicam que a mamografia pode contribuir para a redução da mortalidade por cânceraposta esportivasmamaaposta esportivasaté 40%.
“Comoaposta esportivasqualquer câncer, quanto mais precoce o diagnóstico, maior a chanceaposta esportivascura. Muitas vezes, a mamografia permite fazer o diagnóstico antesaposta esportivaso tumor se tornar invasivo, por exemplo. Nesses casos, as chancesaposta esportivascura chegam a 99,5%. Isso certamente contrasta muito com a sobrevidaaposta esportivascercaaposta esportivas60% a 70% dos casosaposta esportivasdiagnósticosaposta esportivasestágios mais avançados”, afirma a mastologista Danielle Martin Matsumoto, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Divergências para início do rastreio
No entanto, embora existam mais estudos demonstrando os benefícios do rastreamento mamográfico para cânceraposta esportivasmama, as diretrizes recomendando com que idade e com qual frequência as mulheres devem fazer esse exame são conflitantes.&nbsp;
Nos Estados Unidos, o American College of Radiology, a American Cancer Society e outras organizações recomendam a realizaçãoaposta esportivasmamografias anuais após os 40 anos. Já a U.S. Preventive Services Task Force — grupoaposta esportivasespecialistas que analisa evidências científicasaposta esportivasmedicina preventiva e discute novas recomendações — orienta que os exames sejam bianuais a partir dos 40 anos.
No Brasil, a situação é ainda mais divergente: o Inca, vinculado ao Ministério da Saúde, preconiza que o rastreamento do cânceraposta esportivasmama por meio da mamografia ocorra somente a cada dois anos,aposta esportivasmulheresaposta esportivas50 a 69 anos. Porém, a Sociedade Brasileiraaposta esportivasMastologia, o Colégio Brasileiroaposta esportivasRadiologia e a Federação Brasileira das Associaçõesaposta esportivasGinecologia e Obstetrícia (Febrasgo) seguem o protocolo da American Cancer Society e recomendam mamografia anual a partir dos 40 anos.
Os autores do novo estudo apontam que cercaaposta esportivas65% das mulheres com maisaposta esportivas40 anos são rastreadas para cânceraposta esportivasmama nos EUA, e apenas cercaaposta esportivasmetade delas faz o exame uma vez ao ano. Isso se deve,aposta esportivasparte, às diretrizes conflitantes sobre os intervalosaposta esportivasrastreamento recomendados.&nbsp;
Segundo Matsumoto, no Brasil os números devem ser ainda menores, especialmente considerando mulheres que usam a rede públicaaposta esportivassaúde. “No sistema público raramente vemos mulheres na faixa dos 40 anos com diagnóstico feito por exameaposta esportivasrastreamento. Na maioria das vezes, ele acontece por queixa da paciente, que consegue palpar o próprio tumor e vai buscar ajuda. Na saúde suplementar isso é um pouco mais tranquilo e a faltaaposta esportivasrealização do exame nessa idade está mais associada à ausência da rotina da paciente”, pondera.
Em geral, o cânceraposta esportivasmama tem crescimentoaposta esportivaslento a moderado, por isso a mamografia é capazaposta esportivasidentificá-lo no início. “Ainda assim, dentro dos cânceresaposta esportivasmama, existem alguns tiposaposta esportivascrescimento mais acelerado, são mais agressivos e, muitas vezes, vão acontecer no intervalo entre os rastreamentos. Por isso é tão importante que a mamografia seja realizada anualmente”, comenta a mastologista do Einstein.
aposta esportivas Mais jovem, mais agressivo
Pacientes mais jovens, com idade abaixoaposta esportivas49 anos, têm mais riscoaposta esportivasdesenvolver tumores agressivos. Um <a href="https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5139/tde-20012023-172143/publico/KarinaBelickasCarreiro.pdf">estudo da Universidadeaposta esportivasSão Paulo</a> (USP) analisou os casosaposta esportivasquase 500 pacientes com 40 anos ou menos atendidas pelo Instituto do Câncer do Estadoaposta esportivasSão Paulo (Icesp) e constatou que 71% delas estavam com o tumor jáaposta esportivasestado avançado quando diagnosticadas, e 85,6% chegaram ao diagnóstico devido a queixas clínicas.
Essa pesquisa mostrou também que a incidênciaaposta esportivascânceraposta esportivasmamaaposta esportivasmulheres jovens é maior no Brasil do que a registradaaposta esportivasoutros países. Nos Estados Unidos, apenas 5% das pacientes têm menosaposta esportivas40 anos; por aqui, são 15%. “Nos países desenvolvidos, com população predominantemente branca,aposta esportivasgeral, a idade média do cânceraposta esportivasmama é 63 anos. Menosaposta esportivas20% das pacientes têm câncer antes dos 50 anos e com menosaposta esportivas40 anos é mais raro ainda, cercaaposta esportivas5%”, relata Matsumoto.&nbsp;
Segundo o Inca,aposta esportivas2023 a rede públicaaposta esportivassaúde registrou 60.866 diagnósticosaposta esportivascânceraposta esportivasmamaaposta esportivasmulheres. Dessas, 6.927 (11%) tinham menosaposta esportivas40 anos; 13.576 (22%) entre 40 e 49 anos; 15.684 (26%) entre 50 e 59 anos; e 24.679 (41%), acimaaposta esportivas59 anos.&nbsp;
Com relação às diretrizes para início da recomendação do rastreio mamográfico, o Inca declarou à Agência Einstein que reafirma as diretrizesaposta esportivasvigor no Brasil, com a recomendaçãoaposta esportivasrastreamento para mulheresaposta esportivas50 a 69 anos, a cada dois anos. O órgão publicou uma <a href="https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/nota_tecnica_inca_deteccao_precoce_cancer_de_mama_-_2023_0.pdf">nota técnica</a>aposta esportivasdezembroaposta esportivas2023aposta esportivasque cita um parecer técnico-científico que aponta como injustificada a ampliação do uso da mamografia para mulheres assintomáticas abaixoaposta esportivas50 anos e acimaaposta esportivas69 anos no Sistema Únicoaposta esportivasSaúde (SUS).
No documento, o Inca informa que “apesaraposta esportivasalgumas meta-análises demonstrarem potencial redução nas taxasaposta esportivasmortalidade por cânceraposta esportivasmamaaposta esportivasmulheres com idade inferior a 50 anos que passam pelo rastreamento mamográfico (variando entre 15 e 20%), outras avaliações publicadas recentemente eaposta esportivasmoderada-alta qualidade metodológica enfatizam não haver diferenças estatisticamente significativas nessas taxas.”&nbsp;
Possíveis gargalos
Na visãoaposta esportivasDanielle Matsumoto, ao recomendar um exameaposta esportivasrastreamento, é preciso levaraposta esportivasconsideração que existe a chanceaposta esportivasum resultado falso positivo. Isso acontece quando a pessoa faz o exame, o médico vê um achado suspeito e precisa investigar se é câncer ou não, por meioaposta esportivasuma biópsia. Quando esse achado não se confirma como um câncer, ele é chamadoaposta esportivasfalso positivo.
“Quanto mais jovem a paciente, mais densas são as mamas e maior o riscoaposta esportivaster achados que precisarão ser investigados”, diz Matsumoto. A biópsia envolve equipamentos caros e exames complexos, que provavelmente estão menos disponíveis quando se falaaposta esportivassaúde pública. “Se a rede pública oferece a mamografia, tem que oferecer também os exames para investigar os achados alterados. É preciso dar seguimento”, avalia a mastologista.&nbsp;

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A partiraposta esportivasquando a mamografia deve ser anual? Estudo reforça: após os 40 anos

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