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    Bloomberg: fazendeiros do Brasil destroem sítios arqueológicos na Amazônia

    A expansão agrícola ameaça apagar vestígiossite brabetuma civilização milenar, enquanto arqueólogos lutam para proteger o patrimônio da humanidade

    Desmatamento na Amazônia (Foto: Reuters / Amanda Perobelli)

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    247 - Na remota região sudoeste da Amazônia, Antonia Barbosa trava uma batalha árdua para preservar descobertas arqueológicassite brabetuma civilização antiga. No entanto, o crescente agronegócio brasileiro, avaliadosite brabetUS$ 523 bilhões, coloca essas preciosidades históricassite brabetrisco, com os geoglifos — antigos desenhos geométricos esculpidos na terra — sendo destruídos à medida que fazendeiros expandem suas áreassite brabetcultivo, informa a Bloomberg. Ao menos nove dos mais emblemáticos sítios arqueológicos, que datamsite brabetmaissite brabetdois mil anos, já foram destruídos. Essas formações, algumas com maissite brabet385 metrossite brabetdiâmetro, representavam uma civilização que floresceu na mesma época que a Grécia antiga.

    De acordo com Barbosa, a única arqueóloga do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no estado do Acre, a situação é alarmante. Ela compara os sítios arqueológicos na Amazônia às pirâmides do Egitosite brabetgrausite brabetimportância. 

    O avanço do agronegócio, responsável por 24% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, torna a preservação dessas relíquias históricas quase impossível. No Acre, a produçãosite brabetsoja triplicou nos últimos dois anos, com as fazendas se espalhando por maissite brabet43 mil hectares. As multas aplicadas pelo Iphan por destruiçãosite brabetsítios arqueológicos são ineficazes diante do poder econômico dos grandes proprietários rurais. Um proprietário destrói um sítio arqueológico porque acredita que será mais lucrativo pagar a multa e usar a terra. 

    A destruição dos geoglifos não é um caso isolado; faz partesite brabetum problema maior: o desmatamento da Amazônia para abrir espaço para o cultivosite brabetcommodities como soja e milho. Isso não apenas ameaça o patrimônio arqueológico, mas também o equilíbrio climático global, uma vez que a floresta amazônica armazena cercasite brabet20% do carbono vegetal do planeta. Se o desmatamento continuar nesse ritmo, a Amazônia pode se tornar uma fonte líquidasite brabetemissõessite brabetcarbono, agravando as mudanças climáticas.

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