Lula: 'acabar com a fome é o compromisso mais urgente do meu governo'
Presidente ressaltou que a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza “nasce dessa vontade política e desse espíritoaposta ganha linkedinsolidariedade"
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247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (24), durante o pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, no Rioaposta ganha linkedinJaneiro, que acabar com a fome “é o compromisso mais urgente” do seu terceiro mandato à frente da Presidência da República.
“Tomamos a decisão políticaaposta ganha linkedincolocar os pobres no orçamento. Como resultado, sóaposta ganha linkedin2023 retiramos 24,4 milhõesaposta ganha linkedinpessoas da condiçãoaposta ganha linkedininsegurança alimentar severa. Ainda temos maisaposta ganha linkedin8 milhõesaposta ganha linkedinbrasileiros e brasileiras nessa situação. Este é o compromisso mais urgente do meu governo, acabar com a fome, como fizemosaposta ganha linkedin2014. Meu amigo diretor-geral da FAO [Qu Dongyu, diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação], pode ir se preparando para anunciaraposta ganha linkedinbreve, ainda no meu mandato, que o Brasil saiu novamente do Mapa da Fome”, disse Lula.
Em seu discurso, Lula ressaltou que a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza “nasce dessa vontade política e desse espíritoaposta ganha linkedinsolidariedade". "Ela será um dos principais resultados da presidência brasileira no G20. Seu objetivo é proporcionar renovados impulsos às iniciativas existentes, alinhando esforços nos planos doméstico e internacional”.
“Queremos colocar os objetivosaposta ganha linkedindesenvolvimento sustentávelaposta ganha linkedinvolta aos trilhos. Em 2008, o G20 foi fundamental para evitar o colapso da economia mundial. Agora, os líderes mundiais têm dianteaposta ganha linkedinsi a oportunidadeaposta ganha linkedinresponder a esse outro desafio sistêmico. Precisamosaposta ganha linkedinsoluções duradouras e devemos pensar e agir juntos. A aliança representa uma estratégiaaposta ganha linkedinconquista da cidadania”, completou.
Muitos viam os pobres como um “mal necessário” e mão-de-obra barata para produzir as riquezas das oligarquias.
Falsas teorias os consideravam responsáveis pela própria pobreza, atribuída a uma indolência inata, sem qualquer evidência nesse sentido.
Foram ignorados por governantes e setores abastados.
Mantidos à margem da sociedade e do mercado.
Em pleno século 21, nada é tão absurdo e inaceitável quanto a persistência da fome e da pobreza, quando temos à disposição tanta abundância, tantos recursos científicos e tecnológicos e a revolução da inteligência artificial.
Esta é uma constatação que pesaaposta ganha linkedinnossas consciências.
Nenhum tema é mais atual e mais desafiador para a humanidade.
Não podemos naturalizar tais disparidades.
O númeroaposta ganha linkedinpessoas passando fome ao redor do planeta aumentouaposta ganha linkedinmaisaposta ganha linkedin152 milhões desde 2019.
Isso significa que 9% da população mundial (733 milhõesaposta ganha linkedinpessoas) estão subnutridas.
O problema é especialmente grave na África e na Ásia, mas ele também persisteaposta ganha linkedinpartes da América Latina.
Mesmo nos países ricos, aumenta o apartheid nutricional, com a pobreza alimentar e a epidemiaaposta ganha linkedinobesidade.
Em 2023, 29% da população mundial (2,3 bilhõesaposta ganha linkedinpessoas) enfrentou graus moderados ou severosaposta ganha linkedinrestrição alimentar.
A fome tem o rostoaposta ganha linkedinuma mulher e a vozaposta ganha linkedinuma criança.
Mesmo que elas preparem a maioria das refeições e cultivem boa parte dos alimentos, mulheres e meninas são a maioria das pessoasaposta ganha linkedinsituaçãoaposta ganha linkedinfome no mundo.
Muitas mulheres são chefesaposta ganha linkedinfamília, mas ganham menos.
Trabalham mais no setor informal, se dedicam mais aos cuidados não-remunerados, e têm menos acesso à terra que os homens.
A discriminação étnica, racial e geográfica também amplifica a fome e a pobreza entre populações afrodescendentes, indígenas e comunidades tradicionais.
Crises recorrentes e simultâneas agravam esse quadro.
A pandemiaaposta ganha linkedinCovid-19 aumentou drasticamente a subnutrição, e esses níveis elevados se mantêm inalterados.
Conflitos armados interrompem a produção e distribuiçãoaposta ganha linkedinalimentos e insumos, contribuindo para o aumento dos preços.
Eventos climáticos extremos ceifam vidas, devastam cultivos e infraestruturas.
Subsídios agrícolasaposta ganha linkedinpaíses ricos solapam a agricultura familiar no Sul Global.
O protecionismo discrimina contra os produtosaposta ganha linkedinpaísesaposta ganha linkedindesenvolvimento.
Mas a fome não resulta apenasaposta ganha linkedinfatores externos.
Ela decorre, sobretudo,aposta ganha linkedinescolhas políticas.
Hoje o mundo produz alimentos mais do que suficiente para erradicá-la.
O que falta é criar condiçõesaposta ganha linkedinacesso aos alimentos.
Enquanto isso, os gastos com armamentos subiram 7% no último ano, chegando a 2,4 trilhõesaposta ganha linkedindólares.
Inverter essa lógica é um imperativo moral,aposta ganha linkedinjustiça social, mas também essencial para o desenvolvimento sustentável.
No Brasil, combatemos a fome por meioaposta ganha linkedinum novo contrato social, que coloca o ser humano no centro da açãoaposta ganha linkedingoverno.
Retomamos as políticasaposta ganha linkedinvalorização do salário mínimo,aposta ganha linkedinerradicação do trabalho infantil eaposta ganha linkedincombate a formas contemporâneasaposta ganha linkedinescravidão.
Temos uma sólida políticaaposta ganha linkedingeraçãoaposta ganha linkedinpostosaposta ganha linkedintrabalhos formais. O desemprego é o mais baixoaposta ganha linkedinuma década.
Aprovamos uma lei sobre igualdadeaposta ganha linkedinremuneração entre homens e mulheres.
Formulamos um Plano Nacionalaposta ganha linkedinCuidados que considera as desigualdadesaposta ganha linkedinclasse, gênero, raça, idade, deficiências e territórios, com olhar especial para trabalhadores e trabalhadoras domésticos.
Programas como o Bolsa Família,aposta ganha linkedinAquisiçãoaposta ganha linkedinAlimentos eaposta ganha linkedinAlimentação Escolar permitem que refeições saudáveis cheguem aos mais vulneráveis, estimulem a produção agrícola e promovam o desenvolvimento local.
A agricultura familiar é componente essencial dessa estratégia. São quase 5 milhõesaposta ganha linkedinpropriedades ruraisaposta ganha linkedinaté 100 hectares produzindo parte expressiva dos alimentos consumidos no país.
Em síntese, tomamos a decisão políticaaposta ganha linkedincolocar os pobres no orçamento.
Como resultado, sóaposta ganha linkedin2023 retiramos 24 milhões e 400 mil pessoas da condiçãoaposta ganha linkedininsegurança alimentar severa.
Ainda temos maisaposta ganha linkedin8 milhõesaposta ganha linkedinbrasileiras e brasileiros nessa situação.
Este é o compromisso mais urgente do meu governo: acabar com a fome no Brasil, como fizemosaposta ganha linkedin2014.
Meu amigo Diretor Geral da FAO, pode ir se preparando para anunciaraposta ganha linkedinbreve que o Brasil saiu novamente do Mapa da Fome.
Senhoras e senhores,
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza nasce dessa vontade política e desse espíritoaposta ganha linkedinsolidariedade.
Ela será um dos principais resultados da presidência brasileira do G20.
Seu objetivo é proporcionar renovado impulso às iniciativas existentes, alinhando esforços nos planos doméstico e internacional.
Queremos colocar os Objetivosaposta ganha linkedinDesenvolvimento Sustentáveisaposta ganha linkedinvolta nos trilhos.
Em 2008, o G20 foi fundamental para evitar o colapso da economia internacional.
Agora, os líderes mundiais têm dianteaposta ganha linkedinsi a oportunidadeaposta ganha linkedinresponder a esse outro desafio sistêmico.
Precisamosaposta ganha linkedinsoluções duradouras, e devemos pensar e agir juntos.
A Aliança representa uma estratégiaaposta ganha linkedinconquista da cidadania.
A melhor maneiraaposta ganha linkedinexecutá-la é promovendo a articulaçãoaposta ganha linkedintodos os atores relevantes.
Com esse fim, reunimos as duas trilhas,aposta ganha linkedinFinanças e dos Sherpas, nesta Força Tarefa.
É gratificante ver aqui hoje ministrosaposta ganha linkedintrinta países membros e convidados ao ladoaposta ganha linkedinorganizações internacionais e bancosaposta ganha linkedindesenvolvimento.
O papel das Nações Unidas e, particularmente, da FAO, do FIDA e do Programa Mundialaposta ganha linkedinAlimentos será decisivo.
Vamos seguir dialogando com governadores, prefeitos, sociedade civil e setor privado.
Nossa melhor ferramenta será o compartilhamentoaposta ganha linkedinpolíticas públicas efetivas.
Muitos países também tiveram êxitoaposta ganha linkedincombater a fome e promover a agricultura e queremos que esses exemplos possam ser conhecidos e utilizados.
Aproveitaremos essas experiências e o conhecimento acumulado e ampliar o alcance dos nossos esforços.
Nenhum programa vai ser mecanicamente transpostoaposta ganha linkedinum lugar a outro.
Vamos sistematizar e oferecer um conjuntoaposta ganha linkedinprojetos que possam ser adaptados às realidades específicasaposta ganha linkedincada região.
Toda adaptação e implementação deverá ser liderada pelos países receptores, porque cada um conhece seus problemas.
Eles devem ser os protagonistasaposta ganha linkedinseu sucesso.
A Aliança será gerida com baseaposta ganha linkedinum secretariado alojado nas sedes da FAOaposta ganha linkedinRoma eaposta ganha linkedinBrasília.
Sua estrutura será pequena, eficiente e provisória, formada por pessoal especializado e funcionará até 2030, quando será desativada.
Metade dos seus custos serão cobertos pelo Brasil. Quero registrar minha gratidão aos países que já se dispuseram a contribuir com este esforço.
A Aliança tampouco criará fundos novos. Vamos direcionar recursos globais e regionais que já existem, mas estão dispersos.
Recebemos com satisfação os anúncios feitos hoje pelo Banco Interamericanoaposta ganha linkedinDesenvolvimento e pelo Banco Africanoaposta ganha linkedinDesenvolvimento.
Ambas as instituições estabelecerão um mecanismo financeiro inovador para o uso do capital híbrido dos Direitos Especiaisaposta ganha linkedinSaqueaposta ganha linkedinapoio à Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza.
É gratificante saber que a segurança alimentar será um tema central na agenda estratégica do Banco Mundial nos próximos anos e que a Associação Internacional para o Desenvolvimento fará nova recomposiçãoaposta ganha linkedincapital para ajudar os países mais pobres.
Todos os que queiram se somar a esse esforço coletivo são bem-vindos.
A Aliança Global nasce no G20, mas é aberta ao mundo.
Senhoras e senhores,
Em 22aposta ganha linkedinjulhoaposta ganha linkedin1944, há exatos 80 anos, encerrava-se a Conferênciaaposta ganha linkedinBretton Woods.
Desde então, a arquitetura financeira global mudou pouco e as basesaposta ganha linkedinuma nova governança econômica não foram lançadas.
A representação distorcida na direção do FMI e do Banco Mundial é um obstáculo ao enfrentamento dos complexos problemas da atualidade.
Sem uma governança mais efetiva e justa, na qual o Sul Global esteja adequadamente representado, problemas como a fome e a pobreza serão recorrentes.
Essa é outra prioridade da nossa presidência do G20.
Lidar com a desigualdade também será parte desse esforço.
A riqueza dos bilionários passouaposta ganha linkedin4% do PIB mundial para quase 14% nas últimas três décadas.
Alguns indivíduos controlam mais recursos do que países inteiros. Outros possuem programas espaciais próprios.
Vários países enfrentam um problema parecido. No topo da pirâmide, os sistemas tributários deixamaposta ganha linkedinser progressivos e se tornam regressivos.
Os super-ricos pagam proporcionalmente muito menos impostos do que a classe trabalhadora.
Para corrigir essa anomalia, o Brasil tem insistido no tema da cooperação internacional para desenvolver padrões mínimosaposta ganha linkedintributação global, fortalecendo as iniciativas existentes e incluindo os bilionários.
Juntamente com a União Africana, que participa pela primeira vez como membro pleno do G20, temos alertado sobre o problema do endividamento.
O que vemos hoje é uma absurda exportação líquidaaposta ganha linkedinrecursos dos países mais pobres para os mais ricos.
Não se pode financiar o bem-estar coletivo, se parte expressiva do orçamento é consumido pelo serviço da dívida.
A fome e a mudança do clima são dois flagelos que se agravam mutuamente.
Quem sente fome temaposta ganha linkedinexistência aprisionada na dor do presente. Torna-se incapazaposta ganha linkedinpensar no amanhã.
Reduzir vulnerabilidades socioeconômicas pavimenta o caminho para a transição justa, constrói resiliência frente a eventos extremos e fortalece os esforços contra o aquecimento global.
A transição energética e a descarbonização do planeta são oportunidades nessa luta contra a fome.
Senhoras e senhores,
O lema da presidência brasileira do G20 “Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável" parece inalcançável, mas hoje damos um passo decisivo paraaposta ganha linkedinrealização.
A fome e a pobreza inibem o exercício pleno da cidadania e enfraquecem a própria democracia.
Erradicá-las equivale a uma verdadeira emancipação política para milhõesaposta ganha linkedinpessoas.
Enquanto houver famílias sem comida na mesa, crianças nas ruas e jovens sem esperança, não haverá paz.
Um mundo justo é um mundoaposta ganha linkedinque as pessoas têm acesso desimpedido à alimentação, à saúde, à moradia, à educação e empregos decentes.
Essas são condições imprescindíveis para construir sociedades prósperas, livres, democráticas e soberanas.
Espero revê-losaposta ganha linkedinnovembro, aqui no Rioaposta ganha linkedinJaneiro, para a reuniãoaposta ganha linkedinCúpula do G20.
Será uma ocasião para lançar oficialmente a Aliança Global e anunciar seus membros fundadores.
Contamos com todas e todos para que ela seja um sucesso.
Muito obrigado.
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