"Brasil desponta como celeirosaque greenbets.iooportunidades para a transição energética", diz Lula na ONU
"É horasaque greenbets.ioenfrentar o debate sobre o ritmo lento da descarbonização do planeta", disse Lula durante cerimôniasaque greenbets.ioabertura da Assembleia Geral da ONU
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247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a visãosaque greenbets.iodesenvolvimento sustentável do Brasil “está alicerçada no potencial da bioeconomia” e que o país “desponta como celeirosaque greenbets.iooportunidades neste mundo revolucionado pela transição energética”. “Nossa visãosaque greenbets.iodesenvolvimento sustentável está alicerçada no potencial da bioeconomia. O Brasil sediará a COP 30saque greenbets.io2025 convictosaque greenbets.ioque o multilateralismo é o único caminho para superar a urgência climática. O Brasil desponta como celeirosaque greenbets.iooportunidades neste mundo revolucionado pela transição energética”, disse Lula durante seu discurso na cerimôniasaque greenbets.ioabertura da 79ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU),saque greenbets.ioNova York, nesta terça-feira (24).
“Somos hoje um dos países com a matriz energética mais limpa do mundo. 90% da nossa eletricidade provémsaque greenbets.iofontes renováveis, como a biomassa, a hidroelétrica, a solar e a eólica. Fizemos opção pelos opção pelos biocombustíveis há 50 anos, muito antes que a discussão sobre energias alternativas ganhasse tração. Estamos na vanguardasaque greenbets.iooutros nichos importantes, como da produção do hidrogênio verde. É horasaque greenbets.ioenfrentar o debate sobre o ritmo lento da descarbonização do planeta e trabalhar por uma economia menos dependentesaque greenbets.iocombustíveis fósseis”, destacou.
Confira a íntegra do discurso do presidente Lula.
"Meus cumprimentos ao presidente da Assembleia Geral, Philemon Yang.
E também quero saudar o secretário-geral António Guterres e cada um dos Chefessaque greenbets.ioEstado esaque greenbets.ioGoverno e delegadas e delegados presentes.
Seu alcance limitado também é a expressão do paradoxo do nosso tempo: andamossaque greenbets.iocírculos entre compromissos possíveis que levam a resultados insuficientes.
Nem mesmo com a tragédia da COVID-19, fomos capazessaque greenbets.ionos unirsaque greenbets.iotornosaque greenbets.ioum Tratado sobre Pandemias na Organização Mundial da Saúde.
Precisamos ir muito além e dotar a ONU dos meios necessários para enfrentar as mudanças vertiginosas do panorama internacional.
Vivemos um momentosaque greenbets.iocrescentes angústias, frustrações, tensões e medo.
Esses recursos poderiam ter sido utilizados para combater a fome e enfrentar a mudança do clima.
O que se vê é o aumento das capacidades bélicas.
O uso da força, sem amparo no Direito Internacional, está se tornando a regra.
Presenciamos dois conflitos simultâneos com potencialsaque greenbets.iose tornarem confrontos generalizados.
Criar condições para a retomada do diálogo direto entre as partes é crucial neste momento.
Essa é a mensagem do entendimentosaque greenbets.ioseis pontos que China e Brasil oferecem para que se instale um processosaque greenbets.iodiálogo e o fim das hostilidades.
Em Gaza e na Cisjordânia, assistimos a uma das maiores crises humanitárias da história recente, e que agora se expande perigosamente para o Líbano.
O que começou como ação terroristasaque greenbets.iofanáticos contra civis israelenses inocentes, tornou-se punição coletivasaque greenbets.iotodo o povo palestino.
São maissaque greenbets.io40 mil vítimas fatais, emsaque greenbets.iomaioria mulheres e crianças.
O direitosaque greenbets.iodefesa transformou-se no direitosaque greenbets.iovingança, que impede um acordo para a liberaçãosaque greenbets.ioreféns e adia o cessar-fogo.
Conflitos esquecidos no Sudão e no Iêmen impõem sofrimento atroz a quase trinta milhõessaque greenbets.iopessoas.
Este ano, o número dos que necessitamsaque greenbets.ioajuda humanitária no mundo chegará a 300 milhões.
Em tempossaque greenbets.iocrescente polarização, expressões como “desglobalização” se tornaram corriqueiras.
Mas é impossível “desplanetizar” nossa vidasaque greenbets.iocomum.
Estamos condenados à interdependência da mudança climática.
O planeta já não espera para cobrar da próxima geração e está fartosaque greenbets.ioacordos climáticos não cumpridos.
Está cansadosaque greenbets.iometassaque greenbets.ioreduçãosaque greenbets.ioemissãosaque greenbets.iocarbono negligenciadas e do auxílio financeiro aos países pobres que não chega.
O negacionismo sucumbe ante as evidências do aquecimento global.
2024 caminha para ser o ano mais quente da história moderna.
Furacões no Caribe, tufões na Ásia, secas e inundações na África e chuvas torrenciais na Europa deixam um rastrosaque greenbets.iomortes esaque greenbets.iodestruição.
No sul do Brasil tivemos a maior enchente desde 1941.
A Amazônia está atravessando a pior estiagemsaque greenbets.io45 anos.
Incêndios florestais se alastraram pelo país e já devoraram 5 milhõessaque greenbets.iohectares apenas no mêssaque greenbets.ioagosto.
O meu governo não terceiriza responsabilidades nem abdica dasaque greenbets.iosoberania.
Já fizemos muito, mas sabemos que é preciso fazer mais.
Alémsaque greenbets.ioenfrentar o desafio da crise climática, lutamos contra quem lucra com a degradação ambiental.
Não transigiremos com ilícitos ambientais, com o garimpo ilegal e com o crime organizado.
Reduzimos o desmatamento na Amazôniasaque greenbets.io50% no último ano e vamos erradicá-lo até 2030.
Não é mais admissível pensarsaque greenbets.iosoluções para as florestas tropicais sem ouvir os povos indígenas, comunidades tradicionais e todos aqueles que vivem nelas.
Nossa visãosaque greenbets.iodesenvolvimento sustentável está alicerçada no potencial da bioeconomia.
O Brasil sediará a COP-30,saque greenbets.io2025, convictosaque greenbets.ioque o multilateralismo é o único caminho para superar a urgência climática.
Nossa Contribuição Nacionalmente Determinada (a NDC) será apresentada ainda este ano,saque greenbets.iolinha com o objetivosaque greenbets.iolimitar o aumento da temperatura do planeta a um grau e meio.
O Brasil desponta como celeirosaque greenbets.iooportunidades neste mundo revolucionado pela transição energética.
Somos hoje um dos países com a matriz energética mais limpa.
90% da nossa eletricidade provémsaque greenbets.iofontes renováveis como a biomassa, a hidrelétrica, a solar e a eólica.
Fizemos a opção pelos biocombustíveis há 50 anos, muito antes que a discussão sobre energias alternativas ganhasse tração.
Estamos na vanguardasaque greenbets.iooutros nichos importantes como o da produção do hidrogênio verde.
É horasaque greenbets.ioenfrentar o debate sobre o ritmo lento da descarbonização do planeta e trabalhar por uma economia menos dependentesaque greenbets.iocombustíveis fósseis.
Senhor presidente,
Na América Latina vive-se desde 2014 uma segunda década perdida.
O crescimento médio da região nesse período foisaque greenbets.ioapenas 0,9%, metade do verificado na década perdidasaque greenbets.io1980.
Essa combinaçãosaque greenbets.iobaixo crescimento e altos níveissaque greenbets.iodesigualdade resultasaque greenbets.ioefeitos nefastos sobre a paisagem política.
Tragada por disputas, muitas vezes alheias à região, nossa vocaçãosaque greenbets.iocooperação e entendimento se fragiliza.
É injustificado manter Cubasaque greenbets.iouma lista unilateralsaque greenbets.ioEstados que supostamente promovem o terrorismo e impor medidas coercitivas unilaterais, que penalizam indevidamente as populações mais vulneráveis.
No Haiti, é inadiável conjugar ações para restaurar a ordem pública e promover o desenvolvimento.
No Brasil, a defesa da democracia implica ação permanente ante investidas extremistas, messiânicas e totalitárias, que espalham o ódio, a intolerância e o ressentimento.
Brasileiras e brasileiros continuarão a derrotar os que tentam solapar as instituições e colocá-las a serviçosaque greenbets.iointeresses reacionários.
A democracia precisa responder às legítimas aspirações dos que não aceitam mais a fome, a desigualdade, o desemprego e a violência.
No mundo globalizado não faz sentido recorrer a falsos patriotas e isolacionistas.
Tampouco há esperança no recurso a experiências ultraliberais que apenas agravam as dificuldadessaque greenbets.ioum continente depauperado.
O futurosaque greenbets.ionossa região passa, sobretudo, por construir um Estado sustentável, eficiente, inclusivo e que enfrenta todas as formassaque greenbets.iodiscriminação.
Que não se intimida ante indivíduos, corporações ou plataformas digitais que se julgam acima da lei.
A liberdade é a primeira vítimasaque greenbets.ioum mundo sem regras.
Elementos essenciais da soberania incluem o direitosaque greenbets.iolegislar, julgar disputas e fazer cumprir as regras dentrosaque greenbets.ioseu território, incluindo o ambiente digital.
O Estado que estamos construindo é sensível às necessidades dos mais vulneráveis sem abdicarsaque greenbets.iofundamentos macroeconômicos sadios.
A falsa oposição entre Estado e mercado foi abandonada pelas nações desenvolvidas, que voltaram a praticar políticas industriais ativas e forte regulação da economia doméstica.
Na áreasaque greenbets.ioInteligência Artificial, vivenciamos a consolidaçãosaque greenbets.ioassimetrias que levam a um verdadeiro oligopólio do saber.
Avança a concentração sem precedentes nas mãossaque greenbets.ioum pequeno númerosaque greenbets.iopessoas esaque greenbets.ioempresas, sediadassaque greenbets.ioum número ainda menorsaque greenbets.iopaíses.
Interessa-nos uma Inteligência Artificial emancipadora, que também tenha a cara do Sul Global e que fortaleça a diversidade cultural.
Que respeite os direitos humanos, proteja dados pessoais e promova a integridade da informação.
E, sobretudo, que seja ferramenta para a paz, não para a guerra.
Necessitamossaque greenbets.iouma governança intergovernamental da inteligência artificial,saque greenbets.ioque todos os Estados tenham assento.
Senhor presidente,
As condições para acesso a recursos financeiros seguem proibitivas para a maioria dos paísessaque greenbets.iorenda média e baixa.
O fardo da dívida limita o espaço fiscal para investirsaque greenbets.iosaúde e educação, reduzir as desigualdades e enfrentar a mudança do clima.
Países da África tomam empréstimo a taxas até 8 vezes maiores do que a Alemanha e 4 vezes maior que os Estados Unidos.
É um Plano Marshall às avessas,saque greenbets.ioque os mais pobres financiam os mais ricos.
Sem maior participação dos paísessaque greenbets.iodesenvolvimento na direção do FMI e do Banco Mundial não haverá mudança efetiva.
Enquanto os Objetivossaque greenbets.ioDesenvolvimento Sustentável ficam para trás, as 150 maiores empresas do mundo obtiveram, juntas, lucrosaque greenbets.io1,8 trilhãosaque greenbets.iodólares nos últimos dois anos.
A fortuna dos 5 principais bilionários mais que dobrou desde o início desta década, ao passo que 60% da humanidade ficou mais pobre.
Os super-ricos pagam proporcionalmente muito menos impostos do que a classe trabalhadora.
Para corrigir essa anomalia, o Brasil tem insistido na cooperação internacional para desenvolver padrões mínimossaque greenbets.iotributação global.
Os dados divulgados há dois meses pela FAO sobre o estado da insegurança alimentar no mundo são estarrecedores.
O númerosaque greenbets.iopessoas passando fome ao redor do planeta aumentousaque greenbets.iomaissaque greenbets.io152 milhões desde 2019.
Isso significa que 9% da população mundial (733 milhõessaque greenbets.iopessoas) estão subnutridas.
O problema é especialmente grave na África e na Ásia, mas ele também persistesaque greenbets.iopartes da América Latina.
Mulheres e meninas são a maioria das pessoassaque greenbets.iosituaçãosaque greenbets.iofome no mundo.
Pandemias, conflitos armados, eventos climáticos e subsídios agrícolas dos países ricos ampliam o alcance desse flagelo.
Mas a fome não é resultado apenassaque greenbets.iofatores externos. Ela decorre, sobretudo,saque greenbets.ioescolhas políticas.
Hoje o mundo produz alimentos mais do que suficientes para erradicá-la.
O que falta é criar condiçõessaque greenbets.ioacesso aos alimentos.
Este é o compromisso mais urgente do meu governo: acabar com a fome no Brasil, como fizemossaque greenbets.io2014.
Sósaque greenbets.io2023, retiramos 24 milhões e 400 mil pessoas da condiçãosaque greenbets.ioinsegurança alimentar severa.
A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que lançaremos no Riosaque greenbets.ioJaneirosaque greenbets.ionovembro, nasce dessa vontade política e desse espíritosaque greenbets.iosolidariedade.
Ela será um dos principais resultados da presidência brasileira do G20 e está aberta a todos os países do mundo.
Todos os que queiram se somar a esse esforço coletivo são bem-vindos.
Senhor presidente, senhoras e senhores,
Prestes a completar 80 anos, a Carta das Nações Unidas nunca passou por uma reforma abrangente.
Apenas quatro emendas foram aprovadas, todas elas entre 1965 e 1973.
A versão atual da Carta não tratasaque greenbets.ioalguns dos desafios mais prementes da humanidade.
Na fundação da ONU, éramos 51 países. Hoje somos 193.
Várias nações, principalmente no continente africano, estavam sob domínio colonial e não tiveram voz sobre seus objetivos e funcionamento.
Inexiste equilíbriosaque greenbets.iogênero no exercício das mais altas funções. O cargosaque greenbets.ioSecretário-Geral jamais foi ocupado por uma mulher.
Estamos chegando ao final do primeiro quarto do século XXI com as Nações Unidas cada vez mais esvaziada e paralisada.
É horasaque greenbets.ioreagir com vigor a essa situação, restituindo à Organização as prerrogativas que decorrem dasaque greenbets.iocondiçãosaque greenbets.ioforo universal.
Não bastam ajustes pontuais.
Precisamos contemplar uma ampla revisão da Carta.
Sua reforma deve compreender os seguintes objetivos:
a transformação do Conselho Econômico e Social no principal foro para o tratamento do desenvolvimento sustentável e do combate à mudança climática, com capacidade realsaque greenbets.ioinspirar as instituições financeiras.
a revitalização do papel da Assembleia Geral, inclusivesaque greenbets.iotemassaque greenbets.iopaz e segurança internacionais.
o fortalecimento da Comissãosaque greenbets.ioConsolidação da Paz.
a reforma do Conselhosaque greenbets.ioSegurança, com foco emsaque greenbets.iocomposição, métodossaque greenbets.iotrabalho e direitosaque greenbets.ioveto,saque greenbets.iomodo a torná-lo mais eficaz e representativo das realidades contemporâneas.
A exclusão da América Latina e da Áfricasaque greenbets.ioassentos permanentes no Conselhosaque greenbets.ioSegurança é um eco inaceitávelsaque greenbets.iopráticassaque greenbets.iodominação do passado colonial.
Vamos promover essa discussãosaque greenbets.ioforma transparentesaque greenbets.ioconsultas no G77, no G20, no BRICS e na CELAC, no CARICOM, entre tantos outros espaços.
Não tenho ilusões sobre a complexidadesaque greenbets.iouma reforma como essa, que enfrentará interesses cristalizadossaque greenbets.iomanutenção do status quo.
Exigirá enorme esforçosaque greenbets.ionegociação. Mas essa é a nossa responsabilidade.
Não podemos esperar por outra tragédia mundial, como a Segunda Grande Guerra, para só então construir sobre os seus escombros uma nova governança global.
A vontade da maioria pode persuadir os que se apegam às expressões cruas dos mecanismos do poder.
Neste plenário ecoam as aspirações da humanidade.
Aqui travamos os grandes debates do mundo.
Neste foro buscamos as respostas para os problemas que afligem o planeta.
Recai sobre a Assembleia Geral, expressão maior do multilateralismo, a missãosaque greenbets.iopavimentar o caminho para o futuro.
Muito obrigado".
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