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Ricardo Nêggo Tom

Músico, graduandobetano ufcjornalismo, locutor, roteirista, produtor e apresentador dos programas "Um Tombetano ufcresistência", "30 Minutos" e "22 Horas", na TVbetano ufc, e colunista do Brasilbetano ufc

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O menino marrom pergunta: A Bíblia é leitura para crianças?

Quem enxerga agressividade e maldade nos textosbetano ufcZiraldo nunca leu o antigo testamento

O menino marrom (Foto: Reprodução capa)

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Conclusão

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Sob o argumentobetano ufcque trechos do livro “O menino marrom”, lançado por Ziraldobetano ufc1986, apresentam conteúdo agressivo e induzem crianças a fazerem maldade, paisbetano ufcalunos da cidadebetano ufcConselheiro Lafaiete pressionaram a Secretaria Municipalbetano ufcEducação para que o livro fosse retirado temporariamente das atividadesbetano ufcleitura das escolas do município. A obra conta a históriabetano ufcdois meninos, um marrom e outro corbetano ufcrosa, que buscam compreender as suas cores. A inocente amizade entre os dois amigos, acababetano ufcser interrompida e criminalizada pelo fundamentalismo político-religioso que vem se espalhando e promovendo uma ondabetano ufcretrocesso social, cultural e civilizatório na sociedade brasileira.

Segundo a Secretariabetano ufcEducação Municipal, “as suspensões dos trabalhos sobre a obra visam a melhor readequação da abordagem pedagógica, evitando assim interpretações equivocadas”. Entre os trechos do livro apontados como perigosos para crianças, está um diálogo entre os dois meninosbetano ufcrelação a uma “velhinha” que todos os dias atravessava a rua para ir à missa. “No finalbetano ufcalgumas manhãs, já que o menino marrom não dizia nada, o menino cor-de-rosa resolveu perguntar: ‘Por que você vem todo dia ver a velhinha atravessar a rua? ’ E o menino marrom respondeu: ‘Eu quero ver ela ser atropelada’. Uma travessura infantil que nem se compara, por exemplo, ao capítulo 9, versículo 6 do livrobetano ufcEzequiel, onde Deus teria dado a seguinte ordem: “Matai sem dó: idosos, rapazes e moças, crianças e mulheres, até aniquilar a todos. Todavia não tocaibetano ufcninguém que tenha recebido o sinal da salvação. Começai, pois, a destruição pela minha própria Casa, o Templo”. Imaginem os seus filhos lendo isso?

Outro trecho do livrobetano ufcZiraldo que gerou a preocupação dos pais com relação a segurança físicabetano ufcseus filhos, foi a parte onde o menino corbetano ufcrosa, já adolescente, está se mudando da cidade e o menino marrom o acompanha até a rodoviária. No caminho, ambos falambetano ufceternizar a amizade com um “pactobetano ufcsangue”. Ziraldo lembra como surgiu essa brincadeira e escreve: “Um deles foi até a cozinha buscar uma facabetano ufcponta para furar os pulsos e misturar o sangue dos amigos eternos. Ficaram os dois, os bracinhos espichados, as mãozinhas fechadas para cima, os pulsos à mostra, latejando. A faquinha na mãobetano ufcum, esperando o pacto. Os dois ali, parados, sem um sorriso sequer, só o ruído das suas respirações ofegantes, olhando firmes um no olho do outro, sem piscar: pacto é pacto. E a faquinha parada no ar. Até que um deles resolveu a questão: ‘não tem um alfinete?'  Lúdico e pueril demaisbetano ufccomparação ao livro dos Gênesis, capítulo 22, onde Deus manda Abraão matar o seu próprio filho Isaque, para fazer um pacto abetano ufcfidelidade com ele.

“E aconteceu, depois destas coisas, que tentou Deus a Abraão e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. 2 E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terrabetano ufcMoriá; e oferece-o alibetano ufcholocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi. ” Por sorte, um anjo enviado pelo próprio Deus que havia pedido a execução, apareceu e disse a Abraão que tudo não passavabetano ufcuma pegadinha e que Deus estava apenas testando abetano ufcfidelidade. Se os pais dos alunos da cidadebetano ufcConselheiro Lafaiete deixarem os seus filhos lerem esse trecho da Bíblia, eles terão dois problemas. Primeiro, explicar para as crianças porque um deusbetano ufcamor pediria o sacrifíciobetano ufcum ser humano apenas para exaltar o seu poder, segundo, convencer a curiosidade infantil dessas criançasbetano ufcque esse Deus, mesmo sendo onipotente, onipresente e onisciente, ou seja, sabedorbetano ufctodas as coisas, não sabia se Abraão era ou não fiel a ele. Por que testá-lo, então?

De fato, o que está por trás dessa sanha censora é uma ideologia política fascista que não consegue se sustentar por si mesma, uma vez que representa o atraso, a castração do senso crítico e cerceamento das liberdades individuais, e apela para a chamada pauta moral como basebetano ufcsustentaçãobetano ufcseu projetobetano ufcpoder. Aliada a essa barbárie cultural está o segmento neopentecostal evangélico, um partido político imperialista e neoliberal, que se disfarçabetano ufcigreja para converter os mais desavisados e alienados. Também se alia a eles nessa cruzada neomedieval, as forçasbetano ufcsegurança do Estado burguês brasileiro que, através das Escolas Cívico-Militares, poderão concretizar o sonho da escola sem partido. O que, na verdade, seria uma escola sem condições intelectuaisbetano ufcfazer oposição ao projetobetano ufcpoder que eles querem estabelecer. Um poder amplo e irrestrito, que lhes permitiria controlar as mentes através da educação, e formar uma sociedadebetano ufcovelhas cegas e obedientes ao evangelho do deus capital. O menino marrom ficaria brancobetano ufcsusto diantebetano ufctamanha perversidade.

O outro trecho citado como problemático pelos pais, pode revelar um viés racista e homofóbico da censura ao livrobetano ufcZiraldo. Saudoso do amigo, o menino marrom lhe escreve uma carta onde diz: “Meu querido amigo, eu andava muito triste ultimamente, pois estava sentindo muito abetano ufcfalta. Agora estou mais contente porque acabobetano ufcdescobrir uma coisa importante: preto é, apenas, a ausência do branco. ” Uma mente suja e fundamentalista, com o perdão do pleonasmo, é bem capazbetano ufcassociar a saudade sentida pelo menino marrom, a um sentimento homoafetivo pelo amiguinho. Sem falar que o quêbetano ufcracismo expresso pelo fundamentalismo deve ter se sentido ofendido, diante da constatação do menino marrom,betano ufcque não havia diferença existencial entre abetano ufccor e a do menino rosa, porque, no fundo, elas se completam. A supremacia branca imperialista que patrocina o fundamentalismo neopentecostal no Brasil pira. Se pelo menos o menino marrom fosse o Obama, eles conseguiriam reescrever a história a seu gosto.

Tempos sombrios, difíceis e desesperadores que estamos vivendo. Enquanto isso, a Bíblia, e seus livros vermelhosbetano ufcsangue, segue sendo recomendada para todas as idades. Até que uma criança, orientada pelos ensinamentos religiososbetano ufcseus pais fundamentalistas, leia Êxodo 32:25-28, e, assim como Moisés, sinta-se escolhida por Deus para determinar o extermínio dos seus ímpios e infiéis coleguinhas na hora do recreio. Que os meninos marrom e corbetano ufcrosa não estejam estudando nessa escola. Deus nos livre dos fundamentalistas!

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