Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein - Fazer o diagnóstico corretobetano iosdepressão é essencial para a condução adequada do tratamento. Embora o mais comum seja o transtorno depressivo maior, há outros tiposbetano iosdepressão, cada um combetano iosespecificidade. Um estudo publicadobetano iosjunho na revista científica <a href="https://www.nature.com/articles/s41591-024-03057-9">Nature Medicine</a> elencou seis subtiposbetano iosdepressão e ansiedade, baseadosbetano iosimagensbetano iosressonância magnética e inteligência artificial. Segundo os autores, o achado poderá ser útil para auxiliar no diagnóstico e prever o melhor tratamento para cada subtipo da doença.
Participaram da pesquisa 801 pessoas diagnosticadas com depressão ou ansiedade. Elas foram submetidas a uma ressonância magnética funcional – um exame bem específico para análise da ativaçãobetano iosáreas das estruturas cerebrais, que não é usado na rotina da psiquiatria. Os voluntários tiverambetano iosatividade cerebral avaliadabetano iosrepouso e durante exercícios para análises cognitivas e funcionais. Eles foram comparados com 137 pessoas saudáveis (grupo controle).
Os autores se concentrarambetano iosavaliar imagensbetano iosregiões específicas do cérebro, conhecidas por desempenhar algum papel na depressão. Com ajudabetano iosinteligência artificial, eles conseguiram mapear seis padrões distintosbetano iosatividades cerebrais nessas áreas.&nbsp;
Em seguida, 250 participantes aleatórios receberam um dos três antidepressivos mais comuns no tratamento da doença: escitalopram, sertralina e venlafaxina, ou foram encaminhados para a terapia cognitivo comportamental (TCC), psicoterapia que levabetano iosconsideração diversos aspectos do paciente e como ele reage a determinadas situações. Os autores queriam verificar se havia mudança na resposta ao tratamentobetano iosacordo com o subtipo da depressão baseado nas atividades cerebrais.
Eles não só constataram que sim, mas também que as diferenças dos subtipos se correlacionavam com os diversos sintomas relatados pelos voluntários. “Esse estudo pretende trazer uma diferenciação um pouco mais específica, mais minuciosa, para auxiliar no diagnóstico da depressão. Ele tenta trazer mais especificidades para o transtorno depressivo que hoje chamamosbetano ios‘maior’”, analisa o psiquiatra Daniel Oliva, da Gerênciabetano iosBem-Estar e Saúde Mental do Hospital Israelita Albert Einstein. “A partir do momento que temos essas especificações baseada nas características, conseguimos oferecer um tratamento mais certeiro para os pacientes.”
Como é feito o diagnóstico?
A depressão é um problema que afeta cercabetano ios320 milhõesbetano iospessoas no mundo, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), e seu diagnóstico é essencialmente clínico. O DSM-5 (Manualbetano iosDiagnósticobetano iosTranstornos Mentais), principal guiabetano iosdiagnósticos psiquiátricos, classifica os transtornos depressivosbetano iosseis tipos: transtorno depressivo maior, que tem outras especificidadesbetano iosacordo com a apresentação; persistente ou distimia; disruptivobetano iosdesregulação do humor; disfórico pré-menstrual; induzido por substância/medicação ou transtorno devido a outra condição médica. &nbsp;
“Hojebetano iosdia, para diagnosticarmos o transtorno depressivo, fazemos uma análise da biografia do indivíduo, dos sintomas relatados, das características psicológicas, do histórico familiar e do perfil genético. Vários fatores são avaliados para entendermos qual o transtorno psiquiátricobetano iossi. A apresentação e a combinaçãobetano ioscada um desses itens vão guiar nosso diagnóstico para indicarmos o melhor tratamento”, explica Oliva.&nbsp;
Cercabetano ios30% dos pacientes são resistentes ao tratamento, ou seja, não conseguem melhorar os sintomas mesmo depoisbetano iosao menos duas tentativasbetano iostrocasbetano iosmedicamentos. E, para até dois terços das pessoas com depressão, o tratamento não consegue reverter totalmente os sintomas para os níveis considerados saudáveis.
O métodobetano iosescolha terapêutica hojebetano iosdia é baseadobetano iostentativa e erro, o que pode levar meses até chegar num medicamento eficaz – daí a importância do diagnóstico correto e individualizado. Mas, segundo Oliva, já existem alguns testes farmacogenéticos que avaliam como o metabolismo do paciente se relaciona com as medicações, auxiliando os médicos na prática clínica sobre quais medicações seguir com determinado indivíduo.&nbsp;
“Ainda é o métodobetano iostentativa e erro, mas não é uma batalha naval baseada na sorte, onde escolhemos qualquer medicação. Além do que temosbetano iosevidência científica para cada tipobetano iostranstorno e da experiência clínica dos profissionais, existem diferentes testes, com diferentes grausbetano iosconfiabilidade, que já nos orientam para um determinado caminho. A proposta desse estudo é oferecer uma sofisticação ainda maior para isso, identificando subtiposbetano iosdepressão com base nos circuitos cerebrais ativados”, afirma o psiquiatra.
Na avaliação dele, é fundamental que a medicina consiga apontar qual o circuito cerebral afetado na doença para entender melhor o diagnóstico, o tratamento e até o prognóstico da depressão – ou seja, o que esperarbetano ioscada subtipo. “É uma visão que vai se aperfeiçoando para entendermos e conduzirmos melhor o paciente. Lembrando que isso ainda é um estudo, não é uma designação, mas cada vez mais vamos fechando o círculobetano iostorno dos melhores agentes terapêuticos que podem ajudar no tratamento da depressão”, finaliza Oliva.

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Saúde

Como um tratamento individualizado pode ajudar contra a depressão?

Por Paula Laboissiere, repórter da Agência Brasil - Casos suspeitosbetano iosleptospirose no Rio Grande do Sul devem iniciar o tratamento contra a doença imediatamente, sem a necessidadebetano iosconfirmação laboratorial. A orientação é do Ministério da Saúdebetano iosrazão do risco aumentado provocado pelas enchentes no estado. “Profissionaisbetano iossaúde devem estar atentos a isso”, alertou a pasta, ao recomendar “notificação mais sensível”betano ioscasos suspeitos na região.
Em nota, o ministério destacou que a ocorrênciabetano iosleptospirose está relacionada a condições precáriasbetano iosinfraestrutura sanitária e à alta infestaçãobetano iosroedores infectados pela doença. “Em cenáriosbetano iosdesastres climáticos, como inundações, a disseminação e a persistência da bactéria no ambiente podem facilitar a ocorrênciabetano iossurtos da doença”, reforçou o comunicado.
A recomendação da pasta é que pacientes que apresentem febre e dores, sobretudo na região lombar e na panturrilha, e que tiveram contato com água ou lama da inundação por um períodobetano iosaté 30 dias antes do início dos sintomas recebam tratamento com quimioprofilaxia. “Dessa forma, o sistemabetano iossaúde conseguirá captar mais casos na fase inicial da doença”, destacou a nota.
“Além disso, deverão ser difundidas informações a todas as pessoas que tiveram contato com água ou lamabetano iosenchentes, sobre os sinais e sintomas da doença e onde ela poderá procurar assistência médica. A pasta pede que seja estabelecido diagnóstico diferencial para doenças respiratórias, diarreicas agudas, infecções do trato urinário, sepse e hepatite A”.
“É importante considerar que casos podem ser atendidosbetano iosmunicípios que não sofreram com as chuvas, já que muitas famílias se abrigarambetano ioscasasbetano iosfamiliares ou amigosbetano iosmunicípios vizinhos. Portanto, todos os agentes públicos devem estar sensíveis e buscar informações da origem do localbetano iosresidência do paciente”, completou o ministério.
Tratamento preventivo - A quimioprofilaxia, por definição, é o usobetano iossubstâncias ou meios químicos para impedir o desenvolvimentobetano iosuma doença ou infecção. O uso do tratamento para a leptospirose, segundo a pasta, não é recomendado como medidabetano iosprevençãobetano iossaúde pública, mesmo “em casosbetano iosexposição populacionalbetano iosmassa, por ocasiãobetano iosdesastres climáticos com enchentes”.
Já a possibilidadebetano iosuso da quimioprofilaxia para pessoas que atuam nas operaçõesbetano iosresgate no Rio Grande do Sul,betano iosacordo com a nota, pode ser consideradabetano iosrazão da exposição constante e do riscobetano iosinfecção. “Neste caso, o método poderá ser adotado conforme decisão e fluxos definidos na gestão do nível local, a depender da disponibilidadebetano iosmedicamentos”.
A doença - A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urinabetano iosanimais, principalmente ratos, infectados pela bactéria Leptospira. A penetração da bactéria ocorre a partirbetano ioslesões na pele, pelas mucosas ou pela pele íntegra imersa por longos períodosbetano ioságua contaminada.&nbsp;
O períodobetano iosincubação, ou seja, o intervalobetano iostempo entre a transmissão e o início dos sintomas pode variarbetano iosum a 30 dias, mas normalmente ocorre entre sete a 14 dias após a exposição a situaçõesbetano iosrisco. A doença apresenta elevada incidênciabetano iosdeterminadas áreas do país e o riscobetano iosletalidade pode chegar a 40% nos casos mais graves.&nbsp;
A ocorrência está relacionada a condições precáriasbetano iosinfraestrutura sanitária e à alta infestaçãobetano iosroedores infectados. Inundações como as registradas no Rio Grande do Sul desde o fimbetano iosabril propiciam a disseminação e a persistência da bactéria no ambiente, facilitando a ocorrênciabetano iossurtos.

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