Por Fabíola Sinimbú, repórter da Agência Brasil - Na região Oeste do Pará, nos municípiosbahia e ponte preta palpiteBelterra, Itaituba, Mojuí dos Campos e Trairão, famílias estão promovendo uma transformação no ambientebahia e ponte preta palpiteque vivem por meio da recuperação da vegetação nativabahia e ponte preta palpitesuas propriedades. Neste 5bahia e ponte preta palpitesetembro, Dia da Amazônia, conheça o projeto que produz alimentos, novas mudas, sementes e ainda gera renda por meio do modelobahia e ponte preta palpiteSistemas Agroflorestais (SAFs).
Conhecida como Sanda, a agricultora Rosângela Silva Pereira, que vivebahia e ponte preta palpiteTrairão, plantou cercabahia e ponte preta palpite200 mudas no quintal e na roça pertobahia e ponte preta palpiteonde mora. Ela conta que o movimento foi motivado por dois grandes projetos, um que criou um viveiro coletivo na comunidade, e outro que capacitou as famílias a produzirem alimentos e árvores da Amazônia.
“Aqui, a devastação era muito grande, então a gente recebeu algumas mudas e outras a gente coletou as sementes por aqui, então, cada SAF plantoubahia e ponte preta palpite180 a 200 mudas consorciadas. Tem frutíferas, madeira florestal e também macaxeira, melancia, abóbora e outras culturasbahia e ponte preta palpitepequeno ciclo”, explica.
A capacitação e a estruturação dos SAFs integram o Projetobahia e ponte preta palpiteRestauração da Floresta Amazônica no Tapajós, que visa estabelecer uma rede com bancosbahia e ponte preta palpitesementes e viveiros florestais para abastecer a região com espécies nativas. As mudasbahia e ponte preta palpiteaçaí, cupuaçu, cacau, andiroba, cedro, copaíba, graviola, acerola, ipê, jacarandá e urucum serão usadas tanto para gerar renda na venda a outros interessados no modelo, quanto para a recuperação das áreasbahia e ponte preta palpitepreservação permanentes.
Enquantobahia e ponte preta palpiteTrairão, as famílias optaram por fortalecer a produção do viveiro que já existia,bahia e ponte preta palpiteMojuí dos Campos, Suelen Costa Feitosa plantou maisbahia e ponte preta palpite500 mudas embahia e ponte preta palpitepropriedade, onde priorizou cupuaçu para fortalecer a produçãobahia e ponte preta palpitechocolate com a amêndoa do fruto regional. Ela diz que o projeto possibilitou a melhora na qualidade do plantio e também a instalaçãobahia e ponte preta palpiteum viveiro coletivo com capacidade para 20 mil mudas.
“A gente já tinha a cultura aleatória, que a gente chamabahia e ponte preta palpitequintais produtivos, mas agora a gente passou a trabalhar com os SAFs, cujo objetivo maior é restaurar o meio ambiente. Como a gente trabalha com agricultura, a gente escolheu plantar produtos que também nos tragam renda”, argumenta.
<h2>Assistência técnica</h2>
A iniciativa é resultadobahia e ponte preta palpiteuma verdadeira força-tarefa com implantação - promovida pela organização não governamental Conservação Internacional (CI-Brasil) - e a assistência técnica promovida pelo Institutobahia e ponte preta palpitePesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).
Os agricultores participantes foram identificados e mobilizados pelas associaçõesbahia e ponte preta palpiteagricultores e participarambahia e ponte preta palpiteum curso organizado pelo Laboratóriobahia e ponte preta palpiteSementes Florestais, da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).
O projeto passou por três fases: capacitação, criação ou melhoria dos bancosbahia e ponte preta palpitesementes e viveiros, e a recuperaçãobahia e ponte preta palpiteáreas desmatadas por meio dos SAFs ou da Regeneração Natural.
Na capacitação foram abordados desde conhecimentos científicos sobre as espécies nativas, até beneficiamento da produção, secagem, armazenamento e aspectos legais, alémbahia e ponte preta palpiteconhecimentos sobre produçãobahia e ponte preta palpitemudas, áreabahia e ponte preta palpitecoletasbahia e ponte preta palpitesementes e viveiros florestais.
Para diminuir as perdas no plantio, os agricultores também receberam conhecimentos sobre enriquecimentobahia e ponte preta palpitesubstrato, ajustes no sistemabahia e ponte preta palpiteirrigação e usobahia e ponte preta palpiteferramentas como o GPS para georreferenciamentobahia e ponte preta palpiteárvores matrizes, por exemplo.
A coordenadorabahia e ponte preta palpiteprojetos da CI Brasil, Maria Farias, observa que o Restaura Tapajós tem como meta a sustentabilidade socioambiental e produtiva, a partir da combinaçãobahia e ponte preta palpiteculturas com a conservação florestal.
“Isso revitaliza toda a biodiversidade, promove solos mais saudáveis; com mais florestas temos maior sequestrobahia e ponte preta palpitecarbono e isso pode gerar novas fontesbahia e ponte preta palpiterenda para as comunidades. Com isso, melhora a segurança alimentar, diminui a pressão sobre as florestas nativas e ainda favorece o trabalho para um formato mais produtivo e para uma vivência no campo mais resiliente”, opina.
O projetobahia e ponte preta palpiterestauro alcançou 100 famíliasbahia e ponte preta palpiteBelterra, Itaituba, Mojuí dos Campos e Trairão. Os participantes puderam ainda visitar modelosbahia e ponte preta palpiteSAFsbahia e ponte preta palpiteTomé-Açu, onde conheceram técnicas capazesbahia e ponte preta palpitemelhorar as condiçõesbahia e ponte preta palpitedesenvolvimento e resistência das plantas, gerando maior quantidadebahia e ponte preta palpitefrutos e maior qualidade, o que possibilita melhoria na renda. Os grupos também puderam entender, na prática, a importânciabahia e ponte preta palpitedestinar uma área para finsbahia e ponte preta palpiterestauro e outra para regeneração natural com enriquecimento, possibilitando um equilíbrio natural que beneficie todo o sistema.
Os SAFs, viveiros e bancosbahia e ponte preta palpitesementes foram implantados transformando a forma tradicionalbahia e ponte preta palpiteproduzir na região. Logo no início do projeto, o primeiro desafio surgiu após o plantiobahia e ponte preta palpitemudas. Com a estiagem mais intensabahia e ponte preta palpite2023, muitas famílias perderam partebahia e ponte preta palpiteseus plantios, mas a assistência técnica permitiu a continuidade do projeto.
“Os técnicos que vieram nos dar assistência eles ainda continuam voluntariamente, eles são bem parceiros. Quando temos alguma dúvida sobre a nossa área, a gente entrabahia e ponte preta palpitecontato e eles dão dicas e estudam os nossos casos atravésbahia e ponte preta palpitevídeos e fotos”, afirma Suelen.
<h2>Perdas</h2>
Mesmo com a diminuição do desmatamento nos dois últimos anos, a Amazônia perdeu o equivalente a mil camposbahia e ponte preta palpitefutebol por dia, entre agostobahia e ponte preta palpite2023 e julho 2024, somando 349 mil hectares, segundo o Sistemabahia e ponte preta palpiteAlertabahia e ponte preta palpiteDesmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). A área afetada representa uma reduçãobahia e ponte preta palpite46%bahia e ponte preta palpiterelação ao mesmo período do ano anterior, mas, nos mesesbahia e ponte preta palpitejunho e julho deste ano - na comparação com 2023 -, houve crescimentobahia e ponte preta palpite29%bahia e ponte preta palpitejulho ebahia e ponte preta palpite10%bahia e ponte preta palpitejunho.
Maria Farias reforça a importânciabahia e ponte preta palpiteavançar na recuperação dos biomas nativos, agregando tecnologias que possam permitir adaptação na produtividade.
“A gente sabe que nem tudo são flores, as mudanças climáticas estão aí e vêm gerando grandes impactos negativos, principalmente a secabahia e ponte preta palpite2023 que dizimou boa parte dos plantios, deixando um aprendizado da importânciabahia e ponte preta palpitese continuar esse modelobahia e ponte preta palpiterestauração, porém, adaptando tecnologiasbahia e ponte preta palpiteirrigação para que os SAFs se consolidembahia e ponte preta palpitemaneira sustentável”, sustenta.
Os avanços e retrocessos dificultam o progresso da meta brasileirabahia e ponte preta palpitezerar dois fatores que impulsionam fortemente a mudança climática: o desmatamento e o passivo ambientalbahia e ponte preta palpiterelação ao Código Florestal.
“Sabemos que é preciso reflorestar para que se tenha um climabahia e ponte preta palpitequalidade. A demanda é gigantesca por sementes diversas ebahia e ponte preta palpitequantidade. Isso é um gargalo importante a ser considerado. Para isso, é necessário que se consolide a redebahia e ponte preta palpitesementes do Tapajós”, preconiza Maria Farias.
Para ela, alémbahia e ponte preta palpitepromover a integração das redes regionais, é precioso ainda mais capacitação, envolvimento dos governos ebahia e ponte preta palpiteprojetos da iniciativa privada e disponibilizaçãobahia e ponte preta palpitecrédito e assistência técnica. “Tudo com atenção tanto para as sementes florestais, como para asbahia e ponte preta palpitecombate à fome que dão segurança nutricional e alimentar para as famílias, respeitando, sempre, o modobahia e ponte preta palpitevida das nossas populações”, finaliza.

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Dia da Amazônia: famílias criam modelobahia e ponte preta palpitenegócio com restauração

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