247 – Em entrevista ao canal Tutaméia, Renato Janine Ribeiro, ex-ministro da Educação e atual presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), teceu duras críticas à elite econômica brasileira, classificando-a como “malthusiana” — uma referência à teoriab1bet apostaThomas Malthus, que previa o crescimento populacional desproporcional aos recursos alimentares. Segundo Ribeiro, essa elite não acredita no Brasil e ageb1bet apostamaneira predatória, explorando recursos e comprometendo o futuro do país.
“Nós temos no Brasil uma elite econômica que não acredita no Brasil, uma elite malthusiana”, afirmou o ex-ministro,b1bet apostaalusão ao comportamento dessa classe, que prioriza seus interesses à custa da sustentabilidade e do bem-estar coletivo. “Essa elite não crê que o Brasil possa ir para frente, não acredita que o país possa dar certo”, completou.
Desastre ambiental e irresponsabilidade governamental
Ribeiro destacou o impacto das queimadas e da destruição ambiental, particularmente na Amazônia, ressaltando o caráter criminosob1bet apostamuitos incêndios florestais. Para ele, a destruição da florestab1bet apostaprol da expansão agrícola e pecuária revela uma postura negligente e assassinab1bet apostarelação ao meio ambiente.
“O que estamos vendo é uma tragédia evitável. Muitas das queimadas são feitasb1bet apostamaneira irresponsável para expandir a soja ou o gado, atividades que não precisam destruir a natureza para prosperar”, declarou. Em tomb1bet apostadesabafo, acrescentou: “Hoje, viver no Brasil é sentir na pele os efeitos dessa destruição. Recentemente,b1bet apostauma viagem por várias regiões do país, a seca e a fumaça eram onipresentes”.
Ribeiro também mencionou a faltab1bet apostaações efetivas do governob1bet apostaJair Bolsonarob1bet apostaproteger o meio ambiente, citando a infame declaração do ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sobre "passar a boiada" enquanto a atenção estava voltada para a pandemiab1bet apostaCOVID-19.
Educação e ciênciab1bet apostarisco
O ex-ministro também alertou sobre o ataque às instituições científicas e educacionais durante o governo Bolsonaro, enfatizando o papel crucial da ciência na proteção ambiental e no desenvolvimento do Brasil. “A ciência previu o que estamos vivendo. É assustador que, mesmo com todo o conhecimento disponível, continuemosb1bet apostaum caminhob1bet apostadestruição”, disse Ribeiro.
O ataque à ciência, segundo ele, não se limita ao Brasil. Em umab1bet apostasuas observações mais incisivas, Ribeiro apontou o fenômeno globalb1bet apostadesinformação, que atingiu seu ápice durante a pandemiab1bet apostaCOVID-19, mas que continua a ameaçar o desenvolvimento da ciência e da educação. “Vivemos num períodob1bet apostaque as fake news são usadas como arma para desacreditar a ciência e promover políticas destrutivas”, lamentou.
Esperança na reconstrução
Apesar das críticas, Ribeiro demonstrou otimismo com a eleiçãob1bet apostaLula e a nomeaçãob1bet apostaMarina Silva para o Ministério do Meio Ambiente. Segundo ele, a nomeaçãob1bet apostaMarina simboliza uma oportunidadeb1bet apostareconstruir a política ambiental do país e recolocar o Brasil no caminho da sustentabilidade.
“O Brasil tem tudo para ser uma potência ambiental. Temos uma biodiversidade única e cientistas brilhantes. O que precisamos éb1bet apostauma elite comprometida com o futuro do país, e não apenas com seus lucros imediatos”, concluiu.
O ex-ministro encerrou a entrevista reforçando a importância da mobilização social eb1bet apostauma grande campanhab1bet apostadefesa da justiça fiscal e social, defendendo um sistemab1bet apostaimpostos mais progressivo que contribua para o crescimento sustentável do Brasil.
Uma elite desconectada do povo e do meio ambiente
Ribeiro destacou que, enquanto países desenvolvidos avançamb1bet apostadireção a energias renováveis e preservação ambiental, a elite brasileira parece fixadab1bet apostamodelos ultrapassadosb1bet apostaexploração. Ele lamentou o retrocesso nas políticasb1bet apostaincentivo à ciência e à inovação, mencionando o desmonteb1bet apostaestaleiros e projetosb1bet apostatrensb1bet apostaalta velocidade, que poderiam ter colocado o Brasil no cenário globalb1bet apostainovação.
A falab1bet apostaRenato Janine Ribeiro reflete uma crítica profunda ao estado atual das políticas públicas no Brasil, especialmente no que tange ao meio ambiente e à ciência, reforçando a necessidadeb1bet apostamudança eb1bet apostaum olhar voltado para o futuro do país. Assista:
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Ideias

“Temos uma elite econômica malthusiana que não acredita no Brasil”, afirma Renato Janine Ribeiro

Agência Brasil – O debate sobre um futuro sustentável e inclusivo ocupará o centro das discussões da 76ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que ocorrerá no períodob1bet aposta7 a 13b1bet apostajulho,b1bet apostaBelém. O evento, que tem como tema Ciência para um futuro sustentável e inclusivo: por um novo contrato social com a natureza, espera reunir maisb1bet aposta35 mil pessoas. Segundo a SBPC, “será um momento para ouvir a comunidade científica sobre os desafios colocados pelas mudanças climáticas, a necessidadeb1bet apostaredução do processob1bet apostaaquecimento global e crescimento sustentável”.
Para o presidente da SBPC, professor titular da Universidadeb1bet apostaSão Paulo (USP) e ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, a presençab1bet apostapesquisadoresb1bet apostadiversas áreas tem o potencialb1bet apostatrazer a visão dos cientistas, da sociedade civil e do governo sobre a temática e também contribuições para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que acontecerá na capital paraense entre 10 e 21b1bet apostanovembrob1bet aposta2025.
O evento também precede a 5ª Conferência Nacionalb1bet apostaCiência, Tecnologia e Inovação (5ª CNCTI), que aconteceb1bet apostaBrasília no final deste mêsb1bet apostajulho e que deve definir os rumos do setor no país para os próximos 10 anos.
“São maisb1bet aposta400 cientistasb1bet apostatodo o país que vão estar presente nas mesas redondas, conferências, discutindo como a ciência pode melhorar as vidas das pessoas”, disse Janine Ribeiro durante coletiva,b1bet apostaBelém, na manhã desta sexta-feira (5), para falar sobre a reunião.
Janine Ribeiro destacou que a reunião vai debater temas que estão na ordem do dia do país e, especialmente, para a Amazônia, a exemplo do debate sobre créditosb1bet apostacarbono e da exploraçãob1bet apostapetróleo e gás na margem equatorial brasileira, região que abrange uma área com maisb1bet aposta2,2 mil quilômetrosb1bet apostalitoral, que vai do Rio Grande do Norte ao Amapá e inclui as bacias hidrográficas da foz do Rio Amazonas.
“Pensamos muito na questão do meio ambiente, na COP,b1bet apostacomo vamos conseguir limitar a poluição, o aquecimento climático, e promover o desenvolvimento sustentável”, pontuou Janine Ribeiro.
Maior evento científico da América Latina, a reunião da SBPC contará com uma programação composta por conferências, mesas-redondas, painéis, webminicursos, sessãob1bet apostapôsteres, distribuídosb1bet apostamaisb1bet aposta300 atividades. Na programação também está prevista a participação dos ministros da Educação, Camilo Santana; da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos; da Saúde, Nísia Trindade; do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
“A presença dos ministros é para que eles possam dizer o que estão fazendo e, sobretudo, ouvir as dúvidas, as críticas a diversas questões e respondê-las”, disse Ribeiro. “Isso é fundamental na discussãob1bet apostapolíticas públicas para o país”, acrescentou.
<h2>Amazônia</h2>
Durante a coletiva, o reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA), que sediará o evento, Emmanuel Tourinho, destacou que a reunião colocaráb1bet apostaevidência questões que afetam as diversas populações da Amazônia.
“Há uma boa parte da programação que discute os temas que remetem à Amazônia, com a participação e protagonismob1bet apostapesquisadores e pesquisadoras amazônidas. “O que precisamos fazer para evitar o agravamento da crise climática, o que precisamos fazer para garantir a preservação dos nossos recursos naturais,b1bet apostafavor da nossa população?”, questiona. “Será um espaço privilegiadob1bet apostainterlocução da ciência feita na Amazônia com toda a comunidade científica nacional. O que é muito importante, já que a nossa baseb1bet apostaproduçãob1bet apostaconhecimento da Amazônia cresceu muito nos últimos anos, mas tem pouca visibilidade nacional”, acrescentou Tourinho.
Entre as atividades da SBPC também estão SBPC Cultural, a SBPC Jovem, a Jornada Nacionalb1bet apostaIniciação Científica, com trabalhosb1bet apostapesquisa científica eb1bet apostaensino e aprendizagemb1bet apostaestudantes do ensino básico, profissionalizante, graduação ou pós-graduação,b1bet apostaprofessores do ensino superior, básico ou profissionalizante,b1bet apostapesquisadores e profissionais da área.
Este ano serão apresentados 391 trabalhos, distribuídos nas áreasb1bet apostaCiências Exatas e da Terra, Ciências Biológicas, Engenharias, Ciências da Saúde, Ciências Agrárias, Ciências Sociais Aplicadas, Ciências Humanas, Linguística, Letras e Artes.
Também haverá o espaço SBPC Afro e Indígena, onde estão previstas exposiçõesb1bet apostacultura material e fotografias; oficinas; rodasb1bet apostaconversa com a participaçãob1bet apostalideranças indígenas, quilombolas eb1bet apostaoutros povos e comunidades tradicionais.&nbsp;
Outro espaçob1bet apostadestaque é o voltado para a cultura alimentar, com uma tenda montada próximo ao Rio Guamá. Batizadob1bet apostaPaneiro: Espaço da Cultura Alimentar, a tenda dará destaque para a culinária típica com degustação dos sabores da culinária regional e a transmissãob1bet apostaum pouco da história e das tradições que estão por trásb1bet apostaalguns preparos.

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“Temos uma elite econômica malthusiana que não acredita no Brasil”, afirma Renato Janine Ribeiro

SBPC se reúne a partir deste domingo para debater futuro sustentável