Por Caiosbobetonline comFreitas Paes, <a href="https://apublica.org/2024/06/marielle-milicias-e-mais-relatorios-de-inteligencia-da-intervencao-militar-no-rj-sumiram/#_">Agência Pública</a> - O resultado da investigação da Polícia Federal (PF) sobre o assassinato da ex-vereadora do PSOL Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes lembrou uma antiga pergunta: se o Riosbobetonline comJaneiro passava por uma intervenção militar na segurança pública, o que as Forças Armadas descobriram sobre esse crime, sobre grupos milicianos e sobre outras facções criminosas que operam no estado? 
A Agência Pública descobriu que informes, relatórios e outros documentossbobetonline cominteligência produzidos pelos interventores militares no Riosbobetonline comJaneirosbobetonline com2018 não existem nos arquivos públicos e que nem mesmo as autoridades parecem saber totalmente o que foi descoberto à época.
Os materiaissbobetonline comquestão foram elaborados com usosbobetonline comtecnologiassbobetonline comespionagem, como softwaressbobetonline commonitoramentosbobetonline comtelefones esbobetonline comintegraçãosbobetonline comdados sobre indivíduos, e incluem informações sobre o avanço do narcotráfico e das milícias, a situação fundiáriasbobetonline comáreassbobetonline comatuação desses grupos e a investigação da PF sobre o caso Marielle e Anderson, que, vale lembrar, relaciona o crime a disputas pelo controlesbobetonline comterras na capital fluminense pela milícia. Esses conteúdos teriam sido repassados para a Polícia Civil do Riosbobetonline comJaneiro ao fim da intervenção, mas a polícia não confirmou à reportagem o recebimento dos documentos.
O Gabinetesbobetonline comSegurança Institucional (GSI) é o responsável por guardar o legado da intervenção. O órgão chefiado pelo general da reserva do Exército Marcos Antônio Amaro dos Santos respondeu à Pública, por meiosbobetonline comassessoriasbobetonline comimprensa e Leisbobetonline comAcesso à Informação (LAI), que “todos os relatórios disponíveis estão na área Repositório Institucional” do site da intervenção. Mesmo após insistência da reportagem sobre o destino específico do materialsbobetonline cominteligência, a resposta continuou a mesma.
Oficialmente, tanto o Exército como os governos federal, via GSI, e do Riosbobetonline comJaneiro, por meio da Polícia Civil, não souberam responder quem ficou com o materialsbobetonline cominteligência feito pelos militares entre fevereiro e dezembrosbobetonline com2018, qual o volume produzido ou os temas dos relatórios elaborados à época.
Em comum, o Exército e os governos federal e do Riosbobetonline comJaneiro alegam não ter ficado com os documentos produzidos pela antiga Diretoriasbobetonline comInteligência da intervenção, comandada por dois oficiais das Forças Armadas no período – um tenente-coronel do Exército e um capitãosbobetonline comfragata da Marinha. 
A Pública pediu, por meio da Leisbobetonline comAcesso à Informação, explicações sobre o caso à Secretariasbobetonline comEstadosbobetonline comPolícia Civil do Riosbobetonline comJaneiro. O órgão respondeu que “não há nadasbobetonline comnosso sistema referente aos citados documentos”,sbobetonline comreferência à listasbobetonline comdocumentossbobetonline cominteligência.
Assinada no último dia 29sbobetonline comabril pelo subsecretáriosbobetonline comInteligência do governo do Riosbobetonline comJaneiro, delegado Flávio Portosbobetonline comMoura, e por seu assistente, delegado Paulo Henrique da Silva Ribeiro, a nota afirma que a subsecretaria “não possui a informação solicitada”.
O Exército não comentou o caso, endereçando o pedido da Pública para o detentor oficial do legado da intervenção, o GSI. Já a assessoriasbobetonline comimprensa da Polícia Civil do Riosbobetonline comJaneiro não respondeu. Caso se manifeste, esta reportagem será atualizada.
Conforme apurado pela Pública, a antiga Diretoriasbobetonline comInteligência da Secretariasbobetonline comSegurança da intervenção teria produzido materialsbobetonline cominteligência sobre diversos aspectos da criminalidade no Riosbobetonline comJaneiro, como o poderio do narcotráfico e das milícias, alémsbobetonline comter tratado informações recebidas à época via Disque-Denúncia.
Para tal, a intervenção militar adquiriu e usou ferramentassbobetonline comespionagem como o software brasileiro Guardião e programas da israelense Cognyte. Como reportado pela Pública e pelo portal Brasilsbobetonline comFato, as Forças Armadas compram produtos do grupo israelense há anos.
Segundo o jornal Folhasbobetonline comS.Paulo, o gabinetesbobetonline comintervenção militar, então comandado pelo general do Exército Walter Braga Netto, teria comprado o software First Mile da antiga Verint, atual Cognyte do Brasil, representada comercialmente desde 2016 por Caio dos Santos Cruz, filho do general da reserva do Exército Carlos Alberto Santos Cruz.
A ferramenta do grupo israelense ganhou fama no Brasilsbobetonline com2023, após suspeitassbobetonline comuso ilegal por agentes ligados à Agência Brasileirasbobetonline comInteligência (Abin) no governo Bolsonaro.
Como já relatado pela Pública, a PF investiga o uso do First Mile pela antiga gestão da Abin, quando sob comando do aliado do clã Bolsonaro, deputado federal e atual pré-candidato a prefeito da cidade do Riosbobetonline comJaneiro Alexandre Ramagem (PL).
Munida dos softwaressbobetonline comespionagem, a Diretoriasbobetonline comInteligência da intervenção agiu no Riosbobetonline comJaneiro sob o comandosbobetonline comdois militares. Entre fevereiro e dezembrosbobetonline com2018, o então tenente-coronel do Exército Marcelo Schneider ocupava o cargosbobetonline comdiretor; ao fim dos trabalhos, o então capitão- de- fragata da Marinha Márcio Rosetti assumiu o posto.
O desaparecimento dos relatórios da intervenção no Riosbobetonline comJaneiro impacta casos como a investigação da PF sobre o assassinatosbobetonline comMarielle Franco e Anderson Gomes. Em depoimento prestadosbobetonline comoutubrosbobetonline com2023 à PF, o ex-secretáriosbobetonline comSegurança da intervenção, general do Exército Richard Fernandez Nunes, alegou ter recebido informaçõessbobetonline cominteligência antessbobetonline comnomear o delegado Rivaldo Barbosa para a chefia da Polícia Civil do Rio. Barbosa hoje está preso, acusadosbobetonline comser um dos arquitetos do crime.
Segundo Nunes, a “subsecretariasbobetonline cominteligência [do Riosbobetonline comJaneiro] contraindicou” a nomeaçãosbobetonline comBarbosasbobetonline commarçosbobetonline com2018. De acordo com a investigação da PF, a escolha do delegado para o cargo seria fruto da influência política à época do PMDB esbobetonline comDomingos Brazão, acusado pela PFsbobetonline comser um dos mandantes do assassinatosbobetonline comMarielle e Anderson.
Perguntado sobre a disponibilidade das informações citadassbobetonline comdepoimento do general, o GSI disse que tais documentos “não se acham no legado” da intervenção sobsbobetonline comtutela. Já o governo do Riosbobetonline comJaneiro afirmou que “não há nadasbobetonline comnosso sistema referente aos citados documentos” e especulou que, “se tais documentos foram produzidos, provavelmente não foram feitos formalmente”.
A Pública apurou que a contraindicação ao nomesbobetonline comRivaldo Barbosa teria partido do subsecretáriosbobetonline comInteligência da Secretariasbobetonline comSegurança Pública do Riosbobetonline comJaneiro à época, o delegado federal Fábio Galvão da Silva Rêgo.
Galvão comandava a inteligência do estado havia sete anos. Mas ele não ficou por muito tempo na intervenção após o episódio, saindosbobetonline comagostosbobetonline com2018. Como relatado pelo portal G1, um dos principais motivossbobetonline comsua saída teria sido a nomeaçãosbobetonline comRivaldo Barbosa, mesmo após a contraindicação feita pela inteligência.
À Pública, o general Richard Nunes disse ter visto a acusação da PF contra o delegado Rivaldo Barbosa no caso Marielle e Anderson “com perplexidade”. “Foi uma nomeação muito bem recebida pelos diversos segmentos da sociedade, até pelo prestígio devido ao cargo que ocupava, como chefe da Divisãosbobetonline comHomicídios da Polícia Civil do Rio”, afirmou ainda. Já Fábio Galvão disse que “não poderia comentar” o caso.

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No Rio, desaparece o material sobre a intervenção militar no ano do assassinatosbobetonline comMarielle

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