247 - O teólogo e escritor Leonardo Boff cobrou nesta quinta-feira 25) um processo judicial contra o prefeitobwin yellow cardsFarroupilha (RS), Fabiano Feltrin (PL), por ter defendido uma 'guilhotina'bwin yellow cardscima do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandrebwin yellow cardsMoraes. 
"Creio que o prefeito Fabiano Feltrinbwin yellow cardsFarroupilha RS deveria levar um susto para baixar a crista e colocarbwin yellow cardsmente no lugar, porque se revela mente assassina. Um processo da justiça ou do próprio Alexandrebwin yellow cardsMoraes. Seria uma lição contra a impunidade", escreveu Boff na rede social X. 
Políticos e internautas demonstraram repúdio à iniciativa do prefeito e lembraram que ele também esteve envolvidobwin yellow cardsfake news relacionadas às enchentes no Rio Grande do Sul, ao acusar, sem prova, o governo federal não ter recusado ajuda ao municípiobwin yellow cardsFarroupilha. 
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">Creio que o prefeito Fabiano Feltrinbwin yellow cardsFarroupilha RS deveria levar um susto para baixar a crista e colocarbwin yellow cardsmente no lugar, porque se revela mente assassina. Um processo da justiça ou do próprio Alexandrebwin yellow cardsMoraes. Seria uma lição contra a impunidade.— Leonardo Boff (@LeonardoBoff) <a href="https://twitter.com/LeonardoBoff/status/1816585497646444699?ref_src=twsrc%5Etfw">July 25, 2024</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>
 
<div class="embed-block"><blockquote class="twitter-tweet">Viralizou video do prefeito bolsonaristabwin yellow cardsFarroupilha dizendo que o ministro do STF Alexandrebwin yellow cardsMoraes teria que ser colocado 'na guilhotina'. O inelegível fica rindo porque é tão infantil quanto o prefeito. <a href="https://t.co/F1tzgvTuVC">pic.twitter.com/F1tzgvTuVC</a>— Pedro Ronchi (@PedroRonchi2) <a href="https://twitter.com/PedroRonchi2/status/1816568532806533220?ref_src=twsrc%5Etfw">July 25, 2024</a></blockquote> <script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script></div>

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Leonardo Boff sobre o prefeitobwin yellow cardsFarroupilha: 'processo judicial seria uma lição contra a impunidade' (vídeo)

Por Rafael Cardoso, repórter da Agência Brasil - Quem já sofreu pela mortebwin yellow cardsum familiar ou um amigo, já deve ter ouvido a frasebwin yellow cardsacolhimento: “o tempo ajuda a curar as feridas”. Mas quando o luto está atrelado a um processo criminal sem conclusão, a expressão perde todo o sentido. Para Mirtes Renata Santana, o tempo é sinônimobwin yellow cards“tortura” e as feridas seguem abertas há quatro anos.
No dia 2bwin yellow cardsjunhobwin yellow cards2020, ela encontrou o filho Miguel Otávio Santana da Silva,bwin yellow cards5 anos, gravemente ferido depoisbwin yellow cardscairbwin yellow cardsuma alturabwin yellow cards35 metros. Ele chegou a ser socorrido, mas faleceu. Mirtes era empregada doméstica e levou o menino para o trabalho porque a creche estava fechada. O período erabwin yellow cardspandemia da Covid 19 e ela não tinha com quem deixar o filho. O governobwin yellow cardsPernambuco havia definido que o trabalho doméstico não era essencial, mas Mirtes tevebwin yellow cardsmanter a rotina para não perder o emprego.
Ela foi incumbidabwin yellow cardspassear com o cachorro da patroa Sarí Mariana Costa Gaspar Corte Real, que moravabwin yellow cardsum prédiobwin yellow cardsluxo no centro do Recife. Sarí ficoubwin yellow cardscasa fazendo as unhas e se responsabilizou por cuidarbwin yellow cardsMiguel. O menino pediu pela mãe, a patroa o colocoubwin yellow cardsum elevador e apertou o botão do nono andar. Sozinho, ele chegoubwin yellow cardsuma áreabwin yellow cardsmaquinaria, acessou uma janela e caiu.
Em maiobwin yellow cards2022, Sarí foi condenada a oito anos e meiobwin yellow cardsprisão por abandonobwin yellow cardsincapaz com resultadobwin yellow cardsmorte. Até hoje respondebwin yellow cardsliberdade. Mirtes tem lutado durante todo esse tempo para que o caso seja concluído pela Justiça. Segundo palavras da própria, ela adoece sempre que há nova movimentação nos processos e diz que a espera tem sido “massacrante”.
As decisões mais recentes foram desfavoráveis. Há duas semanas, a Justiça do Trabalhobwin yellow cardsPernambuco reduziubwin yellow cardsR$ 2 milhões para R$ 1 milhão a indenização que deve ser paga por Sarí e o marido, Sergio Hacker, ex-prefeitobwin yellow cardsTamandaré, à famíliabwin yellow cardsMiguel. Em novembro do ano passado, o Tribunalbwin yellow cardsJustiçabwin yellow cardsPernambuco (TJPE) diminuiu a penabwin yellow cardsSarí para sete anosbwin yellow cardsprisão. Ainda cabe recurso no TJPE, depois no Superior Tribunalbwin yellow cardsJustiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF).
Hoje, Mirtes divide o tempo entre o trabalhobwin yellow cardsassessora parlamentar, a faculdadebwin yellow cardsDireito e a participaçãobwin yellow cardsmovimentos antirracistas. Em entrevista à Agência Brasil, ela disse que, no desenvolvimento político e intelectual pelo qual vem passando, entendeu que tanto a mortebwin yellow cardsMiguel como a demora da conclusão na Justiça têm traços racistas: “porque é o casobwin yellow cardsum menino preto. Se fosse o casobwin yellow cardsum menino branco, já tinha sido resolvido”.
Confira a entrevista:
Agência Brasil: Como você recebeu a decisão judicial mais recentebwin yellow cardsreduzir o valor da indenização que deve ser paga por Sarí Corte Real e Sérgio Hacker?
Mirtes: A gente já esperava mais ou menos que fosse diminuir o valor da indenização, mas não bruscamente como foi, praticamente pela metade. Mas era algo que a gente esperava. O valor ficou mais ou menos no teto do que foi indicado na petição inicial e a gente recebeu o acórdão na semana passada. A gente está aguardando, porque é provável que a outra parte recorra. Se eles recorrerem, a gente recorre também. Mas eu recebibwin yellow cardsforma bem tranquila essa decisão. Eu não estou dando o mesmo foco para esse processo, porque o meu foco maior é o processo penal. E qualquer valor que seja para eles pagarem, que paguem. Porque, infelizmente, essas pessoas só sentem o peso dos seus atos quando mexe no bolso. Se minha mãe e eu temos direito a alguma indenização, que venha. Pode ser o valor que for, mas que venha.
Agência Brasil: Mesmo com a gravidade do que aconteceu, surgem ataques contra você nas redes sociais. E um dos temas explorados é o da indenização. Acusam vocêbwin yellow cardster um interesse maior pelo dinheiro. Como você lida com esse tipobwin yellow cardsataque?
Mirtes: Essa é uma luta por direitos. Infelizmente, essas pessoas me criticam, questionam muita coisa, mas é algo que cabe a mim por direito. Alguns jornais também colocam títulos tendenciosos e as pessoas não leem o restante do texto, as explicações sobre o que significa o processo. Mas eu estou bem tranquila, nem observo muito esses bwin yellow cards comentários, porque eu estou preservando a minha saúde mental. Eu só sinto muito por elas não procurarem entender o motivo, quais são os direitos, o que está sendo julgado.Não é só a mortebwin yellow cardsMiguel, mas também a questão trabalhista e o lockdown. Porque, no período da pandemia, o trabalhobwin yellow cardsempregada doméstica não era essencial e eu trabalhei. Fiquei doente, peguei Covid e continuei trabalhando. Tem também a fraude contratual. E muitas empregadas domésticas passam por essa questão da fraude contratual e não denunciam. Muitas pessoas trabalharam no período do “lockdown”bwin yellow cardsfunções que não eram essenciais, não denunciaram e acabou ficando por isso. Mas, no meu caso, foi denunciado e eu estou correndo atrás dos meus direitos. E muita gente que passou pela mesma situação e não denunciou, fica me criticando. É muito importante se informar para reagir contra aqueles que se aproveitam dos serviços das pessoasbwin yellow cardsforma ilícita
.Agência Brasil: A única resposta concreta do Estado sobre o caso até agora foi a aprovação da Lei Miguel,bwin yellow cardsagostobwin yellow cards2020, pelo legislativobwin yellow cardsPernambuco. Ela determina que criançasbwin yellow cardsaté 12 anos não podem utilizar elevadores desacompanhadasbwin yellow cardsadultos. O que você achou da medida? Teve alguma relevância diante do que aconteceu?
Mirtes: Em parte, sim. Claro que é muito pouco ainda. Mas alteraram a lei, colocaram o nomebwin yellow cardsMiguel. Se falou muito dela na mídia e ajudou a dar mais visibilidade ao caso. Mas, infelizmente, as violações ocorrembwin yellow cardsequipamentos privados e as pessoas acabam não sendo punidas por uma questãobwin yellow cardsclasse mesmo. Porque são pessoas brancas e ricas. E as pessoas que administram o condomínio não querem se indispor com o morador que acaba violando a lei. Nos ambientes públicos há vigilância maiorbwin yellow cardsrelação à lei, mas nos ambientes privados, não.
Agência Brasil: Mães que perdem filhosbwin yellow cardscontextos criminais e lutam por uma solução na justiça costumam ser exaltadas pela força. Nem sempre se destaca como o processo provoca adoecimento mental e físico. De que forma você está sendo impactada por essa longa espera para que haja uma solução definitiva para o caso?
Mirtes: Para mim, é uma tortura muito grande passar quatro anos lutando e ainda não ter resultado. É muito massacrante ter que ficar sempre lembrando do que ocorreu. Eu fico doente toda vez que tem algum processo, que mexem no caso e isso não se resolve logo. Para mim é muito pesado.
A sensação que dá é abwin yellow cardsimpunidade. Mas eu não vou deixar. Eu vou correr atrás. São quatro anos lutando. Eu não vou parar até que seja resolvido. Pode durar quantos anos tiver que durar. Eu posso me machucar o quanto for, mas eu vou continuar lutando. Porque foi meu filho que morreu. Eu perdi o amor da minha vida. E eu não vou deixar que fique impune esse crime contra o meu filho. Não vou deixar.
Está sendo bem difícil, mas eu não vou desistir. Peço que o Brasil continue nessa luta junto comigo, lembrando sempre do Miguel e pressionando o judiciário pernambucano, para que o caso do meu filho seja resolvido o quanto antes.
Agência Brasil: Você entende que o processo está sendo tratado da forma correta pela justiça? Ou acha que existem fatores específicos que prejudicam o andamento?
Mirtes: O processobwin yellow cardsMiguel foi o último processo físico do estado e o presidente do TJPE mandou que todos os processos físicos fossem digitalizados. Obwin yellow cardsMiguel foi digitalizado, mas só que ainda não foi totalmente finalizado, porque ainda faltam as mídias do processo, que são muitas. Fui no tribunal para saber como estava o andamento do processo e ficou tipo um joguinhobwin yellow cardspingue-pongue. Um jogava para o outro. Eu fui no gabinete do desembargador e disseram que o processo não tinha chegado lá. Ainda estava no gabinete do desembargador relator. Aí, cheguei lá, também não estava lá. Ficou aquele joguinho. Para mim, naquele momento, bateu uma tristeza muito grandebwin yellow cardssaber que está tendo esse tipobwin yellow cardstratamento com o processo do meu filho. Eu não sei nem explicar completamente o sentimento que eu tive ali, mas me deixou muito triste.
Minha advogada vai cobrar para que essas mídias sejam incluídas no processo que já foi digitalizado. E que siga, porque ainda precisa do julgamento dos recursos, para depois subir para Brasília. Esse tempo todinho para analisar os recursos que são os embargosbwin yellow cardsdeclaração, para depois poder julgar, e ainda não foi feito nada?
Eu vejo também um poucobwin yellow cardsdescaso. E olha que é um crime que tomou uma proporção internacional e ainda não foi resolvido. Enquanto casos parecidos com o do meu filho já foram resolvidos. Um exemplo é o caso do menino Henry Borel, que já prenderam o padrasto e a mãe. E a Sarí? Está solta. Porque é o casobwin yellow cardsum menino preto. Porque se fosse o casobwin yellow cardsum menino branco já tinha sido resolvido. É bem nítida mesmo essa questão.
Agência Brasil: Você já falou antes que a perda do Miguel te levou para novos caminhosbwin yellow cardsreflexão e militância. Como estão atualmente as conexões com movimentos sociais e com outras mães que passaram por situações semelhantes às suas?
Mirtes: Eu faço parte da ANEPE, a Articulação Negrabwin yellow cardsPernambuco. Ela é vinculada à Coalizão Negra por Direitos, que é nacional e internacional, e a gente vem fazendo esse enfrentamento com relação à violência e ao racismo. Antes da morte do Miguel eu não fazia partebwin yellow cardsmovimento social, só acompanhava na TV a movimentação do pessoal. Às vezes, acompanhava pela internet, mas frequentar e participar desse jeito, não.
Depois que tudo isso aconteceu, algumas pessoas me procuraram e comecei a ter conexões com outras mães. Algumas promovem eventos e eu participo. A gente conversa e se fortalece para continuar na luta. Porque não é fácil, então a gente busca se fortalecer uma na outra. Tem uma mais próxima aquibwin yellow cardsmim, que é a Joelma, mãebwin yellow cardsMário Andrade, assassinado por um policial. Ela batalhou anos, conseguiu a condenação e a prisão do policial que matou o filho dela. Hoje ela tem um centro chamado Mário Andrade lá no Ibura [bairrobwin yellow cardsRecife] e vem ajudando a comunidade. Eu estou próxima dela. Ajudo no que precisar na comunidade. Falo também com outras mães por mensagens ou pelas redes sociais e a gente vai se fortalecendo, se articulando para poder continuar firme
Agência Brasil: E nesse processo, você entende que teve também um amadurecimento político e social? De pensar sobre questões que passavam despercebidas?
Mirtes: Antes, eu tinha muita noçãobwin yellow cardsclasse social e do preconceito por ser mulher. Porque eu senti isso na pele quando trabalhavabwin yellow cardsuma área que é majoritariamente masculina, a carpintaria. Eu sofria preconceito por ser mulher carpinteira, tanto nas relaçõesbwin yellow cardstrabalho, quanto na questão salarial mesmo. Não recebia igual aos carpinteiros homens.
Mas sobre a questão do racismobwin yellow cardssi, eu não tinha noção. E só vim a ter após a morte do meu filho, porque eu passei por um períodobwin yellow cardsformação política e comecei a entender muitas coisas. Comecei até a refletir sobre o meu passado, as coisas que já aconteceram comigo, os tiposbwin yellow cardsviolência, os preconceitos. E, hojebwin yellow cardsdia, eu tenho uma visão bem crítica mesmo. Quando eu vejo que tem algum tipobwin yellow cardspreconceito, racismo, sexismo, eu não me calo. Eu falo, eu chamo a atenção. Mas nãobwin yellow cardsuma forma violenta, masbwin yellow cardsuma forma pedagógica, para as pessoas entenderem que aquela atitude é errada. Porque violência não leva a lugar nenhum.
Agência Brasil: Nesse contexto, como surgiu a decisãobwin yellow cardsfazer faculdadebwin yellow cardsDireito? Ebwin yellow cardsrelação ao trabalho, você continuou a fazer outros serviços domésticos?
Mirtes: Nem eu, nem a minha mãe continuamos no trabalho doméstico. A gente decidiu que não ia mais trabalhar nessa área. Depois que eu perdi meu filho, eu comecei a trabalharbwin yellow cardsONG. Trabalhei no Grupo Curumim, aqui do Recife, ebwin yellow cardsparceria com a AfroResistance, que é uma organização internacional. Passei dois anos trabalhando para eles. Depois, eu saí e estou trabalhando há um ano como assessora parlamentar da deputada estadual Dani Portela (PSol). Isso está somando muito na minha vida pessoal e profissional. O que eu estou aprendendo na faculdade, consigo colocarbwin yellow cardsprática no trabalho legislativo.
Na faculdadebwin yellow cardsDireito, já estou no sétimo período. Finalizobwin yellow cardsdezembro do próximo ano. Está sendo bem difícil conciliar com o trabalho e a luta, mas estou conseguindo seguir com a faculdade. Não era o meu sonho cursar Direito. Eu só estou fazendo por uma questãobwin yellow cardsnecessidade. Para entender o processo do meu filho e também para poder ajudar outras pessoas a não passarem pelo que eu venho passando hoje. Então, essa é a minha intenção ao fazer a faculdade. Eu digo que Deus primeiro me deu uma missão: ser mãebwin yellow cardsMiguel e cuidar dele. E depois que meu filho partiu, a segunda parte da minha missão é, a partir dessa minha formação, poder ajudar outras pessoas.
Pedidosbwin yellow cardsresposta- A Agência Brasil não conseguiu contato com a defesabwin yellow cardsSarí Corte Real ebwin yellow cardsSérgio Hacker Corte Real, ex-prefeitobwin yellow cardsTamandaré.
Procurado para comentar as críticasbwin yellow cardsMirtes sobre demora na digitalização do processo, o Tribunalbwin yellow cardsJustiçabwin yellow cardsPernambuco se limitou a responder que “todos os procedimentos e trâmites legais do caso estão sendo cumpridos”.

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