Agência Brasil – A tributaçãobetganhagrandes fortunas, que vem sendo defendida pelo governo brasileiro, é um dos temas que deve constar na declaração final a ser aprovada pelos representantes da sociedade civil dos gruposbetganhaengajamento que compõem o chamado G20 Social. Segundo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, o aprofundamento do debate pode fazer com que surja até mesmo uma proposta melhorada.
"É um assunto que já está presente no debate da sociedade civil organizada e nos gruposbetganhaengajamento. Com certeza, é uma das propostas que vai estar no documento final, fortalecendo essa posição do governo brasileiro ou até mesmo melhorando, colocando outras variáveis do pontobetganhavista dabetganhaoperacionalização que talvez ainda não tenham sido enxergadas. O que é muito significativo desse debate é notar que cercabetganha300 pessoas no mundo detêm a quantidadebetganhariqueza que poderia alimentar maisbetganha350 milhõesbetganhafamintos ao redor do planeta. Não dá mais para conviver com essa concentraçãobetganharenda e com o aprofundamento da desigualdade e da fome", disse.
A discussão do tema é uma das prioridades da presidência brasileira no G20, assumidabetganhadezembro do ano passado. É a primeira vez que Brasil preside o G20 desde a implantação do atual formato, estabelecidobetganha2008, composto pelas 19 maiores economias do mundo, bem como a União Europeia e mais recentemente a União Africana. Em novembro, o RiobetganhaJaneiro sediará a Cúpula do G20 e a presidência será transferida para a África do Sul.
No mês passado, a TrilhabetganhaFinanças, um dos gruposbetganhadiscussão do G20, aprovou a<a href="https://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2024-07/g20-declaracao-menciona-taxacao-de-fortunas-e-haddad-preve-pressao" target="_blank"> declaração final</a> com menções à discussão da taxação dos super-ricos. O Brasil defende que os países coordenem a adoçãobetganhaum<a href="http://%20https//agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2024-07/declaracao-do-g20-sobre-tributacao-global-sera-historica-diz-haddad" target="_blank"> imposto mínimo</a> sobre os super-ricos.
No entanto, há resistências. A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, por exemplo, tem dito que os indivíduosbetganhaalta renda devem pagar um valor justo, mas que não vê necessidadebetganhaum pacto global, cabendo a cada governo tratar da questão internamente. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considera que, sem uma coordenação global, os países acabam se envolvendobetganhauma guerra fiscal. 
O ministro Márcio Macêdo ocupa a funçãobetganhacoordenador do G20 Social, grupobetganhatemática paralela e composto por representantesbetganhaorganizações civis, trabalhadores, cientistas, empresários, mulheres e jovens. Segundo ele, a pauta da tributação dos super-ricos tem sido abordada sob diferentes ângulos. Ele cita o exemplo dos debates no Y20 (jovens). "Como a taxação das fortunas pode contribuir para o financiamentobetganhapolíticas públicas para a juventude?", questiona.
<h2>Trilha social</h2>
Uma das<a href="http://%20https//agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2023-12/g20-social-sera-marca-da-gestao-do-brasil-frente-do-grupo" target="_blank"> inovações </a>da presidência brasileira do G20 foi criar um processo para que a sociedade civil não apenas se reúnabetganhaforma paralela, mas integre à construção das definições. O ápice dessa agenda será a Cúpula Social do G20, que ocorrerá entre os dias 14 e 16betganhanovembro no RiobetganhaJaneiro, antecedendo a Cúpula do G20. Na ocasião, o documento final do G20 Social será apresentado e entregue aos governosbetganhatodas as nações do grupo.
De acordo com Márcio Macêdo, a inovação se alinha às premissas democráticas do governo federal. "Nós vivenciamos recentemente um momento muito difícil no país. Durante os quatro anos do governo anterior, vimos um cerceamento da democracia e dos canaisbetganhaparticipação e um ataque às instituições. Então o G20 Social é hoje uma formabetganhafortalecimento da democracia direta, proposta por esse Brasil que emergiu das urnas. Vemos a necessidade das pessoas poderem participar da vida do país e poder contribuir com os rumos do país. E no G20 social ainda mais que isso: contribuir com a nova governança mundial", disse.
O ministro citou o papel das organizações da sociedade civil na construçãobetganhapolíticas sociais. Ele fez menção ao Conselho NacionalbetganhaSegurança Alimentar (Consea), criadobetganha1993 no processobetganhamobilização para o combate à fome liderado pelo sociólogo HerbertbetganhaSouza, o Betinho. Segundo Macêdo, no Consea, foram elaborados conceitos que balizaram programas como o Cisterna para Todos, o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida. Ele defendeu ainda que a sociedades civisbetganhatodos os países sejam chamadas para discutir a reforma dos organismos globais.
"A governança que rege o mundo hoje é proveniente do resultado que saiu da Segunda Guerra Mundial. De lá para cá, tiveram mudanças significativas. Países que eram muito importantes geopoliticamente deixarambetganhaser. Outros ganharem importância. Temas deixaram ser relevantes e outros se tornaram urgentes. Os países que integram o Conselho da ONU [Organização das Nações Unidas] que deveria trabalhar para a paz são os países que fazem as guerras. Há uma necessidadebetganhadiscutir tudo isso".
<h2>Y20</h2>
A declarações do ministro ocorreram durante a Cúpula do Y20, que reúne jovens dos países-membros do G20. As atividades acontecem ao longobetganhatoda a semana. Nesta sexta-feira (16), deverá ser apresentada uma declaração final, será resultado do consenso das 25 delegações participantes (nações do G20 e também países convidados). As discussões da juventude envolvem combate à desigualdade e à fome, transição energética e reforma da governança global, e também empreendedorismo e mercadobetganhatrabalho; e inclusão e diversidade.
Marcos Barão, que preside o Conselho Nacional da Juventude do Brasil (Conjuve) e também o Y20, explica que,betganhacada delegação, há cinco lideranças jovens como delegados. Para cada um dos cinco temas, serão listadas na declaração final até 15 propostas. Além disso, poderão ser incluídas mais 10 propostas consideradas transversais. "A reforma do sistemabetganhagovernança global tem sido um tema muito importante. É uma reivindicação central. A juventude quer uma maior presença do 'sul global' nos espaçosbetganhatomadabetganhadecisão", diz ele, citando também a intensidade do debate sobre mudanças climáticas.
Barão lembra que o Y20 surgiubetganha2010, antesbetganhaoutros gruposbetganhaengajamento como o C20 (organizações civis) e o T20 (think tanks). "Isso reforça a posição da juventude que busca constantemente ocupar os espaçosbetganhatomada das decisões. O que a gente vai fazer com essa geração, com seus sonhos e com suas vidas, vai definir o presente e o futuro comumbetganhatodas as pessoas", disse.
Os documentos aprovados por cada um dos gruposbetganhaengajamento irão influenciar as discussões da declaração final do G20 Social. Na próxima terça-feira (20), os debates terão prosseguimento no RiobetganhaJaneiro. Aproximadamente duas mil pessoas já se inscreveram para participar do encontro preparatório da Cúpula Social do G20.

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Economia

G20 Social pode melhorar proposta para taxar super-ricos, diz Márcio Macêdo

247 - Levando a pauta da presidência do Brasil no G20 também ao G7, o presidente Lula (PT) discursou nesta sexta-feira (14) diante dos líderes das maiores economias do mundo e defendeu a proposta brasileirabetganhacriaçãobetganhaum imposto global sobre grandes fortunas.&nbsp;
"É nesse contextobetganhacombate às desigualdades que se insere a propostabetganhatributação internacional justa e progressiva que o Brasil defende no G20. Já passou da hora dos super-ricos pagarembetganhajusta contribuiçãobetganhaimpostos", disse Lula, afirmando na sequência que a "concentração excessivabetganhapoder e renda representa um risco à democracia".
"Muitos paísesbetganhadesenvolvimento já formularam políticas eficazes para erradicar a fome e a pobreza. Nosso objetivo, no G20, é mobilizar recursos para ampliá-las e adaptá-las a outras realidades. O apoiobetganhatodos os presentes nesta reunião à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que lançaremos na Cúpula do G20 no RiobetganhaJaneiro, será fundamental para dar fim a essa chaga que ainda assombra a humanidade", acrescentou.
Leia o discurso na íntegra:
Quero agradecer à primeira-ministra Giorgia Meloni pelo convite para participar deste segmento ampliado.&nbsp;
Na última reunião similarbetganhaque participei na Itália, na CúpulabetganhaL´Áquilabetganha2009, enfrentávamos uma crise financeira global que expôs os equívocos do neoliberalismo.
Hoje o Brasil preside o G20 num contextobetganhamúltiplos e novos desafios.
Conduzir uma revolução digital inclusiva e enfrentar a mudança do clima são dilemas existenciais do nosso tempo.
Precisamos lidar com essa dupla transição tendo como foco a dignidade humana, a saúde do planeta e um sensobetganharesponsabilidade com as futuras gerações.
Na área digital, vivenciamos concentração sem precedentes nas mãosbetganhaum pequeno númerobetganhapessoas ebetganhaempresas, sediadasbetganhaum número ainda menorbetganhapaíses.
A inteligência artificial (IA) acentua esse cenáriobetganhaoportunidades, riscos e assimetrias.
Seus benefícios devem ser compartilhados por todos.
Interessa-nos uma IA segura, transparente e emancipadora.
Que respeite os direitos humanos, proteja dados pessoais e promova a integridade da informação.
Que potencialize as capacidades dos Estadosbetganhaadotarem políticas públicas para o meio ambiente e que contribua para a transição energética.
Uma IA que também tenha a cara do Sul Global, que fortaleça a diversidade cultural e linguística e que desenvolva a economia digitalbetganhanossos países.
E, sobretudo, uma IA como ferramenta para a paz, não para a guerra.
Necessitamosbetganhauma governança internacional e intergovernamental da inteligência artificial,betganhaque todos os Estados tenham assento.
Os países africanos são parceiros indispensáveis no enfrentamento desses ebetganhaoutros desafios.
Com seus 1,5 bilhãobetganhahabitantes e seu imenso e rico território, a África tem enormes possibilidades para o futuro.
A força criativabetganhasua juventude não pode ser desperdiçada cruzando o Saara para se afogar no Mediterrâneo.
Buscar melhores condiçõesbetganhavida não pode ser uma sentençabetganhamorte.
Além da União Africana, que integra o G20 pela primeira vez como membro pleno, convidamos Angola, Egito e Nigéria a participar das reuniões durante nossa presidência.
Muitos países africanos estão próximos da insolvência e destinam mais recursos para o pagamento da dívida externa do que para a educação ou a saúde.
Isso constitui fonte permanentebetganhainstabilidade social e política.
Sem agregar valor a seus recursos naturais, os paísesbetganhadesenvolvimento seguirão presos na relaçãobetganhadependência que marcoubetganhahistória.
O Estado precisa recuperar seu papelbetganhaplanejador do desenvolvimento.
Promover o emprego decente e a inclusão social são alguns dos temas que tratei ontem na Conferência Internacional do Trabalho,betganhaGenebra.
A Parceria para o Direito dos Trabalhadores que levamos adiante com o Presidente Biden tem essa finalidade.
É nesse contextobetganhacombate às desigualdades que se insere a propostabetganhatributação internacional justa e progressiva que o Brasil defende no G20.
Já passou da hora dos super-ricos pagarembetganhajusta contribuiçãobetganhaimpostos.
Essa concentração excessivabetganhapoder e renda representa um risco à democracia.
Muitos paísesbetganhadesenvolvimento já formularam políticas eficazes para erradicar a fome e a pobreza.
Nosso objetivo, no G20, é mobilizar recursos para ampliá-las e adaptá-las a outras realidades.&nbsp;
O apoiobetganhatodos os presentes nesta reunião à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que lançaremos na Cúpula do G20 no RiobetganhaJaneiro, será fundamental para dar fim a essa chaga que ainda assombra a humanidade.
Senhoras e senhores,
As instituiçõesbetganhagovernança estão inoperantes diante da realidade geopolítica atual e perpetuam privilégios.
O anobetganha2023 viu o gasto com armamentos subirbetganharelação a 2022, chegando a 2,4 trilhõesbetganhadólares.
Em Gaza, vemos o legítimo direitobetganhadefesa se transformarbetganhadireitobetganhavingança.
Estamos diante da violação cotidiana do direito humanitário, que tem vitimado milharesbetganhacivis inocentes, sobretudo mulheres e crianças.
Isso nos levou a endossar a decisão da África do Sulbetganhaacionar a Corte InternacionalbetganhaJustiça.
O Brasil condenoubetganhamaneira firme a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Já está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar.
Somente uma conferência internacional que seja reconhecida pelas partes, nos moldes da propostabetganhaBrasil e China, viabilizará a paz.
O G7, o BRICS e o G20 reúnem as maiores economias do planeta.
O futuro que compartilharemos dependerábetganhanossa capacidadebetganhasuperar desigualdades e injustiças históricas para vencer as batalhas que a humanidade enfrenta hoje.
Muito obrigado.

Reunião do G7 na Itáliabetganha14/06/2024

Mundo

Lula no G7: "já passou da hora dos super-ricos pagarembetganhajusta contribuiçãobetganhaimpostos"

<a href="https://www.rfi.fr/br/mundo/20240605-mundo-nunca-teve-tantos-ricos-e-suas-fortunas-nunca-foram-t%C3%A3o-elevadas-diz-relat%C3%B3rio">RFI </a>- O mundo nunca teve tantas pessoas ricas e suas fortunas nunca foram tão elevadas, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (5), pela consultoria Capgemini. O aumento das fortunas é,betganhagrande parte, consequência do crescimento das Bolsas, impulsionadas por novas tecnologias.
De acordo com o estudo "World Wealth Report", realizado pela consultoria, o númerobetganharicos no mundo aumentou 5,1%betganhaum ano e alcançou a marcabetganha22,8 milhõesbetganha2023.
Na pesquisa, a Capgemini considerou ricos as pessoas cujo capital disponível, sem considerar a residência habitual, ultrapassa um milhãobetganhadólares.
A fortuna desta categoriabetganhapessoas também aumentou, alcançando um patrimônio total avaliadobetganhaUS$ 86,8 trilhões, ou seja, 4,7% a mais do que um ano antes.
Os dois valores representam recordes desde que a Capgemini começou a publicar o estudo anual,betganha1997.
O aumento das fortunas é consequência, sobretudo, do crescimento das atividades das Bolsasbetganhatodo o mundo. O índice americano Nasdaq cresceu 43% e o S&amp;P 500 avançou 24%betganha2023. O CAC 40betganhaParis subiu 16% e o DAXbetganhaFrankfurt 20%.
"As ações cresceram com o mercadobetganhatecnologia, estimuladas pelo entusiasmo provocado pela inteligência artificial generativa e seu potencial impacto na economia", afirmou a Capgemini, que avalia a situaçãobetganha71 países e utiliza, como metodologia, um sistemabetganharegistros estatísticos e uma representação gráfica chamada curvabetganhaLorenz.
Em 2022, o patrimônio dos mais ricos teve o retrocesso mais expressivobetganha10 anos, devido à queda das cotações.
No ano passado, a América do Norte registrou o maior avanço no númerobetganhamilionários, com um aumentobetganha7,1%, e também no valor da fortuna (+7,2%), à frente da Ásia-Pacífico e da Europa.
O nívelbetganhariqueza e o aumento paralelo das desigualdades motivaram, nos últimos anos, vários debates sobre como fazer com que as grandes fortunas contribuambetganhamaneira mais eficiente com os impostos.
No G20, Brasil e França defendem a adoçãobetganhaum imposto mínimo mundial para os maiores patrimônios, que poderia render 250 bilhõesbetganhadólares adicionais, caso os 3 mil bilionários do planeta pagassem ao menos o equivalente a 2%betganhasua fortunabetganhaimpostos sobre a renda, uma das hipóteses debatidas.

Mundo nunca teve tantos ricos e suas fortunas nunca foram tão elevadas, diz relatório

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