Por Amanda Audi, <a href="https://apublica.org/2024/06/diretor-da-brasil-paralelo-criou-forum-chan-que-promovia-crimes-de-odio/">Agência Pública</a> - Konrad Scorciapino, um dos executivos mais importantes da produtorajogo stopdireita Brasil Paralelo, foi um dos criadores do 55chan, fórumjogo stopdiscussões online que ficou conhecido por ser um dos primeiros e um dos maiores do país,jogo stopacordo com apuração da Agência Pública.
Scorciapino faz parte da diretoria da produtora desde 2020 e é Chief Tecnology Officer (CTO), sendo responsável pela áreajogo stoptecnologia do site e aplicativos da empresa que, segundo a própria, possui maisjogo stop400 mil assinantes.&nbsp;
O chan se tornou conhecido do grande público por abrigar conteúdo enquadrável como criminoso. Em marçojogo stop2019, quando cinco alunos e duas funcionárias foram assassinadosjogo stopuma escolajogo stopSuzano,jogo stopSão Paulo, o fórum publicou louvações aos atiradores, lamentando que não mataram mais, e colocou para tocar automaticamente no site uma música sobre um jovem que atirajogo stopcolegas – Pumped Up Kicks, da banda Foster The People.
O 55chan também abrigou por um tempo o Dogolachan, que chegou a ser um dos locais mais inóspitos da internet brasileira. Umjogo stopseus criadores foi condenado a maisjogo stop40 anosjogo stopprisão por associação criminosa, divulgaçãojogo stopimagensjogo stoppedofilia, racismo, coação, incitação ao cometimentojogo stopcrimes – como estupro e feminicídio – e terrorismo. Após anosjogo stopameaças e perseguição contra a professora Lola Aronovich por integrantes do Dogola,jogo stop2018 foi sancionada a Lei Lola, que permite que a Polícia Federal investigue casosjogo stopmisoginia na internet.
Membros do 55chan também expuseram fotos manipuladasjogo stopuma filha da deputada federal Maria do Rosário (PT), dados pessoais e ameaças a políticos como David Miranda, hoje falecido, e ao jornalista americano Glenn Greenwald, alémjogo stopfazerem ataques coordenados para derrubar sites e difamar qualquer pessoa considerada como “inimiga” dos usuários.
Por que isso importa? - Embora afirme que respeita a pluralidade, a produtora Brasil Paralelo, fenômeno comercial que produz filmes negacionistas, tem como diretorjogo stoptecnologia o criadorjogo stopum dos “chans” mais violentos, que preconizou outros fóruns semelhantes onde crianças e mulheres sofrem abusos criminosos
“Abertamente conservador” e “olavista” - Durante meses, a reportagem da Pública conversou com ex-integrantes do 55chan, pesquisadores deste universo e pessoas que conheceram Scorciapino durante e depois do períodojogo stopque ele foi o principal administrador do chan.
Quem foi próximo a ele diz que o emprego na Brasil Paralelo “serviu como uma luva” aos seus ideais liberais e conservadores, como professa a empresajogo stopextrema direita.&nbsp;
Prova disso é que ele também encabeça a Liberty Tech, uma comunidade criada pela Brasil Paralelo para congregar profissionais da tecnologia com visão ideológica semelhante, e que, segundo a página da comunidade, “podem não se adequar no mercadojogo stoptrabalho, quando a politização e a presençajogo stopideologias transformam o ambiente profissionaljogo stopum fardo psicológico”.
A Brasil Paralelo afirma que tem como propósito “resgatar os bons valores, ideias e sentimentos no coraçãojogo stoptodos os brasileiros”, que “busca a pluralidadejogo stopopiniões” e tem como valores inegociáveis a verdade, a união e a diplomacia, entre outros. Mas o conteúdo produzido por ela é ligado à extrema direita e ao conservadorismo, propagando ideias negacionistas ejogo stopdesrespeito às minorias.
Scorciapino é descrito por pessoas que já foram próximas a ele como “abertamente conservador” e “olavista” – seguidor do finado ideólogo do bolsonarismo, Olavojogo stopCarvalho. Por outro lado, dizem essas fontes, ele é “profissional brilhante” e “que nunca ficou sem emprego, apesarjogo stopsuas opiniões”.
Scorciapino e a Brasil Paralelo foram procurados pela reportagem, mas não responderam até a publicação.&nbsp;
“Lugar certo para mostrar nosso monstro interior” - Os primeiros registros do 55chan datamjogo stop2007, quando esse tipojogo stopfórum ainda era pouco comum no país. Naquela época, mesmo o acesso à internet era restrito: a conexão chegava a apenas 17% dos lares brasileiros.
Para algum desavisado que caísse na página, havia uma breve explicação: “O 55chan é uma coleçãojogo stopfórunsjogo stopque é possível e recomendado escrever anonimamente, sem registro algum. Isso traz uma sériejogo stopvantagens, como criar uma comunidade unida sem que haja pessoas brigando por atenção e popularidade”. E continuava: “Temos diversos fóruns, grande parte discutindo assuntos reais, e o que hájogo stopcomum neles é a civilidade. Exceto no /b/. Lá vale escrever o que quiser e é o lugar certo para mostrarmos nosso monstro interior.”&nbsp;
O texto, usado desde a criação do chan,jogo stop2007, é assinado por K, o mesmo nomejogo stopusuário usado por Scorciapino no chan –jogo stopalusão ao seu primeiro nome, Konrad.&nbsp;
Anos depois, o tecnólogo admitiu, na antiga rede social Formspring, que administrava o 55chan.&nbsp;
O canal /b/, reservado a assuntos aleatórios, colecionava posts racistas, homofóbicos e antissemitas, entre outros. Embora usuários afirmem que as postagens eram brincadeira (ou “trollagem”), muitos dos conteúdos podem ser enquadrados como discursojogo stopódio e crimes digitais.&nbsp;
“Tem coisas como difamação, doxxing (exposiçãojogo stopdados das pessoas), que são claramente crime. Mas essa retóricajogo stopque é ‘tudo zuera’ já é usada pela extrema-direita estadunidense faz tempo. No Brasil, essa retórica foi sistematizada por Olavojogo stopCarvalho no que o professor João Cezarjogo stopCastro Rocha chamajogo stop‘retórica do ódio’ para descrever uma linguagem que, ao mesmo tempojogo stopque é super agressiva, ainda consegue se disfarçar e se proteger pelo manto da liberdadejogo stopexpressão. Consideremos que os chans aplicam a retórica bolsonarista/olavista a um ambiente jovem, envernizado pelo tomjogo stop‘piada'”, diz Luís Meira, pesquisador da áreajogo stopcomunicação da PUCjogo stopCampinas.&nbsp;
Meira se infiltroujogo stopchans brasileiros para entender como se propagam discursosjogo stopódio nestas plataformas parajogo stopdissertaçãojogo stopmestrado. “A malandragem da retórica dos chans é justamente a possibilidadejogo stopse negar a filiaçãojogo stopseus agentes aos eventuais episódiosjogo stopviolência. Funciona assim: os usuários falam sobre cometer uma violência, falam, falam, falam. Aí quando alguém comete essa violência, os outros agentes reprodutores da retórica têm a possibilidadejogo stopse afastar e evitar associação”, afirma.
Postagens sobre pornografia infantil ou a sexualizaçãojogo stopcrianças eram assuntos constantes, como declarou um ex-frequentador do chan à Pública.
Em novembrojogo stop2007, por exemplo, um usuário anônimo avisou que uma reportagem do Fantástico havia mostrado “seiosjogo stopmeninasjogo stop12 anos. Tipo, explicitamente. Globo é o paraíso dos pedófilos”. Ele se referia a uma reportagem sobre crianças indígenas, que foram mostradas na matéria usando vestes tradicionais. “Programas sobre crianças do Fox Family e do Discovery Home &amp; Health também são cheiosjogo stopmeninas menoresjogo stopidade sem camisa, fica a dica”, respondeu outro frequentador do fórum. Usuários também compartilhavam perfis do Orkutjogo stop“lolis” (gíria para Lolita,jogo stopreferência a meninas com menosjogo stop14 anos).
“Nunca dava pra saber quando era sério ou não, pela natureza da coisa. A ‘regra’ era que tudo devia ser lido como piada e nunca levado a sério”, afirmou um ex-moderador do grupo à Pública,jogo stopcondiçãojogo stopanonimato.&nbsp;
A reportagem analisou maisjogo stopmil registros do chan que foram salvos no Wayback Machine, uma ferramenta que salva páginasjogo stopinternet. Havia postagens rascitas, apologia à violência, misoginia e antissemitas. Uma das frases mais repetidas era que “apenas um idiota” acreditaria no que estava escrito ali.
“Os moderadores tinham acesso a todos os posts que determinado IP tinha feito, então até dava pra conhecer mais os usuários, mas os usuáriosjogo stopsi não tinham como acompanhar uns aos outros. Então um usuário quejogo stopum post se declarava fascista poderiajogo stopoutro post falar algo completamente contraditório. A coisa funcionava porque você podia ser uma pessoa diferentejogo stopcada postagem”, disse o ex-administrador do chan.
Segundo ele, que trabalha com desenvolvimentojogo stopsites e prefere não se identificar, “com certeza” havia conteúdo que seria enquadrado como crimejogo stopódio.
A própria estrutura do chan dificultava que esse arquivo seja consistente, pois os posts se auto-apagavam após um determinado tempo – geralmente, após preencherem 10 páginas, os mais antigos eram deletados.&nbsp;
Na análise feita pela reportagem nos registros salvos no Wayback Machine, é possível notar muitos conteúdos potencialmente criminosos.
Um postjogo stopfevereirojogo stop2008 que criticava jogo stop comentários racistas no site recebeu muitas respostas racistas e até escravocratas. Por exemplo, postagens analisadas pela reportagem defendiam que brancos são superiores – e por isso não teriam sido escravizados – e comparavam negros a animais.
Regra só veio depoisjogo stoptrês anos - Em 2010, três anos após a criação do chan, o canal /b/ do 55chan passou a mostrar um aviso pedindo para que os usuários, ativamente, concordemjogo stopnão postar conteúdo potencialmente criminoso. Para escrever na página, era necessário clicar numa caixinha que dizia: “Compreendo que não é permitido postar nada ilegal, que caso faça algo muito feio, meu tópico será repassado à polícia, e que, portanto, não postarei Pornografia Infantil, Racismo, Negações do Holocausto, Quaisquer outras coisas ilegais”.
Para as pessoas que frequentavam o espaço naquela época, o aviso passou a ser necessário pelo volumejogo stopjogo stop comentários ofensivos que se acumulavam na página e poderiam gerar problemas com as autoridades.&nbsp;
Segundo frequentadores, havia uma “guerrajogo stopchans”,jogo stopque usuáriosjogo stopoutros grupos procuravam posts perniciosos para denunciar ao servidor que hospedava o rival. Se a empresa que fornece o servidor, geralmente localizada fora do país, entendesse que o conteúdo poderia gerar problemas legais, poderia aplicar sanções ou tirar o site do ar. De acordo com ex-usuários consultados pela reportagem, o 55chan chegou a sair do ar duas vezes por esse motivo.
O próprio Scorciapino falou sobre a situação no Formspring, uma antiga rede social que permitia a usuários fazerem perguntas a outrosjogo stopforma anônima. Em 2011, o chan havia saído do ar e ele passou a ser questionado sobre o que havia acontecido.
“Confesso que se ganhasse uns bons milharesjogo stopreais com ele, manteria no ar, mas além da perdajogo stopdinheiro, é muita dorjogo stopcabeça: muita gente postando CP [sigla para child pornography, ou pornografia infantiljogo stopportuguês], câncer [usuários novos], servidor apreendido duas vezes, stalkers, DDoS etc etc. É bom dar um tempo pra pensar melhorjogo stopcomo resolver esses problemas”, dissejogo stopuma das respostas.
Ele disse também que costumava postar no 55chan. Mas, como os jogo stop comentários são anonimizados, não é possível saber quais textos eram dele.&nbsp;
Além disso, ele afirmou que tinha interessejogo stopvender o domínio por R$ 15 mil. “Por enquanto não tenho previsão para que volte, mas se no meio termo alguémjogo stopboas ideias e índole quiser retomar o projeto, pode comprar o domínio e o softwarejogo stopmim!”, respondeu.
Opiniões “francas”, violentas ou homofóbicas? - Scorciapino deixou a administração do 55chan por voltajogo stop2010, quando o domínio foi repassado a outras pessoas, segundo ele próprio relatou no Formspring. Na época das respostas, ele recebeu várias manifestaçõesjogo stopadmiração por ex-usuários do chan. Foi chamadojogo stop“herói”, “amado por milhares”, e que “revolucionou a vidajogo stopvárias pessoas”.
Parte dessa admiração vinha da “franqueza” com que ele se posicionava – tanto no chan comojogo stopoutras esferas da internet. Era vocalmente contra a esquerda, professava ideias do guru do bolsonarismo, Olavojogo stopCarvalho, e tinha argumentos que poderiam ser enquadrados como incitação à violência – por exemplo, ele afirmou que seria positivo “incentivar” linchamentos.&nbsp;
“Como resolver o problema da violência? Primeiramente tirando os aliados do crime organizado, o PT, outros partidos do Forojogo stopSão Paulo, do poder. Em segundo lugar, não impedindo a populaçãojogo stopse defender e até incentivando a possejogo stoparmas e os linchamentos. Na hipótesejogo stopnada disso resolver, acho que aí seria válido pensarjogo stoppenajogo stopmorte”, ele dissejogo stopuma das respostas do Formspringjogo stop2011.
As postagens públicasjogo stopScorciapino também traziam tons machistas e homofóbicos.&nbsp;
Ainda no Formspring, ao ser perguntado sobre que tipojogo stopmulher gostava, ele respondeu que “não sendo nem muito magra nem muito gorda, toda mulher é gostosa”, mas que “racialmente, prefiro as japonesas e as latinas, mas todas me agradam, exceto as negras”.
Sobre a homossexualidade, disse se tratarjogo stop“uma parafilia, que não seria objetojogo stopmuito mais pensamento que, sei lá, o sadomasoquismo, se não fosse pelos dementes do movimento gay.”&nbsp;
Outro moderador, que atuou no chan após a saídajogo stopScorciapino, afirmou à Pública que “obviamente a figura dele era idolatrada pelos usuários ejogo stopvezjogo stopquando aparecia algo sobre ele lá”.&nbsp;
“Como é costumeiro no Brasil, o 55chan teve muitas versões diferentes. A original foi a 55chan.org que o K [Scorciapino] crioujogo stop2007. Não foi o primeiro chan do Brasil, mas foi pelo menos o primeiro com site próprio que ficou grande. Em 2010 o chan caiu e os usuários migraramjogo stopmassa para o BRchan, que se manteve como o maior do Brasil por mais alguns anos”, disse o ex-administrador. “O K só teve envolvimento direto com o 55 original.”
Entre 2013 e 2018, Scorciapino trabalhou como engenheirojogo stopsoftware do Nubank – atuando na criação do aplicativo do banco digital, o pilar central da empresa. Uma pessoa que foi contemporânea dele no localjogo stoptrabalho disse que Scorciapino era conhecido como uma pessoa “com opiniões fortes”, que “gerava muita treta, mesmo sendo tecnicamente excelente.”&nbsp;
“Era uma pessoa meio difíciljogo stoplidar, com opiniões fortes. Lembro que ele compartilhava uns memes meio liberaloides, mas ninguém dava bola”, continua a ex-colega.&nbsp;
Seus problemas no banco teriam começado quando o passado com o chan era relembrado. “De quandojogo stopquando ele era chamado para palestrarjogo stopalgum evento sobre tech. Aí tinha toda a movimentaçãojogo stoppessoas da comunidade tech pedindo para ele ser barrado do evento”, disse. No entanto, a reportagem não encontrou registros desses protestos. &nbsp;
Scorciapino integra o Brasil Paralelo desde 2020. Ele lidera a equipe que cria as ferramentas tecnológicas da plataforma, que atualmente é a que &nbsp;mais gasta com publicidadejogo stopredes sociais do Meta (bem mais que o governo federal) e no Google.
Foi no período após a saídajogo stopScorciapino que o chan acabou entrando no radar da imprensa, tanto pelo culto a atiradores como pelo conteúdo preconceituoso contra minorias. Repórteres que investigavam o espaço foram atacados e tiveram seus dados pessoais expostos. &nbsp;
A jornalista Ana Freitas, que frequenta fóruns online desde 1996, sofreu duas campanhasjogo stoplinchamento por usuáriosjogo stopchans brasileiros, incluindo o 55chan, após escrever matérias sobre eles. Em 2015, ela publicou uma matéria no Brazil Post, página brasileira do Huffington Post, falando sobre misoginiajogo stopchans. Logo depois sofreu ataquesjogo stopusuários do 55chan e do BRchan que envolviam doxxing – a exposiçãojogo stopdados pessoais da vítima do ataque.
“Tive que sair da minha casa porque fiquei com medo. Eu morava com a minha mãe na época e eles faziam compras com cartão clonado e mandavam entregar lá para me intimidar. Eram desde coisasjogo stopsex shop, vermes para usarjogo stopcomposteira, até esterco”, lembra.
Masculinidade tóxica e massacres - O universo “chanero” já foi descritojogo stoppesquisas e reportagens como um ambiente bastante marcado pela masculinidade e apreço pelo viésjogo stopdireita radical – não à toa, foi o ambiente que gestou os incels, ou celibatários involuntários, homens que odeiam mulheres porque acreditam que todas são interesseiras.
Um estudojogo stopEduardo Gabriel Velho e Sandra Portella Montardo analisou 16 mil posts do 55chan entre 2016 e 2017, após a adesãojogo stopusuários do fórum ao massacrejogo stopSuzano e no chamado #Gamergate, uma campanha online misóginajogo stopque mulheres gamers tiveram dados pessoais expostos.
Os pesquisadores identificaram que “a manifestação da masculinidade tóxica no 55chan assume contornos específicos devido ao anonimato, à efemeridade das linhasjogo stopdiscussão e ao uso dos filtros”.
O 4chan, o chan mais popular mundialmente, já foi apontado como “a vanguarda da extrema direita” que ajudou a eleger Donald Trump nos Estados Unidosjogo stop2016. O mesmo caminho teria sido trilhado no Brasil com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que por suas posições antissistema era endeusado nos fóruns, com memes e cortesjogo stopvídeos “lacradores” rodados à exaustão.
“Eu entendo a criação deste microcosmo, deste ‘clube do Bolinha’ virtual, como sintomajogo stopum movimento maior que é a obsolescência do modelo hegemônicojogo stopmasculinidade patriarcal. Na faltajogo stopnovas subjetividades que englobem os interesses e formasjogo stopsocialização destes jovens, o discurso que fica é o reacionário”, diz Luís Meira, que frequentou chans como o 55 e o 1500, os mais populares do país, além do Dogola.
“Estes jovens se reúnemjogo stoplocais fechados, anônimos, onde tudo pode ser dito e feito, toda fantasia pode ser compartilhada – os chans”, ele continua. “Por isso os chans são frequentemente utilizados como espaços para planejamentojogo stopataques na vida real, como aconteceujogo stopSuzano,jogo stopSão Paulo, e Christchurch, na Nova Zelândia, ejogo stoptantos outros episódiosjogo stoptiroteiosjogo stopmassa.”
Para ele, “a extrema direita soube olhar para este movimento e focou nos chans, especificamente o 4chan, como um frontjogo stopmobilização política.

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