Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein - A maioria dos adolescentes brasileiros (81,3%) tem dois ou mais fatoresnhl bwinrisco para doenças crônicas não transmissíveis, como problemas cardiovasculares e diabetes. Isso é o que revela um estudo recente da Universidade Federalnhl bwinMinas Gerais (UFMG) e da Universidade Federalnhl bwinSão Paulo (Unifesp), <a href="https://bmcpediatr.biomedcentral.com/articles/10.1186/s12887-024-04601-9">publicado no periódico BMC Pediatrics</a>, que avaliou o estilonhl bwinvida dos jovens considerando hábitos alimentares, atividade física, tabagismo, entre outros.
Os autores usaram dados do principal inquérito nacionalnhl bwinvigilâncianhl bwinfatoresnhl bwinrisconhl bwinescolares, a Pesquisa Nacionalnhl bwinSaúde Escolar (PeNSE), que contou com a participaçãonhl bwin121.580 adolescentes com idades entre 13 e 17 anos,nhl bwinescolas públicas e privadasnhl bwintodo o país. Os jovens responderam a questionários com perguntas sobre sete variáveis: consumonhl bwinfrutas e vegetais, ingestão regularnhl bwinrefrigerantes, doces e álcool, práticanhl bwinexercícios, sedentarismo e tabagismo. 
O principal fatornhl bwinrisco detectado foi a faltanhl bwinatividade física, já que 71,5% dos entrevistados se exercitam pouco. Além disso, mais da metade (58%) não ingere a quantidade adequadanhl bwinfrutas e verduras, e um terço (32,9%) consome doces como balas e chocolatesnhl bwinexcesso. A pesquisa também observou que 17,2% abusamnhl bwinrefrigerantes e 28,1% do álcool. Uma minoria (6,2%) é fumante. 
Não houve diferença entre alunosnhl bwinescolas públicas e privadas. Os resultados foram um pouco melhores nas zonas rurais; já a região Sudeste é onde os jovens mais apresentaram dois ou mais fatoresnhl bwinrisco. “A gente esperava um cenário ruim, mas não tanto”, diz a enfermeira Alanna Gomes da Silva, primeira autora do estudo e residente pós-doutoral na Escolanhl bwinEnfermagem da UFMG. “Sabe-se que o estilonhl bwinvida está entre as principais causas dessas doenças e apenas 3,9% dos jovens não têm fatoresnhl bwinrisco, enquanto 9% apresentam todos os sete”, comenta Silva.
“Os resultados não surpreendem, mas assustam”, avalia o cardiologista pediátrico Gustavo Foronda, do Hospital Israelita Albert Einstein. “Isso é o que temos visto nos últimos anos, principalmente nos grandes centros urbanos, com crianças e jovens apresentando uma qualidadenhl bwinvida cada vez pior. Tanto que os adolescentesnhl bwinhoje são mais doentes do que osnhl bwin40 ou 50 anos atrás.”
Há vários motivos por trás da mudançanhl bwinhábitos. “A violência urbana, por exemplo, impacta a atividade física, já que as crianças deixamnhl bwinbrincar na rua,nhl bwinpraças ou parques, e passam a dependernhl bwinatividades orientadas, como aulasnhl bwinesporte, ou ser sóciasnhl bwinclubes, e isso não é acessível a todos”, afirma o médico do Einstein.
O usonhl bwineletrônicos, como celulares, tablets e videogames, é tolerado pelos pais como uma formanhl bwindistração enhl bwindeixar as crianças mais tranquilas. Já a facilidadenhl bwinacesso a produtos ultraprocessados acaba prejudicando a qualidade alimentar. “Hoje é mais fácil montar um lanche com salgadinhos e suconhl bwincaixinha, por exemplo”, observa Foronda. 
O problema é que costuma haver uma associação desses hábitos ruins – uma criança que já é sedentária pode passar horas no videogame beliscando guloseimas, por exemplo. Tudo isso impacta, inclusive, a socialização e a saúde mental. 
Esse estilonhl bwinvida pouco saudável aumenta a possibilidadenhl bwindoenças numa faixa etária mais precoce. “Observamos um crescimento no númeronhl bwincrianças com sobrepeso, com hipertensão e colesterol alto”, relata o cardiologista pediátrico. “Mas nossa maior preocupação é porque um adolescente com todos esses fatoresnhl bwinrisco leva a um adulto com mais fatoresnhl bwinrisco para doenças cardiovasculares, obesidade, síndrome metabólica e até certos tiposnhl bwincâncer, já que o risco dessas doenças aumenta muito quando todos esses fatores já estão presentes na infância e adolescência.” 
Hoje, sabe-se que a longevidade está associada a cinco pilares relacionados ao estilonhl bwinvida: sono adequado, alimentação saudável, atividade física regular, controle do estresse e socialização. “Esses números nos preocupam demais porque nenhum desses pilares está sendo cumprido desde a infância para que esses adolescentes sejam adultos saudáveis. Infelizmente, as pessoas também não estão entendendo a importância desses cuidados”, lamenta o médico.
Para Alanna Gomes da Silva, faltam medidas voltadas para esse público. “É preciso promover ações que envolvam a escola, os pais e toda a sociedade e incluam questões como a merenda escolar, o acesso ao consumonhl bwinfrutas e hortaliças que, às vezes, é dificultado por questões socioeconômicas", diz. A pesquisadora alerta que é preciso estimular a atividade física tanto na escola quanto no lazer, com maior controle do usonhl bwintelas pelos pais e responsáveis.

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Estudo aponta que 81% dos adolescentes brasileiros têm fatoresnhl bwinrisco para doenças crônicas