247 - Cristina Junqueira, cofundadora e atual vice-presidente do Nubank, anunciousaída do conselho do site Ranking dos Políticos, uma iniciativa que avalia o desempenhodeputados e senadores brasileiros. O site é mantido por Brasil Paralelo, uma produtora conhecida por suas inclinações à extrema-direita.
A saída ocorre após Cristina Junqueira divulgar um evento da produtoraextrema-direita Brasil Paralelo. Como resultado, o Nubank ficou entre os assuntos mais comentados do X (ex-Twitter) nesta terça-feira (16) e internautas promovem boicote ao banco nas redes sociais.
Em story publicado na segunda-feira (17) à noite, Cristina mostrou um convite para o evento “We Who Wrestle With God”, com palestra do psicólogo canadense Jordan Peterson. Ela então agradece à Brasil Paralelo e à Fronteiras do Pensamento, produtoras do encontro.
O diretor-geral do Ranking dos Políticos, Juan Carlos, no entanto, negou,declaração da jornalista Mônica Bergamo, no jornal <a href="https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2024/06/cofundadora-do-nubank-deixa-conselho-de-site-mantido-por-brasil-paralelo.shtml?utm_source=twitter&amp;utm_medium=social&amp;utm_campaign=twfolha">FolhaS.Paulo,</a> que a saída foi política, mas sim por faltatempo para participar do cotidiano do site.

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Brasil

Cofundadora do Nubank deixa conselhosite mantido por produtoraextrema-direita Brasil Paralelo

Por Amanda Audi, <a href="https://apublica.org/2024/06/para-presidente-do-nubank-diretora-que-divulgou-brasil-paralelo-nao-violou-norma-do-banco/">Agência Pública</a> - A Agência Pública teve acesso exclusivo a uma nota interna que o presidente e diretoroperações do Nubank, Youssef Lahrech, enviou aos funcionários do banco na noite da última terça-feira, 18junho. Ele minimizou uma postagem feita pela cofundadora e diretoracrescimento, Cristina Junqueira, na qual ela divulgava um evento promovido pela produtora Brasil Paralelo.
O banco esteve entre os assuntos mais comentados das redes sociais e sofreu forte reaçãocorrentistas, que criticaram o tom usado pela diretora com a empresa ligada à extrema direita e ameaçaram fechar contas. As ações do banco caíram 1,18% no fim do dia.
<h2>Por que isso importa?</h2>
<ul>
 <li>Aproximações do Nubank com a Brasil Paralelo estão gerando reações na internet, desde que a cofundadora do banco, Cristina Junqueira, postou um convite para um evento da produtoraextrema direita. A Agência Pública teve acesso exclusivo a uma nota interna, na qual o presidente do banco minimiza a postagemJunqueira.</li>
</ul>
A notaLahrech foi publicada originalmenteinglês,um sistemacomunicações internas do banco. Em tradução livre, ela diz que “@cris [Cristina Junqueira] postou uma notaagradecimento aos organizadoresum eventolançamentolivro. O post da rede socialnenhuma maneira viola nosso CódigoConduta. Ele não apoia nenhum conteúdo nem pontovista”. A Agência Pública pediu um posicionamento oficial para o Nubank, mas ainda não recebeu resposta.&nbsp;
Junqueira postou no storiesseu Instagram pessoal o convite que recebeu para participar da palestraJordan Peterson, um psicólogo canadense conservador conhecido por ser antifeminista e críticomovimentos LGBTQIA+. “Muito obrigada pelo convite!”, ela escreveu.
O texto do convite dizia que os organizadores, a Brasil Paralelo e a Fronteiras do Pensamento, estão “muito entusiasmados e honradosproporcionar essa oportunidade aos nossos parceiros e amigos”. Pedia que os convidados compartilhassemsuas redes sociais marcando os perfis das empresas e do psicólogo – o que Junqueira fez.
Em outro trecho da nota enviada pelo sistemacomunicações do Nubank, Lahrech diz: “Nós gostaríamosreiterar que Cris não tem nenhuma parceria com os organizadores deste evento, nem o Nubank patrocina ou apoia nenhuma destas organizações”. O presidente da empresa disse também que o banco não tem posições políticas nem contribui direta ou indiretamente com movimentos políticos ou religiosos. Diz ainda que “o códigoconduta da empresa respeita a liberdadeexpressãoseus funcionários e que rejeita qualquer tipodiscriminação ou assédio” [tradução livre].
A nota do presidente não repercutiu bem entre os funcionários do banco. “Essa associação com a Brasil Paralelo é dolorida”, disse um dos empregados ouvidos pela Pública, falandomodo reservado para evitar retaliações. Outros lembraram que “Junqueira é uma figura pública e que a associação com a Brasil Paralelo não poderia ser considerada uma mera opinião política”.
Outro funcionário lembrou que “não é a primeira vez que a diretora se envolveupolêmicas”, se referindo à participação da executiva no programa Roda Viva, da TV Cultura,2020. Na ocasião, ela disse que “não dá para nivelar por baixo” ao comentar a dificuldadecontratar pessoas negras para posiçõesliderança no Nubank.&nbsp;
Junqueira costuma curtir posts ligados à direita nas redes sociais e pelo menosoutras duas ocasiões postou stories mostrando proximidade com o campo ultraconservador.
Em um deles, ela compartilhou no Instagram que estava fazendo um cursofilosofiaGuilherme Freire, que foi “diretor, Head of Product da Brasil Paralelo, alémcriador da plataformastreaming, BPSelect”, como ele próprio se define. Junqueira escreveu sobre o curso: “Boa dica para quem quer investirevoluir como pessoa”.
Em outro story no Instagram, Junqueira disse que ela e o marido fizeram um curso do padre Paulo Ricardo – religioso ultraconservador que já empunhou um fuzil ao lado do guru bolsonarista OlavoCarvalho. Ela falou que achou o curso “bem bacana”.
A nota do presidente do Nubank cita também Konrad Scorciapino, um ex-funcionário do banco que atualmente é o diretortecnologia da Brasil Paralelo. Ele foi um dos criadoresum fórum online que propagava crimesódio, conforme foi revelado pela Pública no iníciojunho.
“Sobre um ex-funcionário (2013-2018) que depois se tornou diretor da Brasil Paralelo, nós gostaríamosreiterar que, por lei, nós não comentamos sobre as questões pessoais ou o passadofuncionários ou ex-funcionários. Nubank tem mecanismos e protocolos para avaliar o comportamento dos funcionários, e não toleramos nenhuma atividade ilegal ou quebra do nosso códigoconduta”, ele escreveu.
No entanto, informações do Intercept Brasil também apuradas pela Pública mostram que o Nubank tomou conhecimento da atuação do ex-funcionário no fórum com atividades ilegais2016, mas agiu para abafar a situação e o manteve no cargo por dois anos.&nbsp;
A Pública revelou também que a Brasil Paralelo tem agido para ampliar o seu raioinfluência. A produtora criou o conteúdoum cursolicenciaturahistória oferecido por uma universidade particular, coordenado por Rafael Nogueira, olavista que presidiu a Biblioteca Nacional durante o governo Bolsonaro. A Brasil Paralelo também planeja abrir cursosformaçãoprofessoresgeografia e ciências sociais.&nbsp;
A empresa, alinhada à extrema direita, segue uma das máximasOlavoCarvalho: “ocupar espaços nos meiosensino, cultura e entretenimento para difundir seus ideais”.

Economia

Para presidente do Nubank, diretora que divulgou Brasil Paralelo não violou norma do banco

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