Por Amanda Audi, Agência Pública - Konrad Scorciapino, um dos executivos mais importantes da produtoralegacy 50 novibetdireita Brasil Paralelo, foi um dos criadores do 55chan, fórumlegacy 50 novibetdiscussões online que ficou conhecido por ser um dos primeiros e um dos maiores do país,legacy 50 novibetacordo com apuração da Agência Pública.

Scorciapino faz parte da diretoria da produtora desde 2020 e é Chief Tecnology Officer (CTO), sendo responsável pela árealegacy 50 novibettecnologia do site e aplicativos da empresa que, segundo a própria, possui maislegacy 50 novibet400 mil assinantes.

O chan se tornou conhecido do grande público por abrigar conteúdo enquadrável como criminoso. Em marçolegacy 50 novibet2019, quando cinco alunos e duas funcionárias foram assassinadoslegacy 50 novibetuma escolalegacy 50 novibetSuzano,legacy 50 novibetSão Paulo, o fórum publicou louvações aos atiradores, lamentando que não mataram mais, e colocou para tocar automaticamente no site uma música sobre um jovem que atiralegacy 50 novibetcolegas – Pumped Up Kicks, da banda Foster The People.

O 55chan também abrigou por um tempo o Dogolachan, que chegou a ser um dos locais mais inóspitos da internet brasileira. Umlegacy 50 novibetseus criadores foi condenado a maislegacy 50 novibet40 anoslegacy 50 novibetprisão por associação criminosa, divulgaçãolegacy 50 novibetimagenslegacy 50 novibetpedofilia, racismo, coação, incitação ao cometimentolegacy 50 novibetcrimes – como estupro e feminicídio – e terrorismo. Após anoslegacy 50 novibetameaças e perseguição contra a professora Lola Aronovich por integrantes do Dogola,legacy 50 novibet2018 foi sancionada a Lei Lola, que permite que a Polícia Federal investigue casoslegacy 50 novibetmisoginia na internet.

Membros do 55chan também expuseram fotos manipuladaslegacy 50 novibetuma filha da deputada federal Maria do Rosário (PT), dados pessoais e ameaças a políticos como David Miranda, hoje falecido, e ao jornalista americano Glenn Greenwald, alémlegacy 50 novibetfazerem ataques coordenados para derrubar sites e difamar qualquer pessoa considerada como “inimiga” dos usuários.

Por que isso importa? - Embora afirme que respeita a pluralidade, a produtora Brasil Paralelo, fenômeno comercial que produz filmes negacionistas, tem como diretorlegacy 50 novibettecnologia o criadorlegacy 50 novibetum dos “chans” mais violentos, que preconizou outros fóruns semelhantes onde crianças e mulheres sofrem abusos criminosos

“Abertamente conservador” e “olavista” - Durante meses, a reportagem da Pública conversou com ex-integrantes do 55chan, pesquisadores deste universo e pessoas que conheceram Scorciapino durante e depois do períodolegacy 50 novibetque ele foi o principal administrador do chan.

Quem foi próximo a ele diz que o emprego na Brasil Paralelo “serviu como uma luva” aos seus ideais liberais e conservadores, como professa a empresalegacy 50 novibetextrema direita.

Prova disso é que ele também encabeça a Liberty Tech, uma comunidade criada pela Brasil Paralelo para congregar profissionais da tecnologia com visão ideológica semelhante, e que, segundo a página da comunidade, “podem não se adequar no mercadolegacy 50 novibettrabalho, quando a politização e a presençalegacy 50 novibetideologias transformam o ambiente profissionallegacy 50 novibetum fardo psicológico”.

A Brasil Paralelo afirma que tem como propósito “resgatar os bons valores, ideias e sentimentos no coraçãolegacy 50 novibettodos os brasileiros”, que “busca a pluralidadelegacy 50 novibetopiniões” e tem como valores inegociáveis a verdade, a união e a diplomacia, entre outros. Mas o conteúdo produzido por ela é ligado à extrema direita e ao conservadorismo, propagando ideias negacionistas elegacy 50 novibetdesrespeito às minorias.

Scorciapino é descrito por pessoas que já foram próximas a ele como “abertamente conservador” e “olavista” – seguidor do finado ideólogo do bolsonarismo, Olavolegacy 50 novibetCarvalho. Por outro lado, dizem essas fontes, ele é “profissional brilhante” e “que nunca ficou sem emprego, apesarlegacy 50 novibetsuas opiniões”.

Scorciapino e a Brasil Paralelo foram procurados pela reportagem, mas não responderam até a publicação.

“Lugar certo para mostrar nosso monstro interior” - Os primeiros registros do 55chan datamlegacy 50 novibet2007, quando esse tipolegacy 50 novibetfórum ainda era pouco comum no país. Naquela época, mesmo o acesso à internet era restrito: a conexão chegava a apenas 17% dos lares brasileiros.

Para algum desavisado que caísse na página, havia uma breve explicação: “O 55chan é uma coleçãolegacy 50 novibetfórunslegacy 50 novibetque é possível e recomendado escrever anonimamente, sem registro algum. Isso traz uma sérielegacy 50 novibetvantagens, como criar uma comunidade unida sem que haja pessoas brigando por atenção e popularidade”. E continuava: “Temos diversos fóruns, grande parte discutindo assuntos reais, e o que hálegacy 50 novibetcomum neles é a civilidade. Exceto no /b/. Lá vale escrever o que quiser e é o lugar certo para mostrarmos nosso monstro interior.”

O texto, usado desde a criação do chan,legacy 50 novibet2007, é assinado por K, o mesmo nomelegacy 50 novibetusuário usado por Scorciapino no chan –legacy 50 novibetalusão ao seu primeiro nome, Konrad.

Anos depois, o tecnólogo admitiu, na antiga rede social Formspring, que administrava o 55chan.

O canal /b/, reservado a assuntos aleatórios, colecionava posts racistas, homofóbicos e antissemitas, entre outros. Embora usuários afirmem que as postagens eram brincadeira (ou “trollagem”), muitos dos conteúdos podem ser enquadrados como discursolegacy 50 novibetódio e crimes digitais.

“Tem coisas como difamação, doxxing (exposiçãolegacy 50 novibetdados das pessoas), que são claramente crime. Mas essa retóricalegacy 50 novibetque é ‘tudo zuera’ já é usada pela extrema-direita estadunidense faz tempo. No Brasil, essa retórica foi sistematizada por Olavolegacy 50 novibetCarvalho no que o professor João Cezarlegacy 50 novibetCastro Rocha chamalegacy 50 novibet‘retórica do ódio’ para descrever uma linguagem que, ao mesmo tempolegacy 50 novibetque é super agressiva, ainda consegue se disfarçar e se proteger pelo manto da liberdadelegacy 50 novibetexpressão. Consideremos que os chans aplicam a retórica bolsonarista/olavista a um ambiente jovem, envernizado pelo tomlegacy 50 novibet‘piada'”, diz Luís Meira, pesquisador da árealegacy 50 novibetcomunicação da PUClegacy 50 novibetCampinas.

Meira se infiltroulegacy 50 novibetchans brasileiros para entender como se propagam discursoslegacy 50 novibetódio nestas plataformas paralegacy 50 novibetdissertaçãolegacy 50 novibetmestrado. “A malandragem da retórica dos chans é justamente a possibilidadelegacy 50 novibetse negar a filiaçãolegacy 50 novibetseus agentes aos eventuais episódioslegacy 50 novibetviolência. Funciona assim: os usuários falam sobre cometer uma violência, falam, falam, falam. Aí quando alguém comete essa violência, os outros agentes reprodutores da retórica têm a possibilidadelegacy 50 novibetse afastar e evitar associação”, afirma.

Postagens sobre pornografia infantil ou a sexualizaçãolegacy 50 novibetcrianças eram assuntos constantes, como declarou um ex-frequentador do chan à Pública.

Em novembrolegacy 50 novibet2007, por exemplo, um usuário anônimo avisou que uma reportagem do Fantástico havia mostrado “seioslegacy 50 novibetmeninaslegacy 50 novibet12 anos. Tipo, explicitamente. Globo é o paraíso dos pedófilos”. Ele se referia a uma reportagem sobre crianças indígenas, que foram mostradas na matéria usando vestes tradicionais. “Programas sobre crianças do Fox Family e do Discovery Home & Health também são cheioslegacy 50 novibetmeninas menoreslegacy 50 novibetidade sem camisa, fica a dica”, respondeu outro frequentador do fórum. Usuários também compartilhavam perfis do Orkutlegacy 50 novibet“lolis” (gíria para Lolita,legacy 50 novibetreferência a meninas com menoslegacy 50 novibet14 anos).

“Nunca dava pra saber quando era sério ou não, pela natureza da coisa. A ‘regra’ era que tudo devia ser lido como piada e nunca levado a sério”, afirmou um ex-moderador do grupo à Pública,legacy 50 novibetcondiçãolegacy 50 novibetanonimato.

A reportagem analisou maislegacy 50 novibetmil registros do chan que foram salvos no Wayback Machine, uma ferramenta que salva páginaslegacy 50 novibetinternet. Havia postagens rascitas, apologia à violência, misoginia e antissemitas. Uma das frases mais repetidas era que “apenas um idiota” acreditaria no que estava escrito ali.

“Os moderadores tinham acesso a todos os posts que determinado IP tinha feito, então até dava pra conhecer mais os usuários, mas os usuárioslegacy 50 novibetsi não tinham como acompanhar uns aos outros. Então um usuário quelegacy 50 novibetum post se declarava fascista poderialegacy 50 novibetoutro post falar algo completamente contraditório. A coisa funcionava porque você podia ser uma pessoa diferentelegacy 50 novibetcada postagem”, disse o ex-administrador do chan.

Segundo ele, que trabalha com desenvolvimentolegacy 50 novibetsites e prefere não se identificar, “com certeza” havia conteúdo que seria enquadrado como crimelegacy 50 novibetódio.

A própria estrutura do chan dificultava que esse arquivo seja consistente, pois os posts se auto-apagavam após um determinado tempo – geralmente, após preencherem 10 páginas, os mais antigos eram deletados.

Na análise feita pela reportagem nos registros salvos no Wayback Machine, é possível notar muitos conteúdos potencialmente criminosos.

Um postlegacy 50 novibetfevereirolegacy 50 novibet2008 que criticava legacy 50 novibet comentários racistas no site recebeu muitas respostas racistas e até escravocratas. Por exemplo, postagens analisadas pela reportagem defendiam que brancos são superiores – e por isso não teriam sido escravizados – e comparavam negros a animais.

Regra só veio depoislegacy 50 novibettrês anos - Em 2010, três anos após a criação do chan, o canal /b/ do 55chan passou a mostrar um aviso pedindo para que os usuários, ativamente, concordemlegacy 50 novibetnão postar conteúdo potencialmente criminoso. Para escrever na página, era necessário clicar numa caixinha que dizia: “Compreendo que não é permitido postar nada ilegal, que caso faça algo muito feio, meu tópico será repassado à polícia, e que, portanto, não postarei Pornografia Infantil, Racismo, Negações do Holocausto, Quaisquer outras coisas ilegais”.

Para as pessoas que frequentavam o espaço naquela época, o aviso passou a ser necessário pelo volumelegacy 50 novibetlegacy 50 novibet comentários ofensivos que se acumulavam na página e poderiam gerar problemas com as autoridades.

Segundo frequentadores, havia uma “guerralegacy 50 novibetchans”,legacy 50 novibetque usuárioslegacy 50 novibetoutros grupos procuravam posts perniciosos para denunciar ao servidor que hospedava o rival. Se a empresa que fornece o servidor, geralmente localizada fora do país, entendesse que o conteúdo poderia gerar problemas legais, poderia aplicar sanções ou tirar o site do ar. De acordo com ex-usuários consultados pela reportagem, o 55chan chegou a sair do ar duas vezes por esse motivo.

O próprio Scorciapino falou sobre a situação no Formspring, uma antiga rede social que permitia a usuários fazerem perguntas a outroslegacy 50 novibetforma anônima. Em 2011, o chan havia saído do ar e ele passou a ser questionado sobre o que havia acontecido.

“Confesso que se ganhasse uns bons milhareslegacy 50 novibetreais com ele, manteria no ar, mas além da perdalegacy 50 novibetdinheiro, é muita dorlegacy 50 novibetcabeça: muita gente postando CP [sigla para child pornography, ou pornografia infantillegacy 50 novibetportuguês], câncer [usuários novos], servidor apreendido duas vezes, stalkers, DDoS etc etc. É bom dar um tempo pra pensar melhorlegacy 50 novibetcomo resolver esses problemas”, disselegacy 50 novibetuma das respostas.

Ele disse também que costumava postar no 55chan. Mas, como os legacy 50 novibet comentários são anonimizados, não é possível saber quais textos eram dele.

Além disso, ele afirmou que tinha interesselegacy 50 novibetvender o domínio por R$ 15 mil. “Por enquanto não tenho previsão para que volte, mas se no meio termo alguémlegacy 50 novibetboas ideias e índole quiser retomar o projeto, pode comprar o domínio e o softwarelegacy 50 novibetmim!”, respondeu.

Opiniões “francas”, violentas ou homofóbicas? - Scorciapino deixou a administração do 55chan por voltalegacy 50 novibet2010, quando o domínio foi repassado a outras pessoas, segundo ele próprio relatou no Formspring. Na época das respostas, ele recebeu várias manifestaçõeslegacy 50 novibetadmiração por ex-usuários do chan. Foi chamadolegacy 50 novibet“herói”, “amado por milhares”, e que “revolucionou a vidalegacy 50 novibetvárias pessoas”.

Parte dessa admiração vinha da “franqueza” com que ele se posicionava – tanto no chan comolegacy 50 novibetoutras esferas da internet. Era vocalmente contra a esquerda, professava ideias do guru do bolsonarismo, Olavolegacy 50 novibetCarvalho, e tinha argumentos que poderiam ser enquadrados como incitação à violência – por exemplo, ele afirmou que seria positivo “incentivar” linchamentos.

“Como resolver o problema da violência? Primeiramente tirando os aliados do crime organizado, o PT, outros partidos do Forolegacy 50 novibetSão Paulo, do poder. Em segundo lugar, não impedindo a populaçãolegacy 50 novibetse defender e até incentivando a posselegacy 50 novibetarmas e os linchamentos. Na hipóteselegacy 50 novibetnada disso resolver, acho que aí seria válido pensarlegacy 50 novibetpenalegacy 50 novibetmorte”, ele disselegacy 50 novibetuma das respostas do Formspringlegacy 50 novibet2011.

As postagens públicaslegacy 50 novibetScorciapino também traziam tons machistas e homofóbicos.

Ainda no Formspring, ao ser perguntado sobre que tipolegacy 50 novibetmulher gostava, ele respondeu que “não sendo nem muito magra nem muito gorda, toda mulher é gostosa”, mas que “racialmente, prefiro as japonesas e as latinas, mas todas me agradam, exceto as negras”.

Sobre a homossexualidade, disse se tratarlegacy 50 novibet“uma parafilia, que não seria objetolegacy 50 novibetmuito mais pensamento que, sei lá, o sadomasoquismo, se não fosse pelos dementes do movimento gay.”

Outro moderador, que atuou no chan após a saídalegacy 50 novibetScorciapino, afirmou à Pública que “obviamente a figura dele era idolatrada pelos usuários elegacy 50 novibetvezlegacy 50 novibetquando aparecia algo sobre ele lá”.

“Como é costumeiro no Brasil, o 55chan teve muitas versões diferentes. A original foi a 55chan.org que o K [Scorciapino] crioulegacy 50 novibet2007. Não foi o primeiro chan do Brasil, mas foi pelo menos o primeiro com site próprio que ficou grande. Em 2010 o chan caiu e os usuários migraramlegacy 50 novibetmassa para o BRchan, que se manteve como o maior do Brasil por mais alguns anos”, disse o ex-administrador. “O K só teve envolvimento direto com o 55 original.”

Entre 2013 e 2018, Scorciapino trabalhou como engenheirolegacy 50 novibetsoftware do Nubank – atuando na criação do aplicativo do banco digital, o pilar central da empresa. Uma pessoa que foi contemporânea dele no locallegacy 50 novibettrabalho disse que Scorciapino era conhecido como uma pessoa “com opiniões fortes”, que “gerava muita treta, mesmo sendo tecnicamente excelente.”

“Era uma pessoa meio difícillegacy 50 novibetlidar, com opiniões fortes. Lembro que ele compartilhava uns memes meio liberaloides, mas ninguém dava bola”, continua a ex-colega.

Seus problemas no banco teriam começado quando o passado com o chan era relembrado. “De quandolegacy 50 novibetquando ele era chamado para palestrarlegacy 50 novibetalgum evento sobre tech. Aí tinha toda a movimentaçãolegacy 50 novibetpessoas da comunidade tech pedindo para ele ser barrado do evento”, disse. No entanto, a reportagem não encontrou registros desses protestos.

Scorciapino integra o Brasil Paralelo desde 2020. Ele lidera a equipe que cria as ferramentas tecnológicas da plataforma, que atualmente é a que mais gasta com publicidadelegacy 50 novibetredes sociais do Meta (bem mais que o governo federal) e no Google.

Foi no período após a saídalegacy 50 novibetScorciapino que o chan acabou entrando no radar da imprensa, tanto pelo culto a atiradores como pelo conteúdo preconceituoso contra minorias. Repórteres que investigavam o espaço foram atacados e tiveram seus dados pessoais expostos.

A jornalista Ana Freitas, que frequenta fóruns online desde 1996, sofreu duas campanhaslegacy 50 novibetlinchamento por usuárioslegacy 50 novibetchans brasileiros, incluindo o 55chan, após escrever matérias sobre eles. Em 2015, ela publicou uma matéria no Brazil Post, página brasileira do Huffington Post, falando sobre misoginialegacy 50 novibetchans. Logo depois sofreu ataqueslegacy 50 novibetusuários do 55chan e do BRchan que envolviam doxxing – a exposiçãolegacy 50 novibetdados pessoais da vítima do ataque.

“Tive que sair da minha casa porque fiquei com medo. Eu morava com a minha mãe na época e eles faziam compras com cartão clonado e mandavam entregar lá para me intimidar. Eram desde coisaslegacy 50 novibetsex shop, vermes para usarlegacy 50 novibetcomposteira, até esterco”, lembra.

Masculinidade tóxica e massacres - O universo “chanero” já foi descritolegacy 50 novibetpesquisas e reportagens como um ambiente bastante marcado pela masculinidade e apreço pelo viéslegacy 50 novibetdireita radical – não à toa, foi o ambiente que gestou os incels, ou celibatários involuntários, homens que odeiam mulheres porque acreditam que todas são interesseiras.

Um estudolegacy 50 novibetEduardo Gabriel Velho e Sandra Portella Montardo analisou 16 mil posts do 55chan entre 2016 e 2017, após a adesãolegacy 50 novibetusuários do fórum ao massacrelegacy 50 novibetSuzano e no chamado #Gamergate, uma campanha online misóginalegacy 50 novibetque mulheres gamers tiveram dados pessoais expostos.

Os pesquisadores identificaram que “a manifestação da masculinidade tóxica no 55chan assume contornos específicos devido ao anonimato, à efemeridade das linhaslegacy 50 novibetdiscussão e ao uso dos filtros”.

O 4chan, o chan mais popular mundialmente, já foi apontado como “a vanguarda da extrema direita” que ajudou a eleger Donald Trump nos Estados Unidoslegacy 50 novibet2016. O mesmo caminho teria sido trilhado no Brasil com o ex-presidente Jair Bolsonaro, que por suas posições antissistema era endeusado nos fóruns, com memes e corteslegacy 50 novibetvídeos “lacradores” rodados à exaustão.

“Eu entendo a criação deste microcosmo, deste ‘clube do Bolinha’ virtual, como sintomalegacy 50 novibetum movimento maior que é a obsolescência do modelo hegemônicolegacy 50 novibetmasculinidade patriarcal. Na faltalegacy 50 novibetnovas subjetividades que englobem os interesses e formaslegacy 50 novibetsocialização destes jovens, o discurso que fica é o reacionário”, diz Luís Meira, que frequentou chans como o 55 e o 1500, os mais populares do país, além do Dogola.

“Estes jovens se reúnemlegacy 50 novibetlocais fechados, anônimos, onde tudo pode ser dito e feito, toda fantasia pode ser compartilhada – os chans”, ele continua. “Por isso os chans são frequentemente utilizados como espaços para planejamentolegacy 50 novibetataques na vida real, como aconteceulegacy 50 novibetSuzano,legacy 50 novibetSão Paulo, e Christchurch, na Nova Zelândia, elegacy 50 novibettantos outros episódioslegacy 50 novibettiroteioslegacy 50 novibetmassa.”

Para ele, “a extrema direita soube olhar para este movimento e focou nos chans, especificamente o 4chan, como um frontlegacy 50 novibetmobilização política.

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Diretor da Brasil Paralelo criou fórum virtual que promovia crimeslegacy 50 novibetódio