Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein - Sem tratamento, a hipertensão “acumulada” ao longo da vida aumenta o riscobetfair chvários tiposbetfair chacidente vascular cerebral (AVC), segundo uma revisãobetfair chestudos publicada no periódico Jama. O artigo encontrou uma associação entre altos níveisbetfair chpressão arterial sistólica ao longo dos anos com eventos isquêmicos (quando há bloqueio da passagembetfair chsanguebetfair chalgum vaso) e hemorrágicos (em que o vaso se rompe).
A hipertensão é a elevação da pressão arterial e dependebetfair chfatores genéticos e ambientais. Ela é diagnosticada quando os valores são iguais ou superiores a 140 mmHg x 90 mmHg (o popular 14x9)betfair chduas medidas feitasbetfair chocasiões diferentes. O maior valor é a chamada pressão sistólica, que corresponde ao momentobetfair chque o coração se contrai para mandar sangue ao resto do organismo. O segundo número traduz a pressão diastólica, quando o músculo cardíaco relaxa.
No estudo, pesquisadores dos EUA, da China ebetfair chIsrael revisaram seis artigos, que juntos incluíam quase 40 mil adultos acompanhados ao longobetfair ch21 anos. Nesse período, aqueles que tiveram um aumentobetfair ch10 mmHg na pressão sistólica apresentaram um risco 20% mais altobetfair chsofrer qualquer tipobetfair chAVC. Além disso, essas pessoas tiveram uma probabilidade 31% maiorbetfair chdesenvolver hemorragia intracerebral (AVC hemorrágico) e 20% superiorbetfair chAVC isquêmico.&nbsp;
O estudo não constatou uma associação com a chamada hemorragia subaracnóidea, que acontece entre camadas das meninges (tecido que envolve o cérebro). Mas, segundo os autores, essa faltabetfair chassociação pode ser explicada pelo menor númerobetfair chcasos desse tipo.
“Esse período mais longobetfair chacompanhamento permite uma compreensão mais detalhadabetfair chcomo a hipertensão sustentada afeta o riscobetfair chAVC”, comenta a neurologista Gisele Sampaio Silva, do Hospital Israelita Albert Einstein. Segundo a especialista, estudos anteriores focarambetfair chmedições mais pontuais ou médiasbetfair chcurto prazo.
“A inclusão da hipertensão cumulativa adicionou uma nova dimensão à avaliação da hipertensão como fatorbetfair chrisco, considerando a exposição a longo prazo, o que poderia influenciar estratégiasbetfair chmanejo contínuo do paciente, enfatizando o controle consistente da pressão arterial ao longo do tempo”, observa Sampaio.
Pessoas negras têm maior incidênciabetfair chAVC
Os resultados também mostram maior incidênciabetfair chAVC na população preta. Isso poderia ser explicado por diferençasbetfair chfatores genéticos, acesso a cuidados ou questões socioeconômicas que interferem tanto na prevalência quanto no manejo da hipertensão,betfair chacordo com a médica do Einstein.
A prevençãobetfair chum AVC envolve, além do controle da pressão arterial, o gerenciamentobetfair choutros fatoresbetfair chrisco, como fibrilação atrial, diabetes e colesterol alto. “Intervençõesbetfair chestilobetfair chvida, como manter uma dieta saudável, realizar atividades físicas regularmente, evitar fumar e limitar o consumobetfair chálcool, são essenciais. Examesbetfair chsaúde regulares também são cruciais para detectar e gerenciar riscos precocemente”, orienta a neurologista.
Sinais comunsbetfair chum AVC
Diante das manifestações típicasbetfair chum derrame, é preciso procurar atendimentobetfair chemergência imediatamente, pois os tratamentos são mais eficazes quando administrados precocemente. Saiba quais são elas:
<ul>
 <li>Dormência ou fraqueza súbita no rosto, braço ou perna, especialmentebetfair chum lado do corpo;&nbsp;</li>
 <li>Dificuldade para falar ou entender;&nbsp;</li>
 <li>Problemas para enxergarbetfair chum ou ambos os olhos;&nbsp;</li>
 <li>Dificuldade para andar, tontura ou perdabetfair chequilíbrio;&nbsp;</li>
 <li>Dorbetfair chcabeça grave sem causa conhecida. 
 
</li>
</ul>
Fonte: Agência Einstein

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Saúde

Hipertensão sem controle aumenta o riscobetfair chAVC a longo prazo

247 - O renomado linguista americano Noam Chomsky,betfair ch95 anos, está atualmentebetfair chtratamentobetfair chum hospitalbetfair chSão Paulo após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) massivobetfair chjunho do ano passado, informa reportagembetfair chMario Sergio Conti na Folhabetfair chS. Paulo nesta terça-feira (11). A gravidadebetfair chsua condição, inclusive, explica seu silêncio sobre o massacre promovido por Israel na Faixabetfair chGaza desde outubrobetfair ch2023.
Chomsky foi inicialmente tratado por médicos nos Estados Unidos. De acordo com os profissionaisbetfair chsaúde, suas chancesbetfair chrecuperação eram mínimas, e ele foi submetido a um regimebetfair chmedicação e alimentação intravenosa reduzido ao essencial.
Valeria Chomsky,betfair chesposa, que é carioca, consultou diversos médicos, inclusive brasileiros, ao perceber sinaisbetfair chmelhorabetfair chChomsky, como o reconhecimentobetfair chpessoas, recuperaçãobetfair chconsciência e comunicação, embora ainda com dificuldades.
Com o objetivobetfair chacelerar a recuperação do marido, Valeria decidiu transferi-lo para São Paulo, onde o casal mantém uma residência desde 2015. A decisão foi respaldada por conselhos médicos que apontaram a possibilidadebetfair chmelhores cuidados específicos no Brasil. Para isso, Valeria alugou um jatinho-ambulância e contratou dois enfermeiros, enfrentando uma viagem "longa, penosa e estressante", segundo suas palavras, devido às múltiplas escalas necessárias.
Inicialmente internado na unidadebetfair chterapia intensiva (UTI), Chomsky tem sido monitorado diariamente por uma equipe composta por neurologista, fonoaudiólogo e pneumologista. Sua condição apresentou uma melhora significativa, permitindobetfair chtransferência para um quarto.
Atualmente, Chomsky mantém uma rotinabetfair chleitura diária do New York Times e demonstrabetfair chconsternação com a situaçãobetfair chGaza levantando o braço esquerdobetfair chum gestobetfair chlamento ao ver imagens do conflito. Além disso, ele lê revistas científicas e acompanha discussõesbetfair chcolegas sobre artigosbetfair chlinguística e cognição que escrevia antes do AVC.

Guilherme Paladino

Brasil

Chomsky está no Brasil para se recuperarbetfair chAVC sofrido no ano passado

Fernanda Bassette, da Agência Einstein - Um estudo publicado na revista científica <a href="https://www.neurology.org/doi/10.1212/WNL.0000000000209299">Neurology</a> aponta que sóbetfair ch2019 maisbetfair chmeio milhãobetfair chpessoas morreram devido a um AVC (Acidente Vascular Cerebral) associado a temperaturas extremas – muito calor ou muito frio, sendo o excessobetfair chcalor o principal responsável. Os resultados são mais um alerta sobre os perigos das mudanças climáticas na saúde da população e reforçam a necessidadebetfair chações para mitigar os riscos.
Para chegar aos resultados, os pesquisadores analisaram temperaturas e casosbetfair chAVCbetfair ch204 países entre 1990 e 2019. Eles observaram que o númerobetfair chpessoas que sofreram um AVC nos 30 anos analisados aumentou à medida que a população envelheceu – o envelhecimento foi um fator-chave para o problema –, mas eles ressaltaram que o envelhecimento populacional não explica todo o aumentobetfair chcasos: as “temperaturas não ideais”, muito quentes ou muito frias, fizeram a diferença. O estudo aponta que,betfair ch2019, ocorreram 6,55 milhõesbetfair chmortes devido ao AVC, segundo dados do Global Burden of Disease (GBD). Desse total, 521 mil mortes e 9,4 milhõesbetfair chanosbetfair chvida ajustados por incapacidade são atribuíveis ao AVC devido à temperatura não ideal. 
É importante destacar que as temperaturas mais altas já estão acontecendo e sendo percebidas dia após dia. O ano passado foi considerado o mais quente da história e espera-se que as temperaturas continuem alcançando níveis cada vez mais altos. Neste ano, por exemplo, o observatório europeu Copernicus anunciou que o mêsbetfair chmarço foi o mais quente já registrado na Terra, com a temperatura 1,58 oC acima da média da era pré-industrial, no século 19.
“Os resultados desse estudo são extremamente importantes porque destacam a relação entre as condições climáticas extremas e a incidênciabetfair chAVC, uma conexão não tão enfatizada na prática clínica. Isso traz uma nova perspectiva, que pode influenciar a prevenção e a preparação para períodosbetfair chtemperaturas extremas, visando reduzir o risco desses eventos. Tais informações podem surpreender alguns profissionais, especialmente aquelesbetfair chregiões onde as mudanças climáticas têm sido menos perceptíveis”, avalia a neurologista Gisele Sampaio, do Hospital Israelita Albert Einstein. 
De acordo com a médica, as altas temperaturas podem dificultar a capacidade do corpobetfair chregular abetfair chtemperatura interna (que ébetfair chtornobetfair ch36 oC), levando à desidratação e ao aumento na viscosidade do sangue, o que pode aumentar o riscobetfair chformaçãobetfair chcoágulos. Além disso, explica a neurologista, o estresse térmico pode ocasionar alterações hemodinâmicas e inflamatórias, aumentando ainda mais o riscobetfair chAVC. “Há ainda algumas pesquisas que apontam os efeitos diretos das altas temperaturas sobre a pressão arterial e a função cardiovascular, ambos fatoresbetfair chriscobetfair chAVC”, diz.
O estudo atesta ainda que, nesse momento, as mortes por AVC associadas a temperaturas extremas estão desproporcionalmente concentradasbetfair chpartes do mundo com níveis mais elevadosbetfair chpessoas que vivem na pobreza e onde os sistemasbetfair chsaúde são frágeis, como na África. O AVC é uma das principais causasbetfair chmorte ebetfair chincapacidade no mundo e tem um impacto importantebetfair chpaísesbetfair chbaixa e média renda, onde os sistemasbetfair chsaúde muitas vezes não estão equipados para prevenir, diagnosticar ou tratar eficazmente essa condição. 
“As regiões com maior pobreza e sistemasbetfair chsaúde frágeis sofrem particularmente com as consequênciasbetfair chtemperaturas extremas, o que pode exacerbar ainda mais a incidência e a gravidade dos casosbetfair chAVC”, diz
O trabalho aponta ainda que não é só o calor extremo que pode levar ao AVC, mas o frio extremo também. Segundo a médica do Einstein, isso acontece porque o frio leva ao aumento da pressão arterial e ao estreitamento dos vasos sanguíneos, alémbetfair chinduzir respostas inflamatórias que podem predispor a eventos cerebrovasculares. Além disso, o frio pode agravar condições cardíacas existentes, aumentando o riscobetfair cheventos cardíacos e vasculares cerebrais. 
Esse não é o primeiro trabalho a apontar o impacto das temperaturas extremas na saúde cardiovascular. Outro estudo, publicadobetfair ch2022 na <a href="https://www.nature.com/articles/s41591-022-01872-6">revista Nature</a>, concluiu que as temperaturas extremas (frio e calor) foram responsáveis por quase 6% das mortesbetfair chcidades da América Latina. O estudo “Salud Urbanabetfair chAmérica Latina (Salurbal)” teve a participação da Universidade Federalbetfair chMinas Gerais (UFMG) e da Universidadebetfair chSão Paulo (USP), analisou maisbetfair ch15 milhõesbetfair chóbitos e comparou-os com as temperaturas ambientais diárias nas cidades pesquisadas.
Uma das conclusões ébetfair chque as temperaturas extremas estavam relacionadas com a mortalidade por doenças cardiovasculares e respiratórias, especialmente entre idosos e crianças, que são o grupo mais vulnerável. Segundo a pesquisa,betfair chdias muito quentes, o aumentobetfair ch1 oC esteve relacionado ao aumentobetfair ch5,7% nas mortes. Ao mesmo tempo, cercabetfair ch10% das mortes por infecções respiratórias foram atribuídas ao frio intenso.
A médica ressalta que, diante das evidênciasbetfair chque as mudanças climáticas estão afetando a saúde, as políticasbetfair chsaúde pública devem incluir ações preventivas para o AVC focadas na mitigação das mudanças climáticas e na melhoria da resiliência das comunidades a extremos climáticos. 
“Isso inclui melhorar a infraestruturabetfair chsaúde, aumentar a conscientização sobre os riscos associados às temperaturas extremas e desenvolver estratégias específicas para ajudar as populações vulneráveis a se adaptarem e responderem a essas condições”, completa. Além disso, ela explica que é crucial promover estilosbetfair chvida saudáveis e o controle rigorosobetfair chfatoresbetfair chrisco modificáveis, como hipertensão e diabetes, e implementar programasbetfair cheducação sobre os sinaisbetfair chalerta e a importância da resposta rápida ao AVC.

CFM alerta sobre importância da prevenção do AVC

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