Guilherme Paladino, correspondente dogalera. betgalera. betPequim - O Brasil ocupa um lugargalera. betdestaque nos veículosgalera. betcomunicação chinesa nesta semana, com a visita do presidente Xi Jinping ao Riogalera. betJaneiro para a cúpula do G20. Jornais, sites e canais das redes sociais do gigante asiático vêm publicando matérias especiais apresentando dados, curiosidades e histórias sobre seu maior parceiro na América Latina, dando mais um passo no caminhogalera. betaproximar ambas as populações.

Neste contexto, um dos destaques históricos mais curiosos publicados na mídia local nesta segunda-feira (18) trata-segalera. betum relato do diplomata Huang Zhiliang,galera. bet93 anos, que foi o cônsul-geral da Chinagalera. betSão Paulo entre 1985 e 1989 (alémgalera. better ocupado outros cargosgalera. betCuba, no Chile, na Argentina, na Nicarágua e na Venezuela). O texto, intitulado "As relações China-Brasil passaram por percalços e avançam rapidamente" [do original, 中巴（西）关系历经波折迅猛前进], foi publicado* no portal chinês "Diplomatas falam sobre assuntos" do WeChat e revela, com detalhes, bastidores do estabelecimento das relações entre o gigante asiático e o Brasil ainda na época da ditadura militar brasileira.

Em seu relato - com impressionante riquezagalera. betinformações, mencionando diversos nomes, datas e locais -, o diplomata narra o antes, durante e depois das negociações que levaram os governos brasileiro e chinês a formalizaremgalera. betparceria que já dura 50 anos. Seu contexto vai desde a visitagalera. betJoão Goulart à Chinagalera. bet1961 até as nuances do processogalera. betabertura do gigante asiático ao exteriorgalera. betmeados da décadagalera. bet70, comentando também a influência dos EUA nas tomadasgalera. betdecisões dos militares brasileiros.

Confira o texto na íntegra abaixo**:

Em agostogalera. bet1961, o vice-presidente do Brasil e líder do Partido Trabalhista Brasileiro, João Goulart, visitou a China a convite do vice-presidente chinês Dong Biwu. Essa foi a primeira visitagalera. betum líder nacional brasileiro à China e também a primeira vez que um chefegalera. betgovernogalera. betum país latino-americano visitou a China desde a fundação da República Popular. Líderes chineses como Mao Zedong, Liu Shaoqi, Dong Biwu e Zhou Enlai receberam a delegaçãogalera. betGoulartgalera. betdiferentes momentos. A bem-sucedida visita do vice-presidente brasileiro abriu um novo capítulo no desenvolvimento das relações entre os dois países. No entanto, os bons tempos não duraram muito. A política brasileira sofreu uma reviravolta com o golpe militargalera. betabrilgalera. bet1964, que derrubou o governogalera. betGoulart. Durante esse período, ocorreu um grave incidentegalera. betque nove funcionários chineses no Brasil foram presos, levando à completa interrupção dos laços recém-estabelecidos entre os dois países. Durante muito tempo depois disso, as relações entre Brasil e China permaneceram extremamente frias. No final da décadagalera. bet1960, as interações entre os dois países resumiam-se a um comércio indireto insignificante, com pouquíssimo intercâmbiogalera. betpessoas. Apenasgalera. bet1972 os dois países retomaram o comércio direto, e as trocas pessoais começaram a aumentar gradualmente.

João Goulart e Mao Zedong — Em agostogalera. bet1961, o presidente Mao Zedong se reuniu com o vice-presidente do Brasil, João Goulart, durantegalera. betvisita.(Photo: Instituto João Goulart)Instituto João GoulartJo

Entrando na décadagalera. bet1970, sob a estratégiagalera. betMao Zedong e Zhou Enlaigalera. betusar o "pequeno globo" (tênisgalera. betmesa) para impulsionar o "grande globo" (relações diplomáticas), as relações entre China e Estados Unidos avançaram, e a situação mundial passou por grandes mudanças. Até 1974, 10 países da América Latina já haviam estabelecido relações diplomáticas com a China, e o maior país da região, o Brasil, não podia mais permanecer inerte. O novo presidente do Brasil, Ernesto Geisel, embora também fosse um general, pertencia à ala moderada das Forças Armadas e tinha uma visão relativamente aberta. Menosgalera. betum mês após assumir o cargo, ele e seu ministro das Relações Exteriores, Antônio Azeredo da Silveira, decidiram dar um "grande salto no cenário internacional". Um marco importante desse "salto" foi o desenvolvimentogalera. betrelações com a República Popular da China. O novo governo brasileiro reconheceu que a China, comgalera. betenorme população, havia se tornado um membro permanente do Conselhogalera. betSegurança da ONU, elevando ainda maisgalera. betposição internacional. O Brasil não podia mais ignorar a influência da China e o potencialgalera. betseu vasto mercado. Tanto o presidente quanto o chanceler perceberam que estabelecer relações diplomáticas com a China seria benéfico para melhorar a imagem do Brasil e superar seu isolamento internacional. No passado, o Brasil costumava seguir os Estados Unidosgalera. betassuntos internacionais, incluindogalera. betposturagalera. betrelação ao desenvolvimentogalera. betrelações com países socialistas. Porém, na décadagalera. bet1970, países como Canadá, Itália, Japão e Alemanha Ocidental estabeleceram relações diplomáticas com a China, e a visitagalera. betNixon à China lançou as bases para a normalização das relações sino-americanas. Isso,galera. betforma objetiva, eliminou as preocupações do Brasilgalera. betque uma aproximação com a "China comunista" pudesse desagradar os Estados Unidos. Além disso, na época, o Brasil frequentemente enfrentava atritos com os EUAgalera. betquestões como propriedade intelectual e direitos marítimosgalera. bet200 milhas, o que tornava a aproximação com a China uma oportunidadegalera. betobter apoio político. Ao mesmo tempo, o Brasil também começou a ver um grande potencial na cooperação econômica e comercial com a China. O país precisava urgentemente explorar novos mercadosgalera. betexportação e esperava que a China pudesse fornecer petróleo e carvão a longo prazo para aliviargalera. betcrise energética. Além disso, o Brasil demonstrava grande interessegalera. betcooperar com a China no campo da ciência e tecnologia. Impulsionado por esses fatores, o governo Geisel decidiu agir rapidamente para sair da passividade, buscando uma aproximação com a China e negociando a normalização das relações entre os dois países.

Em uma manhãgalera. betiníciogalera. betprimaveragalera. bet1974, a neve que cobria os edifíciosgalera. betMoscou já havia derretido. Durante um encontro diplomático, o embaixador do Brasil na União Soviética, Marinho, aproximou-se espontaneamente do embaixador da China na União Soviética, Liu Xinquan. Marinho comentou que, durante seu períodogalera. betférias no Brasil, havia se encontrado várias vezes com o recém-empossado presidente Geisel, a quem sugeriu o desenvolvimento das relações com a China. Ele também mencionou que o chanceler brasileiro, Silveira, compartilhava uma postura positivagalera. betrelação à proposta. Quatro dias depois, Marinho pediu uma reunião oficial com Liu Xinquan para discutir mais detalhadamente o desenvolvimento das relações entre os dois países. Na ocasião, entregou ao embaixador chinês alguns documentos e um “memorando informal”, cujo conteúdo principal incluía:

1. Transmitir ao governo e ao povo chinês os cumprimentos e saudações calorosas do presidente e do ministro das Relações Exteriores do Brasil;
2. Informar que o governo brasileiro planejava enviar o conselheiro Bueno, chefe do departamento para Ásia e Oceania do Ministério das Relações Exteriores, como partegalera. betuma delegaçãogalera. betempresários brasileiros que visitaria a Chinagalera. betabril, com o objetivogalera. betestabelecer contato com o governo chinês;
3. Notificar que o Brasil estava disposto a receber uma delegação comercial da China;
4. Propor que a China enviasse um funcionário do Ministério das Relações Exteriores junto com a delegação comercial, permitindo que diplomatasgalera. betambos os países discutissem questõesgalera. betinteresse mútuo durante a visita ao Brasil;
5. Solicitar que a China emitisse vistos e oferecesse assistência necessária para os funcionários brasileiros que participariam da visita.

O embaixador brasileiro informou ainda que o plano do governo do Brasil para estabelecer relações entre os dois países incluía, inicialmente, visitas mútuasgalera. betdelegações comerciais com a presençagalera. betdiplomatas, seguidas pela aberturagalera. betescritórios comerciais permanentes, culminando no estabelecimento formalgalera. betrelações diplomáticas.

O Departamento da América e Oceania do Ministério das Relações Exteriores da China discutiu cuidadosamente a proposta brasileira e elaborou uma resposta. Em 3galera. betabril, o embaixador Liu Xinquan encontrou-se com Marinho, transmitindo os agradecimentos do governo chinês pelos cumprimentos enviados pelo presidente e pelo chanceler do Brasil. Ele também afirmou que a China valorizava a postura positiva do Brasilgalera. betrelação ao estabelecimentogalera. betlaços entre os dois países, reconhecendo que o fortalecimento dessas relações era do interessegalera. betambos os povos. Liu destacou ainda a posição da China sobre a questãogalera. betTaiwan, enfatizando que,galera. betgeral, a China não adotava estruturas institucionaisgalera. bettransiçãogalera. betquestõesgalera. betrelações diplomáticas. Marinho respondeu que o governo brasileiro compreendia a posição da China sobre Taiwan. Ele questionou, no entanto, se seria possível manter as relações econômicas e comerciais entre o Brasil e Taiwan após o estabelecimentogalera. betlaços diplomáticos com a China. Liu afirmou que tais questões poderiam ser discutidas entre representantes designados por ambos os governos.

Em 9galera. betabril, o Brasil enviou uma delegação liderada pelo presidente da Associaçãogalera. betExportadores, Coutinho, para visitar a China. O conselheiro Bueno, do Ministério das Relações Exteriores, participou como membro da delegação e teve conversas com o diretor do Departamentogalera. betAssuntos Americanos e Oceânicos da China, Lin Ping. Bueno expressou o interesse do governo brasileirogalera. betdialogar com o governo chinês e convidou a China a enviar uma delegação oficial ao Brasil o mais breve possível. Durante a visita, o vice-primeiro-ministro chinês Li Xiannian encontrou-se com todos os membros da delegação. Em suas declarações, Li sugeriu que “as questões desagradáveis que ocorreram entre os dois países no passado deveriam ser resolvidas antes do estabelecimentogalera. betlaços diplomáticos”.

Em 7galera. betagostogalera. bet1974, a China enviou uma delegação oficial ao Brasil, liderada pelo vice-ministro do Comércio Exterior, Chen Jie. Este foi o primeiro grupo chinês a visitar o Brasil desde o “Incidente dos Nove”. A visita foi tratada com grande atenção pelo governo brasileiro, que disponibilizou um avião especial para transportar a delegaçãogalera. betRiogalera. betJaneiro a Brasília. No aeroporto da capital, a delegação foi recebida com tapete vermelho e uma guardagalera. bethonra. Entre os membros da delegação estava Chen Dehe, vice-diretor do Departamentogalera. betAssuntos Americanos e Oceânicos, responsável por questões da América Latina. Chen Dehe relembrou que,galera. betacordo com as instruções do Ministério, a delegação tinha como objetivo discutir preliminarmente o estabelecimentogalera. betlaços diplomáticos com o Brasil. No entanto, surpreendeu-se ao perceber que o governo brasileiro estava disposto a aproveitar a visita para oficializar a normalização das relações bilaterais.

No mesmo dia da chegada da delegação chinesa, o chanceler brasileiro, Silveira, encontrou-se com todos os membros do grupo e afirmou claramente que a visita tinha como objetivo resolver a questão do estabelecimentogalera. betrelações diplomáticas entre os dois países. Ele destacou que estavam dispostos a dedicar o tempo necessário para alcançar este objetivo e designou o assessor especial do Ministério, Cavalcanti, para iniciar as negociações com Chen Dehe naquela mesma noite. Durante as conversas, Chen informou que precisava consultar seu governo sobre as negociações para o estabelecimentogalera. betrelações diplomáticas. No dia seguinte, acompanhadogalera. betum tradutor, Chen viajou para Buenos Aires, na Argentina, onde conseguiu se comunicar com as autoridades chinesas. Quatro dias depois, recebeu instruções concretas e a autorização para negociar. Ao retornar a Brasília, retomou as conversas com a parte brasileira.

No início das negociações, o Brasil propôs omitir a questãogalera. betTaiwan no comunicado conjunto. Chen Dehe reiterou a posiçãogalera. betprincípio da China, enfatizando que o temagalera. betTaiwan precisava ser incluído no documento. Após várias reuniões entre o vice-ministro Chen Jie e o chanceler Silveira, ambos os lados chegaram a um acordo: o comunicado seria redigido nos moldes do “modelo canadense”. Além disso, a China solicitou que o edifício da “embaixada”galera. betTaiwan, considerada propriedade do Estado chinês, fosse devolvido. O governo brasileiro garantiu que atenderia à solicitação.

Sobre o caso do “Incidente dos Nove”, inicialmente o lado brasileiro sugeriu que ambos os países deveriam olhar para o futuro e evitar mencionar eventos passados. No entanto, após a insistência da China para que o Brasil desse uma explicação, o governo brasileiro reconheceu prontamente que o caso envolvendo nove cidadãos chinesesgalera. bet1964 foi “um erro político”. Em relação às pendências judiciais do caso, o Brasil garantiu que tomaria medidas para encerrá-las. Assim, todos os pontos da negociação para o estabelecimentogalera. betrelações diplomáticas entre os dois países foram satisfatoriamente resolvidos.

1974: China e Brasil estabeleceram relações. Na cerimônia no MRE-BR, os governos emitiram um comunicado conjunto. O então chanceler brasileiro, Silveira, e o vice-ministro do Comércio Exterior da China, Chen Jie, celebraram com taçasgalera. betcafé.(Photo: Divulgação/Embaixada do Brasilgalera. betPequim)Divulgação/Embaixada do Brasilgalera. betPequim

O rápido acordo alcançado nas negociações surpreendeugalera. betcerta medida, embora estivesse alinhado com as tendências históricas da época. Sobre questões comerciais, o Brasil designou o diretor-geral do Departamento da Ásia e África, Zaba, e o diretor do Departamentogalera. betPromoção Comercial, Lima, para negociações detalhadas com o diretor do Terceiro Departamento do Ministério do Comércio Exterior da China, Zheng Tuobin, e o vice-presidente do Conselhogalera. betPromoção do Comércio Internacional, Li Chuan. As negociações foram rapidamente concluídas, resultandogalera. betum acordo para a assinaturagalera. betum contratogalera. betlongo prazogalera. bet3 a 5 anos para o fornecimentogalera. betaçúcar pelo Brasil à China, com um limite anualgalera. betaté 200 mil toneladas. Além disso, as partes concordaramgalera. betfirmar acordos intergovernamentais sobre comércio e transporte marítimo, bem comogalera. betestabelecer uma comissão mista para discutir comércio e organizar exposições.

No dia 15galera. betagostogalera. bet1974, o vice-ministro Chen Jie, representando o governo chinês, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Silveira, assinaram oficialmente o comunicado conjunto sobre o estabelecimentogalera. betrelações diplomáticas entre os dois países. O comunicado dizia:

"Os governos da República Popular da China e da República Federativa do Brasil, atendendo aos interesses e aspiraçõesgalera. betseus povos, decidiram estabelecer relações diplomáticasgalera. betnívelgalera. betembaixada a partir desta data. O governo do Brasil reconhece o governo da República Popular da China como o único governo legítimo da China. O governo chinês reafirma que Taiwan é uma parte inseparável do território da República Popular da China. O governo do Brasil toma nota dessa posição do governo chinês. Ambos os governos concordamgalera. betdesenvolver relações amistosas entre os dois países com base nos princípiosgalera. betrespeito mútuo à soberania e integridade territorial, não agressão mútua, não interferência nos assuntos internos, igualdade e benefício mútuo, e coexistência pacífica. A República Popular da China e o governo da República Federativa do Brasil concordamgalera. betnomear embaixadores mutuamentegalera. betbreve e fornecer toda assistência necessária para o estabelecimentogalera. betembaixadas e execuçãogalera. betsuas funções nas capitaisgalera. betambos os países."

Conforme sugerido pelo lado brasileiro, no dia 16galera. betagosto, o ministro das Relações Exteriores do Brasil e o chefe da delegação comercial chinesa assinaram um memorandogalera. betconversações comerciais. Na mesma tarde, o presidente Geisel recebeu o vice-ministro Chen Jie para um diálogo amistoso.

Durante as negociações para o estabelecimento das relações diplomáticas, os dois países chegaram a um entendimento verbal sobre a questãogalera. betTaiwan. Ficou acordado que, a partir do estabelecimento das relações entre a República Popular da China e o Brasil, o governo brasileiro encerraria suas relações com Taiwan, adotando medidas eficazes para que o pessoal da “embaixada” taiwanesa e outros representantes oficiais e semi-oficiais deixassem o Brasil dentrogalera. betum mês. O Brasil também se comprometeu a não manter contatos oficiais ou semi-oficiais com Taiwan, nem a estabelecer qualquer instituição oficial ou semi-oficial disfarçada.

Três meses após a publicação do comunicado conjunto, o governo brasileiro enviou o cônsul-geralgalera. betHong Kong, Moura, e o primeiro secretário Sadenberg a Pequim para negociar os detalhes do estabelecimento das embaixadas. No dia 28galera. betnovembro, um acordo foi alcançado, confirmado por trocagalera. betcartas entre os chanceleres dos dois países. O acordo estipulava que, com base no princípiogalera. betreciprocidade, ambas as partes forneceriam assistência e facilidades para o estabelecimentogalera. betsuas embaixadas. O número máximogalera. betfuncionários das embaixadas foi fixadogalera. bet45 pessoas (excluindo familiares), e ambos os lados respeitariam as regulamentações gerais e não discriminatórias do país anfitriãogalera. betrelação às missões diplomáticas.

No dia 18galera. betdezembrogalera. bet1974, o conselheiro Wang Benzuo, designado como encarregadogalera. betnegócios interino da China no Brasil, chegou a Brasília com uma equipegalera. bet12 pessoas para estabelecer a embaixada. Eles ficaram hospedados no Hotel Nacional e, no dia seguinte, apresentaram suas credenciais ao ministro das Relações Exteriores e foram recebidos pelo presidente Geisel naquela mesma noite. Em pouco tempo, o Brasil transferiu para a embaixada chinesa o prédio da antiga “embaixada”galera. betTaiwan, a residência do embaixador e cinco veículos. No mesmo mês, o encarregadogalera. betnegócios interino do Brasil na China, Prunesa, chegou a Pequim para estabelecer a embaixada brasileira.

O governo chinês nomeou Zhang Dequn, então embaixadorgalera. betHavana, como o primeiro embaixador da China no Brasil. O governo brasileiro, porgalera. betvez, nomeou o experiente diplomata Napoleão como seu primeiro embaixador na China. Em 1ºgalera. betabrilgalera. bet1975, o embaixador Napoleão chegou a Pequim e apresentou suas credenciais ao presidente do Comitê Permanente, Zhu De, dez dias depois. Zhang Dequn, acompanhado por uma equipegalera. betsete pessoas, chegou ao Brasilgalera. bet2galera. betmaio e apresentou as cópiasgalera. betsuas credenciais ao ministro das Relações Exteriores, Silveira, no dia 16galera. betmaio, durante um diálogo amistoso.

O chanceler brasileiro fez um comentário marcante durante a conversa:

“O estabelecimentogalera. betrelações diplomáticas entre dois grandes países como os nossos é muito importante, mas o desenvolvimento das relações deve ser gradual, como o andargalera. betum elefante: passos firmes e constantes. Às vezes, pode-se parar, mas recuar é impossível.”

Essa frase tornou-se uma expressão célebre no contexto das relações sino-brasileiras.

Em maiogalera. bet1975, Zhang Dequn, o primeiro embaixador da China no Brasil (segurando o documento), entregou suas credenciais ao presidente Geisel.(Photo: Arquivogalera. betHuang Zhiliang)Arquivogalera. betHuang Zhiliang

No dia 19, o embaixador Zhang apresentou suas credenciais ao presidente Geisel e teve uma conversa amigável. O presidente Geisel declarou: “Estou muito satisfeito com o estabelecimentogalera. betrelações diplomáticas entre nossos dois países. Não podemos ignorar a China, com seus 800 milhõesgalera. bethabitantes. Seja bem-vindo como primeiro embaixador da China. Caso surja qualquer questão no desenvolvimento das relações entre nossos países, sinta-se à vontade para me procurar. Espero que tenha um trabalho agradável aqui.” O estabelecimentogalera. betrelações diplomáticas entre a China e o Brasil lançou uma base sólida para o desenvolvimento futuro das relações bilaterais.

No início dessas relações, houve algum progresso na cooperação entre os dois países. No entanto, devido a preconceitosgalera. betlonga data do Brasilgalera. betrelação aos "países comunistas", persistiram dúvidas políticasgalera. betrelação à China. O governo brasileiro temia que a defesa chinesa da revolução armada pudesse impactar a segurança interna do país. Além disso, sob influênciagalera. betforças extremasgalera. betdireita internas, o Brasil adotou uma atitude cautelosa na condução das relações bilaterais. Por um período, o governo brasileiro impôs muitas restrições à China, e as relações econômicas e comerciais não avançaram significativamente, limitadas por fatores objetivos e subjetivosgalera. betambas as partes.

Como afirmou o chanceler Silveira, o desenvolvimento das relações entre os dois países precisava acontecergalera. betforma gradual. Outros funcionários do Ministério das Relações Exteriores do Brasil também disseram claramente à parte chinesa que não haveria "resultados surpreendentes ou súbitos" na relação entre China e Brasil. Essa avaliação brasileira refletia,galera. betmaneira geral, o estado das relações bilaterais na época. Esse cenário perdurou até 1977, quando começou a mudar. Após a queda da "Gangue dos Quatro" na China,galera. bet1976, o Brasil observou uma atmosferagalera. betestabilidade, unidade e um esforço vigorosogalera. betdireção à modernização e abertura externa por parte do governo chinês. Paralelamente, o Brasil também começou a experimentar uma leve flexibilização política interna.

Em outubrogalera. bet1977, o ministro do Exército, Sylvio Frota, que se opunha ao estabelecimentogalera. betrelações diplomáticas com a China e impedia o desenvolvimento das relações bilaterais, foi destituído. Este evento desencadeou um amplo debate na mídia brasileira sobre "como avaliar as relações entre China e Brasil". Esse debate teve um impacto positivo no desenvolvimento saudável das relações sino-brasileiras. Nesse mesmo ano, o intercâmbio entre os dois países aumentou. Em dezembro, China e Brasil chegaram a um esboçogalera. betacordo comercial entre os dois governos, criando condições favoráveis para o fortalecimento do comércio bilateral.

A partir da décadagalera. bet1980, as relações entre os dois países se desenvolveramgalera. betforma abrangente. As visitasgalera. betalto nível se intensificaram, o entendimento mútuo se aprofundou, as relações políticas melhoraram e houve avanços notáveis na cooperação econômica e tecnológica, especialmentegalera. betáreasgalera. betalta tecnologia, alémgalera. betum crescimento constante no intercâmbio cultural.

Em julhogalera. bet1988, na presença dos presidentes da China, Yang Shangkun, e do Brasil, José Sarney, o MRE da China, Qian Qichen, e o chanceler do Brasil, Abreu Sodré, assinaramgalera. betPequim um acordo p/ o desenvolvimentogalera. betsatélitesgalera. betrecursos terrestres(Photo: Administração Espacial Nacional da China)Administração Espacial Nacional da China

Com a superação dos obstáculos, o futuro das relações sino-brasileiras revelou um horizonte brilhante. Os fatos demonstram que China e Brasil têm muitos pontosgalera. betcomumgalera. betquestões internacionais importantes, com interesses alinhados; no campo econômico e comercial, apresentam forte complementaridade e amplas possibilidadesgalera. betcooperação.

As duas "elefantes", que já começaram a caminhar juntas, podem ter dado passos lentos no início, mas, uma vezgalera. betmovimento, mostram uma força tremenda e um impulso avassalador.

Huang Zhiliang - Naturalgalera. betSuzhou, Jiangsu, nascidogalera. bet1931. Em 1951, ingressou no Institutogalera. betLínguas Estrangeirasgalera. betPequim, onde estudou nos departamentosgalera. betinglês e espanhol. Após se formar, continuou seus estudos na Universidadegalera. betHavana,galera. betCuba. Em 1960, foi transferido para o Ministério das Relações Exteriores, atuando no Escritóriogalera. betRepresentação Econômica da Chinagalera. betCuba e no Escritóriogalera. betRepresentação Comercial da China no Chile.

Em 1980, tornou-se primeiro-secretário da Embaixada da China na Argentina. Em 1985, assumiu o cargogalera. betcônsul-geral da Chinagalera. betSão Paulo, Brasil. Posteriormente, foi embaixador da China na Nicarágua,galera. bet1989, e na Venezuela,galera. bet1991.

Huang também é membro da Associaçãogalera. betEscritores da China.

*O texto original foi publicado no livro "Relatos sobre o Estabelecimentogalera. betRelações Diplomáticas entre a China e a América Latina (agostogalera. bet2007)".

**Tradução do chinês com usogalera. betinteligência artificial

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Diplomata chinêsgalera. bet93 anos relembra início turbulentogalera. betrelações com o Brasil e celebra "novo horizonte brilhante"