Manifestoxasa de apostaengenheiros, geólogos e arquitetos confirma: Porto Alegre foi vítimaxasa de apostaprefeitos incompetentes e negligentes

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Agência Brasil – O sistemaxasa de apostaproteção contra inundaçõesxasa de apostaPorto Alegre é considerado "robusto, eficiente e fácilxasa de apostaoperar e manter", mas falhou porque não recebeu as manutenções permanentes necessárias por parte da prefeitura, por meio do Departamento Municipalxasa de apostaÁgua e Esgoto (DMAE). Essa é a avaliaçãoxasa de apostaum grupoxasa de aposta42 engenheiros, arquitetos e geólogos, que divulgou um manifesto, na última quinta-feira (23),xasa de apostaque explicam o que ocorreu para a cidade ser tomada pela água do Guaíba, na maior enchente da história da capital gaúcha.

Concebido na décadaxasa de aposta1970 por engenheiros da Alemanha, com inspiraçãoxasa de apostamodelos holandeses, o sistema porto-alegrense é composto por cercaxasa de aposta60 quilômetros (km)xasa de apostadiques e barragens,xasa de apostanorte a sul da capital gaúcha. Avenidas importantes, como Castelo Branco, Beira-Rio e Diárioxasa de apostaNotícias, além da rodovia Freeway, são barragens construídas para evitar o extravasamento da água do Guaíba para áreas urbanas.

Há também um muroxasa de apostaproteção, o Muro da Mauá, que funciona como dique para área central da cidade, desde a altura da rodoviária até a usina do Gasômetro. Por toda essa extensão, há 14 comportas, que permitem a entrada e saída da água, e 23 casasxasa de apostabombas hidráulicas, que também tem as próprias comportas, e funcionam como pontosxasa de apostadrenagem da água, para devolver ,xasa de apostauma eventual inundação, ao lago.

Já os córregos (arroios) que cortam a cidade, como o Arroio Dilúvio, na Avenida Ipiranga, complementam o sistemaxasa de apostadiques internos. A cotaxasa de apostainundação do sistema éxasa de aposta6 metrosxasa de apostacheia, cuja altura na enchente do início do mês não passouxasa de aposta5,30 metros.      

"Os diques e os muros não vazam. Os vazamentos estãoxasa de apostaboa parte das comportas sem manutenção. No ano passado, quando o sistema foi acionado, durante as inundações com início no Vale do Taquari e que também inundaram a região metropolitana, as deficiências nas comportas ficaram visíveis. Fáceisxasa de apostaserem sanadas, mas não foram. As próprias casasxasa de apostabombas, bem como as Estaçõesxasa de apostaBombeamentoxasa de apostaÁgua Bruta (EBABs) estão inundadas", diz o manifesto.

O que dizem os engenheiros

"O mais urgente que tinha que ser feito, desenvergar [comportas], trocar as borrachas, não foi feito. Não precisaríamos ter sequer 10% da inundação que nós tivemos", argumentou o engenheiro Vicente Rauber, ex-diretor do antigo Departamentoxasa de apostaEsgotos Pluviais (DEP), que nos anos 1990 já tinha lançado uma publicação sobre como prevenir enchentes na cidade, que havia passado um trágico incidentexasa de aposta1941.

"Como medidas emergenciais, [o DMAE] deveria ir lá e fechar os furos, os vazamentos [das comportas]. Uma empresaxasa de apostasaneamento trabalha permanentemente com mergulhadores, eles são necessários para fazer qualquer atividade, qualquer conserto embaixo d'água. Conserta os furos e tenta religar as casasxasa de apostabomba, fazendo ensecadeiras, tirando a água dentro dela. Estamos num círculo vicioso, as casasxasa de apostabomba não funcionam porque foram inundadas, e a água não sai porque não tem bomba [funcionando]", acrescentou durante uma entrevista coletiva para lançar a carta.

"Nós temos uma barragem, que impede a águaxasa de apostaentrar. O muro e os diques são barragens. E, quando a barragem não impede a águaxasa de apostaentrar, tem um sistema que pega e joga água para o outro lado da barragem. Muito simples, tradicional, clássico e eficiente, é fácilxasa de apostafazer. É só manter as casasxasa de apostabomba funcionando, que ela vai pegar a águaxasa de apostadentro da cidade e vai jogar fora", apontou Augusto Damiani, engenheiro civil, ex-diretor-geral do DEP e do DMAE, hidrólogo e mestrexasa de apostaRecursos Hídricos e Saneamento Ambiental pelo Institutoxasa de apostaPesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Prefeitura nega faltaxasa de apostamanutenção

Procurado, o DMAE informou que, atualmente, 11 das 23 bombas estãoxasa de apostafuncionamento. No auge da inundação, 19 pararam por inundação ou por problemas elétricos. Elas estão sendo consertadas, assegurou o órgão.

Enquanto isso, moradores da região central e do norte da cidade, onde estão as bombas sem funcionamento ou com operação parcial, sofrem com o repique das enchentes, que quase colapsaram a cidade há 20 dias.

"Estamos trabalhando para religar as demais casasxasa de apostabombas. Ontem [23], durante o temporal, nenhuma saiu foraxasa de apostaoperação. Estamos trabalhando nas EBAPS [Estaçõesxasa de apostaBombeamentoxasa de apostaÁgua Pluvial] que faltam. Algumas tiramos os motores para secar, outras ainda não conseguimos entrarxasa de apostarazão da inundação. Nossas equipes estão trabalhando incansavelmente para colocar todo o sistemaxasa de apostaoperação o mais breve possível", disse o DMAE.

Em entrevista à Rádio Nacional, última quarta-feira (22), o prefeitoxasa de apostaPorto Alegre, Sebastião Melo, negou faltaxasa de apostamanutenção no sistema e atribuiu a falha à concepção do sistema.

"Em 1968, 1969, eu sou o décimo terceiro prefeito dessa leva [da década]xasa de aposta1970 para cá. Esse sistema foi concebidoxasa de apostaum jeito e ele nunca foi modificado. E ele tinha testado algumas vezesxasa de apostacentros menores e tinha respondido bem. Bom, mas ele nunca tinha sido testado com o fenômeno do tamanho que aconteceu", afirmou.

"Esse fenômeno que aconteceu, o climático, ele poderia ter acontecidoxasa de apostaqualquer cidade brasileira e talvez não fosse diferente, porque nós não temos cidades adaptadas para esse novo normal, nenhuma. Nenhuma, especialmente grandes cidades. Então, essa tragédia que aconteceu aqui, ela poderia acontecerxasa de apostaSão Paulo, Rioxasa de apostaJaneiro,xasa de apostaqualquer outro lugar. Acho que o Brasil tem que pensar no novo normal", insistiu Melo.