“A branquitude não quer largar o chicote”, diz vereadora Thais Ferreira
A vereadora Thais Ferreira (PSOL-RJ) relaciona o número ínfimobem slotmulheres pretas na política aos quase quatro séculosbem slotescravidão que os afrodescendente foram submetidos. “Muitas vezes nos sentimos tão aviltadasbem slotnossa essência preta, que chegamos a pensar que seja necessário ‘embranquecer’ para que a gente sobreviva”, disse. Assista
Abertura da Copa do Mundo bem slot 2026 será realizada bem slot uma das cidades-sedeprevistas para o mesmo, que terá lugar no 😆 conjunto e julho.
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247 - Eleita à Câmara Municipal do Riobem slotJaneiro com 14.284 votos, Thais Ferreira (PSOL) é mais uma mulher preta a ganhar voz no atual cenário político. Oriunda da periferia da zona norte carioca, a psolista falou sobre o seu início na política. “Na verdade, eu acompanho desde menina as mulheres da minha família fazendo política do cotidiano. Eu venhobem slotuma famíliabem slotmulheres pretas que sempre foram liderançasbem slotsuas comunidades e, a partirbem slotacompanhar essas trajetórias, eu acabava participandobem slotações que já eram políticas e sociais dentro dessas comunidades. E não tinha como ser diferente. Com esses exemplos dentrobem slotcasa,bem slotmulheres que eram mães e exerciam liderança política dentrobem slotsuas comunidades, eu tive muita inspiração para fazer a minha própria caminhada, que começou ainda na adolescência”, explicou.Thais relaciona o número ainda ínfimobem slotmulheres pretas na política aos quase quatro séculosbem slotescravidão que os afrodescendente foram submetidos. Segundo a vereadora, “temos um deverbem slotcasa a fazer, que é continuar batalhando para que esse quadro mude, e para que essa percepçãobem slotcomo as estruturas partidárias devem ser projetadas para dentro e para fora, devem ser transformadas. O problema é que a branquitude não quer largar o chicote. Sobreviver nesse espaço que ainda é branco,bem slotesquerda à direita, e masculino dominante, é,bem slotfato, adoecedor e violador para nós mulheres pretas. Muitas vezes nos sentimos tão aviltadasbem slotnossa essência preta, que chegamos a pensar que seja necessário ‘embranquecer’ para que a gente sobreviva. E resistir a esse ‘embranquecimento’ é uma tarefa muito árdua, que todos os pretos conscientes que estão na política vêm realizando o tempo todo”.
A jovem vereadora também questiona os padrõesbem slotreferência que são apresentados pela sociedade, que acabam excluindo a presença preta do ambiente político. “Muitas vezes quando trazemos uma referência nossa, que nem chega a ser conflitante, mas é invisível, porque sofremos um epistemicídio o tempo todo, muitos não sabem do que se trata. Então, quando vamos confrontar o que existebem slotpreto referenciado e o que existebem sloteurocêntrico, as pessoas dizem que nunca leram ou ouviram falar a respeito. Mas nós, pretos, precisamos ter feito a leiturabem slottudo o que a branquitude tem como referência, para sermos considerados num debate. Se vamos fazer uma discussão programática que seja, vão exigir que a gente saiba falar sobre o capital. Do contrário, nem entramosbem slotdeterminados espaços. No entanto, a branquitude não está preparada para discutir questões étnico raciais, mas nós pretos não podemos questioná-los porque ainda não temos poder representativo para tal”, analisou Thais.
O apresentador Ricardo Nêggo Tom considera que essa ausênciabem slotreferências faz com que os próprios pretos não deem credibilidade a candidaturasbem slotseus pares étnicos. Opinião compartilhadabem slotparte pela vereadora. “Sobre essa colocação, eu gostaria atébem slotfalar sobre uma pesquisa feita pelo grupo ‘Mulheres pretas decidem’, que descobriu que preto não votarbem slotpreto é um mito. Mas ainda existe esse lugar da faltabem slotcrédito, principalmente, para aquelas pessoas que estão na linha ‘eleitor médio’. E precisamos discutir também que ‘eleitor médio’ é esse. Eu tenho algumas dúvidas sobre essa leitura, mas nesse lugar, infelizmente, é o que vivemos durante a campanha. Quando me apresentava como candidata, as pessoas perguntavam se a candidata era eu mesma ou coisas do tipo: ‘pode ser candidata com esse cabelo?’ Isso é frutobem slotum lugarbem slotanalfabetismo político, para onde nós pretos fomos empurrados historicamente”, avaliou a parlamentar.
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