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Lula defende revolução digital inclusiva, a serviço dos desafios climáticos e da paz

Presidente propõereunião do G7 governança intergovernamental da IA, para que seja segura, transparente, promova os direitos humanos e a integridade da informação

Lula e Joe Biden no G7 (Foto: Ricardo Stuckert)

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O Papel Da Rivalidade

Agência Gov – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a inclusão social e uma governança da inteligência artificialque todos os estados tenham assento, ao discursar, nesta sexta-feira (14/6),Puglia, na Itália, na sessãotrabalho do G7. O encontro reuniu líderesalgumas das maiores economias mundiais e também contou com a participação do papa Francisco. O Brasil participa da reunião como convidado.

Lula lembrou que última participou da reunião do G7 (Itália, EUA, Reino Unido, Canadá, França, Alemanha e Japão) a convite foi2009. "Na última reunião similarque participei na Itália, na CúpulaL´Áquila2009, enfrentávamos uma crise financeira global que expôs os equívocos do neoliberalismo. Hoje o Brasil preside o @g20org num contextomúltiplos e novos desafios", observou o presidente.

Ao tratar da influência da inteligência artificial na produção do conhecimento, o chefeEstado brasileiro alertou que o "dilema existencial" deve ter no horizonte o respeito à dignidade humana.

“Conduzir uma revolução digital inclusiva e enfrentar a mudança do clima são dilemas existenciais do nosso tempo. Precisamos lidar com essa dupla transição tendo como foco a dignidade humana, a saúde do planeta e um sensoresponsabilidade com as futuras gerações.”

Segundo Lula, na área digital, a concentração está nas mãosum pequeno númeropessoas eempresas, sediadasum número ainda menorpaíses. O presidente ainda defendeu que haja uma governança internacional e intergovernamental da inteligência artificial.

África

Lula pediu atenção aos países africanos que ele afirmou ter enormes possibilidades para o futuro com seus 1,5 bilhãohabitantes e imenso e rico território. “Muitos países africanos estão próximos da insolvência e destinam mais recursos para o pagamento da dívida externa do que para a educação ou a saúde. Isso constitui fonte permanenteinstabilidade social e política”.

Conflitos

Citando os conflitos entre Rússia e Ucrânia e na FaixaGaza, Lula afirmou que estamos diante da violação cotidiana do direito humanitário. Ele lembrou que o Brasil condenoumaneira firme a invasão da Ucrânia pela Rússia. “Em Gaza, vemos o legítimo direitodefesa se transformardireitovingança”, disse

Sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia, o presidente braisleiro voltou a criticar a faltaempenho dos dois paísesbuscar o diálogo. "Já está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar. Somente uma conferência internacional que seja reconhecida pelas partes, nos moldes da propostaBrasil e China, viabilizará a paz."

Íntegra do pronunciamentoLula no na reunião do G7

Quero agradecer à primeira-ministra Giorgia Meloni pelo convite para participar deste segmento ampliado. 

Na área digital, vivenciamos concentração sem precedentes nas mãosum pequeno númeropessoas eempresas, sediadasum número ainda menorpaíses.

A inteligência artificial (IA) acentua esse cenáriooportunidades, riscos e assimetrias. Seus benefícios devem ser compartilhados por todos. Interessa-nos uma IA segura, transparente e emancipadora. Que respeite os direitos humanos, proteja dados pessoais e promova a integridade da informação.

Que potencialize as capacidades dos Estadosadotarem políticas públicas para o meio ambiente e que contribua para a transição energética.

Uma IA que também tenha a cara do Sul Global, que fortaleça a diversidade cultural e linguística e que desenvolva a economia digitalnossos países.

E, sobretudo, uma IA como ferramenta para a paz, não para a guerra.

Sem agregar valor a seus recursos naturais, os paísesdesenvolvimento seguirão presos na relaçãodependência que marcouhistória.

O Estado precisa recuperar seu papelplanejador do desenvolvimento.

Promover o emprego decente e a inclusão social são alguns dos temas que tratei ontem na Conferência Internacional do Trabalho,Genebra.

A Parceria para o Direito dos Trabalhadores que levamos adiante com o Presidente Biden tem essa finalidade.

É nesse contextocombate às desigualdades que se insere a propostatributação internacional justa e progressiva que o Brasil defende no G20.

Já passou da hora dos super-ricos pagaremjusta contribuiçãoimpostos.

Essa concentração excessivapoder e renda representa um risco à democracia.

Muitos paísesdesenvolvimento já formularam políticas eficazes para erradicar a fome e a pobreza.

Nosso objetivo, no G20, é mobilizar recursos para ampliá-las e adaptá-las a outras realidades. 

O apoiotodos os presentes nesta reunião à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que lançaremos na Cúpula do G20 no RioJaneiro, será fundamental para dar fim a essa chaga que ainda assombra a humanidade.

Senhoras e senhores,

As instituiçõesgovernança estão inoperantes diante da realidade geopolítica atual e perpetuam privilégios. O ano2023 viu o gasto com armamentos subirrelação a 2022, chegando a 2,4 trilhõesdólares. Em Gaza, vemos o legítimo direitodefesa se transformardireitovingança. Estamos diante da violação cotidiana do direito humanitário, que tem vitimado milharescivis inocentes, sobretudo mulheres e crianças.

Isso nos levou a endossar a decisão da África do Sulacionar a Corte InternacionalJustiça.

O Brasil condenoumaneira firme a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Já está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar.

Somente uma conferência internacional que seja reconhecida pelas partes, nos moldes da propostaBrasil e China, viabilizará a paz.

O G7, o BRICS e o G20 reúnem as maiores economias do planeta.

O futuro que compartilharemos dependeránossa capacidadesuperar desigualdades e injustiças históricas para vencer as batalhas que a humanidade enfrenta hoje.

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