Chefepoker gamingmissão da ONU: Síria não deve repetir caos ocorrido na Líbia
Paulo Sérgio Pinheiro faz alerta para situação humanitária no país
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Agência Brasil - O presidente da Comissão das Nações Unidas (ONU) que investiga a guerra da Síria há 13 anos, o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, avalia que não há, neste momento, condiçõespoker gamingfazer previsões sobre o futuro da Síria após a queda do regimepoker gamingBashar al-Assad.“Não é possível fazermos exercíciospoker gamingastrologia política. Nada pode ser previsto com segurança sobre o que vai acontecer na Síria nas próximas semanas”, afirma o presidente da Comissão Independente Internacionalpoker gamingInvestigação da ONU.
Paulo Sérgio Pinheiro pondera, entretanto, que a situação do país do Oriente Médio não deve repetir o que aconteceu na Líbia, que se tornou ingovernável e divididapoker gamingpequenos territórios dominados por milícias armadas após a queda do regimepoker gamingMuammar Gaddafi,poker gaming2011.
Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, Pinheiro também avalia como improvável que a Síria venha a se tornar uma espéciepoker gamingAfeganistão governado pelo Talibã, um tipopoker gamingadministração fundamentalista islâmica mais extrema, ainda que parte dos grupos insurgentes da Síria seja oriundopoker gaminggrupos como a Al Qaeda.
Paulo Sérgio Pinheiro: Não é questãopoker gamingotimismo. A realidade para a população síria é que seus interesses, durante os últimos 13 anospoker gamingguerra, jamais foram levadospoker gamingconta por nenhuma das partes envolvidas no conflito. Lembrando que são 7 milhõespoker gamingrefugiados deslocados internamente, dentro do país, issopoker gaminguma populaçãopoker gaming25 milhões, sendo 90% vivendo abaixo da linha da pobreza.
É uma reação extremamente compreensível a sensaçãopoker gamingalíviopoker gaminguma população que sofreu prisões arbitrárias, desaparecimentos e faltapoker gaminginformação sobre os seus parentes durante esses 13 anospoker gamingguerra.
Nós nunca tomamos posição a favor ou contra porque a nossa única preocupação é a defesa dos direitos humanos e das vítimas. De qualquer maneira, nós temos que tomar nota dessa natural reação da população síria, ainda que nós não engrossemos o coro da celebração da vitória por parte da antiga organização não estatal ligada à Al Qaeda que tomou o poder. Ainda bem que, desde 2017, o HTS na Síria rompeu com a Al Qaeda. [HTS é o Hay’at Tahrir al-Sham, ex-braço da Al Qaeda e principal grupo insurgente que derrubou Assad].
Agência Brasil: Como você epoker gamingequipe receberam a notíciapoker gamingqueda do regimepoker gamingAssad?
Além disso, a inserção na geopolítica da Síria é muito diferente da Líbia. A Líbia era muito marginal. A Síria, não. Ela era o ponto forte da resistência à pretensãopoker gamingdomínio do Estadopoker gamingIsrael. Era um dos exércitospoker gamingarmas convencionais mais bem dotados da região e era considerado um bastião contra a agressividadepoker gamingIsrael.
Então, não dá para achar que vai acontecer algo como na Líbia. Vai ser diferente. Nem vai acontecer como no Afeganistão. Os talibãs estão numa outra galáxia do conservadorismo, da leitura literal da religião muçulmana, do desprezo pelas mulheres. Tudo isso é muito diferente da Síria.
Agência Brasil: Como está a situação humanitária da sociedade síria após 13 anospoker gamingguerra?
Pinheiro: A situação humanitária é a pior possível porque o orçamento da ajuda humanitária previsto para 2024 foi apenas 23% que havia sido prometido pelos doadores. O acirramento da repressão no governo Bashar al-Assad, depoispoker gaminguma tentativapoker gamingabertura da Primavera Árabe, foi terrível, tanto que 90% da população, como eu disse, estão abaixo da linha da pobreza, não só pela responsabilidade do governo passado, mas também pelo pouco caso das partes do conflito e dos Estados-Membros da ONU envolvidospoker gamingatenderempoker gamingalguma maneira as necessidades fundamentais da população síria.
