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    Brasil é um dos países mais perigosos para ativistas e defensorescasino da blazedireitos humanos

    Levantamento das organizações Terracasino da blazeDireitos e Justiça Global aponta que,casino da blaze2019 a 2022, o Brasil registrou 1.171 casoscasino da blazeviolência contra defensorescasino da blazedireitos humanos

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    Por Eliane Gonçalves e Thiago Padovan, Agência Brasil - Eu sofri uma tentativacasino da blazehomicídio dentro deste território no começo deste ano”. O relato é do xondaro ruwixa Tiago Henrique Karai Djekupe, da Terra Indígena Jaraguá. Xondaro ruwixa significa líder  entre os guerreiros,casino da blazeguarani. Na semanacasino da blazeque a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 75 anos, a Agência Brasil,casino da blazeparceria com a TV Brasil e com a Rádio Nacional, publica uma sériecasino da blazereportagens sobre o tema. 

    No Brasil, o papelcasino da blazeativistas e movimentos sociais é imprescindível para que direitos e garantias fundamentais saiam do papel. Mas ser um defensorcasino da blazedireitos humanos no Brasil significa correr riscos. 

    Levantamento das organizações Terracasino da blazeDireitos e Justiça Global mostrou que,casino da blaze2019 a 2022, o Brasil registrou 1.171 casoscasino da blazeviolência contra defensorescasino da blazedireitos humanos, com 169 pessoas assassinadas. Uma marca que coloca o Brasil entre os países mais perigosos do mundo para quem defende os direitos humanos.

    “[Situações de] Pessoas passarem na frente da aldeia e ameaçar com arma. Apontar. Falar na região que minha cabeça estava a prêmio. Isso é o que vem trazendo essa dificuldadecasino da blazeeu conseguir... viver mesmo”, declara emocionado o jovem,casino da blaze29 anos, que é estudantecasino da blazearquitetura e urbanismo da Escola da Cidade. 

    “Quando eu tinha por voltacasino da blaze9 anoscasino da blazeidade chegou aqui a família Pereira Leite. A famíliacasino da blazeJoaquim Pereira Leite, que foi ministro do Meio Ambiente do [ex-presidente Jair] Bolsonaro. Ele veio reivindicando uma das áreas que estavam se formando na aldeia, que chamacasino da blazeTekoa. A Tekoa Pyau fica encostada na Rodovia dos Bandeirantes e ele chegou falando que queria fazer ali uma transportadora, acesso para a rodovia, que a área ali era dele, era uma gleba. E ele queria que nosso xeramõi [meu avô] aceitasse um punhadocasino da blazedinheirocasino da blazetrocacasino da blazesair da terra. Nosso xeramõi falou que não se trocava terra por papel e que a gente ia ficar ali, que aquela terra era sagrada para nós”, lembra. 

    Luta por direitos - A família Pereira Leite é apenas uma das 15 que reivindicam a propriedadecasino da blazepartes da Terra Indígena Jaraguá. Karai Djekupe entrou para a listacasino da blazedefensorescasino da blazedireitos humanos que são vítimascasino da blazeviolência no Brasil. O levantamento da Terracasino da blazeDireitos e da Justiça Global mostra que corre ainda mais risco quem luta pelo direito à terra ou defende o meio ambiente, como é o caso dos guaranicasino da blazeSão Paulo. De cada dez casoscasino da blazeagressões, oito foramcasino da blazepessoas envolvidascasino da blazeconflitos fundiários. Do total, 140 defensores e defensoras foram assassinados por defender seus territórios. 

    O indigenista Bruno Pereira e o jornalista Dom Phillips, mortos no Vale do Javaricasino da blaze2022, entram nessa estatística. Mas o levantamento ainda não inclui o assassinatocasino da blazeMaria Bernadete Pacífico, a Mãe Bernadete, liderança do Quilombocasino da blazePitanga dos Palmares, na Bahia, assassinadacasino da blaze2023 na frente dos netos, no dia 17casino da blazeagosto. Não é por acaso que indígenas e quilombolas estão entre as principais vítimas na luta por direitos. 

    “Ela [a luta por direitos] está atravessada por uma dicotomia, vamos dizer assim, que persiste desde o nosso passado escravagista, que é uma dicotomia entre os alguém e os ninguém”, diz o psicanalista Christian Dunker, professor do Institutocasino da blazePsicologia da Universidadecasino da blazeSão Paulo (USP).

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