Um diaapostarapostar em golsgolstragédia eapostarapostar em golsgolssilêncio
"Quanto mais fatos estarrecedores como osapostarapostar em golsgolsagora são divulgados, mais desequilibrados são incentivados", diz Eric Nepomuceno
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jogando na roletaNum filmeapostarapostar em golsgolshorror seria fácil para o roteirista e o diretor imaginarem a cena: numa cidade próspera e conservadora um homemapostarapostar em golsgols25 anos invade uma creche particular e, armadoapostarapostar em golsgolsum pequeno machado, ataca crianças.
Mata dois meninosapostarapostar em golsgolsquatro anos, outroapostarapostar em golsgolscinco e uma meninaapostarapostar em golsgolssete. Deixa feridos um meninoapostarapostar em golsgolstrês anos, e outro menino e duas meninasapostarapostar em golsgolscinco.
Terminada a tarefa macabra, com toda calma do mundo o homem se entrega para a polícia.
Se o roteirista fosse especialmente criativo, e o diretor suficientemente ousado, nenhuma das crianças mortas teria irmão ou irmã. Só filhos únicos seriam alvo das machadadas fatais.
Esse detalhe – todas as vítimas serem filhos únicos – talvez fosse considerado excessivo pelo produtor, que mandaria cortar.
Só que não foi filmeapostarapostar em golsgolshorror, foi a pura realidade, e aconteceu nesta quarta-feiraapostar em golsBlumenau exatamente como resumido aqui. O fatoapostarapostar em golsgolsserem filhos únicos inclusive.
E também não foi um caso isolado: são cada vez mais frequentes no Brasil ataques sanguinários a colégios e escolas, públicas ou particulares, tendo como alvo tanto alunos como professores.
De um ano para cá, foram dez – quase um por mês.
Não dá ainda para comparar com a tragédia vividaapostar em golsescolas dos Estados Unidos, o país que,apostarapostar em golsgolsacordo com Jair Messias, é o que o Brasil deveria ser.
Mas é preciso reconhecer que estamos assustadoramente caminhando nesse rumo.
Há uma serie consistenteapostarapostar em golsgolsfatores que levam a semelhante quadro. Desde surtos psicóticos até casos profundosapostarapostar em golsgolsdesajuste social, passando por sabe-se quantas razões mais.
Quanto mais fatos estarrecedores como osapostarapostar em golsgolsagora são divulgados, mais desequilibrados são incentivados.
Psicólogos, sociólogos e tudo que é tipoapostarapostar em golsgols“ólogo” se debruçam sobre essas tragédias.
Mas não é preciso recorrer a nenhum deles para entender que a atmosferaapostarapostar em golsgolspregaçãoapostarapostar em golsgolsviolência,apostarapostar em golsgolslouvação das armas, alimentada na paralela pela difusão descontrolada, via redes sociais,apostarapostar em golsgolsatos ameçadores e arroubos sanguinários que o país vem vivendo há pelo menos quatro anos contribui para que os riscosapostarapostar em golsgolsnovas tragédias sejam cada vez maiores.
Em meio ao espanto, à dor e ao luto, ao temorapostarapostar em golsgolsque esse perigo não deixeapostarapostar em golsgolscrescer, ouvimos um estrondoso silêncio: oapostarapostar em golsgolsJair Messias.
Nem uma única e solitária palavraapostarapostar em golsgolsrepúdio à violência e solidariedade às famílias das vítimas.
Posso estar cometendo uma injustiça abominável.
Mas não consigo me livrar da ideiaapostarapostar em golsgolsque, no fundo, ele deve ter sentido que a tragédia serviu para desviar grande parte das atenções: afinal, aconteceu no mesmo diaapostar em golsque prestou o primeiro depoimento à Polícia Federal, respondendo sobre as joias que, ao que tudo indica, tentou surripiar.
O primeiro: outros virão. E mais outros. Essa éapostarapostar em golsgolstragédia particular.
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