Tratado com União Europeia empurra Brasil à condição365bet bbbcolônia agrícola
"É inexplicável a assinatura deste tratado365bet bbblivre-comércio", escreve Jeferson Miola
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O avanço do Consenso365bet bbbWashington no Brasil no início dos anos 1990 se concretizou com a decisão das oligarquias dominantes365bet bbbeleger Fernando Collor365bet bbbMello. A Rede Globo foi decisiva. Manipulou grosseiramente a edição do último debate365bet bbbtelevisão, ocorrido na antevéspera da eleição365bet bbb1989, para prejudicar Lula e eleger Collor.Eleito, Collor prometeu a “modernidade neoliberal”, que consistia na abertura total do mercado nacional com desregulamentação econômica e livre circulação dos capitais.
O carro importado simbolizava a “nova era”365bet bbb“modernização neoliberal”, e marcaria o fim do “tempo das carroças no Brasil”, como Collor jocosamente se referia aos modelos365bet bbbveículos disponíveis no mercado interno.
Agora, mais365bet bbb30 anos depois, neste final365bet bbb2024 a mídia neoliberal e setores das elites celebram o tratado365bet bbblivre-comércio entre a União Europeia/UE e o Mercosul como se o Brasil finalmente tivesse alcançado a modernidade neoliberal prometida por Collor.
O acordo aprofunda a participação do Brasil e dos países do Mercosul no comércio com a UE como economias relegadas ao papel365bet bbbfornecedoras365bet bbbmatérias primas agrícolas e minerais. E acentua a dependência365bet bbbimportações365bet bbbbens industrializados das metrópoles.
A taxa média365bet bbbimportação do Brasil é365bet bbb15%, mas existe, no entanto, uma variação muito expressiva365bet bbbalíquotas,365bet bbbfunção das competitividades específicas365bet bbbcada produto365bet bbbcomparação com os estrangeiros.
Os vinhos, por exemplo, têm uma taxa365bet bbb27%; os carros365bet bbbluxo podem alcançar 35%; os queijos, 18%; roupas, 20%; produtos químicos, 20%; etc.
Por outro lado, a tarifa365bet bbbimportação da UE, inferior a 2%, mesmo depois365bet bbbzerada, terá um efeito inexpressivo, e não melhorará o padrão –em variedade e volume–365bet bbbexportação365bet bbbprodutos industrializados do Brasil e do Mercosul para o bloco europeu.
Além disso, com a eliminação365bet bbbbarreiras tarifárias e aduaneiras, as transnacionais europeias sediadas nos nossos países tenderão, inclusive, considerar conveniente fechar suas filiais.
E, ao invés365bet bbbproduzirem e gerarem empregos e renda aqui, as transnacionais aumentarão a produção e os empregos nas respectivas matrizes para aumentarem a exportação365bet bbbprodutos que penetrarão com força num mercado [o Mercosul] livre365bet bbbbarreiras tarifárias.
O Brasil já mantém hoje um robusto fluxo comercial com os países da União Europeia. Em 2023 o intercâmbio comercial atingiu 91,7 bilhões365bet bbbdólares, sendo 46,3 bilhões365bet bbbexportações, e 45,4 bilhões365bet bbbimportações – saldo favorável365bet bbbquase um bilhão.
Com um comércio tão intenso e um mercado comunitário regional como o Mercosul, que precisa ser protegido e expandido, é inexplicável a assinatura deste tratado365bet bbblivre-comércio. Os impactos dele são tremendamente negativos para a estrutura produtiva brasileira e dos vizinhos sul-americanos.
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