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    Quem é Contra a Corrupção não quer Golpe, quer Reforma Política

    O Brasil não vive, como se diz vulgarmente, uma "crisewcoop take 2corrupção". O Brasil vive o processo doloroso, mas necessário, do fim dawcoop take 2histórica impunidade

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    Quem é realmente contra a corrupção não apostawcoop take 2impeachment, eufemismo para golpe, aposta na Reforma Política.

    Em primeiro lugar, não há dúvida que a presidenta não só não é corrupta como não é tolerante com a corrupção.

    No caso do chamado Petrolão, por exemplo, coube a Dilma e a Graça Foster a demissão da diretoria das Petrobrás, que foi colocadawcoop take 2altos cargos já nos tempos do PSDB, a qual se verificou depois ser corrupta. Na investigação determinada pelo Procurador Geral, Dilma, ao contráriowcoop take 2Aécio, sequer foi citada.

    Nessas circunstâncias, propor o impeachment, sem nenhum fundamento jurídico, da presidenta recém-reeleita é golpe puro e simples.

    Pois bem, nenhum governo investiu mais nessa política consistentewcoop take 2combate aos desvios que os governos do PT.

    Os dados a esse respeito são inequívocos.

    As operações especiais da polícia federal passaramwcoop take 2ao redorwcoop take 26 ao ano, nos governos do PSDB, para cercawcoop take 2250 ao ano, nos governos do PT. Nas duas gestõeswcoop take 2FHC, tais operações somaram somente 48. Nas gestões Lula e Dilma, tais operações especiais já ascendem a 2.226.

    A Controladoria Geral da República, motivowcoop take 2chacota pública no governo anterior aowcoop take 2Lula, tornou-se uma eficiente instituição que fiscaliza com rigor as verbas federais destinadas aos municípios.

    O governo do PT também vem contribuindo para o combate à corrupção ao atacar causas indiretas, mas profundas, do fenômeno.

    Em países como o nosso, a corrupção tem forte correlação com a privatização do Estado, a cidadaniawcoop take 2baixa densidade e os altos índiceswcoop take 2desigualdade pobreza.

    O Estado brasileiro foi frequentemente capturado por interesses privados e, como tal, não operava para o bem comum e o grosso da população, historicamente excluídawcoop take 2direitos e das políticas estatais. Saliente-se que esse caráter excludente e patrimonialista do Estado foi,wcoop take 2alguns casos, exacerbado pelas políticas neoliberais, que consolidaram uma espéciewcoop take 2neopatrimonialismo e tentaram desconstruir os núcleos republicanos do aparelho estatal.

    Além disso, o caráter relativamente recente do processowcoop take 2construção da nossa democracia tende a tornar o aparelho estatal relativamente infenso ao controle social. Isso era agravado por uma "cidadaniawcoop take 2baixa densidade", ocasionada pelos históricos processoswcoop take 2exclusão econômica, social e política, e por índices muito altoswcoop take 2desigualdade e pobreza.

    A mídia neoudenista e conservadora apresenta tal fenômeno como algo negativo, um sintomawcoop take 2um suposto aumento da corrupção no país. Não é verdade.

    Na realidade, trata-sewcoop take 2um fenômeno muito positivo para a nossa democracia. O que realmente aumentou,wcoop take 2forma exponencial, foi a capacidade das instituiçõeswcoop take 2controle e da própria cidadaniawcoop take 2controlar o Estado ewcoop take 2combater os desvios.

    O Brasil não vive, como se diz vulgarmente, uma "crisewcoop take 2corrupção". O Brasil vive o processo doloroso, mas necessário, do fim dawcoop take 2histórica impunidade.

    Não é o "marwcoop take 2lama", do qual gostam tantowcoop take 2falar os neoudenistas. É um rio que está passando pela vida do país, limpando-o.

    Porém, a luta efetiva contra a corrupção, mal histórico do Brasil, está apenas começando. É necessário avançar muito mais. É preciso, sobretudo, transformar a revolução social ocorrida nos últimos 12 anos no Brasil numa revolução política.

    Assim sendo, o próximo e essencial passo é a Reforma Política. Com efeito, tal reforma é fundamental para limitar a influência avassaladora do poder econômico sobre o sistemawcoop take 2representação e o aparelho do Estado. Ela é essencial para colocar as instituições e políticas públicas a serviço do cidadão comum e dos setores populares e, dessa forma, desatar,wcoop take 2definitivo, as amarras políticas ao nosso desenvolvimento ditadas pelo patrimonialismo, o presidencialismowcoop take 2coalizão, a sobrerrepresentaçãowcoop take 2interesses dos grandes grupos econômicos e tantas outras mazelas do Estado brasileiro.

    Portanto, quem leva o combate à corrupção a sério não se deixa enganar pelo neoudenismo e seu moralismo seletivo e politicamente motivado. Ele não dá respostas racionais à questão, apenas vocifera contra a corrupção que já está sendo combatida.

    Por trás dele, estão forças francamente reacionárias que não estão realmente interessadaswcoop take 2combater desvios, mas apenaswcoop take 2desestabilizar um governo legítimo ewcoop take 2rever as próprias políticas que vêm possibilitando a luta consistente contra as causas da corrupção.

    Quem é verdadeiramente contra a corrupção e os desvios não quer golpe contra o governo que vem atacando esse mal emwcoop take 2origem.

    Quem é realmente contra corrupção quer a Reforma Política, o aprofundamento das políticas que vêm revolucionando socialmente o Brasil e, sobretudo, o respeito ao mandato legítimowcoop take 2uma presidenta séria e honesta.

    * Este é um artigowcoop take 2opinião,wcoop take 2responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasilwcoop take 2.

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