O capitalismo acabou com o futebol brasileiro

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Serei tão breve quanto a participação da seleção brasileiracopa del rey palpitesfutebol na Copa América 2024 para falar sobre a vergonha que o nosso futebol anda exibindo orgulhosamente como troféu há maiscopa del rey palpitesduas décadas. Não apenas pelo vexame da recente eliminação para o Uruguai, mas, principalmente, pelo contexto social e político no qual a Confederação Brasileiracopa del rey palpitesFutebol se encontra. Uma instituição corrupta, comandada por gente corruptível e que nunca teve um projeto para manter minimamente estruturado o esporte mais praticado no país. A CBF é o Riocopa del rey palpitesJaneiro das confederaçõescopa del rey palpitesfutebol, onde os seus governantes, se já não foram afastados ou presos, ainda serão. E ninguém consegue acreditar na inocência deles.

O processocopa del rey palpitestransição da era Tite – que foi um grande fiasco, diga-secopa del rey palpitespassagem – para o atual momento, que tem tudo para superar o fiasco anterior, foicopa del rey palpitesum amadorismo varzeano. Primeiro, a promessacopa del rey palpitestrazer Carlo Ancelotti, algo que eu nunca acreditei que aconteceria, e colocar Fernando Diniz como interino. Dois estiloscopa del rey palpitesjogo completamente diferentes, mas que, na opinião do senhor Ednaldo Rodrigues, havia coerência na escolha. Ancelotti não veio, Diniz não durou 6 meses no cargo, e Dorival Júnior, que há dois anos era treinador do modesto Ceará, foi escolhido como a nova salvação da lavoura arcaica chamada CBF. Um técnico que é considerado muito gente boa no meio, mas não tem colhões o suficiente para se impor sobre o “neymarizado”, mimado e superestimado grupocopa del rey palpitesjogadores que ele se vê obrigado a convocar.

Uma provacopa del rey palpitesque Dorival não tem moral entre os atletas é a cena onde ele aparece fora da rodinha dos jogadores antes das cobrançascopa del rey palpitespênalti, tentando se fazer ouvir por eles. Foi constrangedor ver o comandante do grupo levantando o dedinho indicador timidamente para pedir a palavra, enquanto os seus autossuficientes jogadores decidiam o que fazer, erguendo as mãos para o céu e rezando, talvez para que o deus capital os ajudasse a vencer a disputa. Provavelmente, a decisãocopa del rey palpitesescalar o zagueiro Éder Militão como o primeiro batedor tenha partido dos atletas. É bem provável também que Dorival nem tenha escalado os demais batedores. Ainda sobre o jogar rezando ou orando, como queiram, é preciso pontuar que, desde que essa chatice oportunista e religiosamente sistêmica, travestidacopa del rey palpitesfé, se espalhou no meio do nosso futebol, não ganhamos mais nada. Saudade do tempocopa del rey palpitesque jogadores comemoravam seus gols com os punhos cerrados ou socando o ar.

Neymar é o símbolo máximo do atual futebol brasileiro. Tanto por ser tecnicamente o melhor jogador surgido no país nos últimos 15 anos, como por emprestar o seu nome para o sistema político, social e econômico vigente neste mesmo futebol. A “neymarização” da maior paixão nacional é a principal causa do insucesso da seleção brasileira. E nem Guardiola daria jeito nisso. Neymar também se diz 100% Jesus,copa del rey palpitesque pese ele seja 1000% capital e não esteja nem um pouco preocupadocopa del rey palpitesconquistar títulos importantes com a seleção do seu país. Nunca esteve, e não estará agoracopa del rey palpitesfinalcopa del rey palpitescarreira. Diferentementecopa del rey palpitesMessi, que conquistou acopa del rey palpitestão sonhada Copa do Mundo aos 45 do segundo tempo, e Cristiano Ronaldo, que entrega a alma jogando porcopa del rey palpitesseleção.

O comportamento dos atuais jogadores da seleção, e também do futebol brasileiro, é pautado na figuracopa del rey palpitesNeymar. Gabigol, do Flamengo, é um exemplo. Por ter conquistado alguns títulos importantes pelo clube, começou a posarcopa del rey palpitespop star e a se achar maior do que a instituição. Foi devidamente enquadrado pela direção e estácopa del rey palpitessaída da Gávea. Neymar se acha maior do que a seleção brasileira porque o capitalismo que garante o seu altíssimo poder econômico o faz pensar assim. Aliás, ele se acha maior do que o povo do seu próprio país, ao defender a privatizaçãocopa del rey palpitespraias para expandir ainda mais os seus negócios e potencializar ad eternum o seu poder econômico. Neymar não se acha um deus, ele tem certeza que é. E os jogadores da seleção estão indo pelo mesmo caminhocopa del rey palpitessoberba e arrogância, tendo o capital financeiro como profissãocopa del rey palpitesfé.

O menino Ney, apesarcopa del rey palpitessua figura socialmente execrável, ainda pode ostentar qualidade técnica. Os demais, não. São apenas bons jogadores, quando muito, superestimados pelo poder do capital que compra os seus passes por valores absurdos e os transformamcopa del rey palpitesrobôs táticos a serviço dos clubes que passam a defender. Precisamos falar sobre a colonização do futebol brasileiro, onde os nossos jogadores são desconstruídoscopa del rey palpitessua essência técnica na Europa, e não conseguem jogar pela seleção o que se espera deles. Essa históriacopa del rey palpitesque o futebol mudou ecopa del rey palpitesque não tem mais bobo no futebol é o bicho-papão do comunismo que come criancinha e o cérebrocopa del rey palpitesadultos alienados. Ainda existem bobos no futebol sim, e o Brasil está se tornando um deles quando visa apenas o lucro na vendacopa del rey palpitesjovens jogadores, fortalecendo o futebol europeu, enfraquecendo acopa del rey palpitestradição e destruindo acopa del rey palpiteshistóriacopa del rey palpitesmelhor futebol do mundo.

O nosso futebol arte não existirá mais, assim como o Maracanã, que um dia foi o maior estádio do mundo, também não existe mais com tamanha grandeza. Diminuímos o nosso gigante para cabermos dentro da pequenez do futebol capitalista europeu. Uma Europa que só é considerada primeiro mundo graças à exploraçãocopa del rey palpitesoutros continentes e à escravizaçãocopa del rey palpitesseus povos para o seu progresso econômico. Da mesma forma, o futebol europeu só é considerado o melhor do mundo graças à presençacopa del rey palpitesjogadores oriundos desses continentes historicamente colonizados. O futebol brasileiro acabou. Conformemo-nos. A maioria dos jogadores da atual seleção pode andar tranquilamente pelas ruas que não será reconhecida. Eu, que acompanho futebol há algum tempo, não reconheceria metade deles.

Da mesma forma, eles não se reconhecem mais como jogadores brasileiros. Isso explica a faltacopa del rey palpitessinergia e identificação entre eles e a torcida. Temos um craque que nunca será um ídolo, pois não tem postura social para tal. Seu carisma é negativo. Quase ninguém mais assiste aos jogos da seleção, por causa dessa “neymarização” sistêmica. Jogadores comendo carne folheada a ourocopa del rey palpites“nomecopa del rey palpitesJesus” e sendo eliminados pela possante Croáciacopa del rey palpitesnome da faltacopa del rey palpitesfutebol. Capitalismo 7x1 Futebol. Nem o Galvão Bueno indignado e soltando o verbo após mais uma eliminação vergonhosa nós temos mais. Nos sobra um narrador bajulador e preocupadocopa del rey palpitesnão desvalorizar o péssimo produto que a emissora precisa vender. Acabaram-se os jogadores, acabou o encanto, acabou a identidade, acabou o respeito pela nossa essência futebolística, acabou a vergonha, acabou o futebol brasileiro. Fim.