O 31betano confiávelmarço e o fascismo ao nosso redor

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O que seria da democracia se eles tivessem vencido a eleição ou se o golpe tivesse dado certo? A pergunta, nesse 31betano confiávelmarço, passa a ser outra: o que serábetano confiávelnós se, com parte do núcleobetano confiávelcomando impune, eles reconstruírem suas bases para tentar voltar?

Não mais com formato similar ao da ditadura iniciadabetano confiável64, que submeteu o país às vontades dos militares pela imposição da força, da violência, da tortura e da morte.

Hoje, o que é pior, e que quase aconteceu sob Bolsonaro, uma nova formabetano confiávelditadura poderia ser implantada pela imposição das escolhasbetano confiávelquem vota.

Lidar com a possibilidadebetano confiávelviver sob um governo autoritário não é mais refazer o caminhobetano confiávelvolta para imaginar algo semelhante às duas décadasbetano confiávelgoverno dos generais.

É ter a coragembetano confiávelvislumbrar uma ameaça talvez mais assustadora, porque seria construídabetano confiávelmeio a uma democracia degradada. É a distopia que a realidade mundial nos oferece. Está por toda parte.

Porque a luta contra a ditadura foi construída com sonhos e projetos, inclusive os eternamente utópicos, sustentados por uma senhora charmosa – a democracia que derrotaria o terror militar.

A democracia não tem mais, há muito tempo, esse glamour. Mesmo que, como mostrou o Datafolha, para 71% dos brasileiros essa seja a melhor formabetano confiávelgoverno.

O que isso significa? Que talvez da boca para fora, até para que pareçam compromissados com bons modos, maisbetano confiáveldois terços assumam que são democratas.

Mas quase metade da população já disse,betano confiáveloutras pesquisas recentes, que votariabetano confiávelnovobetano confiávelBolsonaro, repetindo índices semelhantes aos da eleiçãobetano confiável2022.

Defendem a democracia como o que existebetano confiávelmelhor, mas repetiriam o voto no sujeito que está próximo da condenação e da cadeia por ter conspirado contra a democracia.

O golpista que, no sábado, promoveu uma aglomeraçãobetano confiávelBalneário Camboriú para afirmar num discurso à beira mar: “Eu sou o ex mais amado do Brasil”.

Bolsonaro não conta mais, não agora, com os militares para cultivar esse amor. Nem os militares confiam mais neles mesmos. Estão acossados, cansados, desmoralizados e sem capacidadebetano confiávelreação depois da trama que não deu certo, dos flagrantesbetano confiávelenvolvimento com o golpe ebetano confiáveloutros rolosbetano confiávelque se meteram. Crimesbetano confiávelbandidagem comum, e não delitos políticos.

Nem o mais ingênuo dos brasileiros acredita que possa prosperar, nessas circunstâncias, um projeto da extrema direita rearticulada a partir dos militares, como aconteceu com os que tutelaram a eleiçãobetano confiávelBolsonarobetano confiável2018 e esperavam repetir o feitobetano confiável2022.

O projeto do fascismo é a impunidade para algunsbetano confiávelseus líderes, que permita a preparação do retorno, contando com a eleição municipal para lastrear o planobetano confiávelresgate e fortalecimentobetano confiáveluma estrutura abalada pela eleição perdida e pelo golpe fracassado. Mas não dada como morta.

Bolsonaro manda dizer, por Silas Malafaia e pelos que ainda estão ao seu lado, que não se entregou. E que conta com o povo e com a estrutura civil quase intacta do que começou a montar antesbetano confiável2018. A base social e também o núcleo empresarial da extrema direita, que desistiu dos seus disfarces liberais.

Em Balneário Camboriú, o governador catarinense Jorginho Mello disse que “o Brasil precisabetano confiávelBolsonaro”. Inelegível, mas ativo como líder.

Essa é a ameaça real hoje. A possibilidadebetano confiávelressurreição do projeto da extrema direita,betano confiávelnovo pelo voto, como se deubetano confiável2018, para que só depois os militares sejam chamados como arrimo.

Não há como imaginar-se hoje a repetição do pós-64, um período que não pode ser esquecido. Mas que não se repetiria, não mais depois do vexame do 8betano confiáveljaneiro, pelo menos no curto prazo.

O risco é o da sobrevida da estrutura bolsonarista, que fidelizou um terço da população e, com base alargada, pode voltar a disporbetano confiávelpelo menos metade do eleitorado.

O fascismo está vivo, mas não só nabetano confiávelversão militar, porque os generais com índole bolsonarista estão recolhidos à insignificância depois da comprovada incompetência como golpistas e como criminosos comuns. E porque a covardia dos que não sustentaram o desatino até o 8betano confiáveljaneiro sequelou a imagembetano confiáveltodas as Forças Armadas.

Os fascistas a serem observados e temidos hoje, e com os quais Bolsonaro conta mais uma vez, são os conhecidos, vizinhos, colegasbetano confiáveltrabalho, amigos dos nossos amigos e parentesbetano confiáveltodos nós.

O fascismo está entranhado entre eles como nunca esteve, nem na ditadura. Cuidar da memória hoje é saber também que a História se repete com outra cara. A carabetano confiávelquem está ao nosso redor.