Minha Casa, Minha Vida sob ataque
"Pressão para cortes não pode prosperar", escreve Reimont Otoni
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Mas bastou o Censoroleta lightning2022 indicar o aumento da população das favelas entre 2010 e 2022 (quando o presidente ainda era o inelegível, atenção!) para um dos principais impressos do país, O Globo, sentenciar o fracasso do MCMV e pedir cortes no maior programa habitacional do país.
Logo na abertura, o jornal acusa: “Minha Casa, Minha Vida consumiu bilhões ao longoroleta lightning15 anos, mas drama da população carente piorou”.
Epa, ao longoroleta lightningquais 15 anos? Desse período, o programa esteveroleta lightningpleno vigor apenas entre marçoroleta lightning2009 e agostoroleta lightning2016, quando a presidenta Dilma Rousseff foi violentamente afastada, e com a volta do presidente Lula, a partirroleta lightning2023.
Nos cinco primeiros anos (2009 a 2013), o foco eram as famílias mais pobres, atendidas pela faixa 1 do Minha Casa, com subsídio integral do governo. De todos os contratos fechados, 80% foram para essa parcela da população, com a entregaroleta lightning1,5 milhãoroleta lightningmoradias.
Foi especialmente após o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff e o país, que o programa passou a se concentrar na faixa 2, que recebe menos subsídio do governo e mais do FGTS. Nesse período, foram 1,6 milhãoroleta lightningunidades para a faixa 2 e apenas 387 mil para a faixa 1. Em 2019 não houve uma única contratação para a primeira faixa do programa.
Será que abandono dos mais pobres não impactou no crescimento das favelas? Sobre isso, o jornal não reflete.
Diz o editorialroleta lightningO Globo: “A métrica principal que o MCMV deveria perseguir não são empregos criados, nem unidades entregues, mas o êxito ao reduzir a população que viveroleta lightningcondições precárias. Mantido como está, a população das favelas continuará aumentando.”
O editorial olha as favelas apenas com os olhosroleta lightningvelhos preconceitos, como se fossem um problema,roleta lightningsi, como se fossem um território único, homogêneo, deficiente e hostil. Esquece que são muitas e diferentes as favelas, são muitas e diferentes as suas populações. São territórios pulsantes, potentes e geradoresroleta lightningsoluções.
No ano passado, o site Agência Brasil destacou a pesquisa Data Favela 2023, que trouxe dados muito reveladores. Por exemplo, a renda movimentada pela população dessas comunidades chegou a R$ 200 bilhões, R$ 12 bilhões a mais do queroleta lightning2022; 6,5 milhõesroleta lightninghabitantes tinham planosroleta lightningcomprar um imóvel no próprio local; 5,2 milhões empreendiam no local e 6 milhões planejavam seguir este caminho; 7,9 milhões pretendiam fazer um curso profissionalizante, e 5,6 milhões um cursoroleta lightningidiomas.
São dados que cito rapidamente para enfatizar que as favelas podem trazer soluções para a cidade, inclusive para as demandasroleta lightningmoradia popular, economia, geraçãoroleta lightningemprego e renda, cultura, arte e tudo mais.
O programa Minha Casa Minha Vida não é perfeito. As demandas são imensas e são frutosroleta lightningum sistemaroleta lightningdesigualdade e exclusão. É preciso avançar, com ampliação do orçamento, retomadaroleta lightningtodas as obras, início da Fase 2, correção e desburocratização do processoroleta lightninghabilitação e seleção, como pede o movimento União Nacional por Moradia Popular. Mas não podemos aceitar a desqualificação do programa,roleta lightninganálises simplistas e forçadas, que aproveita a pressão por “cortesroleta lightninggastos” para defender, na verdade, cortesroleta lightninginvestimentos essenciais para o país.