Messi, Milei, e o pacto da branquitude argentina para apagar os negros da história do país

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Os haters da “esquerda operária” ficarão chateados comigo, mas umapostarapostar em duas casasduas casasseus ídolos será questionado nesse artigo. Porém, antesapostarapostar em duas casasduas casaschegar a parte que toca a Messi, é preciso contextualizar o papo lembrando dos antecedentes históricosapostarapostar em duas casasduas casasuma Argentina marcada pelo extermínio da população preta que habitava o país. Extermínio que se deu durante as guerras da independência, quando os africanos escravizados eram colocados na linhaapostarapostar em duas casasduas casasfrente das batalhas para morrerem primeiro. Os chamados “buchasapostarapostar em duas casasduas casascanhão”, seres dispensáveis na avaliação do governo e dos comandantes militaresapostar em duas casasmeio aos ataques inimigos. Aqueles que não morreram como “heróis” foram abandonados à própria sorte, após a Constituiçãoapostarapostar em duas casasduas casas1853 e a abolição da escravatura no mesmo ano.

Esquecidos propositalmente pelo governo, restou a eles se abrigarem nos guetos e favelas do país, onde a carênciaapostarapostar em duas casasduas casassaneamento básico, a faltaapostarapostar em duas casasduas casasemprego e a alimentação precária os deixava expostos a inúmeras doenças que resultaramapostar em duas casasmortes. Um roteiro bem parecido com a história do Brasil. A diferença está na cordialidade do nosso racismoapostarapostar em duas casasduas casascada dia. Um substantivo feminino que os argentinos não fazem a menor questãoapostarapostar em duas casasduas casasutilizar quando se referem aos pretos. O futebol é uma prova clara do que eu estou falando. O cântico racista e transfóbico entoado pelos jogadores argentinos após a conquista da Copa América, é apenas plus no históricoapostarapostar em duas casasduas casasofensas, injúrias e crimes raciais cometidos por eles contra jogadores pretos. E o que mais me intriga, é o fatoapostarapostar em duas casasduas casasqueapostar em duas casastodas essas oportunidades, nenhum jogador argentino se manifestou condenando tais agressões raciais. Nem mesmo o saudoso e esquerdista Diego Maradona.

Javier Milei, o atual presidente da república institucionalmente racista (assim como a brasileira), se posicionou favorável à manifestação abjeta dos jogadores da seleçãoapostarapostar em duas casasduas casasseu país. Segundo o médium audiente que se aconselha com o seu cachorro falecido, "nenhum governo pode dizer o que comentar, o que pensar ou o que fazer à Seleção Argentina". Uma resposta ao subsecretárioapostarapostar em duas casasduas casasesportes do país, Julio Garro, que cobrou uma retratação por parte dos jogadores argentinos. Garro foi demitido do cargo por Javier Milei, por tentar romper com a tradição racista do futebol argentino. Ainda mais grave foram as declarações da senhora vice-presidente, Victória Villarruel, que disse que "nenhum país colonialista vai nos intimidar por uma cançãoapostarapostar em duas casasduas casascampo ou por dizermos verdades que não querem admitir. Paremapostarapostar em duas casasduas casasfingir indignação, hipócritas."

As verdades às quais quis se referir a advogada ultraconservadora e herdeira da sanguinária ditadura militar que assolou o país por décadas, é que os pretos são mesmo inferiores e que seria hipocrisia defendê-los contra o racismo dos europeus. Incluindo a federação francesaapostarapostar em duas casasduas casasfutebol que acionou a Fifa exigindo providências sobre o caso. Villarruel está alinhada com o pacto da branquitude argentina que convencionou negar a existênciaapostarapostar em duas casasduas casasnegros na história do país. Tanto, queapostarapostar em duas casasduas casastodas as seleçõesapostarapostar em duas casasduas casasfutebol da América do Sul, a Argentina é a única que não tem jogadores negrosapostar em duas casasseu elenco nas últimas três décadas. Os dois jogadores considerados negros que consegui encontrar depoisapostarapostar em duas casasduas casasárdua pesquisa, que vestiram a camisa da Argentinaapostar em duas casastoda a história da seleção, são Héctor Baley, goleiro reserva na copaapostarapostar em duas casasduas casas1978, e Héctor Enrique, atacante reserva na copaapostarapostar em duas casasduas casas1986. No Brasil, os dois seriam considerados pardo e indígena, respectivamente.

E Messi, hein? O que teria a dizer aquele que é considerado por muitos (os quais eu não me incluo) o maior astro do futebol mundial dos últimos? Aliás, o que Messi já falouapostarapostar em duas casasduas casasrelevante como cidadãoapostar em duas casastoda aapostarapostar em duas casasduas casascarreira futebolística? Alguém se lembra? Talvez, nada. E assim continuará nesse caso. Mas acredito que deveríamos questionar a divindade e cobrar dele um posicionamento a respeitoapostarapostar em duas casasduas casasmais essa manifestação racistaapostarapostar em duas casasduas casasseus companheiros. Afinal, estamos falandoapostarapostar em duas casasduas casasuma baita representatividade do mundo do futebol. Um mundo, por vezes, à parte da realidade das bilhõesapostarapostar em duas casasduas casaspessoas que adoram o esporte e o tem como uma grande paixão. Por que Messi nunca se posicionou contra o racismo? Cobrávamosapostarapostar em duas casasduas casasPelé e cobramosapostarapostar em duas casasduas casasNeymar uma conduta social exemplar, mas deixamos sempre um pano limpo e seco para passar no chão que o argentino, se não suja, permite que outros o façam ao seu lado. Messi está acima do bem e do mal? Ou será que aapostarapostar em duas casasduas casasbranquitude intimida a muitos?

Se Messi fizesse o que Neymar faz fora dos gramados, talvez estivéssemos cobrando um posicionamento social mais engajadoapostarapostar em duas casasduas casassua parte. No entanto, ele se comporta bem, não promove festinhas regadas a modelos e champanheapostarapostar em duas casasduas casasluxo, não quer ser superstar, não apoia presidente fascista e racista....ou apoia? Debochar da escravizaçãoapostarapostar em duas casasduas casasseres humanos, do processoapostarapostar em duas casasduas casasimigração ao qual eles precisam se submeter para tentar sobreviver com alguma dignidade e inferiorizar suas origens étnicas, está longeapostarapostar em duas casasduas casasser apenas uma “cançãoapostarapostar em duas casasduas casascampo” ou uma provocação ao adversário. Do mesmo modo, tentar ridicularizar um homem por ele se relacionar com uma mulher trans, não deve ser mais aceitávelapostar em duas casasnossa sociedade. Até porque, muitos homens o fazem às escondidas, no sigilo, sem a coragem que Mbappe teveapostarapostar em duas casasduas casasassumir o seu relacionamento. Que façam da maneira que julgarem melhor para si, mas não destilem transfobia e hipocrisia disfarçadasapostarapostar em duas casasduas casaszoeira.

Me gritaram: “identitário”, os operáriosapostarapostar em duas casasduas casascondomínio da esquerda revolucionária que acreditam que a pauta racial destrói a lutaapostarapostar em duas casasduas casasclasses, ignorando a interseccionalidade dos fatos. Dá zero para eles, professor Girafales. Porque Marx e Engels, talvez, também me dessem zero. Principalmente, se eu questionasse o que o velho e bom Karl quis dizer quando me pareceu satirizar os mexicanos questionando se “é um golpeapostarapostar em duas casasduas casasazar que a magnífica Califórnia tenha sido tomada (pelos americanos) dos preguiçosos mexicanos que não sabiam o que fazer com isso? ” Também gostariaapostarapostar em duas casasduas casasentender melhor o que Engels quis dizer quando escreveu que “entre nós os axiomas matemáticos parecem evidentes para toda criançaapostarapostar em duas casasduas casasoito anos, e não precisam ser comprovados pela experiência, são apenas o resultadoapostarapostar em duas casasduas casasherança acumulada. Mas seria difícil ensiná-los para um sul-africano ou um aborígene australiano. ”  Mexicanos preguiçosos, africanos pouco inteligentes, indígenas indolentes...Trump, Bolsonaro e Milei concordaram com essas afirmações. Freud e o pacto da branquitude explicam. 

Para o bem do futebol e da civilização, a seleção argentina deveria ser suspensa por um períodoapostarapostar em duas casasduas casascompetições oficiais, caso o governo do país mantenha a posiçãoapostarapostar em duas casasduas casasendossar o racismo e a transfobia cometidos pelos jogadores. Incluindo, o alienado Lionel Messi, que precisa entender o tamanho da estatura que atingiu dentro da sociedade e aprender a se posicionar socialmenteapostar em duas casasquestões como estas. Mas, infelizmente, não parece ser do perfilapostarapostar em duas casasduas casasjogadores argentinos se engajarem no combate ao racismo. Os cinco companheiros franceses (todos negros)apostarapostar em duas casasduas casasEnzo Fernandes, o jogador que gravou o fatídico vídeo no ônibus da delegação, aguardam ansiosamente o seu retorno ao Chelsea para que ele dê mais explicações sobre o ocorrido. Entre eles, o zagueiro francês Wesley Fofana, que criticou os argentinos nas redes sociais. apostar em duas casas Mais uma bola fora do futebol argentino, conhecido por reduzir jogadores brasileiros a “macaquitos”. Gritam-lhes: “hermanos”, eu não.