José Sócrates: entre o aldrabão e o galo expiatório

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Não tinha a pretensãocontacter zebetescrever sobre esse assunto, mas recebi várias mensagenscontacter zebetredes sociais a me perguntarem sobre José Sócrates, corrupção e a Operação Marquês (que tem certas semelhanças com a “lava jato” no Brasil).

Até o momentocontacter zebetque escrevo essa coluna Sócrates vai ser julgado por lavagemcontacter zebetdinheiro e falsificaçãocontacter zebetdocumentos – e não por corrupção. O que sei sobre o caso é via artigoscontacter zebetjornais e reportagens, contudo, tenho uma “tese” mais geral sobre a tal Operação Marquês, J. Sócrates e o banqueiro Ricardo Espírito Santo (quecontacter zebetsanto não tem nada como todo “bom” burguês):  

1. Sócrates foi mais um serviçal e defensor dos interesses da classe dominante portuguesa no aparelhocontacter zebetEstado, enquanto primeiro-ministro. Talvez o seu “estilo” petulante, arrogante e prepotente tenha se colocado muitas as vistas. Em suma, acontacter zebetposição é anti-classe trabalhadora e muito longe do socialismo da sigla do seu partido. Já escrevi sobre isso no artigo “Portugal não é um país Socialista” (http://vroly.com/blog/portugal-nao-e-um-pais-socialista).2. A minha convicção “alla lava-jato” é que Sócrates poderá estar envolvidocontacter zebetmuita coisa ilícita e imoral. Nesse sentido, peço licença ao leitor para recorrer a metáfora do galinheiro (que devemos extinguir e colocar fim a exploração animal), a fimcontacter zebetexplicitar o que penso sobre a relação (generativa) corrupta entre o Estado e a Classe Dominante (E - CD). Imaginemos que adentramos a um galinheiro/galeiro (relação E - CD) e dizemos o seguinte: “vou apontar para vocês, uma/um galinha/galo (corrupção)”; não importa para onde aponte, lá estará uma galinha/galo. Só que por vezes temos um galo que gostacontacter zebetcacarejar muito ou tem uma crista muito alta, e, suponho que chame mais a atençãocontacter zebettoda a gente.

3. José Sócrates até pode ser culpado (não posso afirmar por questões óbvias), mas ele enquanto agente do Estado não expressa todos os males da relação corrupta entre o Estado e a burguesia liberal-monopolista, especialmente a bancária/financeira, e, no casocontacter zebetquestão, Ricardo Espírito Santos e o seu antigo banco. O problema central no meu entendimento é que a relação corrupta (não apenas a tipificação penal) que tenho sinalizado não é excepcionalidade, mas é constitutiva da sociedade liberal-capitalista, tornando-se ainda mais corrupta nacontacter zebetconfiguração neoliberal. Portanto, o problema não é um galocontacter zebetcrista alta, mas esse modocontacter zebetrelação social chamado capitalismo que é fundado na desigualdade, exploração humana e da natureza, ramificadocontacter zebetdiversas formascontacter zebetopressão.