Quem gostapobreza é o capitalismo. Quem gostadesigualdade é o neoliberalismo. Quem gostaguerra, intervenção e vassalagem, é o imperialismo. Quem não gostanada disso é a China. O Brasil também costuma não gostar, e assim se estreitam os vínculos que aproximam os dois países. Neste novembro2024, a China baixou no Brasil para acompanhar o presidente Xi Jinpingvisita oficialchefeEstado a convite do presidente Lula, que o receberáBrasília, alémparticipar da reunião anual dos chefesEstado e governo dos 20 países mais ricos, o G20, que teve o Brasil como anfitrião e terminou nesse 19novembro.
O Brasil abriu a reunião, dia 18, lançando o programa Aliança global contra a fome e a pobreza, aprovado e firmado na declaração final do evento realizado no RioJaneiro. A iniciativa do presidente Lula reduziu ainda mais a distância no tempo e no espaço entre China e Brasil. Há pelo menos 46 anos, o Estado chinês vem praticando o que chamaalívio da pobreza na China, desde que Deng Xiaoping declarou que o socialismo não tem nada a ver com pobreza, flagelo que condena os povos à fome. Hoje,todo o mundo a pobreza atinge cerca1 bilhão e 100 milhões dos 8 bilhões e 200 milhõeshabitantes do planeta, segundo a Organização das Nações Unidas. Nenhum dos atingidos está na China. Há 4 anos, o governo erradicou a pobreza absoluta, cumprindo 10 anos antes a meta do Desenvolvimento Sustentável estabelecida pela ONU para 2030.
Nos meses e semanas que antecederam o G20 e a visitaXi Jinping, a China promoveu e segue promovendo intensa programação culturalcidades brasileiras, marcando a importância das manifestações artísticas como meioabrir as sensibilidades e possibilitar melhor entendimento entre os dois povos. Houve concerto da Orquestra Sinfônica chinesa com repertório sino-brasileiro, exposição fotográfica ‘Belo Brasil, Bela China’ acompanhadaálbum impresso com o registrosimilaridades, por exemplo, entre capoeira e Kung Fu, Corcovado e Muralha da China, Escola e Samba e ÓperaPequim. Em turnê por cidades brasileiras, a Companhia Nacional da ÓperaPequim encerrará o calendário das atividades culturais.
Também foi lançadoportuguês o livro ‘Superar a Pobreza’, coletâneadiscursos e textosXi Jinping pronunciados e escritos a partir do trabalhobase que realizouNingde, provínciaFujian, quando secretario do Comitê Local do Partido Comunista da China no período1989 a 1990. Xi mostra que o desenvolvimento econômico e social da cidade se deu com a governança centrada no povo, fundamentada na realidade do país, na abertura para cooperação e benefícios mútuos, e espíritoreforma e inovação.
No ‘Seminário sobre a Governança da China e do Brasil’, realizadoseguida ao lançamento do livro, os chineses destacaram a importânciaregiões empobrecidas rejeitarem ideais empobrecidos e a resignação diante das condiçõespobreza. “A redução da pobreza requer mudançamentalidade eatitude do governo e do povo.”, o que só é possível com a compreensão do territórioque se vive, laços estreitos com o povo, funcionários e autoridades estatais com competências básicas e domínio das leis objetivas presentes na prática diária das pessoas. Salientaram que os métodos e formato das iniciativas precisam ser aceitáveis a quem se destina, do contrário o trabalhoconscientização não terá nenhum efeito. Ou seja, escuta do outro e nadarelação vanguarda-massa.
A caminho do Brasil, Xi Jinping esteve no Peru para inaugurar o porto marítimoChancay. A vantagem das águas profundascerca18 metros e os 15 ancoradouros recebem naviosgrande calado sem riscoencalhar. O mar é o principal modaltransporte comercialmercadorias e a rota do Oceano Pacífico por Chancay integrará América Latina e Caribe e Ásia,viagens reduzidasaté 20 dias proporcionado menores custos. Desde então, sem precisar mais utilizar o portoLong Beach, na Califórnia. Em relação à Venezuela, na véspera o presidente Nicolás Maduro assinou a Lei do Acordo entre China e Venezuelapromoção e proteção entre as duas nações para o progresso dos investimentos, lei aprovada pela Assembleia Nacional.
A viagem do presidente da China ao Sul Global segue reafirmando que o presente e o futuro da humanidade é partilhar da paz que não pode ser imposta pela força. Que o destino é a sociedade planetária do ganha-ganha,que a soma do desenvolvimento soberano, harmônico e multipolarcada um se afasta do jogosoma zeroque alguém tem que perder para o outro ganhar.
O artigo do presidente Xi Jinping publicado na imprensa brasileira antecedendochegada teve como título ‘China-Brasil: Com futuro compartilhado e amizade que supera distâncias é horanavegarmos juntos sob velas cheias’. &nbsp;O texto ressalta que “o presidente Lula adotou combate à fome e à pobreza como um tema principal da cúpula e propôs o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, à qual a China expressa grande apreço e apoio”, e segue dizendo aguardar “também trabalhar junto com o presidente Lula para conduzir as relações China-Brasil a entrar nos novos 50 anos dourados e formar uma comunidade com futuro compartilhado mais justo e mais sustentável”.
Porvez, o presidente Lula abriu a reuniãoCúpula do G20 dizendo que fome e pobreza são símbolos máximos da tragédia coletiva que assola o planeta, e “compete aos que estão aquivolta desta mesa a inadiável tarefaacabar com essa chaga que envergonha a humanidade”.
Falandomesa, veio à lembrança o então diretor do escritório do Alívio da Pobreza do ConselhoEstado da China que depoishorasreuniãoevento realizado2005 nos Estados Unidos, perguntou aos colegas: “Os senhores estão com fome? Gostariasaber a quanto tempo não sentem essa sensação. Pois isso é o que sofrem todos os dias os que vivem na pobreza”.

Maria Luiza Franco Busse

Presidentes Lula, do Brasil, e Xi Jinping, da China

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Rotamão dupla

Os conservadores reagiram com muito barulho à PropostaEmenda Constitucional apresentada pela deputada Erika Hilton, Psol/SP, que trata do fim da jornadatrabalho 6 x 1.&nbsp;
Reação semelhante aconteceu quando Rodrigo Augusto da Cunha, ministro da Agricultura do Império, apresentou à Câmara Geral o projetoleiextinção da escravidão (Lei Áurea),1888.&nbsp;
Durante maistrês séculos, enquanto persistiu a escravidão, não se comprava a mãoobra. Comprava-se pessoas no mercado dos escravizados. Quando instituíram o salário mínimo, no governo Getúlio Vargas, diziam que a economia ia quebrar, que ia gerar desempregomassa. Na Assembleia Constituinte,1988, no debate sobre a jornada40 horas semanais diziam a mesma coisa. Ou seja, a mentalidade que mantinha a escravidão continua viva.
Na revolução industrial, as fábricas eram ambientes terrivelmente insalubres, a jornada diária eraaté 16 horas com apenas 30 minutospausa para o almoço e os salários não davam para a subsistência. Mulheres e crianças trabalhavam nas mesmas condições, com salários ainda mais aviltantes.&nbsp;
Quando adoeciam ou sofriam acidentetrabalho, não tinham nenhuma assistência nem indenização. Os trabalhadores que não suportavam a jornada e o regimetrabalho degradante eram sumariamente substituídos. Muitas rebeliões, muitas lutas e greves aconteceram mundo afora, para a conquista dos direitos e garantias que temos hoje.&nbsp;
O mundo passa por um momentoprofunda transformação e o do trabalho não acompanhou. O direito ao trabalho não se resume apenas a um acordoremuneração financeira. O trabalhador não vende apenasenergia muscular ou o seu conhecimento no mercadotrabalho, mas aenergia mental, física e psíquica.&nbsp;
O mundo do trabalho requer leis que proteja a vida contra a exploração vilipendiosa, que lhe assegure o direito ao repouso, ao lazer, ao limite da jornada, ao descanso semanal e a férias remuneradas.&nbsp;
No dia 20setembro2023,Nova York, o Presidente Lula assinou com o Presidente Joe Biden, dos Estados Unidos, um acordocooperação para promoção do Trabalho Dignoescala global. Assumiram o compromissotrabalharestreita colaboração com parceiros sindicais do Brasil e dos EUA, mais a Organização Internacional do Trabalho (OIT).&nbsp;
A tecnologia foi criada para que o ser humano trabalhe menos. O problema é que o capital se apropria da tecnologia para obter mais lucro na produção empresarial. Ou seja, o que seria a favor da felicidade humana, redução da jornadatrabalho, para proporcionar mais tempo para o convívio com a família, para o desenvolvimento pessoal, fruição da cultura, se transformou num tormento social, causa principal do desemprego e da precarização do trabalho.
Na medidaque cresce a automação, cresce o desemprego e a precarização do trabalho. Novo Relatório do Fórum Econômico Mundial estima que as máquinas acabarão com 85 milhõesempregos até 2025,empresasmédio e grande porte15 setores e 26 economias, incluindo a brasileira.&nbsp;
Em cinco anos, máquinas e humanos dividirão os trabalhosforma igual no mundo. O maior impacto será na indústria. Nos próximos anos, motoristas darão lugar aos veículos autônomos. O resultado já se sabe. Aumento da precarização do trabalho, redução salarial e aumento da desigualdade.&nbsp;
Segundo pesquisa do IBGE, no Brasil,2010 a 2022, a urbanização cresceu 10,3%. Isso significa expansão das cidades e mais dificuldadetransporte. Pesquisa da Confederação NacionalDirigentes Lojistas também mostra que os brasileiros residentescapitais passam 2 horas do seu dia no trânsito, para ir ao trabalho.&nbsp;
Reduzir a jornadatrabalho é proteger a vida. Estudo da Organização Mundial do Trabalho (OIT),conjunto com a Organização Mundial da Saúde (OMS), concluiu que, entre 19 fatores pesquisados a exposição a longas jornadas exaustivas e competitivastrabalho é a principal causadoenças cardíacas e acidente vascular cerebral. Alémdoenças mentais generalizadas.
Vinte e dois países estão testando a jornadatrabalho 4 x 3: Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca, França, Alemanha, Islândia, Irlanda, Japão, Holanda, Nova Zelândia, Noruega, Portugal, Escócia, África do Sul, Espanha, Suécia, Suíça, Reino Unido, EUA, Emirados Árabes Unidos. O resultado dos testes mundo afora demonstra o contrário do que dizem os críticos da PEC da deputada Erika Hilton. Pesquisas realizadadiversos países constataram melhorias na produtividade, na saúde física e mental das trabalhadoras e trabalhadores. Na Inglaterra, por exemplo, 61 empresasdiversos setores revelaram que, além do resultado surpreendente para patrões e empregados, as empresas decidiram continuar com a jornada reduzida.
No Brasil, precisamos dar um salto civilizatório no mundo do trabalho e superar a mentalidade escravocrata. O caminho é ocupar as ruas com manifestações capazessensibilizar o Congresso Nacional.Todo apoio à PEC da deputada Erika Hilton. Extingui a jornada 6 x 1 é melhorar a qualidadevida.

José Guimarães

Brasília (DF), 15/11/2024 - Atodefesa do fim da jornada 6x1, na Rodoviária do Plano Piloto

A abolição da jornada 6 x 1 é um avanço civilizatório

O preso mais importante na operaçãohoje da Polícia Federal é o generalBrigada Mário Fernandes, que fez parte do governo Bolsonaro e era próximo do então presidente da República.&nbsp;
Ele chegou a dizer, ao microfone, numa reunião ministerial, que “alguma coisa” tinha que ser feita “antes da posse” do novo presidente.&nbsp;
E com ele foram encontrados, como soubemos hoje, planos detalhados para matar o presidente e o vice eleitos e o presidente do TSE, com a consequente formaçãoum “governo provisório” comandado pelos generais Augusto Heleno e Braga Netto.&nbsp;
O plano só não se consumou, embora tenha sido detonado, com o monitoramentoLula eAlexandreMoraes, porque os comandantes do Exército e da Marinha rejeitaram a propostaBolsonaro.&nbsp;
A prisão do general Mário Fernandes é “preventiva”. Não pode passar81 dias. É o período que a Polícia Federal terá para arrancar dele novos detalhes do plano e implicar mais gente na conspiração e,caso extremo, fazer uma delação premiada contra Bolsonaro e Braga Netto, os dois principais interessados no sucesso da conspiração.&nbsp;
Bolsonaro e Braga Netto não foram presos hoje porque eles são as cerejas do bolo. Estão no topo da pirâmide, não têm a quem delatar. E,mais a mais, ficariam presos por apenas 81 dias.&nbsp;
Serão presos, sim, mas só depois do trânsitojulgado do processo, e vão cumprir penas muito maiores.

Alex Solnik

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Bolsonaro é a cereja do bolo

A Câmara MunicipalSão Paulo sediou nesta terça-feira (19) a SolenidadeAbertura da Semana da Consciência Negra, organizada pelo vereador João Ananias - PT/SP e pelo Movimento Negro. João Ananias foi saudado pordedicaçãomanter a tradição da solenidade e por promover a 21ª Marcha da Consciência Negra. O deputado Reis - PT/SP também foi homenageado por seu trabalho pioneiro na Câmaradefesa da pauta negra e antirracista, com discursos que destacaramimportância na luta pela igualdade racial.
Durante o evento, o Ouvidor da Polícia do EstadoSão Paulo, Prof. Claudio A. Silva, lançou o relatório antirracista "Relatório Flávio Jorge", com a colaboração da policial Fernanda R. Nunes Pereira. O relatório evidencia o aumento significativoregistroscrimesracismoSão Paulo, que cresceram mais10 vezes entre 2020 e 2023. O documento homenageia Flavio Jorge, co-fundador da marcha e do movimento negro, falecidojunho deste ano.
A solenidade foi marcada por discursos, apresentações culturais e homenagens, reafirmando o compromisso da Câmara com a igualdade racial e o combate ao racismo. João Ananias destacou a importânciacelebrar a Consciência Negra, refletindo sobre a história e reforçando o compromisso com a luta contra a desigualdade. A presença da Câmara nesse evento foi vista como um marco diante das forças reacionárias, com mandatos populares sendo essenciais para a continuidade dos avanços sociais dos movimentos negros.

Ricardo Nêggo Tom

Mobilização contra a desigualdade racial no Brasil

Semana da Consciência NegraSão Paulo é aberta com destaque a relatório antirracista

O presidente Lula marcou dois pontos políticos relevantes para fortalecerluta pela reeleição2026 com programa desenvolvimentista: 1 – sucesso no comando do G20 e 2 – desbaratamento dos generais golpistas2023, que tentaram derrubá-lo e matá-lo.
No G20, o recado brasileiro do combate global à fome foi absorvido politicamente pelas 82 nações presentes no encontro internacional.
O rosárioreivindicações no comunicado final do G20 expressa a demanda mundial contra o neoliberalismo nafase agressiva financista especulativa.
Lula colhe fortalecimento político interno, com uma agenda internacional que teve o consenso unânime dos participantes do encontro.
O combate à fome e a taxação dos mais ricos para bancar essa transferênciarenda arrastou todos os presentes do G20.
Ele se fortalece, sobretudo, para lutar contra os banqueiros que querem impor-lhe um arrocho fiscal neoliberal que o impedecumprir o compromissocombater a fome.
É a polarizaçãoclasse expressa no palco do G20.
A população mundial está ávida por justiça social e prega o fim imediato da desigualdade.
Lula colocou a fome para brigar com as armas.
Combate à fome salva com pouco dinheiro mais700 milhõesmiseráveis, enquanto uma minoriatrilionários que manda na economia capitalista financeirizada especulativa engole 75% do produto bruto global, fazendo guerras.
Combate à fome, fortalece a paz; estímulo ao armamentismo eterniza guerra.
VISÃO SOCIAL PREDOMINANTE
A super concentração da renda e a superexploração do trabalho são as âncaras do comunicado do G20 que colocouevidência a economia política lulistacaráter social com ampla aceitação global.
A austeridade neoliberal cai diante do discurso do presidente brasileiro.
Ele prega tirar dos mais ricos para dar aos mais pobres, taxado2% indivíduos que não sabem mais onde pôr seu dinheiro.
Educação, saúde, infraestrutura, produção, consumo e distribuição equitativa da riqueza mundial, com taxação sobre quem tem mais para dar para quem tem menos é a agenda-sucesso do G20.
Com ela, Lula fortalece a democracia ocidental, ameaçada pela guerra comercial protecionista que o império americano promete praticar para enfrentar a competição com a China, para a qual está perdendo.
O combate à fome e a taxação dos ricos é pró-China, que, comproposta Rota da Seda, promete diversificação mundialinvestimentos chineses no desenvolvimento econômico sustentável.
Ao mesmo tempo, a agenda lulista é anti-americana, no sentidoque a proposta dos Estados Unidos, apresentada durante G20, potencializa a guerra, com autorização do presidente Joe Biden,território brasileiro,permitir a Ucrânia atacar a Rússia com mísseis americanos.
Biden agiu como brucutu.
A propostaLula, assim como aXi Jinping é voltada para o interesse da união dos povos; aBiden é a destruição dos povos.
Trata-seremédio eficaz e eficiente para atacar a fome e promover a integração econômica pelo desenvolvimento das forças produtivas e não pela destruição delas, como está fazendo a financeirização neoliberal rentistaguerra, que impede a sustentabilidade econômica.
GOLPISTAS NA CADEIA
O outro ponto político importantíssimo que Lula marcou, mas, indiretamente, no sentidofortalecercandidatura à reeleição2026, foi a prisão dos “Kids Pretos”, pela Polícia Federal.
Os “Kids”, militares super treinados e destemidos para atuarem como tropaassalto para dar golpeestado, conforme pretendia o ex-presidente fascista Jair Bolsonaro e seus generais, favorecem politicamente, o presidente Lula.
O porão do poder nazi-fascista bolsonarista resistiu à derrota2022 e queria impedir o presidente Lulacomeçar a governar a partir2023, com apoio popular e legitimação democrática.
Certamente,agoradiante os procedimentos para processar os golpistas serão acelerados pelas próprias circunstâncias políticas extraordinárias criadas pela Polícia Federal ao desbaratar a quadrilha político-militar golpista.
O bolsonarismo cavou mais um palmo nasepultura.
A opinião pública está sob o impacto da descoberta policialque o governo Bolsonaro era dirigido, na prática, pelos militares golpistas, empenhadosimpedir o exercício democrático por meioLula eleito.
O Congresso falou pelo seu presidente, senador Rodrigo Pacheco(PSD-MG), sobre a necessidadeque a lei seja cumprida.
 Mais uma vez, o Supremo Tribunal Federal vai falardefesa da democracia ameaçada e dar poderinvestigação ao ministro AlexandreMoraes, que se notabilizou na investigação dos golpistas bolsonaristas, juradomorte por eles.
A direita e a ultradireita, comandadas por Bolsonaro, no poder, com disposição golpista à flor da pele, estavam ou não compactuadas com o golpe?
Governaram autoritariamente2018 a 2022 usufruindo do poder fascista para se enriquecerem enquanto os trabalhadores foram sufocadosseus direitos pelas reformas neoliberais. 
Os trabalhadores foram roubados pela mudança da legislação e pelo rebaixamento dos salários, por meio da exploração da mais valia relativa - tempotrabalho não pago - elevada pelo golpe neoliberal2016.
Os liberais e neoliberais, maiores favorecidos pela proteção dos “Kids Pretos”, prontos para dar golpe e se apoiar na burguesia fascista, trabalharam ou não contra a democracia, ao apoiarem o bolsonarismo?
Por que não denunciaram, se sabiamalguma coisa, relativa aos ataques à democracia, quando o país disputava eleição presidencial2022?
O fato é que Lula sai fortalecido para disputa eleitoral2026: primeiro, pela realização do G20, que assumiu suas propostas; segundo pelas diligências da Polícia Federal, que implodiu o esquema golpista, fortalecendo a sempre ameaçada democracia tupiniquim.

César Fonseca

Lula sai duplamente premiado no G20 e na prisãogenerais golpistas2023

No dia 20novembro, o mundo relembra e homenageia as vidaspessoas transgênero, não-binárias egênero não-conforme que foram vítimas da violência transfóbica. Este Dia Internacional da Memória Transgênero nos convida a refletir não apenas sobre os desafios enfrentados, mas também sobre a força, a resiliência e as contribuições históricas dessas pessoas. É uma dataluta elembrança, buscando conscientizar e promover a empatia e a compreensão.&nbsp;
Historicamente, diversas culturas e religiões reconheceram e acolheram pessoasidentidadesgênero diversas, mostrando que o respeito à pluralidadegênero está longeser um fenômeno recente. Em muitos contextos, essas pessoas eram integradas e até reverenciadas, exercendo papéis espirituais, culturais e sociaisgrande relevância. Esse olhar respeitoso é um ponto que contrasta com a discriminação e violência modernas e que inspira diálogos para fortalecer os direitos e a dignidade da comunidade trans.
Figuras Históricas e a PluralidadeGênero - A história revela exemplospessoas que desafiavam as normasgênero, mesmo sem os termos e conceitos que conhecemos hoje. Alguns desses indivíduos são interpretados como possivelmente trans ougêneros diversos, cada um inseridocontextos sociais e culturais específicos. O Imperador romano Elegábalo (204-222 d.C.), por exemplo, desafiava as normasgênero e chegou a expressar o desejomodificar seu corpo, sendo frequentemente citado como uma figura não-binária na história. Outro exemplo é We’wha, uma pessoa Zuni dos EUA do século XIX que assumia papéisgênero mistos na cultura Zuni, desempenhando importantes funções espirituais e políticas.
Na França do século XVIII, o diplomata e espião Chevalier d’Éon viveu como homem e mulherdiferentes momentossua vida, sendo uma das primeiras figuras europeias a expressar identidadegênero fluida. E no século XX, figuras como Lili Elbe e Alan L. Hart deram visibilidade às questõesafirmaçãogênero, com Elbe sendo uma das primeiras pessoas trans a buscar cirurgiaredesignação sexual e Hart, um médico trans, contribuindo significativamente para a saúde pública.
Inclusão Religiosa: ResgateIdentidades e Respeito ao Gênero - Além das figuras históricas, muitas tradições religiosas e culturais reconheceram identidadesgênero além do binário. Os Two-Spirit das culturas indígenas norte-americanas desempenhavam papéis espirituais sagrados e eram respeitados por seu papel que integrava o masculino e o feminino. Na Índia, as hijras são vistas como figuras espirituais e abençoadoras, integrando a sociedade com um reconhecimento cultural que datamilênios. Essas culturas exemplificam a coexistência e respeito à diversidadegênero, onde as diferenças são integradas ao coletivo. Assim como as próprias travestis que se tornam conhecidas na América Latina a partir do segundo século erazão da popularização da palavra na Itália.&nbsp;
O Resgate e a Luta pela Memória e Dignidade - Apesaravanços e exemplos históricosinclusão, a violência contra pessoas trans persistemuitos países. O Dia da Memória Transgênero destaca a importânciaresgatar o respeito por essas identidades, fortalecendo a conscientização sobre a dignidade e segurança dessa comunidade.&nbsp;
Este dia se torna, portanto, um chamado para que sociedades contemporâneas aprendam com as tradiçõesrespeito e aceitaçãogênero fluido e plural e, sobretudo, busquem políticas e práticas que garantam uma vida digna para todos.
E você, quantas pessoas trans estarão nalistacumprimentos hoje?

Sara York

Dia Internacional da Memória Transgênero

Lula e a diplomacia brasileira merecem aplausos efusivos pelo desempenho no G20 / Rio. Conceber e engajar 82 países numa Aliança Global contra a Fome não é pouca coisa, e coloca definitivamente o presidente brasileiro no rol das lideranças globais - um verdadeiro influencer do mundo real, exterior à dissimulação das redes sociais.
Nunca houve termoscomparação entre Lula e Jair Bolsonaro, diferentemente do que pretendem nos fazer crer os apregoadoresuma tal “polarização”. Não há parâmetros, posto que o segundo sempre esteve fora do espectro democrático.
De fato, é bastante tedioso compará-los. Só que este jornalista fraquejou diante da oportunidaderememorar algumas pérolas do capitão quando nos envergonhava como chefeEstado, no exato momentoque Lula consegue um raro consenso global.
Ria ou chore, raro leitor, rara leitora. Os fatos a seguir remetem a 2019, primeiro anoJair Bolsonaro como Presidente do Brasil (aguarde novas listasaberrações).
•⁠ ⁠No FórumDavos, na Suíça, Bolsonaro fez um ridículo discursooito minutos (seu tempo eraaté 45 minutos)que disparou máximas religioso-reacionárias como “Deus acimatudo” e mantras extremistas locais como “Não queremos uma América bolivariana”;
•⁠ ⁠Em abril, a ladoBenjamin Netanyahu, visitou o Muro das LamentaçõesJerusalém Oriental, território consideradodisputa pela comunidade internacional, chocando-se com a posição da ONU e ofendendo os palestinos;
•⁠ ⁠Tentou emplacar - sem sucesso, para a felicidade geral - o filho Eduardo como embaixador nos Estados Unidos. O 03 não pertence ao Itamarati, não é graduadoRelações Internacionais e nunca exerceu cargos ou funções na área;
•⁠ ⁠Em setembro, na 74ª Assembleia das Nações Unidas, atacou a Europa por “promover falácias” sobre o meio ambiente no Brasil, entre outras grosserias. O jornal britânico The Guardian referiu-se à fala o mandatário brasileiro como uma “defesa insana e conspiratória”; o francês Le Monde escreveu que Bolsonaro demonstrou “intolerância”. 
•⁠ ⁠Em 23agosto, ofendeu a primeira-dama francesa, fazendo referência ao fatoBrigitte Macron ser 24 anos mais velha que o marido, o presidente François Macron. O ministro da Fazenda, Paulo Guedes, fez coro ao presidente no estúpido comportamento;
•⁠ ⁠Esqueceu dos nossos laços históricos, das relações comerciais, diplomáticas eboa vizinhança com a Argentina e não cumprimentou o então presidente-eleito Alberto Fernández.
•⁠ ⁠Sob Bolsonaro, o Brasil votou contra,novembro2019, uma resolução da ONU pelo fim do embargo americano a Cuba (houve 187 votos favoráveis ao fim do embargo; ficamos com Estados Unidos e Israel);
•⁠ ⁠Entusiasmado bajulador do presidente Donald Trump, Bolsonaro fez com que o Brasil liberassevistoentrada no país os turistas americanos. A contrapartida do Tio Sam? Nenhuma.
Agradecemos a Carta Capital pelo refrescomemória.

Paulo Henrique Arantes

Líderes do G20 posam para foto oficial durante reuniãocúpula no RioJaneiro
18/11/2024

Enquanto Lula engaja o mundo no combate à fome, vale lembrar alguns "feitos" diplomáticosBolsonaro

Fez aniversário nessa segunda-feira a pregaçãofé do general Braga Netto a patriotas que o cercaram na entrada do Palácio da Alvorada, onde Bolsonaro havia se entrincheirado depois da eleição.
Foi no dia 18novembro2022. Um grupo abordou o general cobrando atitude dos líderes golpistas, porque a militância acampada esperava um gesto forte para continuar agitando e conspirando.
Braga Netto foi assertivo e fez uma recomendaçãotom religioso, depoisdizer que o presidente estava bem:
“Vocês, não percam a fé. É só o que eu posso falar para vocês agora, tá bom?”
Uma mulher disse que os acampados estavam sob chuva e no sufoco. O general vice na chapa derrotadaBolsonaro a acalmou:
“Eu sei, senhora. Tem que dar um tempo, tá bom? Eu não posso conversar”.
O tom eraum general falando com segurança aos soldados sobre a batalha que se avizinhava. Braga Netto passou confiança aos golpistas amontoados diante do QG do ExércitoBrasília.
Agora, se sabe que seis dias antes,12novembro, ele havia feito uma reunião para tratardetalhes da trama emcasa, incluindo o assassinatoLula, Alckmin e AlexandreMoraes. E a sequência é conhecida por todos.
Os bloqueiosestradas. A tentativainvasão da sede da Polícia Federal no dia 12dezembro. A bomba colocada num caminhão-tanque, na véspera do Natal, no aeroportoBrasília. Os ataques às torrestransmissãoenergia. A fugaBolsonaro para os Estados Unidos e a invasão do 8janeiro.
Com o poder da fé, Braga Netto, que se habilitara a ocupar o lugar do inconfiável Hamilton Mourãovice, havia mostrado a cara, com provavídeo. Só faltou dizer que um golpe estava sendo tramado.
Mas só um golpe, apenas um? É agora que se apresenta, com mais consistência, uma boa dúvida que merece mais atenção: o plano completo poderia estar prevendo um golpe contra o próprio Bolsonaro.
O alarido dos comandantes pouco antes da reunião na casaBraga Netto, com declaraçãoguerramanifesto contra as instituições, a sequênciaatos violentos e a posturaBraga Netto indicavam, até o final do ano, que o golpe era levado a sério, antes ou depois da posseLula.
Bolsonaro foge, o 8janeiro vira uma baderna, sem a adesão e os efeitos previstos, e o golpe falha. Se tivesse prosperado, Bolsonaro estaria fora do país. Voltaria para ser seu líder?
Braga Netto e seus parceiros devem saber que o desfecho previsto talvez não fosse esse. É quase certo que o general e seus comandados estavam prontos, com um bem planejado gabinetecrise para golpear o próprio Bolsonaro.
Aos que perguntarem se os militares não dependiam do poder políticoBolsonaro, porque ele é quem tinha votos e quase vencera a eleiçãonovo, a resposta é essa: golpes não dependem do votoninguém.
Se os assassinatos e o 8janeiro tivessem funcionado, mais por imposição dos militares do que pela participação vacilanteBolsonaro, os generais poderiam se livrar do líder frouxo.
Deixariamser tutoresum tenente que eles mesmos consideravam incompetente. Eles seriam os protagonistas.
A falha do golpe pode ter impedido que o bolsonarismo virasse outra coisa, aperfeiçoado por uma ditadura clássica. Ainda com o poder da fé, mas sem Bolsonaro acimatudo etodos.

Moisés Mendes

Um planoféBraga Netto: golpear Lula e depois golpear Bolsonaro

O golpe foi uma diretriz institucional das cúpulas partidarizadas das Forças Armadas. Bolsonaro, oficiais militares, ativistas midiáticos e políticos extremistas foram instrumentos deste projeto institucional, não seus idealizadores centrais.
É fundamental, neste sentido, que as investigações e as punições alcancem, também, a mais alta hierarquia militar [1] envolvida desde a concepção do projetopoder militar, acalentado muitos anos antes, e [2] atuante na tentativamaterialização deste projeto antidemocrático.
A candidatura presidencialBolsonaro foi lançada na AMAN, Academia Militar das Agulhas Negras, aindanovembro2014,cerimôniaformaçãoaspirantes a oficiais então presidida pelo atual comandante do Exército, general Tomás Paiva, outro personagem da dinâmica golpista que2022 comandava o Comando Militar do Sudeste tomado pelo acampamentogolpistas autorizados por ele a se manterem no local.
E a vitória eleitoral do Bolsonaro2018 foi assegurada pelo Alto Comando do Exército. O emparedamento do STF para manter a prisão ilegal e inconstitucionalLula e tirá-lo do pleito do qual seria vitorioso foi fator decisivo para a eleição da chapa militar Bolsonaro/Mourão.
O golpe2022 só foi abortado porque naquela ocasião, diferente1964, o governo dos EUA não autorizou a empreitada militar, o que dividiu os integrantes do Alto Comando. Emissários da Administração Biden foram mandados a Brasília com instruções diretasque o regime originado do golpe não seria aceito e não seria reconhecido pela potência imperial.
O general Braga Netto foi um personagem central das cúpulas fardadas na consecução do plano golpista. Ele foi uma peça do jogo desde antes mesmo da eleiçãoBolsonaro.
Designado interventor federal no RioJaneiro2018, cumpriu com eficiência a missão dada a ele pelo Alto Comando. Como reconhecimento por suposto serviço essencial para o plano militar, Braga Netto foi considerado pelo general Eduardo Villas Bôas como uma das “três personalidades se destacaram para que o ‘Rio da História’ voltasse ao seu curso normal”.
As outras duas “personalidades” eram [1] Bolsonaro, que “traz a necessária renovação e a liberação das amarras ideológicas que sequestraram o livre pensar”; e [2] Sérgio Moro, “protagonista da cruzada contra a corrupção oracurso”.
“O Brasil muito lhes deve”, disse um comovido Villas Bôas ao se despedir do Comando do Exército [11/1//2019].
Braga Netto ocupou lugaresalto poder no período Bolsonaro. Foi chefe da Casa Civil, ministro da Defesa e, na eleição2022, integrou a chapa militar como candidato a vice.
E ele também teve papel destacado nas articulaçõesgolpeEstado tramadas depois da eleição e que, como mostram as investigações da PF, incluíam o assassinato do Lula e seu vice eleito, Alckmin, e do ministro do STF AlexandreMoraes.
Em 12novembro2022, Braga Netto se reuniu com outros comparsas criminosos naresidência para planejar o plano assassinato.
Esta reunião aconteceu exatamente um dia depoisos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica publicarem a nota infame Às instituições e ao povo brasileiro,11novembro2022.
Naquela nota, os comandantes atacaram o STF, defenderam os acampamentos criminosos nos quartéis e estimularam o ambientecaos edesestabilização do país.
A manifestação dos comandantes foi a senha para os dramáticos acontecimentos subsequentes: [1] a articulaçãoBraga Netto com as forças especiais do Exército [os kids pretos] para a missão “Punhal Verde Amarelo”, [2] as depredações e ataques à PFBrasília na datadiplomaçãoLula e Alckmin,12/12/2022, [3] o fracassado atentado terrorista no aeroporto da capital federal,24/12/2022 e, finalmente, [4] o 8janeiro2023.
Em 18novembro daquele ano Braga Netto tranquilizou bolsonaristas presentes no Palácio do Alvorada com uma declaração enigmática e que, à luz das novas descobertas, pode ser interpretada como uma sinalização do andamento do plano assassino para a tomadapoder: “Não percam a fé. É só o que eu posso falar para vocês agora”.
A expectativaconcretização do golpe ainda com Bolsonaro na Presidência durou pelo menos até o dia 27dezembro2022, quando faltavam apenas quatro dias para o fim do governo.
Conversas legalmente interceptadas mostram o general Braga Netto orientando o capitão Sérgio Rocha Cordeiro, da equipesegurança do Bolsonaro, sobre currículouma pessoa buscando vagatrabalho – “Cordeiro, se continuarmos, poderia enviar para a Sec. Geral. Fora isso vai ser foda”. Note-se que este diálogo surreal aconteceu27/12/2022, faltando apenas 5 dias para a posse do presidente Lula.
O que aconteceu no Brasil no último período não foram atitudes isoladasalguns militares inescrupulosos, porque foi um empreendimento arquitetado e cadenciado pela alta hierarquia militar. A dinâmica golpista envolve as cúpulas partidarizadas das Forças Armadas.
Além dos oficiais já identificados e denunciados, é preciso avançar-serelação a outros militares envolvidosdiferentes maneiras neste processo e que, apesar disso, continuam ocupando postos no Alto Comando do Exército. Pelo menos quatro deles são da mesma turma AMAN do general Mario Fernandes, hoje preso.
Bolsonaro, Mauro Cid, Braga Netto e outros criminosos não podem servirbiombo para esconder o envolvimento institucional profundo das Forças Armadas no plano golpista.

Jeferson Miola

Reunião na casaBraga Netto para assassinatoLula ocorreu um dia depois da nota dos comandantes militares estimulando caos

Hoje, quando vem à tona o detalhamento da conspiração do golpe que seria impetrado contra o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito naquele ano2022, é preciso percorrer os passos dessa história. A Polícia Federal amanheceu na portacinco conspiradoresaltíssima periculosidade, mas faltam generais nesse rolinvestigados. E estamos esperando o momentoque eles serão levados para prestar contas do plano bárbaro que engendraram. Por enquanto, foram presos: o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, que comandava a 3ª CompanhiaForças EspeciaisManaus, destituído do cargofevereiro deste ano; o general e ex-ministro interino da Secretaria-Geral, Mário Fernandes; o secretário-executivo da PR e major reformado Rafael MartinsOliveira, ex-assessor do deputado Eduardo Pazuello; e um membro das Forças Especiais do Exército. Ele negociou com o coronel Mauro Cid, ex-ajudanteordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, o pagamentoR$ 100 mil para custear a idamanifestantes a Brasília. Por fim, o major Rodrigo BezerraAzevedo e o policial federal Wladimir Matos Soares. Primeiro, é importante deixar claro que, ao contrário da tentativa feita pelo desastrado e covarde Jair Bolsonarosetembro2021 — que não se preparou para o "day after" e, quando viu que teria sucesso com a ajuda do bloqueiorodovias por caminhoneiros, trancou-se no closetMichelle, até a chegadaMichel Temer. Bolsonaro se deu contaque não sabia o que fazer com o poder. Michel o resgatou do vexame — porquegolpe ele entende. Já no2022, havia plano para os desdobramentos. Tanto Hélio Ferreira Lima — com estaturaministro e livre trânsito no Palácio —, como o general Walter Braga Netto, e o colega Augusto Heleno, experienteconspiração, pois ajudou o general Silvio Frota na tentativagolpear o ditador Ernesto Geisel (1974/1979), pensaramtudo. Principalmentereeditar o “Comando Supremo da Revolução”, instituído no "day after"1964, quando, no primeiro dia dos anosterror que se seguiriam, já prepararam listas e mais listascassados e perseguidos. Só na Petrobras foram afastados maistrês mil funcionários (sem remuneração, a bem do serviço público). Na Marinha, 4.700; no Exército,tornosete mil. No Congresso, Darcy Ribeiro e o deputado do PTB, Almino Afonso, puxavam uma lista intermináveldeputados e autoridades, todos cassados. Em 2022, Braga Netto e Heleno não fariam diferente. Pelo plano, teriam poder absoluto sobre nossas vidas. O autodenominado Comando Supremo da Revolução (o golpe1964) foi um triunvirato governamental composto pelos três ministros militares, dois dias depois da derrubada do presidente João Goulart: Artur da Costa e Silva, ministro do Exército; Augusto Rademaker Grünewald, ministro da Marinha; e FranciscoAssis CorreiaMelo, ministro da Aeronáutica. Dessa vez, as peças-chave seriam os "Kids Pretos", para executar a tocaia que sequestraria e mataria o presidente Lula, o vice Alckmin, impedindo a linha sucessória, e o ministro e árbitro do pleito2022, no TSE, na eleição30outubro, AlexandreMoraes. A grande dúvida era se desfechavam o plano antes ou depois da eleição ocorrida e dos fatos consumados. Mário Fernandes tinha pressa. Numa reunião convocada no dia 22julho daquele ano,forma ilegal, pois usaram o “próprio” do Planalto, um espaço público, portanto, para conspirar, ele conclamou ansioso: “Daqui a pouco nós estamos nas vésperas do primeiro turno. E aí, com a própria pressão internacional, a liberdadeação do senhor e do governo vai ser bem menor. A população vai começar a acreditar: 'Não, tá tranquilo, o governo não tomou a medida mais radical, tá tranquilo'. Então, eu acho que realmente nós temos que ter um prazo para que isso aconteça (...)." As conversas e conchavos prosseguiram, até que a eleição chegou e o “golpe” só rolava no WhatsApp, como protestou um dos oficiais,conversas trocadas com Mauro Cid: “Seremos leõesZap”, debochou. Era preciso ação, e ela não tardou a chegar. No dia 30outubro, data do segundo turno da eleição, Silvinei Vasques, o diretor da Polícia Rodoviária Federal indicado por Flávio Bolsonaro, colocou a tropa na rua e desencadeou um plano, amparado pelo ministro da Justiça, Anderson Torres, para impedir o acesso dos eleitores nas áreasmaior concentraçãoadeptosLula. Onde as pesquisas apontavam 75%adesão ao então candidato petista, lá estava uma patrulha para impedi-loschegar às urnas. Mas, a despeito das “inspeções” ilegais, eles chegaram e deram a vitória a Lula. No dia 31outubro, com o resultado favorável a Lula — vitória, inclusive, reconhecida pelos EUA desde o primeiro minuto —, também com o apoio da PRF, os "Kids Pretos" ocuparam as principais rodovias, levando a reboque gruposadeptos fanáticosBolsonaro, impedindo o ir e vir da população. Nem ambulâncias com parturientes passavam. Vasques deu ordem para que não se mexessem para coibir as barricadas. Os protestos resvalaram para as portas dos quartéis e não só foram tolerados, como incentivados e apoiados com banheiros químicos, fogões industriais, carne a rodo para os acampados e até salamassagem para relaxamento. E luz e água, é claro. Aos que estranharam e buscaram explicações junto aos comandos militares, eles responderam com uma carta timbrada, no dia 11novembro2022. Assinavam a missiva: o comandante da Marinha, almirante Garnier; da Aeronáutica, Batista Júnior; e do Exército, Marcio Freire Gomes. Na carta, os três comandos defendiam os acampamentos e a “liberdadeexpressão” dos que ali arquitetavam a conspiração contra a posseLula. <h2>Revisão e “pitacos”</h2> Enquanto isso, Anderson Torres, Bolsonaro, Mário Fernandes, Braga Netto e Heleno revisavam e alteravam — com “pitacos”Freire Gomes, como está descrito nos documentos —, uma minutagolpe, um roteiro para o desenrolar dos acontecimentos. Em seu depoimento à Polícia Federal, o comandante do Exército nega que tenha apoiado as ideias golpistas. Ele pode ter revistoposição a partir das advertências do Comando Sul dos EUA,que não estavamacordo e tampouco apoiariam o golpe no Brasil. O que ele não pode negar é que viu, leu e revisou a minuta. Não só. Depois da carta dos três comandos ter sido veiculada na sociedade, os adeptos do complô continuaram com a conspiração no playground do apartamento do general Braga Netto, onde foi elaborada outra carta. Dessa vez, para mobilizar as fileiras da reserva e da ativa, com 220 assinaturasoficiais, com patentesgenerais, coronéis, brigadeiros, almirantes. Recentemente, três “patos” foram indiciados por tê-la escrito, com o aval para punição do comandante Tomás Paiva. Apesarter uma versão na íntegra, com as 220 assinaturas, publicada na mesma semanasua circulação, no, o general Paiva ainda pediu “investigação” da existência da carta, talvez para protelar a punição. A diplomação do presidente Lula estava programada para o dia 15dezembro. Porém, chegaram ao ministro AlexandreMoraes notíciasque estavam planejando algo para impedir a cerimônia. AlexandreMoraes resolveu antecipar a diplomação para o dia 12, quebrando o plano — que era osequestrá-lo e matá-lo nesse dia —, conforme agora se soube. É possível que Moraes não soubesse da extensão do plano, mas, ao antecipar a diplomação, desmobilizou o golpe e salvou a própria pele, além da democracia, nosso bem maior. Naquela noite, Brasília assistiu a um quadrohorror. De acordo com uma fonte da PF que deu um depoimento à Revista Fórum, sob anonimato, por ordem do general Heleno, "Kids Pretos" espalharam botijõesgás por vários pontos da capital, tacaram fogoônibus e carrosparticulares, fecharam as rodovias e forçaram a prisão do indígena cacique Sererê, que fazia parte do plano. Por não terem autonomia, os indígenas não podem permanecer presos. Um personagem perfeito para simular uma “injustiça”, Sererê forçou a própria prisão fazendo agito no aeroportoBrasília. Foi a desculpa para os “protestos” na cidade. Na imagem colhida no celularGeorge Washington, o autor do atentado ao aeroporto, pela Polícia Civil do DF, tem-se ideiacomo o cacique foi usado:  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20241119171128_1c3d8e03c946b807460360bfc5742265d1ed5392a2e8e788433059d0c2e3e7aa.png" data-media-id="editor_0" data-image-id="20241119171128_1c3d8e03c946b807460360bfc5742265d1ed5392a2e8e788433059d0c2e3e7aa" data-rendition-name="original" width="510" height="952" loading="lazy" alt="denise"></figure>  <h2>Sequestro e morte do presidente</h2> Ainda assim, a tropa não se mobilizou para a ação do golpe. O plano, no entanto, seguia seu curso, prevendo: sequestro e morte do presidente — já eleito, Luiz Inácio Lula da Silva —, do seu vice, Geraldo Alckmin, e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), na época na condiçãopresidente do TSE, responsável pela lisura da eleição. O plano incluía envenenamento, no casosobrevivênciaalgum deles, ao ataque. Essa mensagem, divulgada na primeira levadepoimentos do ex-ajudanteordensBolsonaro, o coronel Mauro Cid, nos dá bem a dimensão do quanto mais violento esse golpe seria:  <figure><img src="https://cdn.brasil247.com/pb-b247gcp/swp/jtjeq9/media/20241119171132_a62706682e43a2ba34cfdd9ba457b94d6646020f90db0bf21dde959b2892bf1a.png" data-media-id="editor_1" data-image-id="20241119171132_a62706682e43a2ba34cfdd9ba457b94d6646020f90db0bf21dde959b2892bf1a" data-rendition-name="original" width="482" height="488" loading="lazy" alt="denise"></figure>  A posse do presidente Lula se aproximava e os golpistas não agiam, para desespero do general Braga Netto, que chegou a classificar os que não aderiam“c...ões”. No dia 22dezembro, eles se reuniram no playground do general candidato a vice derrotado, onde foi elaborada a minutauma carta apelando para o golpe, assinada por 220 oficiais. No dia seguinte, Braga Netto apareceu, ao ladoBolsonaro, pedindo que tivessem fé, pois algo iria acontecer por aqueles dias. Nada aconteceu. Faltava adesão. Meio Alto Comando estava fora do golpe, o que os levou a serem chamados nas redes sociais“melancias”: verdes por fora, mas vermelhinhos por dentro. Não se pode afirmar se o algo que Braga Netto prometeu foi o atentado à bomba no aeroportoBrasília, mas certo é que, na vésperaNatal, depois que o deputado general Girão (RN) pediu que os fanáticos colocassem os seus sapatinhos na janela, porque teriam uma boa surpresa na noite natalina, o motoristaum caminhão estacionado próximo à pista do aeroportoBrasília denunciou à Polícia Civil-DF queseu caminhão haviam instalado um artefato. Sorte é que não explodiu. A bomba foi colocada por George Washington, que recebeu instruções e o material para confeccioná-la no acampamentofrente ao Comando Central do Exército,um "Kid Preto". No intervalo até a posse do presidente eleito, como bem lembrou o deputado Rogério Correia, Marcio Gomes Freire designou para o batalhão dos "Kids Pretos",Goiânia, o coronel Mauro Cid, que garantiria o ataque a Brasília. (Lula soube, não aceitou e pediu que isso fosse desfeito). O ministro da Defesa, José Múcio, tentou impedir que Mauro Cid fosse destituído. Quase queima na largada o seu cargo. O país teria saído no lucro. A posse transcorreusegurança eclimaeuforia, sob gritosmaisum milhão: “sem anistia”! Uma semana depois, ainda saboreando o climaalegria e tranquilidade da posse, o presidente Lula foi surpreendido pelas cenasterrorismo, vandalismo, do golpeEstado do dia 8janeiro. Desnecessário descrevê-las, exceto para acrescentar que a atuação dos "Kids Pretos" para abrir caminho aos vândalos, nas cenas do golpe, foi fundamental. Sem dúvida, o imobilismo da Polícia do governador Ibaneis Rocha, que mandou abrir a Praça dos Três Poderes aos golpistas, foi estratégico. Escadas eram improvisadas com os gradis para facilitar a entrada no segundo andar dos palácios. Granadas escondidas no gramado da Praça eram lançadas por gente treinada, com luvasrede metálica, para evitar queimaduras. O resto está por ser apurado, mas já é história. E como dói.

Denise Assis

Golpe continuado incluiu planosequestro e morte do presidente

A pressa com que lideranças bolsonaristas se movimentaram para desmentir a conexão óbvia e pública entre Francisco Wanderley Luiz, o terrorista do recente atentadoBrasília, e o bolsonarismo é, no mínimo, dignanota. Mal surgiram as primeiras notícias, e lá estavam figuras do movimento apressadas, tratandoesclarecer que aquele “ato isolado”nada representa a essênciasuas pautas. Reduzir episódios como esse a açõesum lobo solitário é ignorar um fator crucial: ninguém se radicaliza sozinho. Lobo solitário não sobrevivealcateia, e no Brasil essa alcateia tem um nome e um líder simbólico: Jair Bolsonaro.
A prisãointegrantesum grupomilitaresOperações Especiais, conhecidos como kids pretos a partir da operação da Polícia Federal chamada Contragolpe, evidenciou como a radicalização política no Brasil transformou discursosódioameaças concretas à democracia. O grupo, desmantelado pela Polícia Federal, planejava atentados contra figurasdestaque, incluindo o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) AlexandreMoraes,um esforço claro para desestabilizar as instituições democráticas. A apreensãodocumentos, mensagens e esquemas traçados pelos suspeitos confirmou que os planos iam alémretórica, envolvendo ações práticas que colocariamrisco a estabilidade nacional. Esses atos, chamados pelos próprios golpistas"Punhal Verde e Amarelo", não podem cair na armadilha anedótica pelo aspecto ridículo e ser dissociadosum ecossistema político que incentivou a violência como ferramentaação.
Os kids pretos são militares especializadosoperações táticas e articuladoresestratégiasguerra híbrida, que combinam táticas militares e civis, como desinformação, sabotagem e ações psicológicas. Essa atuação não é uma teoria conspiratória ou uma atividade secreta: os próprios integrantes do grupo se gabamsuas açõespodcasts e eventosentusiastas do militarismo, cuja romantização precisa ser examinada à luzsuas consequências no fortalecimentoideologias autoritárias.
Em entrevista ao podcast Fala, Glauber (2022), voltado para aspirantes a carreiras policiais, o General da reserva Ridauto Lúcio Fernandes, ex-diretor do DepartamentoLogística do Ministério da Saúde no governo Bolsonaro, falou sobre estratégiasguerra e operações especiais, abordando o papelforças irregularescenáriosconflito. Ridauto está no centro das investigações da 18ª fase da Operação Lesa Pátria, suspeitoser um dos idealizadores ou executores dos atos, embora afirma ter participado apenas como manifestante pacífico e deixado o local antes das depredações. O general, associado ao grupoelite “kids pretos” das Forças Especiais do Exército, detalhou no podcast as técnicas utilizadasoperações especiais e o treinamentoforças irregulares: “O movimento irregular consisterecrutar pessoas que não são militares ou que têm o mínimoexperiência militar [...] treinadas para se tornarem uma força disponível para combate, geralmente atuando por trás das linhas inimigas, no território do oponente. Nesse contexto, são recrutadas pessoas locais, muitas vezes dissidentes ou descontentes com o governo vigente.”
Ridauto explicou que essas forças, compostas por civis treinados, são usadas para sabotagens, destruiçãoinfraestrutura e combates diretos: “Nos anos 60 e 70, no Brasil, surgiram movimentos irregulares que foram combatidosmaneira mais eficaz quando as forçasoperações especiais foram acionadas. [...] Por isso, nos cursos especiais, ensina-se tanto a criar quanto a desmontar movimentos irregulares.”
O desmantelamento da alcateia bolsonarista ainda está longeser concluído. Há lobos cujas prisões são essenciais para desarticular completamente esse sistema, que opera com uma hierarquia bem definida. Na natureza as alcateias são organizadasforma hierárquica, com líderes conhecidos como macho e fêmea alfa. Outros membros incluem subalternos e, às vezes, lobos subordinados ou juvenis. Esses animais se comunicam por meiouivos, expressões corporais e até marcaçãoterritório com urina e fezes. Percebesse a semelhança? A operação Contragolpe mostrou que a alcateia bolsonarista possui uma estrutura hierárquica e uma coordenação sofisticada, que combina líderes operacionais, financiadores e disseminadoresnarrativasredes sociais e eventos públicos.
A trama também inclui nomesalto escalão que, até o momento, não foram formalmente acusados. Um exemplo é o general Walter Braga Netto, cuja casa foi apontada como localreuniões2022 para planejar ações golpistas, incluindo atentados contra lideranças democráticas. Apesarsua proximidade com os eventos, Braga Netto, uma espécielobo subalterno, permanece solto, mas deve estar com os pelos eriçados. Sua relação com os articuladores do plano reforça a necessidadeaprofundar investigações e responsabilizar todos os envolvidos, especialmente as lideranças que ocupavam posições estratégicas na hierarquia da alcateia.
Enquanto o Brasil enfrenta ameaças como essa vivemos a necessidadepreservar a memóriaquem,outros tempos, resistiu ao autoritarismo. Mártires como Bergson Gurjão, que lutaram contra a ditadura militar, representam o oposto do extremismo que vemos hoje. Bergson, um jovem idealista que deuvida pela democracia, tornou-se símbolo da luta por liberdade e justiça. Em junho1972, aos 25 anos, ele foi morto no Araguaia, durante uma emboscada planejada pelas forças militares. Seu corpo foi pendurado numa árvore,cabeça para baixo, enquanto solados chutavamcabeça e posteriormente enterradoforma clandestina no cemitérioXambioá,uma tentativa do regimeapagarhistória. Por décadas, Bergson permaneceu desaparecido, até que,2009, seus restos mortais foram identificados e entregues à família, permitindo um sepultamento digno.
Meus tios lutaram ao ladoBergson na Guerrilha do Araguaia, compartilhando a mesma causa e os mesmos ideais. Emmemória, meu primo, filho do casal, recebeu seu nome como uma homenagem à resistência. Assim como a ditadura tentou apagar a memóriaBergson Gurjão etantos outros que resistiram, hoje vemos novos esforços para manipular narrativas e deslegitimar figuras que simbolizam a luta pela democracia. Esses ataques, ainda que sutis, pavimentam o terreno para o fortalecimento do extremismo político. É o caminho que se abre para a marcha da alcateia. 
Em novembro deste ano, a Concha Acústica da Universidade Federal do Ceará (UFC), originalmente batizada com o nomeMartins Filho,homenagem ao fundador e primeiro reitor da instituição, teria seu nome alterado para homenagear o ex-estudante assassinado pela Ditadura. A decisão gerou debates intensos e ressuscitou figuras como o ex-reitor interventor Cândido Albuquerque e o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT), ambos lobospelecordeiro, que se apresentam como defensores da tradição, mas operam para deslegitimar a memória da resistência democrática. A solução da polêmica sobre a homenagem hoje, divulgada na mesma manhã da Operação Contragolpe, não encerra a discussão mais ampla sobre a preservação da memóriacombatentes da democracia. Como destaca Roberto Maciel, emanálise sobre a manipulação da memória histórica, a extrema direita busca deslegitimar movimentosresistência democrática para glorificar o autoritarismo e justificar ações extremistas contemporâneas. Esse esforço deliberado para deformar o passado reflete a mesma lógica que tenta minimizar a gravidadegrupos como os kids pretos, ou o suicida-bombaBrasília. Nos três casos há uma tentativatransformar agressoresvítimas ou desconectá-losuma estrutura maior: o bolsonarismo.
A manipulação histórica serve a um propósito claro. Ao desmerecer símbolosresistência como Bergson Gurjão, esses grupos não apenas tentam apagar o passado, mas também pavimentam o caminho para normalizar atosviolência política no presente. Essa estratégia cria uma narrativa que relativiza o extremismo, legitima ações autoritárias e desvaloriza a importânciafiguras que deram suas vidas para garantir as liberdades que temos hoje.
A radicalizaçãogrupos extremistas, assim como o casoFrancisco Wanderley Luiz, ilustra a organização hierárquicauma alcateia. Nesse contexto, Jair Bolsonaro desempenha o papel do líder alfa, cujo discurso e postura alimentaram a radicalizaçãoseguidores. Durante anos, o ex-presidente usou a retórica do "nós contra eles", transformando adversários políticos e instituições democráticasinimigos públicos. 
É necessário um esforço contínuo para desmantelar não apenas as estruturas materiais dessas alcateias, mas também o ambiente simbólico que as alimenta. Isso implica combater narrativas que romantizam o autoritarismo, fortalecer a educação para a cidadania e valorizar a memória daqueles que resistiram ao despotismo. Bergson afinal não deu seu nome à Concha Acústica, mas se tornou definitivamente mártir e símbolouma luta que persiste. Nossa sociedade tem mais uma oportunidadereafirmar seu compromisso com a democracia e recusar qualquer retorno às sombras do autoritarismo, exigindo que toda a alcateia seja devidamente responsabilizada.

Sara Goes

Francisco Wanderley Luiz, o "Tiu França"

Alcateia contra a democracia

José Reinaldo Carvalho - A realização da 19ª Cúpula do G20 no Brasil, nos dias 18 e 19novembro, sob o tema "Construindo um Mundo Justo e um Planeta Sustentável", foi um evento transcendentalum mundo marcado por turbulências, conflitos, injustiças e inauditas transformações. Não foi um encontrorotina entre líderes. Pela relevância dos temasdiscussão, desperta esperanças. A reunião reflete as expectativas dos paísesdesenvolvimento e menos desenvolvidosenfrentamento da crise global, sob a ótica da multipolaridade, da luta por justiça, do combate à fome e à pobreza, da governança global democrática e do enfrentamento dos graves problemas ambientais.
O presidente chinês Xi Jinping fez um discurso impactante, defendeu uma globalização inclusiva e um mundo multipolar,que todas as nações tenham voz e relevância, propugnou o desenvolvimento e a cooperação com baseelevados valores e na rica experiência da China, semprelinha com os ideais e valores do desenvolvimento, paz e justiça. O Presidente Xi foi na cúpula do RioJaneiro uma vozdestaque para impulsionar os esforçosprol do combate às desigualdades estruturais e às hegemonias unilaterais.&nbsp;
Ele ressaltou: “Atualmente, transformaçãoescala nunca vistaum século está acelerandotodo o mundo, e a humanidade enfrenta oportunidades e desafios sem precedentes. Como líderes dos principais países, não podemos deixar que a nossa visão seja bloqueada pelas nuvens. Temos que ver o mundo como uma comunidade com futuro compartilhado, e assumir as responsabilidades pela história, tomar iniciativa histórica e levar adiante a história.” Foi uma mensagem forte, enfática sobre as responsabilidades compartilhadas e a necessidadeque todos se empenhem por construir uma comunidadefuturo compartilhado.&nbsp;
O presidente chinês reiterou um pontovista já apontado por eleoutras ocasiõesfavor da prosperidade comum no mundo, destacando a importânciacolocar o desenvolvimento no centro das políticas macroeconômicas do G20: “Apontei neste fórum que a prosperidade e a estabilidade não seriam possíveisum mundo onde os ricos passam a ser mais ricos enquanto os pobres passam a ser mais pobres, e os países devem tornar o desenvolvimento global mais inclusivo, benéfico para todos e mais resiliente. Na CúpulaHangzhou, a China colocou o desenvolvimento pela primeira vez no centro da coordenação das políticas macroeconômicas do G20, e a Cúpula adotou o PlanoAção do G20 sobre a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e a Iniciativa do G20 sobre o Apoio à Industrialização na África e nos Países Menos Desenvolvidos (PMDs).”
O discurso do presidente chinês apresentou quatro ideias-força para construir um mundo justodesenvolvimento comum:&nbsp;
“Para construir um mundo assim, precisamos canalizar mais recursos às áreas como comércio, investimento e cooperaçãodesenvolvimento e fortalecer instituiçõesdesenvolvimento. Tem que haver mais pontescooperação e menos "pequeno quintal, muros altos", para que cada vez mais paísesdesenvolvimento tenham vida melhor e alcancem modernização.
Para construir um mundo assim, precisamos apoiar os paísesdesenvolvimento a adotar produção e estilovida sustentáveis e dar resposta adequada aos desafios como mudanças climáticas, perda da biodiversidade e poluição ambiental, destacando a conservação ecológica e a harmonia entre o homem e a natureza.
Para construir um mundo assim, precisamos criar um ambiente aberto, inclusivo e não discriminatório para a cooperação econômica internacional. Devemos promover uma globalização econômica universalmente benéfica e inclusiva, energizar o desenvolvimento sustentável com novas tecnologias, novas indústrias e novas formasnegócios, e apoiar os paísesdesenvolvimento a se integrar melhor ao desenvolvimento digital, inteligente e verde e diminuir o fosso entre o Sul e o Norte.
Para construir um mundo assim, precisamos persistir no multilateralismo. Devemos defender o sistema internacional centrado nas Nações Unidas, a ordem internacional alicerçada no direito internacional, e as normas básicas das relações internacionais que se baseiam nos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas.”
Xi explicou aos líderes presentes na 19ª Cúpula do G20 sobre a experiência chinesa no combate à pobreza: “O desenvolvimento da China é uma parte importante do desenvolvimento comum do mundo. Temos tirado 800 milhõespessoas da pobreza, e atingimos com antecedência o objetivoredução da pobreza estabelecida na Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável. Essa conquista não caiu do céu. É fruto dos esforços conjuntos e árduos do governo e povo chineses. Em tudo o que a China faz, o povo é sempre colocado no centro.”
As ideias e propostas do líder chinês foram convergentes com as formulações do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, cuja presidência do G202024 representou um pontoinflexão, um momentoque se abre a perspectivauma ação coletiva para redefinir os rumos do planeta. A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada na Cúpula do G20, já conta com a adesão82 países, uma proposta que tem por objetivo acelerar os esforços globais para erradicar a fome e a pobreza. &nbsp;“Compete aos que estão aquivolta desta mesa a inadiável tarefaacabar com essa chaga que envergonha a humanidade. Por isso, colocamos como objetivo central da presidência brasileira no G20 o lançamentouma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”, afirmou o presidente brasileiro &nbsp;Luiz Inácio Lula da Silva.
O Brasil, como anfitrião, propôs uma agenda que reflete as demandas urgentes do Sul Global. Ao priorizar o combate à pobreza e à desigualdade, a promoção da sustentabilidade e a reforma da governança global, o governo brasileiro demonstrou um compromisso claro com os anseios dos povos do mundo.&nbsp;
A China, representada por Xi Jinping, reafirmou seu papel como uma aliada indispensável dos paísesdesenvolvimento e menos desenvolvidos. A disposiçãoPequimapoiar iniciativas como a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza é um exemplo concretocomo o multilateralismo pode produzir resultados positivos concretos.
“A China é sempre um membro do Sul Global, um parceiro confiávellongo prazo para os paísesdesenvolvimento e um praticante e empreendedor que trabalha para a causa do desenvolvimento global. Uma só flor não faz a primavera. A China quer ver o desabrochamentocentenasflores e avançarmãos dadas com os outros paísesdesenvolvimento rumo à modernização”, afirmou Xi, que nesse sentido delineou oito ações da China para apoiar o desenvolvimento global.
Primeiro, promover a cooperação Cinturão e Rotaalta qualidade. Segundo, implementar a Iniciativa para o Desenvolvimento Global. Terceiro, apoiar o desenvolvimento na África. Quarto, apoiar a cooperação internacional na redução da pobreza e segurança alimentar. Quinto, a China, junto com o Brasil, a África do Sul e a União Africana, está propondo uma Iniciativa sobre Cooperação Internacional na Ciência Aberta para ajudar o Sul Global a ter melhor acesso a avanços globaisciência, tecnologia e inovação. Sexto, apoiar o G20 a levar a cabo cooperação prática para o benefício do Sul Global. Sétimo, implementar o PlanoAção Anticorrupção do G20. Oitavo, a China está aprimorando a aberturaalto padrão e unilateralmente ampliando a abertura aos PMDs.&nbsp;
Estas ideias demonstram que é possível combinar desenvolvimento econômico com redução da pobrezalarga escala. E também que é possível promover a cooperação com base no princípio do desenvolvimento compartilhado, um incontornável caminho por um mundo melhor.&nbsp;
Este artigo foi publicado originalmente no site da Rádio Internacional da ChinaPortuguês

José Reinaldo Carvalho

Xi Jinping propõe no G20 cooperação internacional pelo desenvolvimento compartilhado

Vemlonge no Brasil a articulaçãoum golpe "verde e amarelo" para os militares voltarem ao poder. Os militares do mais baixo estrato intelectual e ideológico.&nbsp;
O Brasil precisa se livrar disso, dessa eterna nuvem verde oliva ameaçadora, que plana sobre a nossa Democracia, rangendo seus dentes à mostra, babando ressentimento e rancor, como sequelauma anistia que jamais poderia ter contemplado os "terroristasestado", isto é, aqueles detentores do poder1964 a 1985, impondo o silêncio, o medo, as torturas, os atentados a bomba (que eles praticavam para atribuir à resistência juvenil), uma fase vergonhosanosso país.&nbsp;
Temos que rever nosso comportamento repetitivosempre conciliar com nossos algozes, os inimigos do povo. Precisou haver um ministro do STF firme, como Alexandre Moraes, para investigar e enfrentar essa corja.&nbsp;
Tudo estava no pacote do "golpe verde e amarelo", desde o já longínquo Mentirão, passando pelo golpeDilma, com a grande contribuiçãoTemer titiretado pelo general linha dura Etchegoyen, passando pela conspiração Lava Jato, com o bonecoventríloquo do DepartamentoEstado norte-americano, o ignóbil bat-Moro e o ambicioso "Robin" Dallagnol.&nbsp;
Esse enredo chinfrim incluiu um STF dominado, humilhado, recebendo ordensgeneral pelo Twitter, até o ministro Gilmar Mendes enfim se dar conta do processo galopantedesmoralização, que o Supremo estava sofrendo, e começar a falar grosso, denunciando os arbítrios da Lava Jato.&nbsp;
Foram tantas decepções, aflições, angústias daqueles que enxergavam, pressentiam, sabiam, denunciavam, contra tudo e contra todos, enquanto a mídia corporativa enchia essa empada azeda com mais azeitonas, mais enganação, mais mentiras, mais lixo.&nbsp;
Entrou nesse jogo a pós-verdade introduzida por Donald Trump (royalties para Steve Bannon), e veio a enxurradaesgoto, e o Brasil descendo ladeira abaixo, com a fakeada, o quasímodo Bolsonaro, subindo a rampa acompanhado pelos generais dementes, os pastores gananciosos, a família Adams do Alvorada, a matança das carpas, dos indígenas, da natureza, da COVID, do garimpo, os colaresdiamante...&nbsp;
As fezes se espalharam e mancharam para sempre a História do Brasil. #anistianuncamais