Gustavo Petro: os políticos do futuro e os bloqueios do presente
"Primeira vez que ouvi um presidente abordar, com competência e convicção, o tabu da sexta extinção e a ameaça da catástrofe ecológica iminente", diz Boaventura
tiva, pois as datas da Copa América se sobreporão com do torneio principal na Conca
A Taça dos Ouro! CONmebol 💴 nunca mais esqueceu no Mexicano para e Troféu America
Os últimos tempos têm dado razõesbetway é boasobra para o pessimismo. Multiplicam-se ameaças fortes a três fontesbetway é boaestabilidade ebetway é boacivilidade nas relações sociais: a democracia, a paz, e a garantia mínimabetway é boasustentabilidade ecológica. O espírito do tempo, ao mesmo tempo que degrada as instituições, as relações entre cidadãos e o Estado e as relações entre Estados, degrada também as relações entre pessoas nos lugaresbetway é boatrabalho, nas comunidades e nas famílias e, finalmente, degrada as relações entre a vida humana e a vida não humana, a que vulgarmente chamamos natureza,betway é boaque são prova concludente os acontecimentos climáticos extremos, cada vez mais extremos e mais frequentes.Mas como é próprio dos humanos, no meio da tormenta há sinaisbetway é boacalmaria, no mais profundo túnel da angústia há esperança na luz ao fundo do túnel, no meio das opressões, há sempre alguém que resiste, no meio do conformismo há sempre alguém que diz não, como nos cantava o saudoso cantor da resistência anti-fascistabetway é boaPortugal, Adriano Correiabetway é boaOliveira. Nos “tempos escuros”, títulobetway é boaum livrobetway é boaHannah Arendt, é preciso valorizar tudo o que possa resgatar a dignidade da vida humana. Afinal o grande enigma é obetway é boaexistirmosbetway é boavezbetway é boanão existirmos. Num universo onde tanta coisa tevebetway é boacoincidir para que surgissem seres particularmente conscientes, seres que sabem da existência dabetway é boaprópria consciência e refletem sobre ela. Na política, o mundo tem sido esparsobetway é boanos proporcionar líderes que suscitam a nossa admiração particular. A política pequena dos negócios e das crises correntes e permanentes convida à emergênciabetway é boapolíticos pequenos, às vezes, pequeníssimos. Esta terceira década do milénio tem sido particularmente escassa e, por essa razão, líderes que se destacam merecem uma atenção especial.
No contexto atual, há dois tipos possíveisbetway é boapolíticos competentes. O primeiro tipo refere-se a políticos que gerem da melhor maneira a política corrente que lhes é imposta pelas forças políticas nacionais e internacionais. Essa deveria ser a obrigaçãobetway é boaqualquer bom líder político nos tempos atuais. Para dar exemplos, considero que, a nível nacional, o melhor exemplo, do meu conhecimento, é o presidente Lula da Silva do Brasil, sobretudo porque o faz nas piores condições possíveis (hegemonia social e mediática da direita e congresso maioritariamentebetway é boadireita). A nívelbetway é boapolítica internacional, dois competentes líderes políticos portugueses cabem nesta categoria: António Guterres, Secretário-Geral da ONU e António Costa, presidente eleito do Conselho Europeu. Qualquer destes políticos (sobre António Costa apenas podemos especular) pode considerar-se um líder competente dentro do campobetway é boamanobra autorizada que lhes é concedido. São líderes competentes na gestão do passado porque presidem a formasbetway é boainstitucionalidade nacional ou internacional que, como afirmei, dão sinaisbetway é boaestarem à beira do colapso, seja ele o colapso da democracia ou o colapso da paz. Correm o riscobetway é boaserem coveiros das instituições para que foram eleitos com a missãobetway é boaas salvarem.
Por esta razão, o destaque deve ser reservado para outro tipobetway é boapolíticos, os bons políticos do futuro, os políticos que ousam comprometer-se publicamente com temas que extravasam do campobetway é boamanobra que as forças políticas nacionais e internacionais lhes pretendem impor. São os políticos que usam abetway é boaposição para ampliar o estreito âmbito das liberdades autorizadas. Estes políticos correm sérios riscos precisamente pela desobediência civil e política que abetway é boaprática implica.
“ Na reuniãobetway é boaDavos (Suíça), há dois anos, para a qual fui convidado, as pessoas que lá foram, que se dizem os ricos do mundo, super-ricos, chamam-lhes agora bilionários, com um “b” grande, devido à enorme quantidadebetway é boadinheiro que acumularam, expressaram nas suas próprias palavras que a humanidade estava a viver uma pluricrise, foi o nome que se inventou: a pluricrise. Várias crises ao mesmo tempo.
Tínhamos acabadobetway é boapassar a covid, a doença, havia naquela época, como sofremos aqui na Colômbia, uma escassezbetway é boaalimentos que levou a um aumento da fomebetway é boatodo o mundo devido ao preço dos insumos e dos próprios alimentosbetway é boaescala global, causou inflação na Colômbia durante a transferência do governo, estávamos vivendo a guerra que estava começando na Ucrânia, estávamos vivendo o colapso climático, ainda estamos vivendo, e foi considerado como mais a crise e estagnação econômica. As cinco crises que eles elucidaram no meio do seu clube social, que através dos meiosbetway é boacomunicação são expressas como ideias das pessoas que mais acumularam capital no mundobetway é boarelação à humanidade.
Cinco crises ao mesmo tempo que, na minha opinião, estão relacionadas e que merecem uma análise detalhadabetway é boacada uma delas, o que não poderíamos fazer agora, mas porque estão inter-relacionadas, porquê a guerra?, porquê a fome?, porquê a pobreza e a desigualdade social que a acompanha?, porquê a estagnação económica? Estão relacionadas com o colapso climático a que já não chamo crise.
Colapso climático
Enquanto o Presidente Petro falava do pontobetway é boanão retorno no colapso ecológico, os seus inimigos políticos pensavam noutro pontobetway é boanão retorno: pôr fim ao seu mandato presidencial atravésbetway é boaum golpebetway é boaEstado institucional, do tipo daqueles que derrubaram ou inabilitaram outros presidentes progressistas na América latina a partirbetway é boa2009: Manuel Zelaya nas Honduras (2009), Fernando Lugo no Paraguai (2012), Dilma Rousseff (2016) e Lula da Silva no Brasil (2018), Evo Morales na Bolívia (2019), Rafael Correa no Equador (2020). Pouco maisbetway é boauma semana depois do discursobetway é boaGustavo Petrobetway é boaManizales, o Conselho Nacional Eleitoral acusava o Presidente Petrobetway é boafraude no financiamento dabetway é boacampanha eleitoralbetway é boa2022, uma acusação que pode levar à perda do mandato presidencial.
Há muitas razõesbetway é boaâmbito nacional para esta mobilização dos inimigos políticosbetway é boaPetro, mas não tenhamos dúvidasbetway é boaque a lawfare ou guerra jurídica que agora se inicia (ou manifesta porque já vinha há tempos a ser anunciada) vai ser seguidabetway é boamediafare ou guerra mediática e que a repercussão internacional que lhe vai ser dada deve-se à necessidadebetway é boafazer silenciar uma voz que estava a ter demasiada credibilidade juntobetway é boademasiada gente. Uma voz e uma mensagem que o capitalismo entendeu melhor que ninguém: a propostabetway é boaPetro implica o fim do capitalismo e do neocolonialismo tal como hoje os conhecemos.
O capital internacional tem uma experiência histórica notávelbetway é boasaber enganar e dividir as esquerdas, e assim fará neste caso. Mas a experiência histórica também nos mostra que é muito mais difícil enganar o povo. E neste caso, o povo colombiano conhece por experiência própria, vivida nas suas comunidades, nos seus bosques, nos seus rios, as consequências catastróficasbetway é boaque fala Petro. Se o povo colombiano se levantarbetway é boaapoiobetway é boaPetro o golpe fracassará. No pasarán!