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A eleição no primeiro turno ocorreu5569 municípios.
Portanto, há 5.569 balanços municipais a serem feitos.
Ou, no caso do PT, 3.550 balanços, que é o número totalmunicípios onde (segundo o GrupoTrabalho Eleitoral do partido) lançamos candidaturas.
Também é necessário fazer 26 balanços estaduais (no Distrito Federal não acontecem eleições municipais).
Os números (aproximados) no primeiro turno foram os seguintes:
*91 milhõesvotoscandidaturas do centro à direita, 22 milhõesvotos para candidaturas do centro à esquerda;
*4726 prefeituras conquistadas por candidaturas do centro à direita, 740 prefeituras conquistadas por candidaturas do centro à esquerda;
*48.106 mandatosvereança conquistados por candidaturas do centro à direita, 10.308 mandatos conquistados por candidaturas do centro à esquerda.
Entre estes motivos, há que considerar a força acumulada, dinheiro, mídia, crime, influência dos aparatos, legislação eleitoral que os favorece, emendas parlamentares, uso da máquina, linha política etc.
Mas há, também, o que nós da esquerda fizemos ou deixamosfazer.
Segundo: os nem nem
Tanto no primeiro quanto no segundo turno, houve um imenso númeropessoas que não compareceram para votar; ou compareceram, mas votaram branco ou nulo.
Desde 1982 até 2024, já tivemos 12 processos eleitorais municipais.
Em todos estes processos, os partidos do centro à direita tiveram mais votos, conquistaram mais prefeituras e vereanças. Portanto, o que ocorreu2024 não foi um ponto fora da curva.
Entretanto,eleições anteriores, o desempenho das esquerdasgeral e do PTparticular foi relativamente melhor do que o2024.
Melhor significa: tivemos um percentual maiorvotos válidos, conquistamos um número maiorprefeituras e vereanças, conseguimos uma distribuição mais equilibrada dessas prefeituras pelo território nacional, alcançamos vitóriasmaior númerocidades estratégicas.
Tudo relativamente, ou seja, relativamente aos nossos inimigos e relativamente ao nosso próprio desempenho.
Vejamos o caso específico do PT, que é o Partido que possui o melhor desempenho nas esquerdas.
Se compararmos o desempenho2024 (metade do governo Lula 3) com o desempenho2004 (metade do governo Lula 1), 2008 (metade do governo Lula 2), 2012 (metade do governo Dilma 1) e 2016 (depois do golpe), o resultado para prefeituras é o seguinte:
2004 409
2008 558
2012 635
2016 256
2020 183
2024 252
Portanto, observando a curva, voltamos agora a números absolutos parecidos com os que tivemos2016. E superiores aos2020. Mas inferiores aos dos anos anteriores.
Se compararmos 2024 com 2020 (metade do governo Lula 3 com metade do governo cavernícola), o desempenho foi melhor:183 para 252, 69 cidades a mais.
Mas quando levamosconsideração o porte das cidades, a coisa mudafigura.
Nas cidades com mais100 mil eleitores, caímos9 para 8 prefeitos/as. A grande novidade é que agora temos uma capital.
Nas cidades com 50 a 100 mil eleitores, crescemos7 para 15 prefeitos/as.
Nas cidades que tem entre 20 à 50 mil eleitores, crescemos20 para 41 prefeitos/as.
E nas cidades com menos20 mil eleitores, crescemos147 para 188 prefeitos/as.
Ou seja, este ano elegemos 69 cidades a mais, mas a maior parte disto (41) foicidadespequeno porte.
Além disso, é bom lembrar que - quando a eleição começou - o PT governava não 183 cidades, mas sim 265 cidades. Isto porque prefeitos eleitos por outros partidos, resolveram filiar-se ao PT depois da vitóriaLula.
Portanto, a rigor, caímos265 para 252.
Além disso, a distribuição das prefeituras eleitas por estado revela uma concentração brutal: 202 das 252 estão concentradascinco estados. Bahia e Piauí com 50 cada, Ceará com 47, Minas Gerais com 35 e Rio Grande do Sul com 20.
Vale destacar que apenasdois estados (Bahia e Piauí), o número atualprefeituras é o maior já obtido. Nos outros três (Minas, Rio Grande e Ceará), o PT já governou, no passado, um número maiorcidades.
Vale destacar que houve um crescimento importante foi o númeropessoas governados por administradores petistas. Em 2020 governávamos 4,4 milhõespessoas, agora vamos passar a governar 7,6 milhõespessoas (lembrando que Fortaleza sozinha tem 2,4 milhões). Um crescimento73%termos da população governada.
Mas este crescimento precisa ser considerado relativamente: o PL governava 6,6 milhões2020 e agora passou a governar 19 milhões, um crescimento189%. O PSD e o Republicanos também tiveram um crescimento expressivotermos proporcionais.
Ademais, quando comparamos o PT consigo mesmo, o resultado é o seguinte: o PT governava 19,9 milhões2008, 27 milhões2012, 4,3 milhões2016, 4,4 milhões2020 e agora vamos governar 7,6 milhões.
Por esses e por outros motivos, quando analisamos do pontovista nacional, o resultado para as esquerdasgeral e para o PTparticular não deve ser apresentado como uma vitória eleitoral.
Claro que há derrotas eleitorais que são vitórias políticas. Aliás, o fatotermos obtido alguns resultados mais positivos do que os2020, o fatotermos vencido outermos tido grande crescimentoalgumas cidades, tudo isto demonstra que o resultado nacional poderia ter sido outro.
Mas, quando olhamos o resultado nacionalconjunto, não é correto falar nemvitória eleitoral, nemvitória política. Vitórias políticas, com ou sem vitória eleitoral, foram obtidasum número importantecidades. Mas no conjunto do país, o resultado foi outro.
Quarto: o impacto no governo
Tendovista que o governo Lula inclui partidos do centro à direita e do centro à esquerda, há quem diga que a oposição cavernícola ao governo Lula foi derrotada.
E há quem vá além disso.
É o casoPaulo Teixeira, titular do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar. Segundo Teixeira, “quem ganhou as eleições no Brasil foi a base do presidente Lula”.
A frase é meio capciosa: não foi Lula quem ganhou, nem foi o partidoLula quem ganhou, foi “a base”. E como a “base” é composta por vários partidos do centro à direita, como o MDB e o PSD, é possível dizer que a “base” ganhou.
Mas há três problemas nessa análise.
Primeiro, minimizar a força da extrema-direita. O PL, por exemplo, foi o partido mais votado e com melhor desempenho nas cidades com mais200 mil eleitores.
Segundo, desconsiderar que muitas vitórias da base foram obtidas contra a esquerda, sem defender o governo e muitas vezesaliança com a extrema-direita.
Terceiro e principalmente, esquecer que não foi toda a base do governo que cresceu. Quem cresceu foi a parte da base que vai do centro para a direita.
O que isto vai significar, na condução do governo e nas eleições2026, ainda está por ser definido. Mas há crescentes motivospreocupação para quem éesquerda.
Quinto: para além das eleições
Para além das questões citadas anteriormente, há inúmeras que merecem análise detalhada. A respeito, cito a seguir trechosum texto divulgado no dia 9outubro2024.
A eleição demonstrou, mais uma vez, que temos três graves problemas:primeiro lugar, um déficitcompreensão acerca da realidade brasileira, das classes e da lutaclasses neste momento da história do Brasil,particular a análise sobre a influência da extrema-direita sobre os setores populares;segundo lugar, uma reduzida presença cotidiana junto à classe trabalhadora, o que explica parte da dificuldade que enfrentamos nas campanhas eleitorais;terceiro lugar, uma orientação estratégica equivocada, que não dá conta dos temposguerraque vivemos. O PED2025 será útil se, alémsubstituir quem precisa ser substituído, também ajudar o Partido a perceber e começar a corrigir estes problemas.
* Este é um artigoopinião,responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil.