Ex-coordenador nacional da Rede Brasil – Memória, Verdade e Justiça; membro da Coordenação do Fórum Direito à Memória, Verdade e Justiça do Espírito Santo. Membro da Frente Brasil Popular do ES
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1968 foi considerado no Brasil como o ano que não terminou.
Não houve resistência imediata ao golpebrabet blaze64, por decisão do presidente João Goulart.
As liderançasbrabet blazeantes do golpebrabet blaze64 foram exiladas, cassadas, caçadas, demitidas, exoneradas, perseguidas, com intervençõesbrabet blazesindicatos e fechamentosbrabet blazeentidades sindicais, estudantis e interferênciasbrabet blazeoutras instituições e movimentos
As principais entidades secundaristas já no anobrabet blaze1965 foram reabertas na marra, sem autorização legal. Entre as mais conhecidas,brabet blazenovembrobrabet blaze1965, a AMES do Riobrabet blazeJaneiro foi a primeira a voltar a funcionar, a partirbrabet blazeuma Assembleiabrabet blazelideranças, na sede do antigo sindicato dos metalúrgicos,brabet blazeSão Cristóvão, no Rio, na qual fui eleito.
A UNE não parou, enfrentou a ditadura.
Em abrilbrabet blaze1968, operários da Belgo-Mineira realizaram uma greve com ocupação da fábrica. Essa greve marca o iníciobrabet blazeuma ondabrabet blazerevolta operáriabrabet blazeMinas Gerais contra o arrocho salarial.
Em 1ºbrabet blazemaio do mesmo ano,brabet blazeSP, os operários colocaram para correr do palanquebrabet blazecomemoração do diabrabet blazeluta do trabalhador o governador Abreu Sodré e os sindicalistas pelegos, e realizaram o ato e depois saírambrabet blazepasseata.
Em 26brabet blazejunhobrabet blaze1968 ocorreu a passeata dos cem mil no Rio, com retumbantes estímulos a outras manifestaçõesbrabet blazedemais partes do país.
Duas semanas após, outra passeata no Rio, quantificada pelos organizadoresbrabet blaze50 mil, a rigor uns 30 mil era mais realista. Fui participante dessas manifestações.
Se naquele tempo os jovens acreditavam no povo organizado como força motriz da mudança,brabet blaze2025, a lutabrabet blazeclasses precisa voltar aos trilhos e se reconectar com o espírito coletivo e ousado. Assim comobrabet blaze68, o futuro exige coragem, consciência e determinação para que a história não seja apenas lembrada, mas vivida como inspiração para a transformação.
1968 não se repete, mas certamente devemos usar momentos históricos para nos inspirar.
Em 2024, tivemos acontecimentos importantes para o desenvolvimento socioeconômico do país, alémbrabet blazeoutros, simbólicos, que nos dão esperançabrabet blazeum Brasil trilhando um caminho socialmente mais justo.
O PIB cresceu 3,3%brabet blazerelação ao mesmo períodobrabet blaze2023, talvez chegue a 3.5.
O setorbrabet blazeindustriabrabet blazealta tecnologia registrou crescimento no acumuladobrabet blazejaneiro a setembrobrabet blaze2024,brabet blaze4,0% (brabet blazeacordo com a Institutobrabet blazeEstudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) ).
Os investimentosbrabet blazeinfraestrutura tiveram um salto positivobrabet blazeR$ 188 bilhõesbrabet blaze2022 para R$ 260 bilhõesbrabet blaze2024.
O governo atual alcançou a menor taxabrabet blazepobreza (27,4%) ebrabet blazemiséria (4,4%) da história do país.
O IBGE, combrabet blazePesquisa Nacional por Amostrabrabet blazeDomicílios Contínua (Pnad Contínua), compartilhou os dadosbrabet blazeque A massabrabet blazesaláriosbrabet blazecirculação na economia aumentoubrabet blazeR$ 21,952 bilhões no períodobrabet blazeum ano, o que é um crescimentobrabet blaze%7,2 no trimestre terminadobrabet blazesetembrobrabet blaze2023 até o trimestre encerradobrabet blazesetembrobrabet blaze2024.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) informou que o Brasil foi o segundo país que mais recebeu investimentos diretosbrabet blazepaíses estrangeiros.
É mister salientar que o crescimento da mãobrabet blazeobra industrial agrega não só quantitativa, mas, sobretudo, qualitativamente a classe operaria.
A prisão dos generais Braga Netto e Mário Fernandes é um marco histórico para o país. É a primeira vez que um general quatro estrelas é preso no Brasil.
Donald Trump foi reeleito como presidente dos Estados Unidos, representando uma grande vitória para a extrema-direita internacional e uma ameaça iminente à segurança mundial. Por outro lado, paradoxalmente, pode abreviar os conflitos no Oriente e na Ucrânia.
O fortalecimento dos BRICS é imperativo para colocar limites à voracidade do império. O Brasil numa autocrítica corajosa deve retirar o veto à entrada da Venezuela.
Na Bolívia e na Coreia do Sul, tentativasbrabet blazeimplementar uma ditadura militar foram rapidamente desmanteladas, graças à grande revolta e resistência popularbrabet blazeambas as nações.
brabet blaze Maisbrabet blaze45 mil palestinos foram mortos pelos ataquesbrabet blazeIsraelbrabet blazesuas terras. Cidades foram completamente destruídas e abandonadas; médicos, jornalistas, famílias com recém-nascidos tornaram-se alvosbrabet blazemissões táticas que buscavam aniquilar qualquer entidade que trouxesse esperança ou auxílio ao povo palestino.
Entre avanços e retrocessos, a única certeza é que 2025 já carrega uma grande cargabrabet blazeconflitos profundos entre nações, alémbrabet blazeser um ano decisivo para o Brasil.
Novas presidências no Senado e na Câmara trarão lideranças comprometidas com o bolsonarismo. Contudo, são produtosbrabet blazearranjos nos quais os partidos do governo participaram. É crível esperar menos traições e chantagens, e mais diálogo e negociações pontuais.
O poderoso Arthur Lira já estábrabet blazedeclínio, podendo sair desmoralizado e sujeito a processos. Esse cenário pode conter a extrema-direita na Câmara.
Haverá reforma ministerialbrabet blazeáreas como Defesa e Comunicação, entre outras. Advogo pela alteração no comando da política externa, com Vieira e Amorin, dando lugar a quadros mais sintonizados com a nova geopolítica.
A saídabrabet blazeJosé Múcio do Ministério da Defesa, caso não ocorra o dedo podre na escolha embrabet blazesubstituição, poderá inverter a lógica atual: um ministro do governo junto às Forças Armadas, e não um ministro das Forças junto ao governo.
A especulação sobre o vice-presidente Geraldo Alckmin assumir o cargo parece um movimento estratégico bem acertado e poderoso.
Já a entradabrabet blazeum marqueteiro, sem base, no Ministério das Comunicações seria um erro. Comunicação não é apenas propaganda; trata-sebrabet blazediálogo, defesa firme, divulgaçãobrabet blazefeitos, educação e disputabrabet blazeconcepções e ideias, utilizando a redebrabet blazeTVs, rádios e outros meios culturais e sociais. Se palpite valesse cravaria o nome Glesi Hoffmann.
Outras reformas ministeriais também são prováveis.
O famigerado Banco Central terá mudanças significativas, com Gabriel Galípolo indicado por Lula para a presidência, e outros nomes como Nilton David, Izabela Corrêa e Gilneu Vivan, todos selecionados pelo governo, assumindo a diretoria. Teoricamente, isso deveria garantir sinergia entre a política cambial ebrabet blazejuros e a econômica, mas o BC segue tutelado pelo mercado.
Enquanto 1968 marcou a luta por democracia, paz e pelos direitos,brabet blazeum contextobrabet blazeautoritarismo e guerra, hoje enfrentamos novos desafios: instituições fragilizadas e os vergonhosos legadosbrabet blazegovernos que dividiram e corroeram o tecido democrático, e, outrossim, o neonazifascismo espraiado por vários países.
Bolsonaro fomentou a cizâniabrabet blazetodos os poderes republicanos e instituições democráticas, povoando-os com aliados que carregam uma postura antirrepublicana.
A conjuntura atual do país ainda reflete governos ilegítimos, como obrabet blazeTemer, nascidobrabet blazeum golpe, e obrabet blazeBolsonaro, frutobrabet blazeum processo golpista alimentado pela Lava Jato, pela mídia e pelo Judiciário, alémbrabet blazeuma eleição marcada por mentiras.
Frente a esse cenário, o que esperávamos do Governo Lula, que ressurgiu das cinzas? Que anulasse e corrigisse todos os atos nocivos que prejudicaram o povo, o Estado e o país. É um governo cercado pelos três êmes e amedrontado.
Midia mente, mercado mente, militares mentem. Como contrapor com a verdade? Somente com uma plataforma poderosabrabet blazecomunicação com os melhores quadros da esquerda.
Criminoso não tem patente. Bolsonaro não vai nunca mais "subir a rampa", mas certamente subirá as escadas da prisão, cuja limpeza terábrabet blazemanter.
Os poderes, apesarbrabet blazeharmônicos e independentes, se dedicam a chantagear, provocar animosidades e divisões entre si.
Contudo, enquanto criminosos são desmascarados e a justiçabrabet blazetransição ganha espaço, o "ovo da serpente" segue chocando. Quem enfrenta a serpente é o gavião. Existem gaviões na esquerda? No governo, não os há.
Se Lula perder o entusiasmo da esquerda militante, perecerá.
Foi preciso o 8brabet blazejaneiro e o 13brabet blazenovembro (descoberta do plano terrorista) para que a justiçabrabet blazetransição entrasse na pauta da esquerda.
A reinstauração da Comissãobrabet blazeMortos e Desaparecidos Políticos foi uma decisão positiva e alvissareira para a luta por memória, verdade e justiça. Além disso, é uma ação simbólica que demonstra que a luta nas ruas e a pressão sobre governantes podem influir, dentro da legalidade, o destino do país.
O ministro Flávio Dino afirmou recentemente que a Lei da Anistia não se aplica ao crimebrabet blazeocultaçãobrabet blazecadáveres, pois, segundo ele, "quem oculta e mantém oculto algo prolonga a ação até que o fato se torne conhecido". Dino também demonstrou solidariedade às famílias que perderam entes queridos na violência ditatorial.
“A história do desaparecimentobrabet blazeRubens Paiva, cujo corpo jamais foi encontrado e sepultado, sublinha a dor imprescritívelbrabet blazemilharesbrabet blazepais, mães, irmãos, filhos e netos, que nunca tiveram seus direitos atendidos quanto aos familiares desaparecidos", disse Flávio Dino.
Flávio Dino, um legalista progressista, Alexandrebrabet blazeMoreis, um legalista punitivista, são figuras essenciais na defesa e manutenção do Estado democráticobrabet blazedireito. É preocupante quando a democracia depende tantobrabet blazeministros do STF.
O povo unido e organizado é uma força assustadora para os governantes. Se quisermos um 2025 e os anos seguintes protegidosbrabet blazegolpistas e da virulência da extrema-direita, o caminho é nunca se calar, ousar, fazer-se presente e se revoltar contra decisões que nos façam retroceder nas conquistas populares.
Mobilização e ocupação não é como andarbrabet blazebicicleta, é como atletismo, é necessário exercício periódico, senão atrofia a capacidadebrabet blazeluta.
A refrega contra a extrema-direita, o imperialismo, pela justiçabrabet blazetransição e pelo socialismo, deve assumir a principalidade da pauta revolucionária.
Os passos para trás já foram dados,brabet blaze2025 é preciso avançar.
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