Caso Marielle: Uma delação, alguns indícios e nenhuma prova
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A elucidação da mortecasa de apostas russaMarielle Franco é um alento para os cidadãos que acreditam na democracia e depositam fé na capacidade do estado brasileirocasa de apostas russase sobrepor às falanges do crime organizado. Durantes os seis anoscasa de apostas russainvestigações inconclusas, declarações enviesadas, pistas fraudulentas e obstruções criminosas perdurou mais do que o sentimentocasa de apostas russaimpunidade. A sensação dominante eracasa de apostas russaimpotência, diante da perspectiva cada vez mais concreta do mal superar o bem. O crime parecia estar vencendo as forças do aparato oficialcasa de apostas russasegurança. Incrédula, a sociedade assistia a um espetáculo dantesco sem ter a quem mais recorrer.A frase grandiloquente do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski , “caso encerrado !” nos deu um alivio profundo, imediato. Era o ponto finalcasa de apostas russauma história tenebrosa, descritacasa de apostas russa479 páginascasa de apostas russaum minucioso relatório da Polícia Federal. A narrativa construída a partir da delaçãocasa de apostas russaRonnie Lessa – sicário confesso – apresenta nexo. As peças processuais se conectam; há verossimilhança nos fatos narrados. Os Brazão,casa de apostas russafato, têm negócios imobiliárioscasa de apostas russaregiões dominadas por milícias. Chiquinho e Marielle estiveram semprecasa de apostas russacampos opostos; eram adversários políticos permanentemente; antípodas ideológicos, por excelência.
No supostamente fatídico projetocasa de apostas russaleicasa de apostas russaregularização fundiáriacasa de apostas russaglebas na região da Jacarepaguá, mais uma vez, se enfrentaram. E a posiçãocasa de apostas russaChiquinho foi vitoriosa. Venceu no voto pela força política da família na Casa. Dificilmente, um projeto defendido pelos Brazão tinha chancescasa de apostas russaser derrotado na Câmara do Rio. O domínio da família era acachapante.
Além da delaçãocasa de apostas russaRonnie Lessa, há no relatório da PF uma considerável coletâneacasa de apostas russaindícios, um farto material acessório que ajuda a emoldurar cenário do fato criminoso. Mas apenas isso: uma delação e alguns indícios. Faltam provas. Não há interceptação telefônica; trocacasa de apostas russamensagens, depósito bancário, recuperação do trajeto dos acusados através das antenas das empresascasa de apostas russatelefonia celular; imagenscasa de apostas russacâmeras das reuniões entre mandantes e sicários. Nada, nada.
Prisões fundamentadas exclusivamente na delaçãocasa de apostas russaum criminoso fazem lembrar a finada Lava Jato. Prisõescasa de apostas russadeputados no exercício do mandato remetem novamente aos métodoscasa de apostas russaSérgio Moro. Execração públicacasa de apostas russapolíticos, algemados, e com uniformecasa de apostas russapresidiário, era um método recorrente dos magistrados da Repúblicacasa de apostas russaCuritiba.
Diante da fragilidade das provas, a imagem do deputado Chiquinho Brazão, algemado a um cinturão, no momento da transferência para outro presídio federal, lembra o registro do ex-governador Sérgio Cabral andando com dificuldade, acorrentado a grilhões medievais.
Há nesses fatos desrespeito flagrante à súmula 11 do próprio STF, que proíbe situações humilhantes como essa. “Só é lícito o usocasa de apostas russaalgemascasa de apostas russacasoscasa de apostas russaresistência ecasa de apostas russafundado receiocasa de apostas russafuga oucasa de apostas russaperigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso oucasa de apostas russaterceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob penacasa de apostas russaresponsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade ecasa de apostas russanulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado”, diz o documento.
Mesmo sem as provas definitivas, fez-se espetáculo com as prisões – desnecessariamente. O espalhafatocasa de apostas russanada ajudou a tornar a solução apresentada mais ou menos convincente.
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