A Venezuela contra o Império
"Deixem a Venezuela resolver sem interferência estrangeira os seus problemas políticos e econômicos!", diz Paulo Nogueira Batista Jr.
✅ Receba as notícias do Brasilesporte da sorte bet e da TVesporte da sorte bet no Telegram doesporte da sorte bet e no canal doesporte da sorte bet no WhatsApp.
Compartir
Inspirado en Puzzle Bobble, Bubble Shooter es un juego casual y
Estou sendo repetitivo? Talvez. Mas, como dizia Nelson Rodrigues, o que não é repetido com insistência permanece rigorosamente inédito (frase que já repeti, aliás, centenasesporte da sorte betvezes).
Cabe reconhecer, claro, que o presidente Maduro às vezes toma decisões duvidosas, para dizer o mínimo. Um exemplo marcante: a pretensãoesporte da sorte betincorporar à Venezuela mais da metade do território da Guiana. Isso criaria uma confusão na América do Sul e, mais amplamente, nos outros países da América Latina e do Caribe. A América do Sul é uma regiãoesporte da sorte betpaz desde a Guerra das Malvinasesporte da sorte bet1982 e precisa continuar assim. Desde a guerra do Paraguai contra a Tríplice Aliança,esporte da sorte bet1864 a 1870, não houve um conflito envolvendo diversos países no nosso continente.
Uma guerra entre a Venezuela e a Guiana não abriria caminho para uma intervenção americana direta? Não é exatamente isso que queremos evitar? Maduro agredir a Guiana equivaleria à decisão fatídicaesporte da sorte betSaddam Husseinesporte da sorte betinvadir o Kuwaitesporte da sorte bet1990. O Brasil nunca poderia endossar um avanço da Venezuela sobre outro vizinho nosso. Isso não interessa ao Brasil, não interessa a ninguém. Observo,esporte da sorte betpassagem, que a Guiana faz parte do grupoesporte da sorte betpaíses que representei na diretoria executiva do FMI. Tenho um fraco por ela, pois desenvolvi uma relaçãoesporte da sorte betafeto (pouco profissional, reconheço) com quase todos os países do nosso grupo.
Vou mais longe e entro aqui, por um instante,esporte da sorte betterreno pantanoso. Afinal, a democracia é mesmo um valor universal, como se afirma com frequência? Ou está entre aqueles conceitos gerais e vazios que Nietzsche chamavaesporte da sorte bet“a última fumaça da realidade evaporada”? O riscoesporte da sorte betrecorrer a essa noçãoesporte da sorte betuniversalidade é oesporte da sorte betconduzir à ideiaesporte da sorte betque existe um modelo únicoesporte da sorte betdemocracia – provavelmente aquele que os países do Ocidente Político (ou Norte Global) praticam ou dizem praticar e querem exportar para todos os cantos do planeta. Não estamos dianteesporte da sorte betmais um embuste da chamada “comunidade internacional” – o grupo formado por Estados Unidos, Canadá, União Europeia, mais alguns países europeus, Japão, Coreia do Sul, Austrália e outros penduricalhos? Comunidade que inclui apenas cercaesporte da sorte bet15% da população mundial!
Deixem, portanto, a Venezuela resolver sem interferência estrangeira os seus problemas políticos e econômicos! Problemas esses que foram criados, recorde-se,esporte da sorte betlarga medida pelas sanções aplicadas há muito tempo por Estados Unidos e seus satélites europeus. Menciono um só exemplo: as reservas internacionais e os ativos líquidos da petroleira estatal venezuelana foram congelados e roubados por americanos, ingleses e outros. Pirataria, não há outra palavra!
As dificuldades da economia da Venezuela refletem, também, má gestão por parte dos governos Chávez e Maduro, não há dúvida. Mas um peso enorme, talvez preponderante, deve ser atribuído às numerosas e sistemáticas sanções impostas à Venezuela. Na verdade, é grande a listaesporte da sorte betpaíses que foram ou estão sendo sancionados pelos Estados Unidos junto e seus satélites – entre muitos: Irã, Síria, Afeganistão, Iraque, Líbia, Cuba e, mais recentemente, Rússia e China. Justamente daí é que vêm a desdolarização e os planos, ainda embrionários,esporte da sorte betcriaçãoesporte da sorte betuma moedaesporte da sorte betreferência dos BRICS como alternativa ao dólar.
Papel do Brasil
Qual o papel do Brasil nesta quadra? Muitos, na direita bolsonarista, na direita neoliberal e até na esquerda, querem que o governo brasileiro se intrometa, condene as eleições venezuelanas e se distancie ou mesmo rompa com o “ditador” Maduro – epíteto raramente aplicado aos ditadores ou autocratasesporte da sorte betpaíses simpáticos ao Ocidente. Um exemplo: Arábia Saudita. Outro: Ucrânia. Volodymir Zelensky suspendeu as eleiçõesesporte da sorte betrazão da guerra, o que supostamente legitimaria a decisão. Ora, o que enfrenta a Venezuela, há muitos anos, senão uma guerra econômica e financeira patrocinada pelo Ocidente?
***
Uma versão resumida deste texto foi publicada na revista Carta Capital.