A geopolítica da negação: Covid-19, a guerra das vacinas e a cooperação multidisciplinar no combate à desinformação

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No dia 11download zebet ngagostodownload zebet ng2020, cercadownload zebet ngsete meses depois da pandemia da Covid-19 atingir todos os continentes, o presidente russo Vladimir Putin anuncioudownload zebet ngcadeia nacional o registro da primeira vacina contra a doença. Acontecia, Neste mesmo período, nos bastidoresdownload zebet nggrandes centrosdownload zebet ngpesquisas, uma guerra para definir qual nação conseguiria produzir a vacinadownload zebet ngmenor espaçodownload zebet ngtempo. Milhõesdownload zebet ngpessoas já haviam sido contaminadas à essa altura, e outras milhares morreramdownload zebet ngdecorrência da pandemia.  Pela reação do mainstream editorial do ocidente, o anúncio que veio do Kremlin caiu como uma bomba nas pretensões dos EUA e da UE e suas grandes indústrias farmacêuticasdownload zebet ngganhar a corrida pela imunização. O que estavadownload zebet ngjogo não era somente esforços globais para garantir que a pandemia teria um fim relativamente rápido, mas uma disputa geopolítica que consolidaria, ou reforçaria, o poderio econômico, tecnológico e políticodownload zebet ngdeterminados blocos econômicos. As reações, no ocidente, ao anúnciodownload zebet ngPutin, partiramdownload zebet ngsetores liberais e conservadores que tiveram como primeira reação negar a capacidade russadownload zebet ngproduzir uma vacina eficaz num espaçodownload zebet ngtempo tão breve. Desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, tradicional laboratório, que remonta dos tempos da URSS e que tem reconhecimento internacional pela capacidade tecnológica, a Sputnik V passou a ser alvodownload zebet ngpersecução no ocidente, partindodownload zebet ngredes negacionistas conservadoras e grandes gruposdownload zebet ngmídias liberais que reverberam toda sortedownload zebet ngdesinformação sobre a vacina não como um problemadownload zebet ngsaúde pública e sim político. 

A questão da vacinaçãodownload zebet ngmeio a maior tragédia humanitária desde a Segunda Guerra Mundial, passou a ilustrardownload zebet ngforma muito evidente o efeito direto das teorias conspiratórias e do negacionismo científico, tanto na saúde pública, quanto na vida cotidiana das pessoas mundo afora. A desinformação, as notícias mentirosas edownload zebet ngmassificação passou a ter efeito direto nos mais diversos setores da economia, da política e da sociedade. Novos debatesdownload zebet ngtorno do problema foram surgindo com o passar do tempo, questões outrora inimagináveis, como a eficácia, jamais antes questionada e não inteiramente compreendida pelo público leigo,tornaram se  debates corriqueiros dentro da academia. Biólogos fazendo lives e concedendo entrevistas para explicar que a vacina russa não torna o vacinado comunista ou que a vacina chinesa - outro Estado que antagoniza os interesses políticos e econômicos do  Ocidente -, não contém um chip que controla a vida das pessoas. Qual a urgênciadownload zebet ngse comunicar à população que a vacina da Astrazeneca, financiada pela Fundação Bill e Melinda Gates, desafetos da extrema direita, não transforma o sujeitodownload zebet ngjacaré, contradizendo o próprio presidente da República Jair Bolsonaro? A vacina é somente um, dentre inúmeras amostras,download zebet ngcomo a desinformaçãodownload zebet ngrelação à ciência aumenta o descrédito da mesma junto da sociedade. Outros patentes absurdos são a cloroquina, ivermectina, ozônio, e assim por diante.

Um exemplo notável dos diasdownload zebet nghoje são os debates jurídicos se é possível ou não que patrões punam funcionários que se neguem a tomar a vacina. Ou seja, a desinformação sobre a pandemia transcende a saúde pública passa a pautar outros setores com debates sobre seus efeitos colaterais com reflexos sociais e políticos dentro dos processos pandêmicos. Salientemos o fatodownload zebet ngque a desinformação e a disseminaçãodownload zebet ngfake news tem sido um problemadownload zebet ngboa parte dos países ocidentais. Como nos EUA, México, Alemanha e Reino Unido,download zebet ngonde tivemos notíciasdownload zebet nggrande adesão ao movimento antivacina por partedownload zebet ngsuas sociedades. 

Houve uma corrida por partedownload zebet ngcientistas e pesquisadores para oferecer respostas a estas questões dentro do âmbito social. A ciência foi colocada à prova pela disseminaçãodownload zebet ngteorias conspiratórias e do negacionismo sistemático das vozes que ecoavam nos centrosdownload zebet ngpesquisas. Observamos um efeito dominó onde todos os campos epistêmicos, das ciências naturais até as humanidades foram sendo desqualificados e ganhando conotações cada vez mais negativas no que era propagado nas redes sociais, passando como elemento factual no seio das famílias e nas conversas entre amigos. A negação aos princípios racionais assumiu um papel políticodownload zebet ngmeio à pandemia com reflexos imediatos na economia e, por conseguinte, na sociedade. Quando a desinformação e a negação da ciência são disseminadas por figuras públicas e pelo próprio governo, acende a luzdownload zebet ngalertadownload zebet ngque precisamos lidar com um movimentodownload zebet ngruptura como poucas vezes visto nos últimos trezentos anosdownload zebet ngiluminismo. Com efeito, o que se enxerga dentro deste processo é um arranjo entre os setores conservadores da sociedade e a ação políticadownload zebet ngcomposição a tais interesses comuns, como viadownload zebet ngcríticas e combate ao status quo alicerçado no pensamento liberal contemporâneo. O discursodownload zebet ngnegação à ciência vem ganhando cada vez mais força nas redes sociais e consecutivamente na sociedade,download zebet ngadoção generalizada passou afetardownload zebet ngforma direta os próprios preceitos do ethos científico.

* Este é um artigodownload zebet ngopinião,download zebet ngresponsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasildownload zebet ng.

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